terça-feira, 31 de julho de 2012

OVÓIDES

No espiritismo vez ou outra nos deparamos com a palavra “Ovóides”, geralmente ligada a comentários sobre obsessões; mas o que são esses tais “ovoides”?

Para poder abordar esse assunto deve-se antes ter noção de o que é obsessão, onde podemos definir como espíritos que através de influencias telepáticas nos impulsionam para o mal e/ou nos causa danos físicos ou mentais, sobre esses espíritos Kardec afirma: “Os Espíritos exercem incessante ação sobre o mundo moral e mesmo sobre o mundo físico. Atuam sobre a matéria e sobre o pensamento e constituem uma das potências da Natureza, causa eficiente de uma multidão de fenômenos até então Inexplicados ou mal explicados e que não encontram explicação racional se não no Espiritismo.”[...] “As relações dos Espíritos com os homens são constantes. Os bons Espíritos nos atraem para o bem, nos sustentam nas provas da vida e nos ajudam a suportá-las com coragem e resignação. Os Maus nos impelem para o mal: é-lhes um gozo ver-nos “sucumbir e assemelhar-nos a eles.”[1]

 Sobre essa ótica, Emmanuel comenta que obsessão é: “[...] o equilíbrio de forças inferiores, retratando-se entre si” [2]

Os “ovoides”,é um tipo de obsessor, onde seu nome foi definido devido a seu formato (ovo), André Luiz na obra “Evolução em dois mundos”  nos diz que : “os órgãos do períspirito se voltam, instintivamente, para a sede do governo mental, onde se localizam, ocultos e definhados, no fulcro dos pensamentos em circuito fechado sobre si mesmos, quais implementos potenciais do germe vivo entre as paredes do ovo”. Diz-se então que o “desencarnado perdeu o seu corpo espiritual, transubstanciando-se num corpo ovóide”

“A forma ovoide guarda consigo todos os órgãos de exteriorização da alma, tanto nos planos espirituais quanto nos terrestres, tal qual o ovo ou a semente, que trazem em si a ave ou a árvore do futuro.”[3]

Suely Caldas Schubert nos revela no livro “Obsessão e desobsessão” que após o desencarne, espíritos desejosos de vingança ou ainda presos a vícios, envolvem e influenciam aqueles que lhes são objeto de perseguição ou atenção e auto hipnotizam-se com as próprias ideias, que se repetem indefinidamente. em consequência, os órgãos do perispírito se retraem, por falta de função, assemelhando-se então a ovóides .

“vinculados às próprias vítimas que, de modo geral, lhes aceitam, mecanicamente, a influenciação”, por trazerem os fatores predisponentes, quais sejam, a culpa, o remorso, o ódio, o egoísmo, que externam em vibrações incessantes, sob o comando da mente. Configurasse, neste caso, a parasitose espiritual.”[4]

André Luiz explica que esses ovóides são como grandes amebas, do tamanho de um crânio humano. Mesmo em repouso, elas estão ligadas ao halo vital de outras personalidades.[5]

Todavia, devemos tomar alguns cuidados sobre as informações que são passadas a respeito desse tema, J. Herculano Pires, nos lembra em seu livro “Vampirismo” que a ação vampiresca desses ovóides é aceita por muitos espíritas amantes de novidades. Mas  essa novidade não tem condições científicas nem respaldo metodológico para ser integrada na doutrina. Nenhuma pesquisa séria, por pesquisadores competentes, provou a realidade dessa teoria.

“Não basta o conceito do médium para validá-la. As exigências doutrinárias são muito mais rigorosas no, tocante . à aceitação de novidades. O Espiritismo estaria sujeito à mais completa deformação, se os espíritas se entregassem ao delírio dos caçadores de novidades.”[6]

Essa afirmação de Herculano é enfatizada no tocante aos cuidados com as mensagens/informações que recebemos a respeito desses parasitas, e deixa claro isso  quando afirma:

“No caso do parasitismo e do vampirismo todo rigor é pouco, pois os erros e os enganos de interpretação podem levar os trabalhos de cura a descaminhos perigosos.

Se não encararmos o parasitismo e o vampirismo em termos rigorosamente doutrinários, no devido respeito ao método kardeciano, estaremos sujeitos a ser enganados por espíritos mistificadores que passarão a nos vampirizar. Porque o vampirismo é um fenômeno típico das relações interpessoais. Na vida material como na vida espiritual o vampirismo é um processo comum e universal do relacionamento afetivo e mental das criaturas. ”[7]

Os ovoides, parasitam sobre suas vitimas na maioria das vezes por afinidade e/ou vingança; isso ocorre porque  como em tudo na Natureza, ocorre a busca do equilíbrio pelas trocas energéticas. As trocas se fazem ao nível do períspirito, do corpo físico e da mente. Fluídos mentais, perispirituais, e fisiológicos são assimilados ou eliminados, alterando-se o estado mental, peripiritual e fisiológico.

Destas trocas, pode resultar aquilo que André Luiz chamou de “Infecções Fluídicas”. Quando desencarnados atuam sobre encarnados, empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, determinando o colapso cerebral com arrasadora loucura.

“A dependência em que o homem se acha, algumas vezes, em relação aos Espíritos inferiores, provém de sua entrega aos maus pensamentos que estes lhe sugerem, e não de quaisquer acordos feitos entre eles. O pacto, no sentido vulgar do termo, é uma alegoria que simboliza uma natureza má simpatizando com Espíritos malfazejos.”[8]

Emmanuel complementa:

“Em verdade, os Espíritos são atraídos pelos pensamentos e não pelas coisas materiais, que são utilizadas como “bengalas” psicológicas para alcançar seu objetivo”[9]

Para evitar e/ou afastar esses seres é necessário conhecimento da doutrina…, reforma intima e acima de tudo compreensão tanto de o que é seu obsessor quanto os motivos que ele o vampiriza, na maioria das vezes os fatores sexuais e viciosos são o de maior pertinência.

“[...] nos centros e grupos espíritas bem orientados, as perturbações espirituais de ordem sexual são tratadas de maneira especial, em pequenas reuniões privativas, com médiuns que disponham de condições para enfrentar o problema. Como no caso das obsessões alcoólicas, toxicômanas e outras do mesmo gênero, é necessário o máximo cuidado na seleção das pessoas que vão tratar do assunto e o maior sigilo e respeito, a fim de evitar-se o prejuízo dos comentários negativos, que influem fatalmente sobre o caso, provocando agravamentos inesperados da situação das vítimas”.[10]

Extraido do Blog de Marcos Paterra

                                                                                                              
[1] Allan Kardec. “O Livro dos Espíritos”, Introdução.

[2] Trecho retirado do livro: “Pensamento e vida” de  Francisco C. Xavier pelo espírito de Emmanuel.

[3] Evolução em dois Mundos, André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, capítulo  12, 5ª edição FEB.

[4] Trecho do Livro “Obsessão e Desobsessão” de Suely Caldas Schubert.

[5]  Afirmação feita no livro “Libertação”, p.84.

[6] Trecho retirado do livro “Vampirismo” Cap. II  Parasitas e Vampiros p.08;  de J. Herculano Pires.

[7] Trecho retirado do livro “Vampirismo” Cap. II  Parasitas e Vampiros p.08;  de J. Herculano Pires.

[8] Trecho retirado do comentário deAllan Kardec à q. 549, no  “O livro   dos espíritos”.

[9] XAVIER, Francisco C. - O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. Q. 214. Ed:  FEB, Rio de Janeiro: 2009.

[10] Retirado do capítulo VIII do livro: “Mediunidade Vida e Comunicação” de J. Herculano Pires.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

APENAS UM LEMBRETE!

Lembre-se que você é um Espírito imortal vivendo breve experiência num corpo físico.
Lembre-se que seu corpo é feito de matéria e, como tal, sofre o desgaste natural como tudo o que é matéria. Mas esse desgaste não atinge o Espírito.
Assim, quando você perceber que a sua pele está enrugando, lembre-se de que esse é um fenômeno que não alcança o Espírito.
Enquanto a sua pele enruga, seu Espírito pode ficar ainda mais radiante e mais iluminado.
Você não pode deter os segundos, nem evitar que se transformem em anos.
Não pode impedir que o seu cabelo caia ou se torne branco, mas isso não deve ser motivo para levar embora a vitalidade da sua alma imortal.
Sua esperança jamais poderá estar atrelada à sua forma física, pois o ser pensante que você é, é o mais importante e sobreviverá por toda a eternidade.
Sua força e sua vitalidade independem da sua idade.
Seu Espírito é o agente capaz de espanar a poeira do tempo.
Lembre-se de que você não é um corpo que tem um Espírito, é um Espírito temporariamente vivendo num corpo físico.
Chegará o dia que você encontrará uma linha de chegada e perceberá que logo à frente há outra linha de partida...
A vida é feita de idas e vindas... Partidas e chegadas.
Um dia você terá que abandonar esse corpo, mas jamais abandonará a vida...
Lembre-se que cada dia é uma oportunidade de viver e viver bem.
Se acontecer de cometer um engano, não detenha o passo, siga em frente pois logo adiante encontrará outro desafio...
A vida é feita de desafios... Vencemos uns, somos vencidos por outros, mas não podemos deter o passo.
E o maior de todos os desafios é vencer a si mesmo, usando a razão para não se deixar dominar por vícios e prazeres excessivos e prejudiciais.
Importante é não perder tempo vivendo de lembranças amargas e fotografias pela metade, amarelas e empoeiradas...
O dia mais importante é o dia de hoje... E hoje você tem a oportunidade de reescrever a sua história... Conhecer novas paisagens... Colecionar imagens de cores vivas.
Lembre-se que você é um Espírito feito de luz e a luz sempre pode suplantar as trevas... por mais densas que sejam.
O importante é que jamais detenha o passo...
Se as forças físicas não lhe permitem mais correr como antes, ande depressa.
Se algo o impedir de andar depressa, caminhe lentamente, mas siga em frente.
E, se por algum motivo, não puder mais caminhar sem apoio, use bengalas, muletas, cadeira de rodas. Mas vá em frente...
E se, um dia, você não puder mais movimentar seu corpo para continuar andando, voe com o pensamento.
Seu pensamento nada e ninguém poderá deter.
Você é livre para pensar, para aprender, para alcançar os céus em busca de esperança e paz.
O essencial é que você não pare nunca...
Deus não criou você para a derrota. Deus criou você para a vitória, para a felicidade plena. E essa conquista é a parte que lhe cabe.
Este é apenas um lembrete pois, um dia, um Sublime Alguém já nos disse tudo isso e nós esquecemos.
Esquecemos que Ele saiu do corpo mas jamais saiu da vida...
O Seu suave convite ainda paira no ar: Quem quiser vir após Mim, tome a sua cruz, negue-se a si mesmo, e siga-Me.
Esquecemos que Ele afirmou com convicção e firmeza: Nenhuma das ovelhas que o Pai Me confiou se perderá.
Eu sou uma de Suas ovelhas e você também é. Não importa a que religião você pertença. Não importa a que religião eu pertença.
Somos as ovelhas que o Criador confiou ao Sublime Pastor da Galileia, para que Ele nos ensine o caminho que nos conduzirá à felicidade plena.
* * *
Este é apenas um lembrete... que você pode até desconsiderar...
Mas uma coisa é certa: você não deixará de existir, como Espírito imortal que é e não evitará os percalços e as lições da caminhada, porque você, você é filho da Inteligência Suprema do Universo...
Pense nisso!


sexta-feira, 27 de julho de 2012

PERDOAR É TER DOMÍNIO SOBRE A FELICIDADE PARA CONQUISTAR A PAZ.

Num momento em que o destaque da mídia gira em torno da vingança televisiva "RITA X CARMINHA", apresentamos um texto de Jorge Hessen para reflexão: "Todos ansiamos a conquista da paz e procuramos a alegria de viver na Terra. Porém, que tipo de felicidade é essa que quanto mais se caça mais afastada permanece? Para que verdadeiramente conquistemos a paz e a felicidade, é urgente reconhecermos nossas fraquezas morais e colocarmos em prática a melhoria pessoal. Das diferentes angústias que nos afastam da paz e da felicidade, a mágoa tem lugar de relevo. Pensando nisso, deliberamos escrever a respeito do perdão, por considerar ser uma das grandes virtudes, por via das quais conseguiremos a paz e a felicidade cobiçadas.

A ordem “perdoar setenta vezes sete vezes” proferida por Jesus precisa ser aplicada ao limite máximo das nossas experiências cotidianas. Não obstante, excepcionalmente conseguimos perdoar pessoas que nos causaram algum agravo, lesão, perda ou ofensa, pois quase sempre elegemos permanecer zangados, desgostosos, melindrados ou magoados (às vezes por uma vida inteira ou várias encarnações). Há casos em que alguns instantes após a ocorrência da ofensa, quiçá, o agressor que nos danificou já tenha esquecido a expressão infeliz ou o insulto a nós dirigido. No que tange ao nosso sentimento de justiça, experimentamos em cada afronta sofrida a cólera ou a aversão e diversas ocasiões podemos escolher espaçar no tempo esses sentimentos destrutivos, na forma de rancor, preservando no recesso de nossa mente a aflição, a agonia, a ansiedade por alongados anos.

Jesus ensinou: "Se perdoardes aos homens as ofensas que vos fazem, também vosso Pai celestial vos perdoará os vossos pecados. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará os vossos pecados".(1) Perdoar é atitude sublime, além de imperativo, já que para que sejamos perdoados é mister que absolvamos o ofensor. O Criador tem nos indultado desde sempre. Tomando-se por base o convite ao perdão, ensinado e exemplificado pelo Cristo, aprendamos a não permitir que consternações, injúrias, danos morais de qualquer espécie nos causem repugnâncias, desapontamentos e agressividades delituosas. Temos na figura incomparável do Crucificado o exemplo culminante de clemência.

Infelizmente, quase sempre optamos por não perdoar no sentido mais exato do termo perdão. Criamos imagens sobre a ofensa sofrida e permanecemos reproduzindo a mágoa a todos que atravessam o nosso caminho, e muitas vezes chegamos às lágrimas, nos fazendo de vítimas quase sempre diante de tudo e de todos. Quando não topamos com alguma pessoa disposta a escutar a nossa lamúria, continuamos reprisando de contínuo a história do insulto em nosso coração. Essa sensação nos deteriora as ideias e ocupa um imenso espaço em nossa mente. É uma categoria de auto-obsessão. Com a mente embebida de pensamentos de “vingança e justiça com as próprias mãos”, não alcançamos raciocínios lógicos; não localizamos expedientes criativos para as dificuldades mais simples, arruinamos a aptidão de concentração, nos tornamos irrequietos e enfadados com pequeninas coisas.

“O perdão do Senhor é sempre transformação do mal no bem, com renovação de nossas oportunidades de luta e resgate, no grande caminho da vida. O perdão é em qualquer tempo, sempre um traço de luz conduzindo a nossa vida à comunhão com Jesus.”(2) Mas quando optamos por não perdoar (ou tão somente perdoar da “boca para fora”), denunciamos o outro pela nossa desdita, o que equivale a responsabilizar o próximo pela nossa condição de vítima em infindável amargura. Agindo assim, estamos oferecendo autoridade ao ofensor sobre nós, ou seja, a faculdade de despedaçar a nossa paz, a nossa calma, o nosso prazer de viver (felicidade) e sobretudo a nossa preciosa saúde.

Não desconhecemos que nosso estado emocional conduz a saúde de todos os complexos fisiológicos. Quando sustentamos bons pensamentos e emoções serenas, geramos frequências magnéticas que alcançam todas as estruturas celulares, conduzindo as reações eletrobioquímicas, a seiva imunológica, a divisão das células, a simbiose entre os tecidos, a alimentação, as funções neuropsíquicas, a pujança de ânimo, enfim, o vigor e a harmonia do arcabouço orgânico.

Sem sombra de dúvida, o máximo de benefício do perdão é para quem perdoa incondicionalmente. O infrator que nos ocasionou determinado agravo não está torturado com a nossa situação emocional. “Quem bate esquece” - diz o jargão popular – é verdade! O ofensor, via de regra, esquece a injúria que suscitou o nosso ajuizamento com a consequente condenação. Em boa medida, perdoar constitui desanuviar o coração; arrancar um espinho encravado n’alma, ter domínio sobre a tão procurada felicidade e conquistar a paz."

>

quinta-feira, 26 de julho de 2012

O MAIOR DESAFIO

Cada um de nós tem desafios diferentes. A vida é feita de desafios diários.
Para quem não dispõe de movimentos nas pernas, transportar-se da cama para a cadeira de rodas, a cada manhã, é um desafio.
Para quem sofreu um acidente e está reaprendendo a andar, o desafio está em apoiar-se nas barras, na sala de reabilitação, e tentar mover um pé, depois o outro.
Para quem perdeu a visão, o grande desafio é adaptar-se à nova realidade, aprendendo a ouvir, a tatear, a movimentar-se entre os obstáculos sem esbarrar. É aprender um novo alfabeto, é ler com os dedos, é adquirir nova independência de movimentos e ação.
Para o analfabeto adulto, o maior desafio é dominar aqueles sinais que significam letras, que colocados uns ao lado dos outros formam palavras, que formam frases.
É conseguir tomar o lápis e escrever o próprio nome, em letras de forma. É conseguir ler o letreiro do ônibus, identificando aquele que deverá utilizar para chegar ao seu lar.
Cada qual, dentro de sua realidade, de sua vivência, apontará o que lhe constitui o maior desafio: dominar a técnica da pintura, da escultura, da música, da dança.
Ser um ás no esporte. Ser o primeiro da classe. Passar no vestibular. Ser aprovado no concurso que lhe garantirá um emprego. Ser aceito pela sociedade. Ser amado.
Para vencer um desafio é preciso ter disciplina, ser persistente, ser diplomático, saber perdoar-se e perdoar aos outros.
É ser otimista quando os demais estão pessimistas. Ser realista quando os demais estão com os pensamentos na lua. É saber sonhar e ir em frente.
É persistir, mesmo quando ninguém consiga nos imaginar como um prêmio Nobel de Química, um pai de família, um professor, prefeito ou programador.
Acima de tudo, o maior desafio para deficientes, negros e brancos, japoneses e americanos, brasileiros e argentinos, para todo ser humano, é fazer.
Fazer o que promete. Dar o primeiro passo, o segundo e o terceiro. Ir em frente.
Com que frequência se escutam pessoas dizendo que vão fazer regime, que vão estudar mais, que vão fazer exercício todo dia, que vão ler mais, que vão assistir menos televisão, que vão...
Falar, reclamar ou criticar são os passatempos mais populares do mundo, perdendo só, talvez, para o passatempo de culpar os outros pelo que lhe acontece.
Então, o maior desafio é fazer. E não adianta você dizer que não deu certo o que pretendia porque é cego, ou porque é negro, ou porque é amarelo, ou porque você é brasileiro. Ou porque mora numa casa amarela. Ou porque não teve tempo.
Aprenda com seus erros. Quando algo não der certo, você pode tentar de maneira diferente. Agora você já sabe que daquele jeito não dá.
Você pode treinar mais. Você pode conseguir ajuda, pode estudar mais, pode se inspirar com sábios amigos. Ou com amigos dos seus amigos.
Pode tentar novas idéias. Pode dividir seu objetivo em várias etapas e tentar uma de cada vez, em vez de tentar tudo de uma vez só.
Você pode fazer o que quiser. Só não pode é sentir pena de si mesmo. Você não pode desistir de seus sonhos.
* * *
Problemas são desafios. Dificuldades são testes de promoção espiritual.
Insucesso é ocorrência perfeitamente natural, que acontece a toda e qualquer criatura.
Indispensável manter o bom ânimo em qualquer lugar e posição.
O pior que pode acontecer a alguém é se entregar ao desânimo, apagando a chama íntima da fé e caminhar em plena escuridão.
Assim, confia em Deus, e, com coragem, prossegue de espírito tranquilo.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

ORAÇÃO ATENDIDA

Será que Deus atende mesmo a todas as orações? Jesus nos afirmou que tudo o que pedíssemos ao Pai em Seu nome, Ele nos concederia.
Mesmo assim, a debilidade da nossa fé, vez ou outra, faz com que nos perguntemos: Será que atende?
Afinal, quantos de nós já fizemos rogativas ao Criador, que jamais foram atendidas?
Será preciso algum detalhe que nos possibilite ser atendidos por Deus?
Os mais revoltados, ante seus problemas não solucionados pela Divindade, chegam a admitir a parcialidade Divina que atende a uns e não atende a outros.
Contudo, não é assim. Ocorre que, inúmeras vezes, não nos apercebemos que Deus nos responde, embora nem sempre da forma que desejamos.
Mas, com certeza, sempre é o melhor que o Pai dispõe.
Recordamo-nos de um soldado americano, ferido durante a Guerra Civil. Após o ferimento, seguiram-se meses e meses de sofrimentos. A sua dor atingiu o auge quando ele se deu conta de que havia se tornado um deficiente físico.
No entanto, a transformação radical em sua vida lhe abriu novos horizontes que ele sintetizou em uma oração.
Oração que talvez se constitua em uma das mais belas páginas escritas por um deficiente físico.
Conforme a tradução livre, do original inglês, diz ele:
Pedi a Deus que me desse forças, para tudo conseguir...
Fui feito fraco para aprender a obedecer.
Pedi a Deus a saúde para realizar coisas grandiosas...
Fui feito doente para realizar coisas difíceis.
Pedi a Deus por riquezas, para comprar felicidade...
Fui feito pobre, para vender sabedoria.
Pedi a Deus que me concedesse poder, para que os homens necessitassem de mim...
Fui feito insignificante, para sentir a necessidade de Deus ...
Pedi a Deus por tudo isso, para poder gozar a vida...
E Deus me deu a vida para poder avaliar seu gozo.
Não recebi nada do que pedi, mas obtive tudo aquilo que esperava ganhar.
A despeito dos meus erros, as preces que não fiz foram atendidas.
E, dentre todos os homens, eu me considero o mais ricamente abençoado.
* * *
O entendimento do soldado ferido que se tornou um paralítico anônimo nos dá a tônica de como Deus ouve nossas preces e as atende, sempre de acordo com o que seja melhor para nós.
Afinal, muitas vezes passamos a valorizar as pequeninas e preciosas coisas da vida, quando elas nos são retiradas.
* * *
O ano de 1981 foi o primeiro Ano Internacional da Pessoa Deficiente.
Ser deficiente não significa ser doente.
É simplesmente ser diferente. Diferente dos padrões considerados como normais.

Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 23 de julho de 2012

ANJOS GUARDIÃES

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.
Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.
Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.
Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.
São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.
Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naquele outros de perturbação e vulgaridade.
Nunca censuram, porque sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.
Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.
Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.
Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.
Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.
Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.
Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.
Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.
Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.
Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.
Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.
O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.
O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.
Imana-te a ele.
Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.
Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.

Médium: Divaldo Franco Autor: Joanna de Ângelis

sábado, 21 de julho de 2012

SUPERANDO DIFICULDADES

No ano de 2007, ao sofrer um assalto, o ortopedista Lídio Toledo Filho levou três tiros, o que o tornou um cadeirante, pois ficou paraplégico. Para muitos seria o fim da carreira médica, não para ele. Um ano depois estava de volta ao hospital e à mesa de cirurgia, agora para operar seus pacientes. Sempre calmo e esperançoso, Lídio Toledo Filho explica que, quando hospitalizado, tomou o impulso para viver: “Eu não podia continuar ali deitado olhando para o teto e pensando em coisas horríveis. Meu desejo de voltar a trabalhar foi maior do que a apatia de continuar parado”. E explica o que o levou a tomar essa decisão, o que o incentivou a apostar na vida: “Primeiro eu acordava e via a minha esposa ao meu lado. Isso foi um impulso, eu tinha uma responsabilidade. E depois, eu vi que para exercer o lado profissional não tinha praticamente nenhuma diferença. Eu precisava disso. Eu me olhava no espelho e me perguntava: Quem sou eu agora? Um paraplégico? Sem função sexual, sem sensibilidade? Isso provocava um vazio! Resolvi seguir o meu desejo e fui à luta”.

Como bem ensinou o Cristo, ninguém carrega sobre os ombros fardo mais pesado do que suas forças, pois Deus é pai bondoso e justo. Acionando as forças interiores, podemos superar qualquer dificuldade.

Outro exemplo dignificante é o físico inglês Stephen Hawking. Aos 21 anos recebeu o diagnóstico que era portador da esclerose lateral amiotrófica, doença degenerativa que mata as células nervosas responsáveis pelo controle da musculatura. Na previsão dos médicos, ele teria alguns meses de vida. Hoje está com 70 anos, tem três filhos e três netos, e acumula uma série de prêmios internacionais pelas suas descobertas científicas, além de ser um autor consagrado com milhões de livros vendidos em todo o mundo. Tudo isso acoplado a uma cadeira de rodas especialmente fabricada, que responde a estímulos elétricos de seus cérebro, pois ele está totalmente paralisado, apenas podendo mexer os olhos. E ele afirma: “Não importa quanto a vida possa ser ruim, sempre existe algo que você pode fazer, e triunfar. Enquanto há vida, há esperança”.

Lídio Toledo Filho e Stephen Hawking não têm religião. O físico inglês sequer acredita na existência de Deus. Mas ambos possuem fé e tiraram de si mesmos a força para vencer as dificuldades que pareciam intransponíveis. Como pode ser isso?

Encontramos a resposta em “O Evangelho segundo o Espiritismo”, quando, no capítulo 19, Allan Kardec publica mensagem de Um Espírito Protetor sobre a ”Fé, Mãe da Esperança e da Caridade”, compondo o item 12, da qual destacamos o seguinte trecho:
“A fé é o sentimento inato, no homem, da sua destinação. É a consciência das prodigiosas faculdades que traz em germe íntimo, a princípio em estado latente, mas que ele deve fazer germinar e crescer, através da sua vontade ativa. Até o presente, a fé só foi compreendida no seu sentido religioso, porque o Cristo a revelou como poderosa alavanca, e porque nele só viram um chefe de religião. Mas o Cristo, que realizou verdadeiros milagres, mostrou, por esses mesmos milagres, quanto pode o homem que tem fé, ou seja, que tem a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode realizar-se a si mesma. Os apóstolos, com o seu exemplo, também não fizeram milagres? Ora, o que eram esses milagres, senão os efeitos naturais de uma causa desconhecida dos homens de então, mas hoje em grande parte explicada, e que será completamente compreendida pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo?”
Como podemos observar pela explicação desse instrutor espiritual, a fé independe de religião, é uma faculdade pertencente ao espírito, que ele vai desenvolvendo na medida em que as experiências de vida trazem-lhe crescimento moral, intelectual e espiritual. Essas experiências de vida podem ou não ser místicas, pode ser que nesta encarnação não tenha nenhuma pelo lado religioso ou espiritual, talvez tenha tido em existências passadas, mas é fato que tira de si mesmo essa força com o auxílio de sua vontade, outro atributo do espírito.
O texto explicativo é claro: “O homem que tem fé, ou seja, que tem a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode realizar-se a si mesma … faz verdadeiros milagres”. O milagre, neste caso, não é a derrogação das leis naturais, na verdade nada tem de extraordinário, é apenas a demonstração do quanto podemos conjugando fé e vontade, pois então reunimos num só foco as forças magnéticas de que somos dotados, em conjugação com as forças magnéticas oriundas do fluido cósmico universal que nos rodeia, e então o que parecia impossível, muito difícil, torna-se, por assim dizer, de fácil execução.

Com os exemplos de Lídio Toledo Filho e Stephen Hawking, aprendemos que toda dificuldade pode ser superada, que mesmo tendo o corpo em estado de limitação orgânica, podemos fazer novas conquistas, mantendo-nos úteis a nós mesmos e à sociedade.

E com o Espiritismo, sabemos que o acaso não existe, que tudo tem o seu porquê, e que toda dor pode e deve ser transformada em aprendizado valioso para a o espírito que deverá continuar sua vida, mesmo após a morte, que é apenas do instrumento orgânico, sempre rumo à perfeição, o porto divino que nos aguarda mais cedo ou mais tarde, dependendo do que fazemos com nossa vontade e com nossa fé.

Escrito por Marcus De Mario

sexta-feira, 20 de julho de 2012

CONDUTAS INSANAS

A eloqüência humana beira a loucura no momento de sua falta de discernimento.

O tempo passa, e por todo momento ainda exibe-se a mais profunda e dura realidade que se estampa aos montes nas telas de um mundo totalmente globalizado, mas de muito pouco amor e baixa moralidade.

As conquistas humanas se perdem nos pensamentos e sentimentos insanos, pois por diversas vezes o indivíduo considerado “normal”, apresenta mais insanidade moral do que outro indivíduo rotulado pela sociedade.

Por diversas vezes o Cristo Jesus tentou explicar o explicável, mas a ganância e volúpia de uma sociedade involuída se resumem em dificuldades e conflitos criados pela própria mente e alma insana.

A crueldade física ou pensada, as atividades lamentáveis, as discriminações sem limites, fazem o grande exemplo do Mestre sucumbir à ingratidão do mundo que não tem olhos para ver além do seu próprio mundo pequeno, fechado e frio.

Espera-se um momento de progresso, mas a sinceridade com os próprios sentimentos e a percepção de si mesmo no Planeta Terra esvai-se como a água se esvai pelos ralos, sempre fétidos e sujos.

A definição de umbral não é a melhor possível, mas sabe-se que é fruto da consciência nossa de cada dia, podemos, desta maneira, criar no nosso céu, mas também nos aniquilarmos em um inferno criado pelas próprias expectativas, muitas vezes gananciosas, outras egoístas, outras obsessivas, mas todas, insanas!

Se a água se esvai, o tempo também.

Vale ressaltar que o tempo não é insano, a insanidade é desperdiçar o tempo com a finalidade de viver erroneamente!

Segundo A Gênese, se os séculos dos séculos são menos do que um segundo em relação à eternidade, o que é a duração da vida humana? Portanto, se tiveres braços, vá trabalhar!

Se tiveres pernas, aprenda a caminhar!

Se tiveres olhos, veja realmente o que deve ser visto!

Se tiveres ouvidos, aprenda a escutar o necessário!

Se tiveres boca, fale o que é realmente importante!

O progresso humano depende da vontade de enfrentar as dificuldades e lutar contra si mesmo.

Se mazelas corrompem a sanidade humana, o amor verdadeiro a si e a Deus é o bálsamo consolador contra as condutas insanas!

Mãos à obra!


Bibliografia
Obras básicas de Allan Kardec
A Gênese
O Céu e o Inferno
O Evangelho Segundo o Espiritismo
O Livro dos Espíritos
O Livro dos Médiuns
Obras Póstumas


Lilian Karla Buniak Pinto (Catanduva/SP)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

PESOS E MEDIDAS

Bem-aventurados os que têm sede de justiça, porque serão saciados. Essa afirmativa de Jesus nos faz pensar se podemos nos incluir no número dos que têm sede de justiça.
Segundo os dicionários, justiça quer dizer conformidade com o direito. Virtude de dar a cada um o que é seu.
Jesus, no entanto, se referiu à justiça recomendando que fizéssemos ao próximo o que gostaríamos que o próximo nos fizesse.
Todavia, nós que, tantas vezes, temos cobrado da Divindade que sacie a nossa sede de justiça, se analisarmos profundamente, não estamos verdadeiramente com sede de justiça, no real sentido do termo.
No convívio diário, muitas vezes nos surpreendemos agindo de forma injusta.
O trato com as pessoas que nos rodeiam é diferenciado conforme a posição social ou financeira, de subalternidade ou de autoridade, de que cada uma esteja investida.
Se nos dirigimos à serviçal que faz a faxina, por exemplo, falamos de determinada forma, num tom de voz e atenção distinto do que empregamos para falar com pessoas que ocupam cargos que, a nosso ver, são mais importantes.
Se a pessoa que nos procura está vestida com trajes elegantes, mesmo que não saibamos de quem se trate, a nossa deferência é imediata.
Mas, se está envolta em andrajos, bem diferente é a nossa atenção.
Outro exemplo, é quando nosso veículo começa a demonstrar sinais de que em breve terá o motor fundido. Qual a primeira idéia que nos vem à mente?
Se fôssemos pessoas justas, certamente faríamos uma boa revisão reparando os danos e, ao ofertá-lo a alguém, no caso de venda, falaríamos a verdade ao comprador.
Mas o que normalmente ocorre é a idéia de passá-lo adiante o mais rápido possível. E quem comprá-lo que fique com o prejuízo. Afinal, o mundo é dos espertos, pensamos.
Mas nos dizemos pessoas justas.
Se o inverso acontece conosco, imediatamente nos indignamos diante do que chamamos uma grande desonestidade. Como pôde alguém nos vender um veículo prestes a fundir o motor? Que injustiça!
Se observamos os governantes corruptos a tirar vantagens pessoais com os recursos públicos, imediatamente levantamos a voz para criticar e exigir justiça.
Mas, quantos de nós compramos atestados falsos para ludibriar o patrão e receber o salário integral?
Usamos, nos vários momentos, dois pesos e duas medidas. E como nos conhecemos, sabemos porque agimos dessa maneira. Sabemos quais são as nossas verdadeiras intenções.
Assim, podemos nos perguntar: Será que temos mesmo sede de justiça? Ou será que nos pesos e medidas só temos pensado em nós mesmos?
A promessa do Cristo é real e se cumprirá quando efetivamente tivermos sede de justiça, usando, como a Justiça Divina, um único peso e uma única medida, com imparcialidade.
Os Espíritos superiores recomendam que, caso tenhamos dúvidas quanto ao procedimento que devamos adotar com alguém, que nos coloquemos no lugar desse alguém e façamos exatamente o que desejaríamos que nos fosse feito.
Dessa forma, jamais nos equivocaremos, uma vez que todos queremos o melhor para nós mesmos.
Pensemos nisso!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

LIBERTANDO OS AFETOS

Certo dia, num final de inverno, quando as flores da primavera começavam o seu sublime trabalho de recobrir os campos ressecados pelo rigor do inverno, aquela alma generosa deixou o corpo físico.
As mãos quentes dos que ficaram desejavam reter aquele corpo hirto, sem vida, sem movimento.
Seria o fim?
Por que justamente ele, que sabia falar e calar, consolar e distribuir entusiasmo à sua volta?
Por que ele, que era um bom filho, bom irmão, bom esposo e bom pai?
Por que Deus o levou?
Por que não levou os criminosos renitentes, os corruptos inveterados, os estelionatários, os infiéis, enfim, porque não levou os homens que degradam a sociedade?
A resposta para todos esses questionamentos é muito simples.
Consideremos que a vida na Terra é uma oportunidade de crescimento para o Espírito imortal.
A existência, no corpo físico, é uma experiência necessária para que o Espírito progrida na conquista de sua felicidade.
Seria, por assim dizer, um tipo de prisão, onde ele pode quitar suas dívidas para com as Leis Divinas e conquistar novas virtudes.
Assim sendo, quem tem poucos débitos liberta-se antes. Quem tem menos compromissos libera-se deles em menor tempo.
Dessa forma, por que queremos que o nosso ente caro permaneça no cárcere se já recebeu alvará de soltura?
Não seria justo, nem do ponto de vista ético nem do racional.
Não queremos dizer com isto que todos os que se libertam antes são menos devedores, pois essa não é a realidade.
Como sabemos, muitos partem antes do tempo por imprevidência ou pelos abusos de toda ordem.
O que gostaríamos de enfatizar é que aqueles que partem naturalmente, pelos meios estabelecidos pela Divindade, sem a intervenção egoísta do homem, podem estar recebendo sua carta de alforria e, por essa razão, alçam voo antes de nós.
Morrer, para o justo, é libertar-se. É matar a saudade dos afetos que o antecederam na viagem de volta. É receber as glórias da vitória por ter vencido mais uma etapa no mundo físico.
E morrer, para o injusto, é deparar-se com o tribunal da própria consciência a acusá-lo por não ter sido corajoso o bastante para vencer-se a si mesmo e por não ter logrado conquistar mais virtudes.
É por essa razão que não devemos lamentar a morte dos justos, mas sim a daqueles que desperdiçam a existência buscando o gozo exclusivo para o corpo, sem pensar no Espírito, único que sobrevive além da aduana do túmulo.
É apenas o crepúsculo de uma existência que se encerra e a aurora de uma nova etapa que se inicia, na vida que nunca acaba.

Redação do Momento Espírita


sábado, 14 de julho de 2012

O SEU TESOURO


A vida moderna é muito rica e variada.
Entre infinitas possibilidades, por vezes as criaturas se sentem perdidas.
Quando quase tudo é possível, surge a dúvida quanto ao que é de fato importante e conveniente.
Você já parou para refletir sobre as escolhas que tem feito ao longo de sua vida?
Elas são coerentes com um projeto sério de metas previamente eleitas?
Ou você vai ao sabor das circunstâncias, sem pensar muito no que faz?
O raciocínio constitui uma bênção Divina em favor da Humanidade.
Ele deve ser usado para guiar o homem em sua trajetória evolutiva.
Convém raciocinar sobre quais são os seus objetivos e valores.
Pense sobre o que você realmente deseja.
Evite ser um autômato, que imita o comportamento alheio, sem raciocínio crítico.
A responsabilidade por suas escolhas é exclusivamente sua.
Pouco importa que os vizinhos ou amigos tenham agido de modo semelhante ou mesmo pior.
Como você utilizou seu tempo na Terra, as opções que fez, tudo isso ficará registrado em sua consciência.
Pense que você é um Espírito imortal temporariamente vinculado a um corpo físico.
O seu mergulho momentâneo na matéria integra um amplo programa de burilamento e ascensão.
Você renasceu com a finalidade de se desapegar de velhos vícios e desenvolver virtudes.
Está cumprindo esse programa redentor ou perdendo-se em bobagens?
Medite seriamente sobre o modo como tem gastado seu tempo na Terra.
Segundo afirmou o Cristo, onde está o seu tesouro, aí está o seu coração.
O que o homem valoriza e busca com insistência domina os seus sentimentos.
Os sentimentos amplificam o valor inicial e tornam a busca mais intensa.
Isso pode ser um círculo vicioso ou virtuoso, conforme o tesouro almejado seja nobre ou vil.
A busca por honrarias e riquezas desvia o Espírito de seus reais projetos.
Envolto em ilusões, ele se perde no alarido vistoso do Mundo.
Já a procura por emoções nobres e por uma vida reta e digna conduz à plenitude.
Caso perceba que está trilhando caminhos tortuosos, esforce-se por retificá-los.
Utilize a razão em seu favor.
Fixe em sua mente que é um Espírito imortal e que a vida na Terra é passageira.
Conscientize-se da inarredável verdade de que a morte do corpo é coisa certa.
E de que a libertação dos círculos de dor pressupõe o bom aproveitamento das oportunidades recebidas.
Compenetrado disso, coloque o seu tesouro nos dons espirituais.
Centre a atenção em burilar seu intelecto, em dominar antigos vícios e em desenvolver bondade e compaixão.
Transforme o aprimoramento pessoal em sua meta maior.
Gradualmente, o seu coração passará a estar junto com esse tesouro imortal.
O esforço do princípio se converterá em facilidade e em prazer.
O hábito do bem forjará uma segunda e maravilhosa natureza.
Então, você experimentará a paz de quem colocou o próprio tesouro onde ninguém pode roubar.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

SILENCIO NA CASA ESPÍRITA

Por que o silêncio é considerado tão importante na casa espírita?

Se vocês tivessem que ler um contrato muito longo, em um ambiente onde estivessem reunidas mais de cinqüenta pessoas conversando ao mesmo tempo, você teria condições de entender o contrato a ponto de assiná-lo e concordar com todas suas entrelinhas?

Provavelmente a sua resposta e a da grande maioria aqui presente seria que NÃO. O barulho que com certeza provoca o desvio da atenção desperdiçaria o trabalho da leitura deste documento e, com certeza teríamos que recomeçar várias vezes para chegarmos a um nível mínimo de compreensão e, a cada vez que houvesse esse recomeço estaríamos gastando muito mais energia do que normalmente o faríamos em uma situação de concentração total ao conteúdo exposto.

Algo muito parecido com essa situação acontece em todas as reuniões assistenciais de um Centro Espírita, quando as pessoas não se preocupam que estão em um espaço que requer silêncio e oração e passam a conversar entre si.

Entendamos aqui SILÊNCIO como algo muito maior que o simples sentido literário da palavra, pois neste caso especificamente o SILÊNCIO é muito mais do que isso!

Permanecendo em silêncio, nos voltamos para nosso interior em um momento de reflexão, o que nos faz pensar no porque de estarmos aqui, nossas angústias, nossos problemas, nossas ansiedades e reais necessidades. Mas, maior do que toda essa interiorização é o descobrimento do tamanho da nossa FÉ, pois esse é um momento de entrega, onde naturalmente conversamos com DEUS, uma conversa informal de amigo para amigo.

É a partir dessa sintonia, que podemos tirar o máximo de proveito desse momento especial, onde as boas energias circulam a nossa volta como pequenas luzes representadas pelos nossos amigos espirituais que estão aqui disponíveis e contando com nossa colaboração para que tudo saia conforme determinação de nosso Deus em sua infinita bondade.

Silêncio e prece!!! Eis a fórmula que nos aproxima de Deus!! Quando entramos em prece, vamos nos distanciando das coisas negativas e passamos a absorver o que é bom, o que é positivo.

Sentimos um bem indefinível e, vamos sentindo a esperança brotar dentro de nós. Novas perspectivas, novos pontos de vista, novos caminhos. É como se a luz da esperança entrasse pelas arestas de nossa alma.

O ambiente da Casa Espírita é reflexo do entendimento de seus freqüentadores do quanto este local pode ser definido como um hospital de almas. É como se aqui e agora tivéssemos refletida no espaço uma verdadeira UTI, igual as nossas aqui da terra e, não é só isso, em cada ambiente desta nossa casa, companheiros da espiritualidade estão trabalhando. Este trabalho invisível aos olhos da carne, não acontece só hoje, neste dia em que nos reunimos para aprender um pouco mais sobre o Evangelho de Jesus; mas sim todos os dias, dia e noite, pois por aqui passam há todos instantes espíritos necessitados de auxílio, e nossa equipe espiritual, está agindo vinte e quatro horas por dia, por todos assistidos desta nossa casa e, neste elenco está cada um de vocês.

O sucesso deste auxílio depende em muitos aspectos da harmonia e energia que aqui se encontram e essa energia e harmonia, dependem em grande parte de todos nós que aqui estamos. Devemos estar em nossa Casa Espírita, como estaríamos em um hospital, de forma respeitosa, mantendo o silêncio e a oração.

Claro que tem momentos em que seja necessário falar, mas vamos falar em tom baixo e procurar ser o mais breve possível. Isso atribui-se aos assistidos e aos trabalhadores, afinal todos juntos sem exceção, formamos o elo forte e imprescindível dessa corrente que formamos junto com a espiritualidade.

Somos a alicerce que funda essa obra de assistência, amor e dedicação ao próximo e é dessa forma que encontraremos a harmonia com os trabalhadores espirituais e estaremos contribuindo humildemente com todos os trabalhos operados neste dia tão importante de nossa Casa.

Entendemos que muitas vezes é difícil manter-nos em silêncio e oração, afinal são tantos os motivos de distração: amigos que se reencontram, crianças que brincam calor excessivo e tantos outros fatores. Muitas vezes uma situação inconveniente é inevitável, mas vamos tentar fazer esse inevitável em ordem, pois não podemos esquecer que aqui e agora neste exato momento necessitados de toda espécie estão sendo tratados, nossos olhos físicos não vê, mas com certeza nosso coração pode sentir e dentre esses necessitados podemos estar nós mesmos ou aquele que está aí ao seu lado e sua atitude pode definitivamente influenciar na eficiência desse atendimento e sabe por quê? Porque cada um de nós aqui reunidos, podemos nos considerar um trabalhador da Casa Espírita, pois a caridade pode ser feita por qualquer um que deseje isso sinceramente. Basta que seu coração esteja repleto de amor e humildade, que você esteja predisposto a ajudar aquele que precisa e pode estar aí exatamente do seu lado. Deus nos dá todas as oportunidades, precisamos percebê-las.

A caridade pode ser feita em silêncio!! Com uma oração sincera, porque com certeza aquele irmãozinho que estiver necessitando, seja ele encarnado ou não, receberá as bênçãos de amor que ela emana. Uma oração tem poderes que na maioria das vezes não somos capazes de imaginar. Bendita seja essa ferramenta que não nos custa nada. Basta conversarmos com Deus, sem medo de errar, sem frases prontas, apenas sermos sinceros.

A caridade pode ser feita com o toque da tua mão, com um olhar, um sorriso, das formas mais simples. Basta querer, basta estar disposto.

Portanto queridos irmãos, aproveitem esse momento de espera pelo início de nossa reunião e ore!! Ore e ajude aquele companheiro que está fazendo barulho, ainda sem muito entendimento dos mecanismos da espiritualidade, conversando sobre os mais variados assuntos, para que assim ele possa se equilibrar e receber todas as boas energias que emanará desta prece.

Aproveita este momento e te reconcilie com a espiritualidade e acima de tudo com você mesmo. Embora sozinhos ainda sejamos um pequeno grão de areia, façamos a nossa parte incentivando aquele que não está fazendo a fazer.

Seja o exemplo, porque mais que palavras, o que ecoa são as atitudes. São elas que serão lembradas.

Sirvamos de exemplo para tudo.

Dessa forma, com silêncio, oração, bons exemplos, respeito e boa vontade é que criaremos condições favoráveis para que nossos amigos espirituais já nos encontrem prontos, sem a necessidade de remover toda aquela carga negativa que trazemos de fora, devida às nossas aflições, desesperanças, medos. Vamos colaborar, pois assim nossa equipe assistencial concentrará todos os seus esforços diretamente sobre os nossos problemas e inquietações e, com certeza, alcançaremos todo o bem que pudermos e formos merecedores.

Viu como é ajudando que se é ajudado??

Façamos a nossa parte!!

Alex Sandro Mazarini

quinta-feira, 12 de julho de 2012

A EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE


Os médiuns, quaisquer que sejam as suas faculdades, são preciosos instrumentos de observação do mundo dos Espíritos e úteis. Auxiliares na propagação dos princípios Espíritas. Por isso, não devem ser abandonados a si mesmos, sem direção nem educação especial.

Quando um indivíduo se apresenta com sinais de mediunidade, ê quase certo ser aconselhado por diversas pessoas entre elas, até dirigentes de trabalhos espíritas a de desenvolver imediatamente a Mediunidade, para não ser molestado a todo momento por Espírito atrasados e para isso tomar parte em sessões práticas e prestar caridade o que, no dizer dessas pessoas, é por o médium à disposição dos Espíritos e, à medida que o paciente vai demonstrando sinais de perturbação físicas como sejam extremecimento dos nervos; bocejos, crises de choro, etc. – forçá-lo repetidamente a falar, sob a alegação de que um espírito quer se manifestar por ele, que não quer "entregar o corpo". E por "caridade" - entendem que é ficar o médium constantemente à mesa dos trabalhos para que os Espíritos recebam luz através do “doutrinador”.

É certo que o médium é, geralmente, perturbado por entidades espirituais, umas empenhadas em afastá-lo do cumprimento de seus deveres na Terra e outras, em conduzi-lo por meio do sofrimento - ainda que a entidade perturbadora não saiba disso - para o desempenho de uma missão ou a realização de um trabalho necessário a sua elevação espiritual. Mas não é assim que se deve proceder com o médium, confundindo-o, nas mais das vezes, com indivíduos perturbados ou obsidiados, que estão colhendo frutos de suas vidas irregulares passadas ou presentes, é que não são médiuns, mas simples indivíduos em provações ou expiações, a serem tratados de modo diferente.

O médium necessita - não há dúvida - colocar-se a serviço do bem, mas para isso o primeiro passo é EDUCAR-SE e o primeiro esforço deve ser no sentido de: RESISTIR AS INVESTIDAS OCULTAS DOS ESPÍRITOS, tornando-se senhor de sua faculdade, através do estudo e da correção de qualquer falha em sua vida particular. Por isso, deve primeiramente procurar um centro espírita bem orientado reunir-se a outros companheiros e resolver-se a ser um cristão e não tão somente um médium.

Educar a mediunidade não consiste em ensinar o médium a receber facilmente uma boa quantidade de comunicações ou “entregar o corpo” aos espíritos. Os indivíduos que melhor entregam o corpo aos espíritos são os subjugados, os obsidiados, fazendo-o mesmo à luz do sol, sem necessidades de ambientes escuros ou dirigentes de trabalhos a sua frente, pois até nas ruas e, mesmo dentro das igrejas são tomados por Espíritos com a máxima facilidade. Educar a Mediunidade, portanto, consiste nas seguintes principais providências por parte da pessoa que tiver este encargo:

1-FAZER O MÉDIUM COMPREENDER QUE, SENDO UM INSTRUMENTO A SERVIÇO DO BEM, DEVE COMEÇAR POR SE ADAPTAR, AOS POUCOS A UMA VIDA CRISTÃ;

2-INCUTIR NA MENTE DO MÉDIUM A NESSIDADE DO ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA PRINCIPALMENTE DO “O LIVRO DOS ESPÍRITOS” FACILITANDO ESSE ESTUDO ATRAVÉS DE AULAS ORGANIZADAS E DE PESSOAS COMPETENTES;

3-FAZÊ-LO COMPENETRAR-SE DE SUAS RESPONSABILIDADES NO DESENPENHO DE SUA TAREFA MEDIÚNICA E DA NECESSSIDADE DE SE DOMINAR QUANDO NÃO FOR OCASIÃO DE RECEBIMENTO DE COMUNICAÇÕES ESPIRITUAIS;

4-FAZÊ-LO COMPREENDER BEM QUAL O COMPORTAMENTO QUE SE DEVE MANTER QUANDO MEDIUNIZADO; ENVOLVIMENTO NORMAL PELA CONJUGAÇÃO SERENA E HARMONIOSA DE SEUS FLUIDOS COM OS DOS ESPÍRITOS COMUNICANTES;ATITUDES MODERADAS, CONTROLE DA ENTONAÇÃO DE VOZ, MANEIRA CORTEZ DE SE EXPRESSAR. E, AINDA QUE, SERVINDO A ESPÍRITO DE POUCO CONHECIMENTO OU ESPÍRITO CHAMADO DE SOFREDOR; AUSÊNCIA COMPLETA DE EXTERIORIZAÇÃO, TAIS COMO RESPIRAÇÃO OFEGANTE, CONTORÇÕES, GEMIDOS, BATIMENTOS DE PÉS E MÃOS E OUTROS MOVIMENTOS QUE CAUSEM MÁ IMPRESSÃO; CONSEGUINDO RESULTADO NO TERRENO EDUCATIVO, FAZER O MÉDIUM COMPARECER ÀS SESSÕES EXPERIMENTAIS, OBSERVANDO OS CONSELHOS CONSTANTES DOS CAPITÚLOS SEGUINTES.

Texto extraído do Livro “Manual do Dirigente Espírita” - Emílio Manso Vieira - Paiva Editora, Lake, São Paulo.


quarta-feira, 11 de julho de 2012

A CHAMA DA ALMA

Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.
Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca.
Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.
Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso e amado por todos.
Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu: “Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo.”
Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.
O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: “Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?”
O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu: “Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada.”
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: “Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam.”
“Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário.”
O sábio representa na história as pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas e afirmam ter raiva da vida.
O rei representa as criaturas tranqüilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas atividades que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras.
Quando se tornam líderes, são criativas, dignas e enriquecedoras.
Deste último grupo saem os que promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes cultivadores da verdade.
***
Com ligeiras variações, é o lar que responde pela felicidade ou a desgraça da criatura. É o lar que gera pessoas de bem ou os candidatos à perturbação.
É na infância que o espírito encarnado define a sua escala de valores que lhe orientará a vida.
Por tudo isto, o carinho, na infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito que merece a criança, são fundamentais para a formação de homens saudáveis, ricos de beleza, de bondade, de amor que influenciam positivamente a sociedade onde vivem.
Em nossas mãos, na condição de pais, repousa a grande decisão: como desejamos que sejam os nossos filhos tranqüilos como o rei ou atormentados como o sábio.


terça-feira, 10 de julho de 2012

A SABEDORIA DO SAMURAI

Conta-se que, perto de Tóquio, capital do Japão, vivia um grande samurai.
Já muito idoso, ele agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, apareceu por ali um jovem guerreiro, conhecido por sua total falta de escrúpulos. Era famoso por usar a técnica da provocação.
Utilizando-se de suas habilidades para provocar, esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de inteligência e agilidade, contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
Assim que soube da reputação do velho samurai, propôs-se a não sair dali sem antes derrotá-lo e aumentar sua fama.
Todos os discípulos do samurai se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio.
Foram todos para a praça da pequena cidade e diante dos olhares espantados, o jovem guerreiro começou a insultar o velho mestre.
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais.
Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu sereno e impassível.
No final da tarde, sentindo-se exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de o mestre ter aceitado calado tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram:
Como o senhor pôde suportar tanta indignidade?
Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
O sábio ancião olhou calmamente para os alunos e, fixando o olhar num deles lhe perguntou:
Se alguém chega até você com um presente e lhe oferece mas você não o aceita, com quem fica o presente?
Com quem tentou entregá-lo, respondeu o discípulo.
Pois bem, o mesmo vale para qualquer outro tipo de provocação e também para a inveja, a raiva, e os insultos, disse o mestre.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.
Por essa razão, a sua paz interior depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, se você não o permitir.
Sempre que alguém tentar tirar você do sério, lembre-se da sábia lição do velho samurai.
Lembre-se, ainda, que seus atos lhe pertencem. Só você é responsável pelo que pensa, sente ou faz.
Só você, e mais ninguém, pode permitir que alguém lhe roube a paz ou perturbe a sua tranquilidade.
Foi por essa razão que Jesus afirmou que só lobos caem em armadilhas para lobos.
Assim, aceitar provocações ou deixar que fiquem com quem nos oferece, é uma decisão que cabe exclusivamente a cada um de nós.
Pensemos nisso!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

SUICIDAS MORREM... MAS NÃO DESENCARNAM!


No espiritismo costuma se usar o termo “Desencarnar” quando uma pessoa morre, porém no caso do suicídio as coisas ocorrem de forma mais lenta.

Em diversas obras encontramos trechos em que os espíritos afirmam que ficam presos ao corpo até sua completa extinção, Allan Kardec nos revela isso com propriedade na entrevista publicada na Revista Espírita de junho de 1858 com o titulo “ O suicida de Samaritana”

“5. Qual foi o motivo que vos levou ao suicídio? - R. Estou morto?... Não...

Habito meu corpo... Não sabeis o quanto sofro!... Eu estufo... Que mão compassiva procure me matar!

13. Que reflexões fizestes no momento em que sentistes a vida se extinguir em vós? - R. Não refleti; senti... Minha vida não está extinta... minha alma está ligada ao meu corpo... Sinto os vermes que me roem.”

No livro “Depois do Suicídio” de Cleonice Orlandi de Lima, temos o depoimento de Jacinto[1] : “ Continuei com o corpo morto, mas sem poder me separar do cadáver. Assim paralisado assisti aos funerais, ouvi os lamentos e as recriminações dos presentes pelo meu ato. Horrorizado, vi fecharem o caixão sobre mim.

Fui conduzido, assistindo a tudo e sempre sentindo a dor do ferimento na boca. Carregaram-me ao cemitério, enterraram-me e me deixaram sozinho. Senti a sufocação do fundo da cova, mas não podia fazer o mais leve movimento. Estava colado ao corpo morto! As dores que sentia eram fabulosamente insuportáveis. E, logo a seguir, passei a sentir o cheiro do corpo apodrecendo. Senti a mordedura dos vermes, milhões de mordidas ao mesmo tempo, por todo o corpo. Dores incríveis!

Muito tempo depois a carne foi se separando dos ossos, foi se acabando e eu sempre ali, sentindo as dores e assistindo a tudo. A sede, a fome e o frio me torturavam. A dor do ferimento da boca nunca me abandonou. Jamais tive um único minuto de descanso, em que pudesse dormir.”

Emmanuel no livro “O Consolador” confirma :

“Suicidas há que continuam experimentando os padecimentos físicos da última hora terrestre, em seu corpo somático, indefinidamente. (...) a pior emoção do suicida é a de acompanhar, minuto a minuto, o processo da decomposição do corpo abandonado no seio da terra, verminado e apodrecido."[2]

Yvone Pereira no livro “Memoria de um Suicida” nos trás uma visão do que ocorre quando finalmente o espírito se desliga do corpo contando a história de Camilo Castelo Branco que desencarnado, foi para o "Vale dos Suicidas", onde sofreu horrores, , durante 12 anos até ser resgatado em 1903.

Devemos ainda levar em conta que o suicídio não é só aquele brutal e relativamente rápido, tem também os fumantes, alcoólatras, e/ou viciados de maneira geral.

“O suicídio brutal, violento, é crueldade para com o próprio ser. No entanto, há também o indireto, que ocorre pelo desgastar das forças morais e emocionais, das resistências físicas no jogo das paixões dissolventes, na ingestão de alimentos em excesso, de bebidas alcoólicas, do fumo pernicioso, das drogas aditícias, das reações emocionais rebeldes e agressivas, do comportamento mental extravagante, do sexo em uso exagerado, que geram sobrecargas destrutivas nos equipamentos físicos, psicológicos e psíquicos...”[3]

Kardec é bem claro sobre a questão do suicídio no Livro dos espíritos entre as questões 944 até 946.

“Na morte violenta as sensações não são precisamente as mesmas. Nenhuma desagregação inicial há começado previamente a separação do perispírito; a vida orgânica em plena exuberância de força é subitamente aniquilada. Nestas condições, o desprendimento se começa depois da morte e não pode completar-se rapidamente. No suicídio, principalmente, excede a toda expectativa. Preso ao corpo por todas as suas fibras, o perispírito faz repercutir na alma todas as sensações daquele. Com sofrimentos cruciantes.”[4]

Muitos podem questionar se o suicídio pode ser induzido por um obsessor, Yone Pereira novamente nos brinda com a resposta : “Não obstante, homens comuns ou inferiores poderão cair nos mesmos transes, conviver com entidades espirituais inferiores como eles e retornar obsidiados, predispostos aos maus atos e até inclinados ao homicídio e ao suicídio. Um distúrbio vibratório poderá ter várias causas, e uma delas será o próprio suicídio em passada existência.”[5]

A doutrina espírita nos ensina que a morte não é o fim; e que de outra forma a vida continua. Que muitas vezes somos influenciados por obsessores, porem esses só agem devido ao nosso desiquilíbrio, e que precisamos ter consciência do que ocorre, caso desistamos da vida a qual tivemos o privilegio de através da reencarnação buscar compreender e superar as provas e expiações.

“A certeza da vida futura, com todas as suas consequências, transforma completamente a ordem de suas ideias, fazendo-lhe ver as coisas por outro prisma: é um véu que se ergue e lhe desvenda um horizonte imenso e esplêndido. Diante da infinidade e da grandeza da vida além da morte, a existência terrena desaparece, como um segundo na contagem dos séculos, como um grão de areia ao lado da montanha. Tudo se torna pequeno e mesquinho e nos admiramos por havermos dado tanta importância às coisas efêmeras e infantis. Daí, em meio às vicissitudes da existência, uma calma e uma tranquilidade que constituem uma felicidade, comparados com as desordens e os tormentos a que nos sujeitamos, ao buscarmos nos elevar acima dos outros; daí, também, ante as vicissitudes e as decepções, uma indiferença, que tira quaisquer motivos de desespero, afasta os mais numerosos casos de loucura e remove, automaticamente, a idéia de suicídio.”[6]


Escrito por Marcos Paterra
Artigo publicado pela RIE em Junho de 2012

[1] Rio de Janeiro, outubro de 1917- Ed. DPL. São Paulo.1998.

[2] XAVIER, Francisco C. O Consolador, pelo Espírito Emmanuel. 7 ed. Rio de Janeiro:. p. 96. FEB, 1977

[3] FRANCO Divaldo P. ADOLESCÊNCIA E VIDA. CAPÍTULO 25 - O ADOLESCENTE E O SUICÍDIO. P. 76. Ed. FEB.1999.

[4] KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Capítulo 1, 2ª Parte, ítens 11 e 12Ed. FEB. Rio de Janeiro.2.000

[5] PEREIRA, Yvone. Recordações da Mediunidade. Editora FEB. Rio de Janeiro.

[6] KARDEC, Allan. O Principiante Espírita. Cap. Consequências do Espiritismo (item 100). P. 44. Ed. Pensamento. São Paulo. 1955

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A PAZ QUE TRAGO EM MEU PEITO

A paz que trago hoje em meu peito é diferente da paz que eu sonhei um dia...
Quando se é jovem ou imaturo, imagina-se que ter paz é poder fazer o que se quer, repousar, ficar em silêncio e jamais enfrentar uma contradição ou uma decepção.
Todavia, o tempo vai nos mostrando que a paz é resultado do entendimento de algumas lições importantes que a vida nos oferece. A paz está no dinamismo da vida,no trabalho, na esperança, na confiança, na fé...
Ter paz é ter a consciência tranqüila, é ter certeza de que se fez o melhor ou, pelo menos, tentou...
Ter paz é assumir responsabilidades e cumpri-las, é ter serenidade nos momentos mais difíceis da vida.
Ter paz é ter ouvidos que ouvem, olhos que vêem e boca que diz palavras que constroem.
Ter paz é ter um coração que ama...
Ter paz é brincar com as crianças, voar com os passarinhos, ouvir o riacho que desliza sobre as pedras e embala os ramos verdes que em suas água se espreguiçam...
Ter paz é não querer que os outros se modifiquem para nos agradar, é respeitar as opiniões contrárias, é esquecer as ofensas.
Ter paz é aprender com os próprios erros, é dizer não, quando é não que se quer dizer... Ter paz é ter coragem de chorar ou de sorrir quando se tem vontade...
É ter forças para voltar atrás, pedir perdão, refazer o caminho, agradecer...ter paz é admitir a própria imperfeição e reconhecer os medos, as fraquezas, as carências...
A paz que hoje trago em meu peito é a tranqüilidade de aceitar os outros como são, e a disposição para mudar as próprias imperfeições.
É a humildade para reconhecer que não sei tudo e aprender até com os insetos... É a vontade de dividir o pouco que tenho e não me aprisionar ao que não possuo.
É melhorar o que está ao meu alcance, aceitar o que não pode ser mudado e ter lucidez para distinguir uma coisa da outra.
É admitir que nem sempre tenho razão e, mesmo que tenha, não brigar por ela.
A paz que hoje trago em meu peito é a confiança naquele que criou e governa o mundo...
A certeza da vida futura e a convicção de que receberei, das leis soberanas da vida, o que a elas tiver oferecido.
Pense nisso!
Às vezes, para manter a paz que hoje mora em teu peito, é preciso usar um poderoso aliado chamado silêncio.
Lembra-te de usar o silêncio quando ouvir palavras infelizes.
Quando alguém está irritado.
Quando a maledicência te procura.
Quando a ofensa te golpeia. Quando alguém se encoleriza.
Quando a crítica te fere. Quando escutas uma calúnia.
Quando a ignorância te acusa. Quando o orgulho te humilha.
Quando a vaidade te provoca.
O silêncio é a gentileza do perdão que se cala e espera o tempo, por isso é uma poderosa ferramenta para construir e manter a paz.
Momento Espírita

terça-feira, 3 de julho de 2012

PARADOXO DO NOSSO TEMPO

Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.
Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das 'rapidinhas', dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.
Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira (o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem!
Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado.
Fé e equilibrio em todas as direções!

Por. GEORGE CARLIN

segunda-feira, 2 de julho de 2012

AS APARÊNCIAS ENGANAM!


Num orfanato, igual a tantos outros que enxameiam por toda parte, havia uma pobre órfã, de oito anos de idade.
Era uma criança lamentavelmente sem encantos, de maneiras desagradáveis, evitada pelas outras, e francamente malquista pelos professores.
Por essa razão, a pobrezinha vivia no maior isolamento.
Ninguém para brincar,
ninguém para conversar... Sem carinho, sem afeto, sem esperança... Sua única companheira era a solidão.
O diretor do orfanato aguardava ansioso uma desculpa legítima para livrar-se dela.
E um dia apresentou-se, aparentemente, uma boa desculpa.
A companheira de quarto da menina informou que ela estava mantendo correspondência com alguém de fora do orfanato, o que era terminantemente proibido.

- Agora mesmo, disse a informante, ela escondeu um papel numa árvore.
O diretor e seu assistente mal puderam esconder a satisfação que a denúncia lhes causara.
Vamos tirar isso a limpo agora mesmo, disse o superior.
E, somando-se ao assistente, pediu para que a testemunha do delito os acompanhasse a fim de lhes mostrar a prova do crime.
Dirigiram-se os três, a passos rápidos, em direção à árvore na qual estava colocada a mensagem.
De fato, lá estava um papel delicadamente colocado entre os ramos.
O diretor desdobrou, ansioso, o bilhete, esperando encontrar ali a prova de que necessitava para livrar-se daquela criança tão desagradável aos seus olhos.
Todavia, para seu desapontamento e remorso, no pedaço de papel um tanto amassado, pôde ler a seguinte mensagem:
"A qualquer pessoa que encontrar este papel: eu gosto de você."
Os três investigadores ficaram tão decepcionados quanto surpresos com o que leram.
Decepcionados porque perderam a oportunidade de livrar-se da menina indesejável, e surpresos porque perceberam que ela era menos má do que eles próprios.
Quantos de nós costumamos julgar as pessoas pelas aparências, embora saibamos que estas são enganadoras.
E o pior é que, se as aparências não nos agradam, marcamos a pessoa e nos prevenimos contra ela e suas atitudes.
Uma antiga e sábia oração dos índios Siuox, roga a Deus o auxílio para nunca julgar o próximo antes de ter andado sete dias com as suas sandálias.
Isto quer dizer que, antes de criticar, julgar e condenar uma pessoa, devemos nos colocar no seu lugar e entender os seus sentimentos mais profundos.
Aqueles que talvez ela queira esconder de si mesma, para proteger-se dos sofrimentos que a sua lembrança lhe causaria.

Nenhuma pessoa é essencialmente má.
Isso porque todos nós temos, na intimidade, a Centelha Divina que é o amor em gérmen.
Assim sendo, potencialmente todos somos bons, basta que nos esforcemos para fazer brilhar essa chama sagrada depositada em nós pelo Criador.
Jesus conhecia essa realidade, por isso afirmou: Vós sois deuses e noutra oportunidade insistiu: Brilhe a vossa luz.

Redação do Momento Espírita