sábado, 31 de agosto de 2013

A GENTE SE ACOSTUMA...

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez paga mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.

Marina Colasanti

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

NEM TUDO É FÁCIL



É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada.
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...Mas, com certeza, nada é impossível.
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!


Cecília Meireles
Poetisa e professora

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A ALEGRIA DOS OUTROS

Um jovem, muito inteligente, certa feita se aproximou de Chico Xavier e indagou-lhe:
Chico, eu quero que você formule uma pergunta ao seu guia espiritual, Emmanuel, pois eu necessito muito de orientação.
Eu sinto um vazio enorme dentro do meu coração. O que me falta, meu amigo?
Eu tenho uma profissão que me garante altos rendimentos, uma casa muito confortável, uma família ajustada, o trabalho na Doutrina Espírita como médium, mas sinto que ainda falta alguma coisa.
O que me falta, Chico?
O médium, olhando-o profundamente, ouviu a voz de Emmanuel que lhe respondeu:
Fale a ele, Chico, que o que lhe falta é a "alegria dos outros"! Ele vive sufocado com muitas coisas materiais. É necessário repartir, distribuir para o próximo...
A alegria de repartir com os outros tem um poder superior, que proporciona a alegria de volta àquele que a distribui.
É isto que está lhe fazendo falta, meu filho: a "alegria dos outros".
* * *
Será que já paramos para refletir que todas as grandes almas, que transitam pela Terra, estiveram intimamente ligadas com algum tipo de doação?
Será que já percebemos que a caridade esteve presente na vida de todos esses expoentes, missionários que habitaram o planeta?
Sim, todos os Espíritos elevados trazem como objetivo a alegria dos outros.
Não se refere o termo, obviamente, à alegria passageira do mundo, que se confunde com euforia, com a satisfação de prazeres imediatos.
Não, essa alegria dos outros, mencionada por Emmanuel, é gerada por aqueles que se doam ao próximo, é criada quando o outro percebe que nos importamos com ele.
É quando o coração sorri, de gratidão, sentindo-se amparado por uma força maior, que conta com as mãos carinhosas de todos os homens e mulheres de bem.
Possivelmente, em algum momento, já percebemos como nos faz bem essa alegria dos outros, quando, de alguma forma conseguimos lhes ser úteis, nas pequenas e grandes questões da vida.
Esse júbilo alheio nos preenche o coração de uma forma indescritível. Não conseguimos narrar, não conseguimos colocar em palavras o que se passa em nossa alma, quando nos invade uma certa paz de consciência por termos feito o bem, de alguma maneira.
É a Lei maior de amor, a Lei soberana do Universo, que da varanda de nossa consciência exala seu perfume inigualável de felicidade.
Toda vez que levamos alegria aos outros a consciência nos abraça, feliz e exuberante, segredando, ao pé de ouvido: É este o caminho... Continue...
* * *
Sejamos nós os que carregam sempre o amor nas mãos, distribuindo-o pelo caminho como quem semeia as árvores que nos farão sombra nos dias difíceis e escaldantes.
Sejamos os que carregam o amor nos olhos, desejando o bem a todos que passam por nós, purificando a atmosfera tão pesada dos dias de violência atuais.
E lembremos: a alegria dos outros construirá a nossa felicidade.

Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O VALOR DO SORRISO

Senhor, não permita jamais que eu me esqueça de sorrir com o coração - e sorrir muito, todos os dias!
Quando raiar o sol e meus olhos se abrirem para a vida, que o sorriso seja a meu primeiro louvor, agradecendo o novo dia que amanhece!...
Em meu lar, que seja ele o precursor da palavra serena e do diálogo amistoso, para que meus familiares, assim como eu, possam iniciar o seu dia entre as melhores vibrações de paz e bom ânimo!
Sem a claridade do riso, tudo é mais triste, sombrio!...
Sem a bênção da alegria, os semblantes são frios e as palavras rudes, qual que imensa desolação envolvesse a todos, negando-lhes desenvoltura e euforia acompanhantes obrigatórios das determinações felizes!...
Sorrir alivia o coração e desafoga a alma, recolocando harmonia e pacificação no lugar da irritação e do mau humor. Trazer a luz do sorriso no rosto é iluminar estradas e transeuntes, fazendo de seu portador um pequenino imã a atrair simpatia e cooperação...
Aquele que sorri sinaliza o Bem, aonde quer que esteja.
Abençoa-me hoje, Senhor, e faz de mim um foco de alegria a espargir o melhor aos meus companheiros de estrada, para que amanhã, quando eu estiver triste e desanimado, o sorriso que eu despertei nos outros possa ser o remédio salutar que me trará de volta a vontade de viver e lutar, porque o sorriso é assim como um raio de luz: embora pequeno transpassa todas as sombras, e onde toca sempre produz calor, alegria e refazimento...
Assim seja!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

NUNCA É TARDE

Nunca é Tarde Nunca é tarde para pensar na vida, procurar uma saída, erguer as mãos caídas, recomeçar...

Nunca é tarde para levantar os olhos, andar de cabeça erguida, contemplar um novo horizonte, sonhar...

Nunca é tarde para estender a mão amiga para tirar alguém da briga que luta contra a solidão, nunca é tarde para ouvir a voz da razão seguir a ordem do coração e viver com gratidão...

Nunca é tarde para saciar a fome ao dividir o pão, ser luz para alguém sair da escuridão, caminhar de mãos dadas sentindo a emoção de haver feito o bem para um irmão...

Nunca é tarde para rever os amigos, ajudar os aflitos, resolver os conflitos no diálogo e não aos gritos, ser vencedor e não vencido pois tudo é belo mais que bonito...

Nunca é tarde para mudar os planos, recuperar o ânimo, caminhar juntos, rever os enganos, enfrentar as barreiras dos anos e no final ainda dizer te amo...

Nunca é tarde para dizer sim para vida, para dizer perdão querida, dizer não ao ego enxugar uma lágrima para curar um ferida...

Nunca é tarde para mudar de gesto, de atitude e de pensamento para ser feliz, deixar o protesto, sentir a liberdade numa prece...

Nunca é tarde para dar um basta na amargura, refazer a postura, deixar a vida dura, encontrar a esperança que ficou perdida, viver a paz que é sem medida...

Nunca é tarde para abraçar um filho, sentir o seu amor, orientar seus caminhos para jamais andar sozinho e deixar de ser menino em sua vida escolhida...

Nunca é tarde para dizer que não sei, reconhecer que errei e que tanto tempo passei a me enganar, e por causa da alma ferida nunca encontrei a saída que me impedia de caminhar...

Nunca é tarde para sorrir, agradecer a Deus pela vida, viver a realidade de um novo dia, aprender o que não sabia, fazer o que não fazia e ensinar o que vivia...

Nunca é tarde para fazer o bem, ser amigo de alguém, ajudar a quem não tem, dizer sempre o que convém, respeitar não ir além, viver sempre amando alguém...

Nunca é tarde para ver Deus na natureza, ser ativo na igreja, dizer amém, assim seja, dar um basta na tristeza, estar em paz com todos, ser feliz e que Deus nos proteja...

Nunca é tarde para sair da rotina, aprender com disciplina, não desistir, dar a volta por cima depender sempre de Deus, crer no que Ele nos ensina, ser feliz é nossa sina... 

Do blog Mensagem Espírita

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

VERDADE


Estava estudando, buscando um tema para desenvolver quando bati os olhos no capítulo I de “A Gênese”, de Allan Kardec, e encontrei, no item 10, a frase: “O caráter essencial da revelação divina é o da eterna verdade”. Assim passei a ter vontade de falar da verdade, sobre a verdade e o papel da verdade no espiritismo, pois que este tem a sua fonte moral sedimentada na verdade. Podemos observar que o espiritismo se caracteriza, quanto a sua natureza, “por ser divina a sua origem e da iniciativa dos espíritos e fruto do trabalho do homem ”(A Gênese cap. 13 in fini).
Sim, é fácil compreender que o Espiritismo é exercido pela vontade, pelo livre-arbítrio, dando a cada qual a liberdade de escolha do caminho para chegar ao entendimento maior e conseqüentemente à evolução.
Para que alcancemos o objetivo evolutivo, precisamos direcionar nossas energias para os canais superiores. Assim, desenvolvendo um ideal superior, determinamos metas para direcionar nossas energias criativas.
Se a Doutrina Espírita é uma revelação divina que foi frutificada pelo trabalho do homem, mas de iniciativa dos Espíritos Superiores, todos temos a energia de Deus, fonte da criação, para, também nós, sermos condutores desta arte da criação. Assim, o ser se utiliza desta energia criativa para satisfazer suas necessidades básicas e, na seqüência, conduzir a educação do Espírito para o desenvolvimento da inteligência. Aquele que reconhece um motivo justo, forte e verdadeiro para fazer o que faz, encontra forças para suportar o peso de sofrimentos e dificuldades para a superação de si mesmo e dos obstáculos externos.
O que nos parece certo e que será nosso condutor sem barreiras ao progresso é que se preservarmos o caráter essencial da revelação divina, portanto do Espiritismo, é termos consciência de que precisamos tudo fazer para trilhar a verdade.
Mas como podemos saber o que é verdade?
Conduzir-se com verdade é conduzir-se o mais próximo e exato possível da realidade. É ter sinceridade e boa fé em todas as ações e pensamentos. É procurar ser autêntico, fiel, legítimo e legal. Parecer o que realmente é.
A verdade é como a boa semente que se prolifera em idéias de progresso e desenvolvimento.
Normalmente nos iludimos e somos impedidos de ver a verdade realmente como ela é. Enganamo-nos sobre a realidade das coisas. Deixamos que preconceitos e convicções arraigadas e profundas, fale mais alto. Deixamos de lado o “verdadeiro ver” e nos arrastamos em idéias que não se sabe onde são fundamentadas, embora já antigas e passadas entre gerações.
Nossas emoções, na maior parte das vezes, são o espelho do certo ou errado, do agir no bem ou no mal. Se não admitimos a verdade em nós de maneira honesta, como será que poderemos chegar à verdade divina e ao princípio essencial do Espiritismo? É preciso sentir a verdade, saber o que sentimos e adequá-la à vida.
Jesus disse: “Vim ao mundo dar testemunho da Verdade”e ainda: “Eu sou a verdade”. Isto se fez necessário porque a humanidade inteira, o homem em si, só acredita naquilo que vê. E se fez necessário que Jesus viesse nos dar sua vida para que acreditássemos em sua Verdade.
E a verdade se faz humana quando acreditamos no que vivenciamos ou experimentamos e, desta forma, vamos acreditando em verdades relativas, conceitos relativos. Costuma-se evitar as verdades, rejeitá-la ou mesmo fugir dela.
Maneira errada de ver as coisas. Caminho difícil de sentir a moral cristã.
Faz-se necessário nos sintonizarmos à percepção intuitiva, aos olhos do espírito, àquele que realmente vê, para que possamos ter a certeza da percepção, compreensão e efetivação da verdade em nossas vidas.
Por mais que desejemos ter a verdade a nosso favor, e enquanto apenas desejamos em lugar de sermos dela senhores e detentores, estamos deixando muito por fazer, estamos cultivando uma vontade e não uma verdade. Vontade tênue, ainda desprovida de reais sentimentos cristãos. Neste misto de verdade e mentira ou até de verdade e ignorância, sabemos muito pouco da grande verdade da vida e do Universo.
E o Espiritismo veio consolidar a verdade. Ratificar Cristo.
Precisamos escutar novamente as palavras de Jesus através do Espírito de Verdade. Atentemos às palavras contidas no Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. 6, item 5. Reflitamos sobre a verdade de Deus, a verdade absoluta a que nos devemos curvar.
Disse o Espírito de Verdade:
“ Venho, como outrora aos transviados filhos de Israel, trazer-vos a verdade e dissipar as trevas. Escutai-me. O Espiritismo, como o fez antigamente a minha palavra, tem de lembrar aos incrédulos que acima deles reina a imutável verdade: o Deus bom, o Deus grande, que faz germinem as plantas e se levantem as ondas. Revelei a doutrina divinal.
Como um ceifeiro, reuni em feixes o bem esparso no seio da Humanidade e disse: “Vinde a mim, todos vós que sofreis."
Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino
de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade. Meu Pai não quer aniquilar a raça humana; quer que, ajudando-vos uns aos outros, mortos e vivos, isto é, mortos segundo a carne, porquanto não existe a morte, vos socorrais mutuamente, e que se faça ouvir não mais a voz dos profetas e dos apóstolos, mas a dos que já não vivem na Terra, a clamar: Orai e crede! pois que a morte é a ressurreição, sendo a vida a prova buscada e durante a qual as virtudes que houverdes cultivado crescerão e se desenvolverão como o cedro.
Homens fracos, que compreendeis as trevas das vossas inteligências, não afasteis o facho que a clemência divina vos coloca nas mãos para vos clarear o caminho e reconduzir-vos, filhos perdidos, ao regaço de vosso Pai.
Sinto-me por demais tomado de compaixão pelas vossas misérias, pela vossa fraqueza
imensa, para deixar de estender mão socorredora aos infelizes transviados que, vendo o céu, caem nos abismos do erro. Crede, amai, meditai sobre as coisas que vos são reveladas; não mistureis o joio com a boa semente, as utopias com as verdades.
Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo. No Cristianismo encontram-se todas as verdades; são de origem humana os erros que nele se enraizaram. Eis que do além-túmulo, que julgáveis o nada, vozes vos clamam: "Irmãos! Nada perece. Jesus-Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade." - O Espírito de Verdade. (Paris, 1860.)
Encaremos a verdade de frente, por mais feia que seja.
Não utilizemos artifícios para encobrir a verdade. Usemos de doçura, de modos amáveis e simples, mas não nos permitamos fugir da verdade. Como disse o Espírito de Verdade: “No cristianismo encontram-se todas as verdades.”
Jesus veio ensinar a verdade e o Espiritismo veio ratificá-la.
O Espiritismo não inventou ou descobriu a Verdade. Não é resultado de iniciativa dos homens. É consolo e esclarecimento. É, portanto uma revelação e tem seu caráter na eterna Verdade que nos dá a conhecer o mundo invisível, esclarecendo os homens acerca de coisas por eles ignoradas, já que hoje estão aptos a compreender.

Vera Meira Bestene

domingo, 25 de agosto de 2013

O HOMEM E O LAR

Colossenses 3-19 “Maridos, amem suas mulheres, não sejam grosseiros com elas”.
Colossenses 3-21 “Pais, não irritem seus filhos, para que eles não fiquem desanimados” I Pedro 3-7 “ Do mesmo modo, vocês maridos, sejam compreensivos na vida conjugal, mostrando consideração para com as esposas....”
A posição do homem no lar, como líder deve sempre estar acompanhada da responsabilidade de cuidar do bem estar dos membros da família. A liderança não significa ser rude, duro ou áspero.
O homem deve procurar sempre providenciar para o lar o necessário. Deve ter um ofício que lhe garanta isso. Não deve fugir a essa responsabilidade, esperando que “outros” cuidem dele e de sua família. Porém, nesta época em que vivemos, muitas vezes o homem não consegue trabalho fora de casa, nessas situações ele não deve se envergonhar em ajudar nas tarefas domésticas. Muitos homens desempregados, além de não ajudar atrapalham, se tornando um estorvo no lar, ficam agressivos e procuram fuga nos vícios.
O homem deve respeitar sua companheira, se a ela tem que trabalhar fora, muitas vezes não sobra muito tempo para o companheiro, ele deve compreender e tentar fazer do tempo livre juntos um momento agradável; se ela pode ficar em casa, cuidando da casa e dos filhos, suas tarefas devem ser reconhecidas e valorizadas por ele. Ela deve ser amada e respeitada, ele deve provir o seu bem estar, sua segurança e a sua evolução.
Infelizmente , alguns homens se aproveitam da posição de líder para humilhar a mulher. Ao invés de cuidarem da mulher tornam-se tiranos delas. Acham que a mulher tem obrigação de servi-los, afinal é ele que paga as despesas. Acham que a mulher não deve se cuidar nem se informar . Acham normal descarregar o stress do trabalho em casa. Acham até que podem espancar suas mulheres.
Esse tirano, consegue deixar a mulher sem profissão, mal cuidadas e emocionalmente abalada. Essas atitudes muitas vezes levam a mulher a procurar trabalho alternativo, fora de casa, afastando-a do lar, para conseguir sua independência. Muitas vezes esse é o motivo da separação.
Em relação ao filhos, o pai amoroso e ciente das suas responsabilidades deve evitar:
  • Chegar estressado do trabalho e descarregar nos filhos.
  • Dar mais atenção ao noticiário ou ao futebol que aos filhos.
  • Depois do trabalho, preferir um encontro social a uma atividade com os filhos.
  • Não mostrar interesse pelas doenças, preocupações e atividades dos filhos.
  • Usar de força física para 'educar' os filhos.
O pai amoroso deve ser um exemplo para os seu filhos homens e um porto seguro para as filhas mulheres.
Não podemos nos esquecer que o exemplo do pai influencia em:
  • hábitos pessoais de higiene no lar e em público
  • modos de conduta no lar e na sociedade
  • atitudes sobre as leis da sociedade
  • responsabilidade no emprego
  • preferências de alimentação
  • opiniões políticas
  • opiniões religiosas
  • conceitos de vestimenta
  • uso de palavras e expressões
  • modos de conversar
  • cuidado dos enfermos, deficientes e pobres
  • o trato de mulheres
  • boas maneiras morais: honestidade, justiça e fidelidade à sua palavra
  • uso do dinheiro, firmeza e liderança
  • padrões de pensamento e raciocínio
  • auto-estima
  • seriedade dada aos estudos
  • profissão
O homem que está ciente da sua função e responsabilidade, deve dar mais importância a família do que a posição social ou profissão. Ele deve evitar se ausentar desnecessariamente do lar. O homem deve aprender a reservar parte do seu tempo para o convívio familiar, assim ele poderá provir, orientar, acompanhar, educar e amar.

Cristina Maria da Silveira

sábado, 24 de agosto de 2013

QUE...

Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalente ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira.
Dê momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalento te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalento secreto, viajando eternamente no Centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração, e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da presença de Deus que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

FALTA DE COMPREENSÃO

O ser humano levado pela imaturidade que lhe faz companhia desde tempos imemoriais, acostumou-se a tudo querer sob a ótica do imediatismo, ao sabor da sua vontade, sem paciência para esperar que as coisas aconteçam no momento adequado, sem observar que a natureza não dá saltos, e que tudo está preestabelecido pelas sábias Leis que regulam o universo.
De certa forma essa atitude do homem, pode ser explicada não só pela sua imaturidade, como também pela ausência de amor em seu estado presente, o que não lhe faculta uma melhor visão da vida em seus múltiplos aspectos, pois é o amor que ilumina e harmoniza a criatura, é a alma da felicidade que preenche todos os vazios e aspirações do ser humano.
As pessoas carentes e perturbadas pela febre das posses externas acreditam que a felicidade reside na sucessão das glórias que o poder faculta e nos recursos que amealha. Ledo equívoco, por que o tormento da posse aflige e impulsiona a sua vítima a metas cada vez mais desmedidas, tornando sua existência numa busca desenfreada para possuir cada vez mais, não refletindo que a felicidade independe do que se tem momentaneamente, mas sim daquilo que se é, estruturalmente constituído pelo amor, sem necessidades de gestos grandiosos, manifestando-se nos pequeninos acontecimentos e situações naquele que o abriga.
Esta compreensão que o amor propicia conduz à solidariedade nos momentos difíceis, nas grandes dores, na solidão, na amargura que periodicamente aflige todas as criaturas, e que enquanto a pessoa não experimenta o suave envolvimento do amor, vive movimentando-se nas heranças dos desejos, nas teias dos instintos, sofrendo sempre quando os seus interesses não se encontram atendidos e suas aspirações não são correspondidas.
Preciso se faz ao homem entender que nos localizamos no contexto universal, e nossa tarefa essencial é a de auto-iluminação, que logo se desdobra em serviço a favor do progresso próprio e do seu semelhante, mediante a consideração pela ordem, não a violando, nem a submetendo aos caprichos e desejos que lhe predominam no mundo íntimo.
Alimentada pela seiva nutriente do amor, desenvolve-se no indivíduo os demais sentimentos da compaixão e da ternura, da caridade e do perdão, que são as partituras que mantêm as belas, suaves e harmoniosas melodias da vida.
Quanto mais se ama, mais nos inundamos de bênçãos alcançando as demais criaturas e envolvendo tudo a nossa volta, tornando-nos mais sadios, alegres, otimistas, sem preocupação doentia de possuir nada além do necessário para o nosso conforto e manutenção, entendendo definitivamente que os bens materiais não são capazes de nos fornecerem felicidade por mais que os tenhamos em abundância.

José Francisco Costa Rebouças

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

RACISMO

A imprensa apresenta, constantemente, fatos relacionados a manifestações de racismo, fora e dentro do Brasil. E mostra, também, cenas terríveis de miséria nos países mais devastados da África, onde homens, mulheres e crianças de pele negra parecem mais esqueletos vivos, semelhantes às fotos dos seis milhões de judeus exterminados nos campos de concentração nazistas.

Não seriam as esquálidas criaturas de hoje os mesmos homens que provocariam o genocídio da Alemanha de Hitler, agora em novos corpos?

O racismo é, antes de tudo, uma demonstração de atraso espiritual e desconhecimento das leis divinas. Aquele que diminui ou persegue o irmão pela cor da pele ou por qualquer outra característica étnica, viola o grande mandamento, síntese de toda a lei e dos profetas, "amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."

Pela lei do carma, ou de causa e efeito, o racista sofrerá, em si próprio, a inteireza do sofrimento provocado ao semelhante. Pagará até o último ceitil, pois todo homem será punido naquilo em que pecar. "Quem com ferro fere, com ferro será ferido"- na expressão do próprio Cristo.

Ensina "O Livro dos Espíritos" que os homens atuais são os mesmos Espíritos que voltaram, para se aperfeiçoar em novos corpos, estando, ainda, muito longe da perfeição. A raça de agora, que por seu crescimento tende a invadir toda a Terra e substituir as raças que se extinguem, terá, também, a sua decadência. Outras raças a substituirão, descendentes dela mesma, como os civilizados contemporâneos descendem dos seres brutos e selvagens das eras primitivas. A origem das raças perde-se na noite dos tempos. Como todas pertencem à grande família humana, puderam misturar-se e produzir novos tipos. As múltiplas variedades de um mesmo fruto não impedem que constituam uma só espécie.

No final de 1939, justamente quando o racismo nazista contra o povo judeu era um dos determinantes da eclosão da Segunda Guerra Mundial, o espírito Emmanuel começava, no Grupo Espírita Luiz Gonzaga, de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, a psicografar, através de Francisco Cândido Xavier, o livro "O Consolador". Na obra, editada no ano seguinte pela Federação Espírita Brasileira, Emmanuel considera justo o agrupamento nos países de múltiplas coletividades pelos laços afins da educação e do sentimento. A política do racismo, todavia, é encarada como um erro gravíssimo, que pretexto algum justifica. O racismo não tem nenhuma base séria nas suas alegações que, na realidade, só encobrem o propósito tenebroso do separatismo e da tirania.

Se todavia, nenhum dos argumentos acima convence o leitor, lembramos as recentes descobertas da Arqueologia, dando-nos conta de que todos nós, seres humanos, de qualquer raça, somos originários do Continente Africano.

E agora? Como fica o racismo?


Jávier Godinho
(Jornalista da "Revista Espírita Allan Kardec", tendo publicado esta matéria no número 34 daquela revista, em abril-junho de 1997)

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

O VERDADEIRO ESPÍRITA

“O espírita é reconhecido pelo esforço que faz para sua transformação moral e para vencer suas tendências para o mal.” – Allan Kardec

O verdadeiro espírita é aquele que aceita os princípios básicos da Doutrina Espírita. Quando se pergunta ao praticante: Você é espírita? Comumente ele responde: “Estou tentando”. Na verdade, a resposta deveria ser sem hesitação: Sou espírita!!! Quanto ao fato de ser perfeito ou qualquer qualificação moral é outro assunto, que não exime o profitente de ser incisivo na sua resposta. Nesse ponto, o praticante não tem que hesitar na sua definição, porquanto Allan Kardec foi claro no seu esclarecimento ao afirmar que se reconhece o espírita pelo seu esforço, pela sua transformação, e não pelas suas virtudes ou pretensas qualidades, raras nos habitantes deste Planeta.

O que acontece com freqüência, seja iniciante ou mesmo com os mais antigos, é que, será mais cômodo não assumir uma postura mais responsável ou permanecer com um pé na canoa e outro na terra. Admite-se até, em determinadas ocasiões que se queira dar uma demonstração de modéstia, mas, que não se justifica sob o ponto de vista de definição pessoal.

A propósito, lembro-me de ter ouvido em uma emissora de rádio da Capital um pronunciamento de um padre católico, ao referir-se aos católicos, que freqüentam os Centros Espíritas para os habituais Passes e a “aguinha fluidificada” e passam a vida sem ter a mínima noção do que representa o Passe e a água. Para esses meio-cá-meio-lá, o mencionado reverendo denominou-se de “catóritas”. Engraçado, não!?

Como chamar os espíritas que se dedicam aos trabalhos nos Centros Espíritas, mas que continuam batizando os filhos, sob o pretexto de que quando maiores escolherão sua própria religião, casam os filhos na Igreja com as pompas e as cerimônias habituais, fazem a Primeira Comunhão com as tradições da Igreja Católica, etc? Seriam espiritólicos.

Quando os Centros Espíritas se organizarem verdadeiramente, proporcionando aos seus freqüentadores, além do Passe e da Água Fluidificada, a orientação doutrinária, para maior compreensão dos princípios básicos que devem nortear o aprendiz e os trabalhadores na Seara Espírita, certamente, o verdadeiro espírita terá uma nova postura na sociedade, mais convincente, porque passará a distinguir o que é ser espírita, segundo a analogia explicitada por Allan Kardec nas obras básicas organizadas pelo codificador sob a orientação dos Benfeitores Espirituais.

“Solidários, seremos união. Separados uns dos outros seremos pontos de vista. Juntos, alcançaremos a realização de nossos propósitos.” – Bezerra de Menezes



Jamil Salomão

terça-feira, 20 de agosto de 2013

NOSSA FAMÍLIA DA TERRA ACABA DEPOIS DA MORTE?


Não. Aliás, a família já existia antes.

Nossa família espiritual é muito maior do que a terrena. Constituída de espíritos que já estiveram juntos em outras existências, ela planejou no espaço a missão do grupo que constitui nossa organização familiar na Terra. Num lar reencarnam espíritos simpáticos, para fortalecerem seus laços de amor, também espíritos antagônicos, para transformarem ódio em amor.

Há somente quatro alternativas para o futuro do homem, além-túmulo.

A primeira é a dos materialistas. Morreu, acabou. Então não vale a pena amar, pois tudo termina com o fim do corpo físico.

A segunda é a dos panteístas. Morreu, o homem é absorvido no todo universal e acaba sua individualidade. Como na primeira, o amor se extingue no derradeiro suspiro.

A terceira é da unicidade da vida. Vivemos uma só existência na face do Planeta. Morrendo, se formos bons, iremos para o céu, de gozo eterno, ou para o inferno, sendo mau de sofrimento indescritível, que não acaba nunca. Como poderá ser feliz alguém no céu, sabendo do padecimento sem fim de um ente querido no inferno?

Além disso, que Deus justo e amável é esse que permite a alguém nascer de pais responsáveis, que lhe asseguram excelente formação moral, e a outros permite virem ao mundo na miséria material e na marginalidade, desde o nascimento?

A quarta hipótese é a da reencarnação. Vivemos inúmeras existências na Terra, aprendendo e depurando o espírito nas vidas sucessivas, no caminho do aperfeiçoamento moral. Depois da morte, reencontraremos os entes queridos. Quanto mais nos aprimoramos internamente, mais felizes seremos, imortalizando e ampliando o amor que nutrimos uns pelos outros, na família terrena em perene crescimento.
Jávier Godinho

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

QUE É DEUS?

O professor Rivail, já utilizando desde então o codinome "Allan Kardec", abre o capítulo primeiro, do livro primeiro da codificação da Doutrina (Ensinamentos) dos Espíritos, com a pergunta título deste artigo.
Kardec já tomava por base que para iniciar e ter total empenho nas suas pesquisas espíritas, nunca seria demais a máxima frieza e o sistemático controle das paixões evitando descambar-se para a religiosidade muito forte da época, para a curiosidade pueril, para a sede do sobrenatural ou quaisquer manifestações deste gênero. Tanta convicção tinha neste comportamento que mais adiante advertiria os seus seguidores: "O Espiritismo será científico ou não subsistirá".
Recebeu dos Espíritos que "assinam" os prolegômenos de "O livro dos Espíritos" a resposta mais próxima da verdade científica até hoje já concebida: - Deus é a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas.
A lei básica que rege o Universo (todas as coisas) é a lei de Causa e Efeito ou Ação e Reação, como é conhecida no meio científico. Para um efeito inteligente sempre haverá uma causa inteligente correspondente.
Para que possamos chegar próximos a entender o que é Deus, devemos fazer um esforço para idealizarmos mais ou menos o que seria o Universo, começando portanto pela tomada de consciência do espaço tridimensional (comprimento, largura e altura) que ocupamos no mesmo, passando daí para a percepção do espaço da nossa residência, bairro, cidade, estado, país, continente e planeta Terra com seus 40.000 quilômetros de extensão na circunferência. A Terra faz parte de um sistema solar que possui apenas 9 planetas com 57 satélites no total de 68 corpos celestes. A "grosso modo" em relação a outros astros do sistema solar, a Terra possui um volume 49 vezes maior que o da lua e 1.300.000 vezes menor que o do sol. É preciso que tenhamos noção de sua pouca importância diante do restante do Universo.
Nosso sistema solar faz parte de uma pequena galáxia conhecida por Via Láctea, um aglomerado de cerca de 100 bilhões de estrelas, com pelo menos cem milhões de planetas e conforme os astrônomos, no mínimo cem mil com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa.
As últimas observações do telescópio Hubble (em órbita), elevaram o número de galáxias conhecidas para 50 milhões. Em 1991, em Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis.
Diante destes números pensaríamos haver chegado na idéia do que é o Universo; ledo engano, pois estas áreas, ou melhor, volumes, representariam apenas 3% do que seria a totalidade de tudo dentro do tridimensional e espaço / tempo como conhecemos. Os espaços interplanetários, interestrelares e intergalácticos, obviamente, formariam a maior parte daquilo que chamamos de Universo.
Os fenômenos de aporte (transporte de matéria através de outras dimensões) tão conhecidos dos pesquisadores da paranormalidade e a anti-matéria já produzida em laboratórios experimentais mais desenvolvidos através do planeta, nos dão a confirmação dos estudos de pesquisadores da capacidade de um Friedrich Zöllner, que no século passado , comprova a existência da quarta dimensão e conseqüentemente outros tantos Universos, quantas tantas dimensões for possível conhecermos.
A teoria mais moderna da criação do Universo, nos remete não apenas para o Bigbang (a grande explosão) início de tudo, mas, para a idéia de vários bigbangs, com Universos cíclicos através de quatrilhões ou mais de anos.
E aí? Será que conseguimos chegar perto da idéia da concepção e tamanho da obra de Deus, para tentar entendê-lo?
Não seria no mínimo estranho que após esta monumental obra inteligente, Deus colocasse em um planeta que representa um ínfimo grão de areia em uma cadeia de montanhas como o Himalaia, sua grande criação, o homem, feito sua imagem e semelhança?
Nosso grande irmão e amigo Jesus, há 2000 anos, já passava em forma de contos e parábolas vários conhecimentos intelectuais e morais que possuía devido ao seu grande estado evolutivo, quando em missão entre nós, confiada pelo Criador afirmou: "Na casa de meu pai existem muitas moradas".
Para concluirmos esta nossa pequena intenção de lançarmos nossos confrades na especulação ao entendimento do que seria Deus, iremos nos valer da "coleção de livros" chamada Bíblia, que no entender do grande intelectual e eminente espírita Dr. Carlos Imbassahy, é um livro como outro qualquer, em que nos seus textos contém tudo que a gente queira para justificar, a favor ou contra qualquer coisa.
No Antigo Testamento, Livro Gênesis, Capítulo 1 (Criação do homem), versículo 26 temos: "e (por fim) disse: Façamos o homem à nossa imagem e semelhança (sic...)".
Se tomarmos como verdadeira a hipótese de que a Bíblia é a palavra de Deus, qual seria a imagem correta do nosso Criador? Um homem ou mulher? Velho, ariano de barbas longas ou de cor negra, e magro como os etíopes (teoricamente os primeiros hominídeos) ?
Não seria melhor tentarmos entender uma concepção mesmo que não a conheçamos bem? Como por exemplo: o que sabemos a respeito do que somos (espírito)? Qual a imagem fiel que temos do mesmo? Ninguém sabe, ou melhor, conhecemos bem o corpo material, e relativamente o perispiritual, mas não o espírito. Conforme Allan Kardec, o espírito é alguma coisa formado por uma substância, mas cuja matéria, que afeta nossos sentidos, ele não nos pode dar uma idéia.
Pode-se compará-lo a uma chama ou centelha cujo clarão varia de acordo com o grau de sua depuração. Sendo assim, pois, teríamos o entendimento melhor de nossa imagem de acordo com a de Deus.
No tocante a semelhança é mais fácil a sua comparação quando procuramos compreender a eternidade, já que a palavra pressupõe algo que não tem início nem fim, como Deus; que é infinito, único, perfeito e todo-poderoso. Já ao passo que nós somos algo como semi-eternos; tivemos um começo criado por Ele e evoluímos na Sua direção conforme o Seu desejo. 

Paulo Roberto Martins

domingo, 18 de agosto de 2013

COMO SE INICIA O CAMINHO DAS DROGAS?

Quais as causas que levam as pessoas às drogas?

Os motivos são vários: busca de uma sensação prazerosa, curiosidade, desejo de pertencer á “turma”, problemas sócio-econômicos, fuga de problemas e da realidade, descontentamento com a sociedade de consumo, falta de diálogo entre pais e filhos, dificuldade de relacionamento com outras pessoas, falta de informações precisas sobre drogas, ansiedade, influência de traficantes, influência de familiares, pressão de “amigos’’, etc”.

 

 

Como alguém começa a usar drogas?

Quase sempre este início é igual: através do melhor amigo, o colega de carteira da escola, o namorado ou a namorada. Quando o jovem está aborrecido, oferecem-lhe de graça uma passagem para um mundo onde o aborrecimento vai desaparecer.
Se ele aceita, o “amigo’ ’vai estar em seu caminho para oferecer outras doses até que a dependência se instale e aí o produto passa a custar dinheiro. E nesse ponto a pessoa já se tornou escrava da droga e do seu fornecedor, que nem sempre é o traficante maior, mas age em seu nome. Daí as conseqüências são as piores possíveis.
A tolerância por parte das escolas é outro fator que tem contribuído para a dispersão do consumo de drogas ilícitas.
As escolas particulares “cumprem” com seu papel informando com palestras não efetivas, e também o número de expulsões relacionadas com o uso de drogas é baixo. Hoje em apenas um de cada dez casos, o estudante é desligado do estabelecimento. Geralmente, quando se droga dentro das dependências do colégio.
A droga no colégio é fácil de ser adquirida, podendo ser comercializada pelo vendedor de balinha que fica na porta, por um professor, ou um colega.

ALGUNS DOS DIVERSOS SINAIS QUE IDENTIFICAM UM USUÁRIO DE DROGAS:

Alguns sinais podem auxiliar na identificação de um usuário de drogas. Os principais são:
  • Mudança brusca de comportamento;
  • Irritabilidade sem motivo aparente;
  • Inquietação motora;
  • Depressões. Estados de angústia sem motivo aparente;
  • Queda do aproveitamento escolar, desistência dos estudos ou do rendimento do trabalho;
  • Insônia rebelde;
  • Isolamento;
  • Mudança de hábitos;
  • Olhos vermelhos;
  • Troca do dia pela noite;
  • Existência de seringas, comprimidos ou cigarros estranhos entre seus pertences;
  • Desaparecimento de objetos de valor, dinheiro ou também constante pedidos de dinheiro;
  • Más companhias;
Mas é preciso prestar atenção, pois, algum ou alguns desses sinais podem indicar outra coisa, como alguma doença ou outra coisa que, não necessariamente, uso drogas, e não se pode correr o risco de rotular alguém sem certeza.
Assim como indicamos através de nossas pesquisas, alguns dos sintomas que podemos localizar, indicamos abaixo algumas CONSEQÜÊNCIAS DA DEPENDÊNCIA.
1- Psíquicos:
Perda parcial da memória, debilidade da inteligência e de poder idealizador. A fala fica lenta, difícil e pesada. Essa decadência vai aumentando quanto maior é a dose da droga e a duração do uso. Torna-se indiferente, egoísta, perde o sentido moral e o carinho familiar, deixando de existir qualquer sentido de vontade própria e seu interesse se volta apenas para a procura da droga por qualquer meio; recorre inclusive, ao crime para iludir a angústia do estado de abstinência. Adquire a mania do leito. Nega violentamente ser viciado ou se vangloria disso; torna-se sujo, descuidado e, de afável, passa a ser grosseiro. A mulher perde sua linha e seu pudor e ultrapassa limites.
2- Sensoriais:
Sofre alucinações visuais noturnas terríveis, além de transtornos de pupila (miose), abolição de reflexos, etc. Alteração do fundo do olho, palidez conjuntiva; o campo visual fica diminuído. Esses fenômenos desaparecem se a supressão do tóxico for total, o que serve de indicativo de cura, além disso, pode ter o tato diminuído, acompanhado de leve esquentamento das mãos.
3- Respiratórios e Circulatórios:
Respiração lenta e irregular, enfraquecimento cardíaco.
4- Digestivos:
Língua seca e pastosa, sede intensa por falta de secreção salivar, muita propensão a estomatites. Anorexia e constipação pertinaz, hipofunção hepática. A desnutrição progressiva leva o paciente a estados carenciais, que comprometem sua vitalidade (caquexia morfínica).
5- Urinários:
Pode haver albuminúria ou glicosúria.
6- Sanguíneos:
Chama a atenção o contraste entre a palidez da pele com as mucosas, pessoa fica com olheiras. Também, causada pelo cansaço já que passam a madrugada usando drogas.
7- Cutâneos:
As alterações da pele são muito intensas. A superfície é áspera. Podem ser notados nódulos ou cicatrizes nos músculos dos braços e outras partes do corpo, como seqüelas de abcessos de injeções aplicadas, que facilitam o diagnóstico.
8- Nutricionais:
Emagrecimento progressivo, alterações no metabolismo basal, empobrecimento dos elementos orgânicos, que nas etapas finais, chega a caquexia (enfraquecimento geral).

Parte integrante do Livro sobre dependência química do Terapeuta Aluney Elferr

sábado, 17 de agosto de 2013

ONDE ESTÁ A FELICIDADE?

Muitos místicos, religiosos e filósofos do presente e do passado já afirmaram que a vida de cada um de nós é o resultado daquilo que pensarmos. Vemos o mundo por uma lente transparente- escolhida por nós- que filtrará as imagens que nos chegam. Uns vêem a vida por uma lente cinzenta, triste e acreditam que o mundo seja assim, outros a vêem por uma lente colorida, alegre e entendem que tudo e todos a sua volta assim sejam. Você sabe a cor da sua lente?
A felicidade não é deste mundo...

Aqui vai uma boa desculpa para aqueles que insistem em viver desanimados ou tristes, pois se baseando nessas palavras de Jesus tentam justificar sua falta de vontade em viver bem.

Como espíritas, entendemos que a vida verdadeira é a do espírito e, conseqüentemente, a da matéria é ilusória e passageira, mas por quê temos que ser infelizes? Acreditamos que o Mestre tenha dado ênfase a vida espiritual para ensinar-nos que não devemos viver exclusivamente para a matéria, mas sim que saibamos dosar a parcela adequada às coisas do espírito. Embora a eternidade nos aguarda e o tempo que aqui ficarmos será sempre muito pouco, se soubermos como pensar e agir, teremos um período, aqui na Terra, bom e com certeza muito feliz.
Reprogramando a vida.

Aqui está um outro fator importante para quantos buscam a felicidade: o que acreditamos a respeito da vida.

Quando encarnamos, trazemos na nossa memória espiritual aquilo que pensamos e acreditamos a respeito de tudo. Algumas coisas ficam adormecidas e outras surgem de formas intuitivas em momentos de necessidade. Há também, somado a isso, todo o aprendizado que obtemos no período da infância, além daquele que vamos adquirindo durante a existência. Muitas idéias vão se juntando as antigas e, com isso, vão moldando e reconstruindo nosso jeito de ser e pensar. Alguns conceitos foram "plantados" no nosso inconsciente sendo aceitos como "verdades absolutas", são os chamados paradigmas. Essas "verdades" atuam de tal forma em nossas vidas que podem nos levar à alegria ou à tristeza à saúde ou à doença, à miséria ou à prosperidade. São elas as "lentes" que filtram nossa maneira de apreciar a vida, daí a sua importância.

A localização dessas crenças e a substituição por outras mais apropriadas ao bem viver, são de suma importância para uma vida feliz e é por isso que afirmamos que a felicidade depende da maneira como pensamos e, conseqüentemente, agimos.

A reprogramação da nossa vida depende, portanto, de nós mesmos. A interpretação dos fatos que nos cercam é que nos fazem ter uma visão boa ou má da existência. A mensagem contida nos ensinamentos do mestre Jesus quando observada num clima de otimismo e alegria pode nos conduzir a verdadeira felicidade.

Como podem notar, ser feliz é muito fácil, basta querer, acreditar e observar-se pois, com certeza, esse tesouro já está dentro de você. Descubra-se e seja feliz! 


Humberto C. Pazian

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A AJUDA DO CÉU

Faze tua parte, que o céu te ajudará.
Depender da Providência. Entregar-se por completo à certeza de que o Alto preencherá as necessidades do servidor. Atitudes de quem confia na fé como instrumento de relação da criatura com o Criador.
Aconteceu com Teresa, aconteceu com Chico Xavier.
Em Calcutá, todos os dias a Instituição das Missionárias dá alimento para nove mil pessoas. Certa vez, uma das irmãs chegou até a madre e lhe disse:
- Senhora. nada temos. Absolutamente nada.
Teresa não teve palavras para dar alguma resposta. Duas horas depois, porém. por volta das nove da manhã, um caminhão carregado de pães parou na porta da casa. Naquele dia, as escolas da cidade estavam fechadas. Resolveram. então, despejar milhares de pães por cima dos muros. Foi essa doação espontânea que alimentou os pobres durante dois dias.
Chico terminara de atender a milhares de pessoas, junto ao abacateiro, para onde se deslocava. nos fins de semana, a fim de conversar com os que vinham e fazer donativos a famílias carentes.
Acabara de voltar para casa. quando chegou um grupo de pessoas que queriam vê-lo, e já estavam viajando havia horas.
Preocupado por não saber o que oferecer aos visitantes, viu que logo atrás do ônibus estacionara um caminhão, o motorista informou que era um carregamento de panetones, doados anonimamente, e que poderiam ser usados por Chico da forma que ele bem quisesse.
Os produtos não só serviram para recepcionar os visitantes de última hora,mas também puderam ser distribuídos aos pobres de alguns bairros de Uberaba.
A fé, segundo afirmou Morris West, é um salto no escuro para os braços de Deus! .
E é refletindo sobre a vida dos missionários dedicados à vivência do amor à humanidade, que se torna possível entender a imensidão desse projetar-se, rumo às fontes inesgotáveis da Providência.
Essa é a legítima escuridão que se faz clara nos caminhos de quem chora. Mas, antes dela aportar na vida do sofredor, foi preciso existir a coragem daquele que se dispôs a buscá-la, correndo todos os perigos de quem se arrisca a penetrar nos domínios do que ainda não conhece.
Foi necessário confiança, porque, sem ela, o viajante do bem não teria forças para encontrar os mananciais de Deus.
Foi preciso empenho, desse que começa a ser realizado bem antes da viagem, através do exercício do querer bem, do desejar o bem, sempre.
Foi decisiva a capacidade de entrega, para que o servidor se despojasse dos fardos das posses efêmeras, a fim de trazer o alforje do amor carregado de boas novas aos doentes da alma.
Cada vez que o trabalhador vê-se cara a cara com a falta de recursos para realizar a tarefa nobre, pode recorrer a essa busca transcendental. A prece é a ponte. a fé é o caminho, e os seres são os Instrumentos de Deus para a resposta. Ela pode vir de caminhão, ou através de uma boa idéia, ou junto à frustração de não recebê-la quando a gente quer, mas sim quando for necessária , segundo a lógica do Alto.
Em quaisquer circunstâncias é fundamental não esquecer as prioridades que definem o desejo de evoluir. Servir porque se aprendeu a amar o serviço durante sua própria prática: desejar imensamente beneficiar o próximo, descobrir-se a si mesmo enquanto se trabalha.
Para os dois missionários citados, instrumentos de Deus na Terra, o esquecimento deliberado do outro é o maior coral que assola as relações humanas no planeta. Madre Teresa declara que a pior doença de hoje não é a lepra, ou a Aids. É não ser desejado, é ser deixado de lado, é ser esquecido.
Para Chico, o maior flagelo é o homem preocupar-se tanto com as coisas particulares que passa a não ter tempo para o Cristo solitário, que se manifesta em qualquer pessoa necessitada, seja ou não nosso familiar, que esteja precisando de nosso amparo.
O hábito de servir em nome do Amor traz experiências notáveis a quem se dispõe, inclusive, a sofrer para ver o bem sobrepujando os desastres causados pelos defeitos humanos. Ao homem é pedido apenas que faça a sua parte, para que o Céu, que significa a concentração de todas as forças dedicadas à Paz, possa ajudar como for preciso.

Carlos Augusto Abranches
(O Médium – Ano 66 – nº 596 – 07 e 08/1997)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

SIMPLESMENTE "ESPÍRITA"

Tornou-se hábito no meio Espírita a expressão Kardecista, como forma de identificar ou de diferenciar aquele seguidor do Espiritismo à luz da codificação, daquele que mesmo se intitulando Espírita, jamais teve o cuidado de se informar sobre os postulados da crença que diz professar. Utilizam-se do termo Espírita “Kardecista”, em lugar de simplesmente Espírita, com a preocupação de não serem confundidos com os seguidores da Umbanda, do Candomblé e de outras tantas seitas. Tal prática, no entanto, ao invés de diferenciar os verdadeiros seguidores da Doutrina Espírita, acabou criando uma idéia equivocada de que poderia existir mais de uma maneira de ser Espírita, ou melhor mais de um tipo de Espiritismo.
A palavra Espírita, criada por Alan Kardec, para diferenciar do termo já existente espiritualista, veio para definir como espírita o seguidor das obras codificada pelo incomparável emissário da Divindade no Pentateuco, Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e na Gênese, onde o fiel seguidor do Espiritismo busca as lições para a sua própria transformação como nos definiram os imortais no Evangelho Segundo o Espiritismo Capítulo XVII - item 4 “ conhece-se o verdadeiro Espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que emprega em domar suas inclinações más”.
Seguindo esse raciocínio, e as lições ali contidas, não precisaremos da utilização de qualquer subterfúgio para nos apresentarmos aos que nos perguntarem sobre a nossa crença, pois nossa resposta estará na ponta da língua: Sou Espírita. Não cabe a nós maiores satisfações, como se tivéssemos que nos defender de ataques sobre quaisquer tipos de práticas de que não fazemos uso.
Seguimos sim, os ensinamentos contidos nas obras codificadas por Allan Kardec, mas somos Espíritas tão somente, visto que o próprio codificador nos afirma no livro dos Espíritos (prolegômenos), “este livro foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores, para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional, isenta dos preconceitos do espírito de sistema. Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as notas e forma de algumas partes da redação constituem obra daquele que recebeu a missão de os publicar”.
Recorremos ainda aos ensinamentos contidos noCapítulo I do Livro a Gênese que trata do Caráter da Revelação Espírita, no item 45, onde se pode ler: “a primeira revelação teve em Moisés a sua personificação, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum. As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva. Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio de pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por toda a terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta escala, conforme predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos: “Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos, sonhos” (Atos,Cap.II,vv.17/18) ela não proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligação.
No Capítulo XVII, item 40, ele afirma: “Não é uma doutrina individual, de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É produto do ensino coletivo dos espíritos, ao qual preside o Espírito de Verdade.
E logo após o item 42 do mesmo capítulo, em sua nota de rodapé esclarece definitivamente: “Todas as doutrinas filosóficas e religiosas trazem o nome da individualidade fundadora: o Mosaísmo, o Cristianismo, o Maometismo, o Budismo, o Cartesianismo, o Furrierismo, São-Simonismo, etc. A palavra Espiritismo, ao contrário, não lembra nenhuma personalidade; ela encerra uma idéia geral, que indica, ao mesmo tempo, o caráter e o tronco multíplice da doutrina”.
Enxertar, por tanto, o termo “Kardecista” na palavra Espírita, é aceitar que podem existir outros tipos de Espíritas, o que não é admissível, pois não encontramos essa denominação em nenhuma das obras já citadas, e ainda se abre a brecha para que os que se dizem seguidores do espiritismo, sem levarem em conta os seus postulados apresentem-se sob denominações no mínimo equivocadas diferentes pois da denominação dada pelo codificador aos seguidores da nova doutrina constantes da introdução I do Livro dos Espíritos que estabelece: “ Os adeptos do Espiritismo serão, os Espíritas ou se quiserem os “Espiritistas”.
Por fim, enfatizamos que nada temos contra essas outras maneiras de se seguir o Cristo, visto que o Mestre Maior de todos nós não é privilégio dos Espíritas, no entanto não podemos deixar de esclarecer àqueles que quiserem professar o Espiritismo, que só o encontrarão unicamente na Codificação, e que nela não existe outra denominação para nós adeptos sinceros da verdadeira doutrina Espírita.

Francisco Rebouças.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A IMPORTÂNCIA DO SORRISO NA CASA ESPÍRITA

Outro dia um amigo me confidenciou que estava muito preocupado com a ausência de sorrisos e calor humano no interior das instituições espíritas. E que se nossa Doutrina é otimista, trazendo nova luz para a vida por que é que há tanta gente carrancuda dentro das instituições?
Não pude deixar de concordar com ele.
De fato, tenho percebido que muitas instituições, através de seus dirigentes e trabalhadores, à guisa de manter a seriedade doutrinária comprometem o seu bom humor, a simpatia, o calor humano, como se o mundo se resumisse às suas carrancas, ao sofrimento e ao pessimismo.
Não podemos esquecer que normalmente quem procura o centro espírita está com dificuldades, está desanimado, está sofrendo. Se mantemos uma postura sisuda, com humor fechado, e sem a luz de um sorriso, devemos saber que temos a chance de estarmos contribuindo para influenciar negativamente aqueles que nos procuram, piorando a sua situação.
Talvez por um atavismo judaico-cristão associado com a idéia equivocada de que o sofrimento é enobrecedor e é sinal de evolução (o que está errado, evidentemente) é que esses irmãos e irmãs que preferem a carranca ao sorriso estejam agindo assim.
Que jamais faltem sorrisos nos centros espíritas, pois nada mais animador do que ser recebido com um sorriso e com calor humano. Pois nós não somos máquinas. Somos seres humanos, seres espirituais, tendo o compromisso de transformar o mundo para melhor. Para que sombras em nosso rosto?
Não podemos esquecer que o abismo atrai o abismo e que sorrir sempre é a garantia de espalhar a paz e a alegria a contagiar aqueles que estão ao nosso redor, onde quer que seja.
E a casa espírita detém um papel de fundamental importância como irradiadora da luz, sendo nossa postura a lâmpada a propagar essa boa energia. Se fechamos o nosso rosto, estaremos impedindo o fluxo dessa luz. Pois “cara” fechada não é sinal de evolução.


Joaquim Ladislau Pires Júnior