É de Juvenal, poeta latino, a célebre
frase: “Mens sana in corpore sano”
(mente sã em corpo são), muito usada em promoções de educação física e prática
esportiva. Está certo. Importante exercitar o corpo. Se é forte e saudável fica
mais fácil sustentar uma alma sã, embora devamos considerar que a recíproca
merece maior atenção: uma alma sã é fundamental para que tenhamos um corpo
sadio.
2 - Qualquer
esporte?
O bom senso nos diz que há determinados
esportes que não interessam nem ao corpo nem ao Espírito. O boxe, por exemplo,
lamentável herança da época dos gladiadores que se matavam em espetáculos
sangrentos.
3 - É
saudável o desejo de vencer ou o importante é competir?
O ideal olímpico é o da competição, no sentido
de que as pessoas participem da atividade esportiva. Quando o atleta quer
vencer a qualquer custo, o esporte deixa de beneficiá-lo, levando-o a excessos
e ao cultivo de um comportamento passional. Isso ocorre invariavelmente quando
se estabelece a profissionalização do esporte e a vitória passa a ser uma
obrigação.
4 - A
preocupação com os primeiros lugares pode ser considerada uma aspiração
egocêntrica do atleta?
O desejo de vencer é motivador e a vitória é
sempre uma gratificante realização pessoal. Mas se deslocamos o eixo esportivo
da participação para a volúpia de vencer haverá sempre muita frustração para a
maioria dos esportistas.
5 - Pelas paixões que suscita, pela violência que gera, envolvendo
torcedores e atletas, podem os considerar o futebol um esporte inconveniente,
incompatível com princípios religiosos?
O futebol é um
esporte maravilhoso. Quando praticado com virtuosismo e respeito às regras
situa-se como verdadeira manifestação artística. O problema está na deseducação
dos que o apreciam e praticam.
6 - Em face
desse clima seria conveniente não participar?
Se o
jovem gosta, leva jeito, não há porque afastar-se. Que seja no jogo ou na
torcida um exemplo de desportista, capaz de vibrar com seu time, respeitando os
adversários e comportando-se com absoluta lisura.
7 - O que não
deve ser feito em relação ao esporte?
Permitir
que ocupe em nossa vida um espaço além do razoável. Há atividades mais
importantes relacionadas com a economia de nossas almas.
8 - Deveríamos,
nas atividades do Centro Espírita, motivar os jovens para a formação de grupos
para a prática do esporte?
O tempo de que dispomos no Centro Espírita
para programas doutrinários e assistenciais é reduzido. Conveniente não
ocupá-lo com atividades que não lhe dizem respeito. Não obstante, nada impede
que os jovens espíritas reúnam-se em suas horas de lazer para a prática de
esportes.
Do livro "NÃO PISE NA BOLA", de Richard Simonetti.
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