quinta-feira, 31 de outubro de 2013

ARTE DE OUVIR

Onde quer que te encontres, de uma ou de outra forma, despertarás o interesse de alguém.
Algumas pessoas poderão arrolar-te como antipático e até buscarão hostilizar-te.
Outras se interessarão por saber quem és e o que fazes.
Inúmeras, no entanto, te falarão, intentando um relacionamento fraterno.
Cada qual sintonizará contigo dentro do campo emocional em que estagia.
Como há carência de amigos e abundância de problemas, as criaturas andam a cata de quem as ouça, ansiando por encontrar compreensão.
Em razão disso, todos falam, às vezes simultaneamente.

Concede, a quem chega, a honra de o ouvir.
Não te apresses em cumulá-lo de informações, talvez desinteressantes para ele.
Silencia e ouve.
Não aparentes saber tudo, estar por dentro de todos os acontecimentos.
Nada mais desagradável e descortês do que a pessoa que toma a palavra de outrem e conclui-lhe a narração, nem sempre corretamente.
Sê gentil, facultando que o ansioso sintonize com a tua cordialidade e descarregue a tensão, o sofrimento...
No momento próprio, fala, com naturalidade, sem a falsa postura de intocável ou sem problema.
A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CALMA PARA O ÊXITO

Em todos os passos da vida, a calma é convidada a estar presente.
Aqui, é uma pessoa tresvariada, que te agride...
Ali, é uma circunstância infeliz, que gera dificuldade...
Acolá, é uma ameaça de insucesso na atividade programada...
Adiante, é uma incompreensão urdindo males contra os teus esforços...
É necessário ter calma sempre.
A calma é filha dileta da confiança em Deus e na Sua justiça, a expressar-se numa conduta reta que responde por uma atitude mental harmonizada.

Quando não se age com incorreção, não há por que temer-se acontecimento infeliz.
A irritação, alma gêmea da instabilidade mocional, é responsável por danos, ainda não avaliados, na conduta moral e emocional da criatura.
A calma inspira a melhor maneira de agir, e sabe aguardar o momento próprio para atuar,  propiciando os meios para a ação correta.
Não antecipa, nem retarda.
Soluciona os desafios, beneficiando aqueles que se desequilibram e sofrem.

Preserva-te em calma, aconteça o que acontecer.
Aprendendo a agir com amor e misericórdia em favor do outro, o teu próximo, ou da circunstância aziaga, possuirás a calma inspiradora da paz e
do êxito.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

terça-feira, 29 de outubro de 2013

DESCONFIANÇA

Certamente, um coração que pulsa com equilíbrio é resultado de uma consciência pacificada.

Para que tal ocorra é indispensável que o homem adquira a sabedoria da confiança.
Graças a ela, goza de tranqüilidade íntima, agindo com inteireza moral e sem qualquer prevenção.
A confiança deflui de uma atitude sempre positiva em relação à vida, à criatura em si mesma e ao próximo.
Educando-se a vontade e corrigindo-se a óptica para melhor observar os acontecimentos, logra-se adquirir a confiança pessoal que é uma forma de segurança de conduta, elegendo o que fazer, como realizá-lo e para que executá-lo.

A desconfiança grassa entre os homens com ou sem motivo que a justifique.
Gera desconforto e mal-estar, armando indivíduos uns contra os outros, dando margem a suspeitas infundadas e a ódios que se instalam, prejudiciais.
Quem padece o mal da desconfiança, apresenta-se instável, arredio, caindo em alienações que estiolam a alegria de viver.

Se alguém age mal em relação a ti, ele é quem deve estar inquieto.
Se outrem te prejudica, propositadamente, o drama deve ser dele.
Em qualquer situação, espanca a desconfiança da tua agenda de atividade, permanecendo tranqüilo e feliz.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

DIVIDIR COM AMOR



A miséria sócio-econômica, que entulha as avenidas do mundo, mistura-se à de natureza moral, que atulha os edifícios e residências de luxo como os guetos da promiscuidade libertina.

O que podes fazer, parece-te quase sem sentido ou significação, tão grande e volumoso é o problema. Apesar disso, não te escuses de auxiliar.

Se não consegues ir à causa do problema, minimiza-lhe os efeitos.

Desde que não podes erradicar, de um golpe, a fome, a enfermidade, a ignorância, contribui com a tua quota de amor, por mínima que seja.

Sempre podes dividir do que possuis, com aquele que nada tem.

Quando repartes com amor, multiplicas a esperança, favorecendo a alegria.

Menos tem, aquele que se nega a doar algo.

Afirma-se que esse gesto de amor gera o paternalismo, promove o vício...

Não têm razão, os que assim informam.

Muitos males, e alguns crimes, são abortados quando uma atitude de amor interrompe o passo do infeliz que padece fome, desespero e dor...

Somente quem aprende a abrir a mão, descerra o bolso, terminando por oferecer o coração.

Faze o que te esteja ao alcance, e a vida fará o resto.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

domingo, 27 de outubro de 2013

INQUIETAÇÃO

Vez que outra, apresenta-se, inesperadamente, e toma corpo, terminando por gerar desconforto e depressão.

Aparece como dúvida ou suspeita e ganha forma, passando por diferentes fases, até controlar a emotividade que se transtorna, levando a estados graves.
Aqui, se apresenta na condição de medo em relação ao futuro.
Ali, se expressa em forma de frustração, diante do que não foi logrado.
Acolá, se manifesta como um dissabor qualquer, muito natural, aliás, em todas as vidas.
Há momentos em que se estabelece como conflito, inspirando rebeldia e agressividade.
Noutras ocasiões, ei-la em forma de desconforto íntimo e necessidade de tudo abandonar...

No turbilhão da vida hodierna em face do intercâmbio psíquico nas faixas da psicosfera doentia que grassa, é muito difícil a manutenção de um estado de equilíbrio uniforme.
A inquietação, porém, constante, deve merecer mais acurada atenção, a fim de ser debelada.
Não lhe dês guarida, dialogando com as insinuações de que se faz objeto.
Evita as digressões mentais pessimistas, e não te detenhas nas conjecturas maliciosas.
Ninguém está a salvo desses momentos difíceis. Todavia, todos têm o dever de superá-los e avançar confiantes nos resultados opimos das ações encetadas.
Assim, age sempre com correção e não serás vítima de inquietações desgastantes.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

sábado, 26 de outubro de 2013

AMOR AOS ANIMAIS

Em fevereiro de 2012, o jornal Daily Mail noticiou que uma australiana, chamada Nicole Graham, e sua filha passeavam em dois cavalos numa praia em Melbourne, na Austrália, quando caíram em um atoleiro semelhante à areia movediça.
Nicole conseguiu se arrastar na lama para ajudar a filha e um dos animais mas, o cavalo chamado Astro, que montava, acabou ficando preso.
Sua filha saiu em busca de socorro. Nicole estava segura e poderia se manter fora do atoleiro, mas não o fez.
Percebeu que quanto mais seu estimado animal se movimentava, na tentativa de levantar, mais seu corpo submergia.
Sentou-se, então, ao lado dele tentando acalmá-lo. Nesse momento quase todo o corpo do animal se encontrava soterrado.
Correndo risco de morte e com o corpo parcialmente coberto pela areia, Nicole permaneceu por três horas com os braços ao redor da cabeça do cavalo, tentando mantê-la erguida, de modo que ficasse para fora da lama até o socorro chegar.
À medida que o tempo passava, o animal corria também risco de afogamento, pois estava à beira-mar e o nível da água subia rapidamente, ao redor do ponto onde ele estava atolado.
Numa cena emocionante de desespero e solidariedade, aquela mulher arriscou a própria vida para salvar a do animal. Demonstrou o quanto o ser humano é capaz de amar a Criação Divina.
Ela não abandonou seu cavalo enquanto ele não foi salvo.
Minutos antes da água tomar conta do local, as equipes de resgate conseguiram tirar Astro da lama.

É dever do ser humano respeitar e proteger todas as formas de vida.
Os diversos animais que rodeiam nossa existência, no planeta Terra, são também criaturas de Deus e devem ser considerados como irmãos menores.
Podemos nos servir deles sempre que necessário, mas nenhum direito é em si ilimitado.
Eles não estão no mundo com a única finalidade de serem úteis aos homens e devemos ter consciência de que o exercício abusivo de qualquer direito é sempre reprovável.
Deus colocou os animais sob nossa guarda. Temos, portanto, o dever de protegê-los.
As pessoas que amam e cultivam a convivência com os animais, se observarem com atenção, verificarão que várias espécies são portadoras de qualidades que consideramos humanas.
São capazes de ter paciência, prudência, vigilância, obediência e disciplina. Demonstram, muitas vezes, sensibilidade, carinho e fidelidade.
Têm sua linguagem própria, seus afetos e sua inteligência rudimentar. 
Dão-nos a ideia de que quanto mais perto se encontram das criaturas humanas, mais se lhes assemelham.
Na convivência com esses seres, devemos estabelecer o limite entre o que é realmente necessário e o que é supérfluo.
Quando estiverem sob nossos cuidados ofereçamos-lhes alimentação adequada, afeto, condições básicas de higiene e tratamento para a saúde sempre que necessário.
Reflitamos sobre como temos agido em relação a esses companheiros de jornada.

Redação do Pense Nisso.

INSEGURANÇA

Há momentos em que se imiscuem, no sentimento do combatente, emoções desconcertantes.

Ressaibo do atavismo ancestral, que remanesce em contínuas investidas, logra vencer quantos lhe dão guarida, estimulados pela autopiedade e pela presunção.
Porque se espalha a agressividade, tens a impressão de que lhe serás a próxima vítima.
Diante das incertezas que decorrem da beligerância generalizada, absorves o vapor deletério que se expressa em forma de insegurança.
Tem cuidado com esse tipo de fobia em relação ao presente, ao futuro, e aos que te cercam.

Há os que se armam, pensando em reagir, quando agredidos.
Outros se condicionam para a agressão em primeiro passo, como mecanismo de defesa.
Diversos revestem-se de falsa condição de superioridade, evitando os contatos humanos que lhe parecem desagradar.

Desarma-te desses vãos atavios.
Ergue-te em pensamento a Deus e n’Ele confia.
Somente acontece o que é necessário para o progresso do homem, exceto quando ele, irresponsavelmente, provoca situações e acontecimentos prejudiciais, por imprevidência e precipitação.
Cultivando o otimismo e a paz, avançarás no teu dia-a-dia, vencendo o tempo e poupando-te aos estados de insegurança íntima, porque estás sob o comando de Deus.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

A PALAVRA

Poderoso veículo de comunicação, a palavra é instrumento que poucos utilizam como deveriam.
A boa palavra ergue e consola, ensina e corrige, ampara e salva.
A má palavra envenena e mata, enlouquece e fulmina, desequilibra e arma de ódio.
Muitos falam sem pensar, gerando antipatias e fomentando crimes.
Outros pensam sem falar e perdem as oportunidades edificantes de sustentar o ideal do bem e da vida.
Falar por falar expressa desequilíbrio, tanto quanto calar, sempre, denota doentia introspecção.

Dispões desse abençoado instrumento para preservar a vida e enriquecê-la de bênçãos, que é a palavra.
Usa o verbo com sabedoria, ensinando, ajudando e impulsionando as pessoas ao avanço, ao progresso.
Articula a palavra sem gritaria, nem desconcerto emocional, de modo que se te faça agradável, inspirando os que te ouvem e gerando simpatia em teu favor.
A arte de falar é conquista que todos devem lograr.
Não a esgrimas com teu verbo, nem a sepultes no mutismo da alienação.
Fala sobre o bem, o amor e a esperança, propondo a alegria entre as criaturas e ensinando-as a adquirir segurança pessoal no processo da evolução.


Joanna deÂngelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O DESÂNIMO

Tóxico imobilizador, o desânimo se insinua suavemente, dominando as
reservas da coragem e submetendo o combatente à sua ação perturbadora.
Instala-se, a pouco e pouco, inspirando pessimismo e mal-estar, que se  agrava, qual invasor que conquista passo a passo os espaços abandonados à sua frente.
O desânimo é inimigo covarde que ceifa mais vidas do que o câncer, pelos resultados que logra na economia do comportamento humano.

Quando sintas a insinuação do desânimo, ciciando-te falsos motivos para que abandones a peleja, ou a postergues, ou a desconsideres, tem cuidado.
Usa a razão e expulsa-o da casa mental.
Às vezes, se te apresenta na condição de mágoa defluente de qualquer incompreensão sofrida, e, noutras ocasiões, em forma de exaustão de forças, que deves superar, mediante mudança de atitude mental e de atividade física.
A marcha do tempo é inexorável.
De qualquer forma, as horas se sucedem.
Utiliza-as de maneira condigna, mesmo que, a peso de sacrifícios.
Quando transponhas a barreira da dificuldade, constatarás a vantagem de haver perseverado, descobrindo-te rico de paz, face aos tesouros de amor e realização que adquiriste.
Motivo algum deve servir de apoio para o desânimo.
Tudo, na vida, constitui convite para o avanço e a conquista de valores, na harmonia e na glória do bem.

Joanna de Ângelis/Divaldo Franco, do livro "Episódios Diários".

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

AÇÃO - BONDADE


A cobrança da gratidão diminui o valor da dádiva.
O bem não tem preço, pois que, à semelhança do amor, igualmente não tem limite.
Quando se faz algo meritório em favor do próximo aguardando recompensa, eis que se apaga a qualidade da ação, em favor do interesse  pessoal grandemente pernicioso.
O Sol aquece e mantém o planeta sem qualquer exigência.
A chuva abençoa o solo e o preserva rico, em nome do Criador, sustentando os seres e se repete em períodos ritmados, não pedindo nada.
O ar, que é a razão da vida, existe em tão harmonioso equilíbrio e discrição, que raramente as criaturas se dão conta da sua imprescindibilidade.

Faze o bem com alegria e, no ato de realizá-lo, fruirás a sua recompensa.
Ajuda a todos com naturalidade, como dever que te impões, a favor de ti  mesmo, e te aureolarás de paz.
Se estabeleces qualquer condição para ajudar, desmereces a tua ação, empalidecendo-lhe o valor.
Une-te ao exército anônimo dos heróis e apóstolos da bondade.
Ninguém te saberá o nome, no entanto, o pensamento dos beneficiados  sintonizará com a tua generosidade estabelecendo elos de ligação e segurança  para a harmonia no mundo.
Os que se destacam na ação comunitária e são aplaudidos,  homenageados, sabem que, sem as mãos desconhecidas que os ajudam, coisa  alguma poderiam produzir.
Assim, os benfeitores verdadeiros são os da retaguarda e não os que brilham nos veículos da Comunicação.
Aproveita o teu dia e vai semeando auxílios, espargindo bondade de que esteja rica a tua vida, e provarás o licor da alegria na taça da felicidade de servir.

Joanna deÂngelis e Divaldo Franco do livro "Episódios Diários".

terça-feira, 22 de outubro de 2013

HORA VAZIA

Cuidado com a hora vazia, sem objetivo, sem atividade.
Nesse espaço, a mente engendra mecanismos de evasão e delira.
Cabeça ociosa é perigo a vista.
Mãos desocupadas, facultam o desequilíbrio que se instala.
Grandes males são maquinados quando se dispõe de espaço mental em aberto.

Se, por alguma circunstância, surge-te uma hora vazia, preenche-a com uma leitura salutar, ou uma conversação positiva, ou um trabalho que aguarda oportunidade para execução, ou uma ação que te proporcione prazer...
O homem, quanto mais preenche os espaços mentais com as idéias do bem, mediante o estudo, a ação ou a  reflexão, mais aumenta a sua capacidade e conquista mais amplos recursos para o progresso.
Estabelece um programa de realizações e visitas para os teus intervalos mentais, as tuas horas vazias, e te enriquecerás de desconhecidos tesouros de  alegria e paz.
Hora vazia, nunca!

Joanna de Ângelis e Divaldo Franco do livro "Episódios Diários".


segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CONVERSAÇÕES INFELIZES

Naturalmente, porque estes são dias de insatisfação, as pessoas que de ti se acercam, trazem, quase sempre, comentários negativos e observações deprimentes.
Surgem, nas conversas, apontamentos depreciativos que chamuscam a honra alheia, quando não lhes atiram lama na conduta que invejam.
Intrigas urdem vinganças sórdidas, entre sorrisos e sarcarmos, gerando inquietação, soprando suspeitas ignóbeis.
Assuntos triviais tomam o tempo, e expressões chulas, com anedotário vulgar, entorpecem a razão, mantendo psicosfera doentia.

Quando te vejas envolvido pelo clima das conversações nefastas, muda de assunto, propõe tema diferente, conciliador, edificante, substituindo a vulgaridade e o pessimismo, que devem ceder espaço ao conhecimento da beleza e da verdade.
As conversas vis envenenam aqueles que as sustentam, enquanto vilipendiam vidas outras que padecem constrições e vivem situações difíceis buscando superá-las a contributo de muito sacrifício.
Seja tua a palavra de gentileza e de esperança em qualquer situação.
Entretece comentários respeitosos e educa os que te compartem as palavras, gerando otimismo e fraternidade a todo momento.

Joanna de Ângelis e Divaldo Franco do livro "Episódios Diários".

domingo, 20 de outubro de 2013

A IRRITAÇÃO

Ao sair do lar, defrontas os problemas da condução e do trânsito, na busca da tua oficina de trabalho.
Transportes abarrotados, pessoas rudes, multidões apressadas, violência pela disputa de lugares, ruas e avenidas movimentadas...

Se chove, emperra o trânsito e as dificuldades se ampliam.
Se faz sol, o calor produz mal-estar e as reclamações promovem aborrecimento.
Se dispões de veículo próprio, não te podes mover conforme gostarias, pelas vias de acesso, em congestionamento crescente.

Todos têm que chegar a tempo.
O relógio não pára.
Os que se atrasaram pretendem recuperar os minutos perdidos e atropelam os que estão ao lado ou à frente...

A irritação chega e se instala, perturbando-te e levando-te a competir também com os agressivos.
As buzinas produzem bulha, os semáforos te interrompem a marcha, e tudo parece estar contra os teus propósitos.

Mantém a calma.
Amanhã, propõe-te a sair de casa mais cedo.
A tranqüilidade de todo um dia, merece o teu investimento de alguns minutos.
Não te irrites, portanto, evitando os perigos da ira, que instala desequilíbrios graves que podes evitar
.

Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, do Livro "Episódios Diários".

sábado, 19 de outubro de 2013

O CANSAÇO

Quando te sintas sitiado pelo desfalecimento de forças ou o cansaço se te insinue em forma de desânimo, pára um pouco e refaze-te.
O cansaço é mau conselheiro.
Produz irritação ou indiferença, tomando as energias e exaurindo-as.
Renova a paisagem mental, buscando motivação que te predisponha ao prosseguimento da tarefa.
Por um momento, repousa, a fim de conseguires o vigor e o entusiasmo para a continuidade da ação.
Noutra circunstância, muda de atividade, evitando a monotonia que intoxica os centros da atenção e entorpece as forças.
Não te concedas o luxo do repouso exagerado, evitando tombar na negligência do dever.
Com método e ritmo, conseguirás o equilíbrio psicológico de que necessitas, para não te renderes à exaustão.

Jesus informou com muita propriedade, numa lição insuperável, que “o Pai até hoje trabalha e eu também trabalho”, sem cansaço nem enfado.
A mente renovada pela prece, e o corpo estimulado pela consciência do dever, não desfalecem sob os fardos, às vezes, quase inevitáveis do cansaço.
Age sempre com alegria e produze sem a perturbação que o cansaço proporciona.

Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, do Livro "Episódios Diários".

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

O TRABALHO

Após a tensão experimentada no trânsito sufocante, chegas invariavelmente ao local de trabalho, com mau humor, cansaço ou indisposição.
Relacionas então as necessidades que deves suprir, e sofres sob a conjuntura que se te impõe, no trabalho diário.
Vês outros indivíduos que parecem prósperos e felizes, usufruindo benefícios da vida, que nunca te chegaram, e a amargura começa a aninhar-se no teu sentimento doído.

Evita cair no desalento, face à insinuação falsa.
O trabalho é dom da vida, que dignifica e mantém o homem.
Em toda parte o trabalho se impõe como lei mantenedora do equilíbrio.
Sem ele tudo retornaria ao caos do princípio, e os objetivos superiores naufragariam no tédio e na ociosidade doentios.
Busca, portanto, motivação para fazeres bem o teu trabalho, renovando-te nele e nele colocando os teus melhores empenhos, de modo a te enriqueceres de justa gratificação emocional em relação ao teu maravilhoso meio de ganhar com nobreza o pão diário.

Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, do Livro "Episódios Diários"

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O PRIMEIRO DESAFIO

Disposto a esquecer o mal, dedicando-te ao bem, enfrentas o primeiro desafio.
Incidente doméstico ocorre envolvendo-te emocionalmente.
Tens a impressão que todo o planejamento para o dia se desfaz.
Sentes os nervos abalados e estás a ponto de aceitar a pugna.
Silencia, porém, e age.
O hábito da discussão perniciosa se te instalou no comportamento, e crês que não possuis forças para superar o acontecimento danoso.

Recorda que estás num clima de efeitos que vêm dos dias anteriores, quando te engajavas nas provocações, reagindo no mesmo tom.
Os familiares não sabem das tuas disposições novas e, porque estão acostumados às querelas e agressões, preservam o ambiente prejudicial.

Em teu procedimento de homem novo necessitas do autocontrole, reconquistando os familiares, que se surpreenderão com a tua nova filosofia de vida.
Contorna o primeiro desafio, dilui por antecipação e com sabedoria o mal-estar que ele podia gerar.
Este é o passo inicial para o teu dia feliz.


Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, do Livro "Episódios Diários"

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

A PREPARAÇÃO

A fim de ser preservado e mantido, o corpo exige cuidados vários, desde a higiene à conservação das peças que o constituem, sem o que inumeráveis males lhe perturbam o equilíbrio, interrompendo-lhe a existência.
Assim também a alma.
Responsável pela organização somática é a geradora de forças que facultam a vida física, exigindo, por conseqüência, atendimento especial, sem o que se lhe desarticulam os equipamentos sutis, fazendo-a tombar no desfalecimento ou na alucinação com todos os prejuízos disso decorrentes.

Desse modo, antes de qualquer atividade, ao iniciar-se o dia, Reserva-lhe alguns minutos para a sua sustentação.
Faze uma pequena leitura de página otimista e consoladora, que te fixe clichês mentais positivos e agradáveis.
Medita um pouco no seu conteúdo valioso, como a imprimi-lo nas telas
delicadas da memória, de modo que dele te impregnes, estabelecendo uma
disposição favorável às lutas que enfrentarás.
Encerra, esses minutos, com uma prece, através da qual intentes sintonizar com o pensamento da sabedoria universal, haurindo inspiração e forças no amor de Deus.
Equipado com estas energias, terás atendido, em terapia preventiva, a
tua realidade eterna — o eu espiritual — podendo, então, partir para os
primeiros confrontos da experiência do teu novo dia.


Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, do Livro "Episódios Diários"

terça-feira, 15 de outubro de 2013

AO AMANHECER

Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.
Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados;
otimismo diante das ocorrências que surgirão;
coragem no confronto das lutas naturais;
recomeço de tarefa interrompida;
ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.

Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.
Dirige cada ação à sua finalidade específica.
Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.

Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.
Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso
para a vitória que buscas.

Joanna de Ângelis e Divaldo Franco, do Livro "Episódios Diários" ,

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

ÁS OVELHAS DO BOM PASTOR



“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas eu vos chamo amigos, porque tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer” (João, capítulo 15º, versículo 15)

Uma das principais simbologias usadas pelo Cristianismo é a da liderança representada por um pastor e suas ovelhas. O Cristo tem sido apresentado durante os séculos como o Bom Pastor, e a humanidade, o seu rebanho - o conjunto de fiéis a ser dirigido ou orientado por Ele.
Todavia, precisamos entender que o Mestre é diferente do líder paternalista ou autoritário que age no pressuposto de que as criaturas devam ser conduzidas aos empurrões, a golpes de um cajado ou com um cão pastor nos seus calcanhares, com a finalidade de não se desviarem da rota certa.
O conceito de Guia Benevolente ou de Pastor das Almas é verdadeiro no que se refere à solicitude infinita de Deus, por intermédio de Jesus, para com suas criaturas, porém não deve ser entendido como atitude paternalista, quer dizer, dominação sufocante, objetivando à obediência cega.
Atualmente, sugere-se que os líderes não sejam protecionistas e que jamais utilizem a frase “estou fazendo isso visando apenas a seu próprio bem”, a fim de impor furtivamente suas idéias de direção e comando. Os aprendizes do Evangelho não se desenvolvem num clima de servilismo patético, ou seja, não devem ser conduzidos como ovelhas incapazes e inertes, ao som impositivo de um estalido da chibata.
O aprisco seguro, os campos de pastagens e as fontes de água límpida são fatores a ser estimulados pelos dirigentes espíritas aos seareiros iniciantes.
E não os regimes de austeridade paternalista, caracterizados pela tendência a uma eterna passividade que impede o desenvolvimento da própria manutenção física, psíquica e espiritual das criaturas.
Acreditamos que a rebeldia está submetida às forças educadoras da Providência Divina, razão pela qual ninguém precisa forçar ou literalmente “conduzir” os outros ao caminho certo; no momento exato, as leis naturais farão isso.
Um núcleo espírita cristão cresce quando todos se unem com a disposição de desenvolver suas habilidades, sem qualquer rigorismo ou imposições. Há quem acredite que um grupo apenas floresce quando as cabeças pensam de forma idêntica. A prática tem demonstrado o contrário:
companheiros de índole e habilidades diferenciadas obtêm resultados surpreendentes nas tomadas de decisões e encontram com maior facilidade soluções criativas.
Nas searas de ação no bem, não conduzamos os trabalhadores ao redil da mesmice, mas sim às atividades da messe generosa da criatividade e do progresso interior.
O maior desrespeito para com um companheiro de jornada está na tentativa de o constranger aos nossos pontos de vista, sem considerar o que ele pensa, quer ou necessita. Manter um comportamento desinteressado pelas aspirações de liberdade manifestadas pelos liderados - ainda que no intuito de beneficiá-los - é negar-lhes o direito básico à dignidade individual.
O Nazareno não conquistou as multidões que O seguiam sendo prepotente ou desinteressado de suas necessidades. Ele ouviu apelos e respeitou as criaturas. Por isso, não agiu sozinho; arrebanhou inúmeros candidatos ao entendimento da Boa Nova, pois não poderia transmitir sua mensagem particularmente a cada pessoa. Inspirou colaboradores e, assim, criou discípulos que, por sua vez, incentivaram outros obreiros ao serviço na Vinha de Luz.
O comando do Bom Pastor não implica obediência impensada a que se ame o próximo. Ao contrário, sua liderança induz as pessoas a amar ao próximo espontaneamente. Todo ensinamento, na missão do Mestre, reveste-se de profunda expressão figurada:
“Já não vos chamo servos” - serviçais prestam serviços e apenas obedecem as ordens; “porque o servo não sabe o que o seu senhor faz; mas eu vos chamo amigos” - amigos compartilham sentimentos e ideais e participam das atividades de modo voluntário.
“Tudo o que ouvi de meu Pai eu vos dei a conhecer” -na amizade e no amor se repartem os bens imortais da alma.
Os verdadeiros líderes iluminam o lado positivo de seus liderados, revelando o que neles existe de bom e incentivando-os ao crescimento.
As ovelhas do rebanho do Senhor são convocadas ao aperfeiçoamento de seus sentidos interiores, para que possam por si mesmas perceber e interpretar, onde estiverem, a voz do comando amoroso do Bom Pastor.

Do livro “CONVIVER E MELHORAR”  pelo espírito Batuíra e psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto

domingo, 13 de outubro de 2013

ORAÇÃO DE TODOS OS DIAS

Oração de Todos os Dias 
Senhor,
Fazei-me perceber que o trabalho do bem me aguarda em toda parte.
Não me consistas perder tempo atravéz de indagações inúteis.
Lembra-me por misericórdia, que estou no caminho da evolução, com os meus semelhantes, não para consertá-los e sim para atender a minha própria melhoria.
Induza-me a respeitar os direitos alheios, afim de que os meus sejam preservados.
Dê-me consciência do lugar que me compete, para que não esteja a exigir da vida aquilo que não me pertence.
Não me permita sonhar com realizações incompatíveis com os meus recursos, entretanto por acréscimo de bondade fortaleça-me para execução das pequeninas tarefas ao meu alcance.
Apaga-me os melindres pessoais, de modo que não me transforme em estorvo diante dos irmãos aos quais devo convivência e cooperação.
Auxilia-me a reconhecer que cansaço e dificuldade não pode converter-me em pessoa intratável mas mostra-me por piedade quanto posso fazer nas obras usando paciência e coragem acima de quaisquer provações que me atinjam a existência.
Concede-me forças para irradiar a paz e o amor que nos ensinastes, e sobre tudo Senhor, perdoa as minhas fragilidades e sustenta a minha fé para que eu possa estar sempre em ti, servindo aos outros.
Que assim seja!

sábado, 12 de outubro de 2013

"TODO FILHO É PAI DA MORTE DE SEU PAI"

Há uma quebra na história familiar onde as idades se acumulam e se sobrepõem e a ordem natural não tem sentido: é quando o filho se torna pai de seu pai.
É quando o pai envelhece e começa a trotear como se estivesse dentro de uma névoa. Lento, devagar, impreciso.
É quando aquele pai que segurava com força nossa mão já não tem como se levantar sozinho. É quando aquele pai, outrora firme e instransponível, enfraquece de vez e demora o dobro da respiração para sair de seu lugar.
É quando aquele pai, que antigamente mandava e ordenava, hoje só suspira, só geme, só procura onde é a porta e onde é a janela - tudo é corredor, tudo é longe.
É quando aquele pai, antes disposto e trabalhador, fracassa ao tirar sua própria roupa e não lembrará de seus remédios.
E nós, como filhos, não faremos outra coisa senão trocar de papel e aceitar que somos responsáveis por aquela vida. Aquela vida que nos gerou depende de nossa vida para morrer em paz.
Todo filho é pai da morte de seu pai.
Ou, quem sabe, a velhice do pai e da mãe seja curiosamente nossa última gravidez. Nosso último ensinamento. Fase para devolver os cuidados que nos foram confiados ao longo de décadas, de retribuir o amor com a amizade da escolta.
E assim como mudamos a casa para atender nossos bebês, tapando tomadas e colocando cercadinhos, vamos alterar a rotina dos móveis para criar os nossos pais.
Uma das primeiras transformações acontece no banheiro.
Seremos pais de nossos pais na hora de pôr uma barra no box do chuveiro.
A barra é emblemática. A barra é simbólica. A barra é inaugurar um cotovelo das águas.
Porque o chuveiro, simples e refrescante, agora é um temporal para os pés idosos de nossos protetores. Não podemos abandoná-los em nenhum momento, inventaremos nossos braços nas paredes.
A casa de quem cuida dos pais tem braços dos filhos pelas paredes. Nossos braços estarão espalhados, sob a forma de corrimões.
Pois envelhecer é andar de mãos dadas com os objetos, envelhecer é subir escada mesmo sem degraus.
Seremos estranhos em nossa residência. Observaremos cada detalhe com pavor e desconhecimento, com dúvida e preocupação. Seremos arquitetos, decoradores, engenheiros frustrados. Como não previmos que os pais adoecem e precisariam da gente?
Nos arrependeremos dos sofás, das estátuas e do acesso caracol, nos arrependeremos de cada obstáculo e tapete.
E feliz do filho que é pai de seu pai antes da morte, e triste do filho que aparece somente no enterro e não se despede um pouco por dia.
Meu amigo José Klein acompanhou o pai até seus derradeiros minutos.
No hospital, a enfermeira fazia a manobra da cama para a maca, buscando repor os lençóis, quando Zé gritou de sua cadeira:
— Deixa que eu ajudo.
Reuniu suas forças e pegou pela primeira vez seu pai no colo.
Colocou o rosto de seu pai contra seu peito.
Ajeitou em seus ombros o pai consumido pelo câncer: pequeno, enrugado, frágil, tremendo.
Ficou segurando um bom tempo, um tempo equivalente à sua infância, um tempo equivalente à sua adolescência, um bom tempo, um tempo interminável.
Embalou o pai de um lado para o outro.
Aninhou o pai.
Acalmou o pai.
E apenas dizia, sussurrado:
— Estou aqui, estou aqui, pai!
O que um pai quer apenas ouvir no fim de sua vida é que seu filho está ali.

Texto de Fabrício Carpinejar, publicado no site da Zero Hora dia 06/10/2013.