domingo, 1 de novembro de 2009

RAIVA


A raiva, também conhecida como ira, cólera, irritação, nervosismo, é uma velha conhecida de todos nós. Apesar de tão comum é uma emoção que devemos evitar. São muitos os problemas que ela gera. Compromete nossa saúde, prejudica as pessoas que convivem conosco, faz com que elas se afastem de nós e atrai companhias desencarnadas indesejáveis. Num momento de fúria podemos fazer algo de que nos arrependeremos amargamente. Quantos assassinatos, brigas e separações são causados pela ira!

A maior dificuldade para eliminarmos a raiva é que colocamos a responsabilidade nas outras pessoas. Sempre que nos irritamos justificamos que foi devido ao comportamento de alguém. As pessoas podem nos prejudicar, coisas ruins podem acontecer conosco, mas ninguém pode nos obrigar a sentir raiva ou a reagir de forma violenta. É nossa a responsabilidade de controlar nossos sentimentos.

O orgulho é a explicação para este sentimento. É a causa das contrariedades, até das mais insignificantes. Ele nos faz sentir superiores às outras pessoas e assim esperamos que todos se dobrem diante de nós. Consideramos qualquer contrariedade como uma ofensa à nossa personalidade. Sempre temos uma justificativa para nossos atos negativos, mas não temos uma palavra de compreensão para com os erros alheios. Não aceitamos que todos temos defeitos e que o próximo tem o mesmo direito de errar do que nós.

Nossa visão estreita do mundo nos leva a cultivar a raiva. Damos muita importância a pequenos fatos. Temos reações desproporcionais diante das contrariedades. É importante entender que todos passamos por dificuldades, que não somos só nós que temos problemas. Precisamos ver as coisas de cima. Pessoas que passam por um grande perigo, por um risco de morte, uma doença grave, uma tragédia em família, uma grande crise financeira ou emocional tem mais facilidade de lidar com os pequenos incidentes da vida. Muitas vezes temos que passar por grandes sofrimentos para eliminar esta visão mesquinha das coisas. Por isso é bom que mudemos nossa maneira de sentir e agir, para não precisar passar por lições mais duras.

É comum justificarmos nosso temperamento nervoso como sendo característica de nossa personalidade, como se não tivéssemos controle sobre ele. O Espiritismos nos esclarece que somos Espíritos em evolução e que somos o resultado do que fizemos no passado. Não foi Deus que nos deu nossos defeitos. Fomos nós que os construímos e compete a nós eliminá-los. Sem esta noção de responsabilidade fica difícil nos dispormos à reforma íntima.

É comum dizermos que a raiva, a agressividade são necessárias, pois sem elas as pessoas não nos respeitariam, se aproveitariam de nós. Na verdade o que faz com que percamos o respeito das pessoas é nosso descontrole. Se tratamos com maturidade, firmeza e serenidade as diversas situações da vida ganhamos o respeito e a admiração de todos. Não é preciso aceitar, mas, devemos saber reagir com dignidade. Como não possuímos esta capacidade e não queremos nos esforçar para consegui-la preferimos continuar no erro. Chega um momento que a agressividade vira um vício e não conseguimos viver sem ela.

Para eliminar a raiva é importante compreender as pessoas e desenvolver uma visão mais ampla da vida. Mas é necessário também desenvolvermos o controle sobre nossas reações evitando a agressão física ou verbal, os pensamentos de revide e a mágoa. Não tem como mudar um hábito sem esforço e disciplina.
Enviado por Nilton Wagner Barbosa

O PENSAMENTO

O pensamento é um atributo do Espírito. São nossas criações mentais, como idéias, imagens e palavras.

É o ponto de partida para todas as nossas realizações. Tudo que o ser humano constrói começa a existir a partir do pensamento. Esta construção pode se dar no mundo material ou no mundo espiritual. Nossos pensamentos criam imagens que são acompanhadas pelos desencarnados.

O Espiritismo nos ensina que o pensamento também o meio de comunicação entre os Espíritos. Este contato se dá através da sintonia. Quando pensamos entramos em contato com todos que estão na mesma faixa vibratória. Estejam encarnados ou desencarnados.

Somos como estações emissoras e receptoras, pois influenciamos e somos influenciados por energias que estão em sintonia com nosso pensamento. Também atraímos as companhias espirituais que estão de acordo com as energias que emitimos.

Quando pensamos construímos nosso futuro, pois atraímos para nós o que pensamos. Daí a importância de disciplinarmos nossos pensamentos. Para isto podemos seguir três passos:

É importante termos vigilância sobre o que pensamos. Na maior parte do tempo pensamos em coisas que não nos dizem respeito e que não tem utilidade para nós e nem para as outras pessoas. Temos aí os pensamentos adequados ou inadequados.

Estejamos atentos a quando nos entregamos a um determinado pensamento. Devemos evitar pensamentos que não sejam apropriados ao momento. Muitos de nós nem consegue acompanhar o que ocorre ao seu redor por ficar perdidos em pensamentos inoportunos. Temos os pensamentos oportunos e inoportunos.

E finalmente devemos cuidar de como pensamos. Devemos observar sempre que sentimento está associado a cada pensamento, pois é o sentimento que define nossas companhias espirituais. A cada pensamento podemos ligar um sentimento positivo ou um sentimento negativo. Assim um pensamento vai se diferenciar de outro por ser alegre ou triste, otimista ou pessimista, construtivo ou destrutivo, respeitoso ou desrespeitoso, amoroso ou odioso, vicioso ou sadio.

Todos nós temos um desejo-central, que é a principal manifestação do que somos. Nossos pensamento tendem a retornar sempre a este tema, que pode ser dinheiro, sexo, beleza, afeto, cultura, fé, bondade, etc.

E é através deste desejo-central que os Espíritos obsessores nos atingem, criando imagens ou atraindo para junto de nós outros espíritos que mantém a mente fixa no mesmo assunto. Assim trabalham uma fraqueza nossa e reforçam nossas tendências negativas. Como temos a tendência de acreditar que acontece aquilo que está ligado a nosso desejo-central ficamos vulneráveis à ação destes Espíritos.

A disciplina do pensamento não é algo distante, que deve ser observada apenas por religiosos ou intelectuais. É uma necessidade para todos nós. Deve ser buscada de forma constante, pois é através de nossos pensamentos que construímos a vida que teremos. E Jesus nos alerta para a importância do pensamento quando nos recomenda “orar e vigiar para não cair em tentação”.
Enviado por Nilton Wagner Barbosa

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Dívida e resgate



Tudo aconteceu no século XVIII. Ano de 1769.

Na grande fazenda, na Casa Grande, uma jovem extremamente bela planejava algo terrível.

Ela descobrira que seu noivo começara olhar de forma mais demorada para sua prima, Tereza Cristina.

Mas, pensava ela, de modo algum, Tereza Cristina me tirará o noivo, que é meu, só meu.

Seus sonhos de moça apaixonada não seriam destruídos pela prima.

Maria Amélia pensou muito durante toda a noite. No dia seguinte marcou um passeio a cavalo com Tereza Cristina.

Lembrou-se que, às margens do rio, havia abelhas mortíferas que, dias antes, tinham acabado com dois bois desprevenidos.

Era só colocar a prima ao alcance delas.

Mas como?

Surgiu então o plano. Assustar-lhe o cavalo, no local mais próximo às abelhas. A outra nada sabia a respeito da região perigosa. Maria Amélia dispararia a arma entre as patas do animal que, com certeza, a jogaria ao chão.

Depois, ela mesma se retiraria do local e pronto... tudo terminaria.

No dia seguinte, saíram as duas a passear. Quando se aproximaram da zona perigosa, Maria Amélia disparou a arma. O cavalo de Tereza Cristina empinou. A jovem caiu com um grito de dor.

Maria Amélia pôde ouvir o zumbido ameaçador das abelhas chegando. Golpeou seu próprio animal, afugentou a outra montaria e se afastou bem depressa.

De longe, pôde ouvir os gritos de Tereza Cristina sendo atacada pelas abelhas terríveis.

Mais tarde, o corpo da jovem foi encontrado. Estava deformado. Tudo pareceu um infeliz acidente.

O tiro que Maria Amélia disparou ninguém ouvira. Todos acreditaram que ela escapara, por milagre, e sua prima não tivera a mesma sorte.

* * *

O tempo passou. Duzentos anos depois, no ano de 1969, na cidade de Uberaba, em Minas Gerais, os jornais traziam uma manchete: Abelhas voltam a atacar. Moça morre em um piquenique.

A notícia esclarecia que várias moças, reunidas em um piquenique, às margens de um riacho, tinham sido atacadas por abelhas ferozes.

Uma delas, a mais atingida, morrera num dos hospitais da cidade, enquanto era atendida pelos médicos.

Era Maria Amélia reencarnada. A Justiça Divina a alcançava agora, para resgatar sua dívida.

Sem necessidade de que ninguém servisse de intermediário, nem se tornasse seu algoz ou seu carrasco.

O povo diz que a justiça de Deus tarda, mas não falha. Na verdade, ela nunca chega tarde.

Chega sempre no tempo exato. No momento em que o Espírito, consciente dos erros que praticou, se dispõe ao resgate.

Realmente, nunca falha e jamais atinge pessoas inocentes. Nunca cobra além do que a pessoa deve.

Deus, que é justiça, é também misericórdia.

* * *

Se estamos sofrendo dores físicas ou morais, pensemos que chegou o nosso momento do reajuste.

Ninguém padece sendo inocente. Ninguém colhe o que não semeou.

Ajustemo-nos, assim, à Lei, sofrendo sem reclamar, com dignidade. Sem revolta e sem comodismo, porque as almas vencedoras são as que vencem a luta, por combaterem o bom combate até o fim.


Redação do Momento Espírita, com base no cap. 33 do livro Histórias da vida, pelos Espíritos Hilário Silva e Valerium, psicografia de Antonio Baduy Filho, ed. Ide.

terça-feira, 28 de julho de 2009

ANJOS E DEMÔNIOS

Anjos e demônios são duas imagens fortes na religião. Representam o bem e o mal e sua luta pelo coração e pela alma do homem. Estas imagens ajudam a compreender os caminhos que podemos percorrer e as escolhas que devemos fazer. Mas podem dificultar nosso entendimento da vida e da justiça de Deus.

De acordo com a Teologia tradicional, Deus criou o homem na Terra e os anjos no céu. Alguns anjos rebelaram tornando-se demônios. Lutam com Deus e com os anjos para levar as pessoas para o inferno. Porém, o Evangelho de Jesus não faz nenhuma referência a este fato que tem mais a aparência de uma lenda ou de uma história contada para educar.

A criação dos anjos é algo que não podemos justificar. Se Deus criou os anjos e os homens, Ele é pai de anjos e homens. Homens e anjos seriam irmãos. Entretanto não seria justo Deus criar alguns filhos com o privilégio de viver no céu desde o começo e outros que precisariam passar pelas provas e tentações do mundo para adquirirem este direito. É evidente que todos nós preferiríamos ter sido criado anjo.

Se Deus tivesse criado os anjos para serem perfeitos como poderiam alguns tornarem-se demônios? É como se Deus tivesse falhado: criou algo para ser bom e a criatura tornou-se má.

Se existissem criaturas que disputam com Deus o destino de seus filhos, Deus seria fraco. Se Deus permitisse que alguém fosse para um inferno eterno devido os erros cometidos durante alguns anos Ele seria injusto.

O Espiritismo nos ensina que fomos criados simples e ignorantes. Sem conhecimento do bem e do mal. Estamos evoluindo através das encarnações como uma criança que se desenvolve e se educa. Na Terra, como no plano espiritual existem pessoas que já se tornaram boas e outras que se apegaram ao mal. Anjo é o nome dado aos bons espíritos e a palavra demônio representa os espíritos que se ocupam da prática do mal.

Porém o atraso espiritual é passageiro. Fomos criados para a perfeição e para a felicidade. Seremos felizes quando nos educarmos e nos transformarmos em pessoas boas. Também teremos que reparar todo o mal que tenhamos praticado.

Realmente, os bons e os maus espíritos nos influenciam. Seguimos as orientações de uns ou de outros, conforme a nossa tendência. Jesus nos sugeriu o “orai e vigiai” para nos protegermos das tentações. Contudo chegará o dia em que todos nos libertaremos da influência do mal. Isto quando tivermos edificado o Reino de Deus em nossos corações. Este é o verdadeiro céu, pois Jesus disse que o céu não está aqui ou acolá, mas dentro de nosso coração.

por NILTON WAGNER BARBOSA

OS PEQUENOS DA RUA

Nesse pequeno que passa, roto e sujo, pela rua, caminha o futuro. É a criança filha de ninguém, o garoto sem nome além de menino de rua.

Passa o dia entre as avenidas da cidade, as praças e por vezes nos amedronta, quando se aproxima.

Ele não vai à escola e todas as horas observa que se esgotam os momentos da sua infância.

Você atende os seus filhos, tendo para eles todos os cuidados.

Esmera-se em lhes preparar um futuro, selecionando escola, currículo, professores, cursos.

Acompanha, preocupado, os apontamentos dos mestres e insiste para que eles estudem, preparando-se profissionalmente para enfrentar o mercado de trabalho.

Você auxilia os seus filhos na escolha da profissão, buscando orientá-los e esclarecê-los, dentro das tendências que apresentam.

Você se mantém zeloso no que diz respeito à violência que seus filhos podem vir a sofrer, providenciando transporte seguro, acompanhantes, orientações.

São seus filhos. Seus tesouros.

Enquanto seus filhos crescem em intelecto e moralidade, aqueloutros, os meninos de rua prosseguem na aprendizagem das ruas, maltratados e carentes.

À semelhança dos seus filhos, eles crescerão, compondo a sociedade do amanhã. A menos que pereçam antes, vítimas da fome, das doenças e do descaso.

Cruzarão seus dias com o de seus rebentos e, por não terem recebido o verniz da educação, as lições da moral e o tesouro do ensino, poderão ser seus agressores, procurando tirar pela força o que acreditam ser seu por direito.

Você se esmera na educação dos seus e acredita ser o suficiente para melhorar o panorama do mundo.

No entanto, não basta. É imprescindível que nos preocupemos com esses outros meninos, rotos e mal cheirosos que enchem as ruas de tristeza.

Com essas crianças que têm apagada, em pleno vigor, sua infância, abafada por trabalhos exaustivos, além de suas forças.

Crianças com chupeta na boca utilizando martelos para quebrar pedras, acocorados por horas, em incômoda posição.

Crianças que deveriam estar nos bancos da escola, nos parques de diversão e que se encontram obrigados a rudes tarefas, por horas sem fim que se somam e eternizam em dias.

Poderiam ser os nossos filhos a lhes tomar o lugar, se a morte nos tivesse arrebatado a vida física e não houvesse quem os abrigasse.

Filhos de Deus, aguardam de nós amparo e proteção. Poderão se tornar homens de bem, tanto quanto desejamos que os nossos filhos se tornem. Poderão ser homens e mulheres produtivos e dignos, ofertando à sociedade o que de melhor possuem, se receberem orientação.

Por hora são simplesmente crianças. Amanhã, serão os homens bons ou maus, educados ou agressivos, destruidores ou mensageiros da paz, da harmonia, do bem.

Você sabia?

Que é dever de todos nós amparar o coração infantil, em todas as direções?

E que orientar a infância, colaborando na recuperação de crianças desajustadas, é medida salutar para a edificação do futuro melhor?

Sem boa semente, não há boa colheita.

Enfim: educar os pequeninos é sublimar a humanidade.


Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 11 de junho de 2009

A força da equipe

Você se considera um bom membro de equipe?

Na história da Humanidade, nunca se enfatizou tanto a importância do trabalho em equipe como nos dias atuais.

A prática tem comprovado que o trabalho em equipe funciona. Não é outra a razão que leva um empresário a investir em cursos de burilamento para consolidar equipes eficientes e bem preparadas.

Todavia, para que haja um bom resultado no trabalho de equipe, é preciso mudanças na intimidade do indivíduo que a compõe, de modo a melhorar a sua atuação, já que a equipe é o resultado da soma das características de cada um dos seus membros.

Assim sendo, cabe a cada criatura, a busca do aperfeiçoamento individual, investindo em si mesmo para que possa ser um elemento útil no conjunto.

Há algum tempo, valorizava-se muito a competência específica de cada um em particular, sem atentar para sua atuação dentro da equipe.

Hoje em dia, entretanto, não basta ser um membro eficaz, é preciso ser um membro eficaz dentro da equipe. Em outras palavras, é preciso que se leve em conta os objetivos comuns do conjunto.

Um jogador de basquete, por exemplo, pode ser muito bom nas jogadas individuais, mas, se não joga bem com o time, certamente o técnico escolherá outro menos eficiente que saiba dividir o jogo com o resto da equipe.

Assim, cada indivíduo é uma engrenagem inteligente dentro do conjunto de realizações. Cada qual é peça importante para que se atinjam os objetivos estabelecidos pela equipe.

Na construção de um edifício, todos têm que executar a sua parcela com muita responsabilidade e competência para que não resultem danos à obra.

Desde o engenheiro, o arquiteto, o mestre de obras e o mais humilde pedreiro são importantes para se atingir um bom resultado no final da construção.

Um tijolo mal colocado, uma viga malfeita, a massa mal preparada, um pequeno buraco deixado por descuido, podem ocasionar, ao longo do tempo, o desmoronamento do edifício.

A vida em sociedade é Lei Divina. É por essa razão que até os animais buscam agregar-se para atingir os objetivos de sobrevivência. Geralmente, caçam em bandos, voam em bandos, organizam verdadeiras colônias, onde cada um exerce função específica dentro das necessidades comuns.

Mais uma vez Jesus Se antecipou nos Seus ensinos, falando-nos do feixe de varas.

Um feixe de varas é uma equipe coesa e homogênea. O que não quer dizer varas idênticas, mas unidas entre si.

As varas possuem suas características individuais, e, ajustadas umas às outras tornam o feixe tão resistente que ninguém as pode quebrar. E se uma delas é retirada, todo o conjunto se desequilibra.

Uma vez mais temos que reconhecer a sabedoria do Homem de Nazaré, pois quanto mais conhecemos os Seus ensinamentos, mais evidente se torna a Sua grandeza.

* * *

Se você quer realmente crescer, é preciso permitir que outros cresçam com você para lhe dar sustentação.

Quando uma pessoa cai, muitos caem com ela. Mas quando alguém se levanta muitos se levantam também.


Redação do Momento Espírita. Disponível no livro Momento Espírita, v. 1, ed. Fep.

terça-feira, 5 de maio de 2009

A PRECE

O Espiritismo nos ensina que a oração é um meio de nos ligarmos ao Criador. Normalmente as preces espíritas são endereçadas a Jesus, pois assim ele nos ensinou. É comum também que as preces sejam endereçadas aos espíritos superiores, que são os responsáveis por nos auxiliar em nome de Jesus.
As preces espíritas, não são endereçadas a santos ou anjos. O Espiritismo não acredita em anjos e não tem santos. Eles são os espíritos. São como nós, só que desencarnados e evoluídos.
A prece tem como finalidade a adoração à Deus, o agradecimento e o pedido. O que realmente importa numa prece é o sentimento e a sinceridade com que é feita. Por isso recomenda-se evitar a prece decorada, pois normalmente ela acaba sendo apenas uma repetição.

CASAMENTO

O Espiritismo busca reviver os ensinos de Jesus na sua forma mais original. Assim a simplicidade é fundamental em todas as atividades espíritas. Não existem sacramentos, oferendas, cerimônias e rituais. O ambiente de um centro espírita é da simplicidade de uma escola. Nele não se encontra, também, quadros e imagens.
Nenhuma cerimônia é praticada no centro. Não existe batismo, confissão, comunhão, missa. Também não são realizados casamentos. Normalmente o casamento de um espírita é realizado apenas no cartório e com uma comemoração com familiares e amigos. Mas, nada dentro do centro.
Em toda união o que importa é a ligação afetiva entre as pessoas. Além disso, no Espiritismo não existe alguém que represente Deus ou Jesus.

A VIDA APÓS A MORTE

Uma das grandes contribuições do Espiritismo é a informação sobre a vida após a morte. Este ensinamento é muito importante, pois consola e nos tranqüiliza acerca do nosso futuro.
O grande consolo vem de saber que, por mais que tenhamos errado, sempre teremos a oportunidade de repararmos nossas faltas. E que todo esforço nosso no bem será recompensado. Também é consolador saber que as pessoas que amamos continuam vivas e muitas vezes em contato conosco.
É importante entendermos que após a morte do corpo a vida continua e que não corremos o risco de uma condenação eterna. Essa condenação eterna, no inferno, só seria possível se Deus fosse incapaz de perdoar. Foi o próprio Jesus que nos ensinou a perdoarmos incondicionalmente. Não é possível que Deus perdoe menos do que nós.
Após desencarnarmos estaremos em contatos com nossos parentes e amigos que nos antecederam. Estaremos também esperando aqueles que nos são queridos. Lá as pessoas se reúnem por afinidade, para o aprendizado e o trabalho. E o principal trabalho é ajudar os que sofrem.

CAUSA E EFEITO

Deus administra o universo através de suas leis. São leis materiais e morais. Uma delas é a lei de causa e efeito, ou de ação e reação. Ela determina que cada um receba segundo suas obras, como ensinou Jesus.
Cada um de nós colhe o que plantou. O mal ou o bem que praticamos é como um destino que traçamos para nós mesmos. Nenhum bem é perdido, e todo mal causa dor em quem o praticou e cria a obrigação de reparar.
As conseqüências são proporcionais ao ato. Para cada ato tem um retorno, nem maior, nem menor do que o bem ou mal que dele resulte. Isto elimina a idéia de céu ou inferno, onde todos seriam premiados ou punidos, na mesma medida, independentemente da falta cometida ou do bem praticado.
Esta lei também explica os sofrimentos pelos quais passamos. Eles são conseqüências de nossos atos. Se não forem de atos praticados nesta vida, são de atos praticados em encarnações anteriores. É consolador saber que todo sofrimento tem uma causa.
Esta é uma prova da justiça de Deus, que recompensa cada filho de acordo com seu esforço e dedicação.

REENCARNAÇÃO

A idéia de reencarnação é muito comum. Muitos povos e religiões ensinavam e ensinam a reencarnação. No próprio Evangelho ela é citada em diversas passagens.
Conhecendo a reencarnação entendemos que não nascemos quando nosso corpo foi gerado e que não ficaremos eternamente em um determinado local após a morte de nosso corpo. Nós já tivemos outras vidas e teremos várias ainda.
Deus nos criou simples e ignorantes, ou seja, sem conhecimentos, virtudes ou vícios. E ele nos fez responsáveis pela conquista de nossa perfeição. É a lei do progresso. Para atingirmos esta perfeição precisamos de várias vidas, várias encarnações.
Como disse Jesus: “É necessário nascer de novo”. E assim, através de várias experiências, em várias situações diferentes, vamos construindo nosso crescimento espiritual.
Nas diversas encarnações vamos mudando de raça, posição social, condição econômica, sexo, mas sempre evoluindo.

sábado, 25 de abril de 2009

FAMÍLIA

O tema Família, na atualidade, tem sido uma preocupação constante da Sociedade, Psicólogos, Assistentes Sociais, Sociólogos e Religiosos em geral analisando e discutindo a problemática do ambiente familiar, frente as profundas mudanças sociais do mundo moderno.

O LAR é a célula base do organismo social, se os lares estiverem ruindo, a sociedade também estará caminhando para o caos. LARES EQUILIBRADOS, SOCIEDADE EQUILIBRADA.

COMO DEFINIR “FAMÍLIA”?

Resumidamente diríamos que Família é aquele grupo de convivência mais restrita no dia-a-dia: PAI, MÃE, FILHOS E EVENTUALMENTE PARENTES PRÓXIMOS MAIS ÍNTIMOS.

COMO SE FORMA O GRUPO FAMILIAR?
Ainda no plano espiritual começam os planos de formação da família, supervisionada pelos Dirigentes espirituais.
Quando no Plano Espiritual , conscientizados dos compromissos assumidos e sabendo que a nossa evolução moral se dá quando estamos encarnados, solicitamos o retorno a esfera física.
Carregando as provas necessárias para o nosso aperfeiçoamento e reencontrando almas simpáticas para prosseguimento do progresso afetivo, ou ALMAS ADVERSÁRIAS para a reconciliação e entendimentos necessários, com as quais abraçamos a responsabilidade (NA MAIOR PARTE DAS VEZES UNS DIANTE DOS OUTROS), perante os nossos tutores espirituais.
Assim reúnem-se no mesmo ambiente devedores em resgate de antigos compromissos, desafetos companheiros de erros do passado, afeições queridas e amigos em trabalho de socorro mútuo.

REENCONTRO NO PLANO FÍSICO.
No decorrer de nossa jornada na Terra, sucedem-se as situações que irão traduzir na prática o planejamento feito no plano espiritual; O NAMORO, O NOIVADO, O CASAMENTO, o clima de afetividade, a necessidade do respeito aos compromissos assumidos, os problemas que surgem no dia-a-dia, pais amparando os filhos, filhos protegendo pais idosos e doentes e assim por diante.

NO LAR.
É no lar que encontramos as lutas intensas, as experiências ricas, as bênçãos do afeto, as divergências de opiniões, as experiências marcantes que vão nos preparando para a vitória perante os compromissos assumidos.
Ali encontraremos ALEGRIAS, TRISTEZAS, DORES, DESAVENÇAS, MENOSPREZO, INGRATIDÃO, AMIZADE e AMOR.
Quanto mais dificuldades, sinal de que, em existências passadas adquirimos encargos mais sérios para com os nossos companheiros de jornada.
As lutas são as aulas recebidas, que nos ensinam o caminho da construção de um mundo melhor.
Quando passamos a ENTENDER os mecanismos reencarnatórios, começamos a lidar melhor com as dificuldades do dia-a-dia, nos qualificando para receber os companheiros do passado como filhos.

CHEGADA DOS FILHOS.

Muitas almas com as quais trazemos problemas do passado, hoje surgem como o filho amado que nos inspira carinho, ternura e atenção, ensinando-nos a amá-lo e abraçá-lo, superando divergências do pretérito.
Aos pais que hoje choram pelo filho rebelde, ingrato que cortou e feriu-lhes o coração, o Espiritismo conforta ao trazer-nos a realidade de que toda semente nobre lançada na terra jamais será perdida. Todas as boas palavras ditas, todos os exemplos saudáveis, todas as lições transmitidas estarão aguardando o momento certo para germinarem e auxiliarem este irmão, ora entorpecido, a prosseguir em sua jornada.
Tenhamos a consciência tranqüila de que fizemos tudo para conduzi-lo no caminho do bem e da verdade.
Só não tenhamos remorso pela falta de dedicação na tarefa educativa, nem mágoa ou rancor por aquele que Deus nos confiou e não nos soube compreender.
Carregamos para o mundo o reflexo daquilo que construímos em nosso relacionamento no lar.

EDUCAÇÃO DOS F
ILHOS NO LAR.
A reencarnação é a volta do espírito a um novo corpo, com esquecimento das experiências passadas, sendo o corpo frágil e delicado , na forma infantil.
Até, aproximadamente, os 7 anos a criança é mais receptiva a todos os ensinamentos que lhe forem ministrados, estando sempre atenta aos exemplos recebidos no lar, onde atuam como uma máquina fotográfica, captando tudo o que acontece no ambiente doméstico.
É nesta fase que o espírito observa, analisa e grava profundamente tudo o que ouve e vê, ESTANDO MAIS FLEXÍVEL AOS ESFORÇOS DOS PAIS POR AINDA NÃO TER DESPERTADO TODA SUA CARGA DE SENTIMENTOS, VÍCIOS, DESEJOS, HÁBITOS.
É dos pais a responsabilidade da educação moral dos filhos e cabe à Casa Espírita dar-lhes todo o apoio e auxílio para o cumprimento de sua missão.

DE QUE FORMA A DOUTRINA PODE AUXILIAR?

Através das EXPLANAÇÕES PÚBLICO DOUTRINÁRIAS da Casa Espírita.


GRUPO DE ESTUDO PARA ADULTOS.


ESCOLA ESPÍRITA DE EVANGELIZAÇÃO:


A importância da educação moral pelo ensinamento doutrinário, que será aquela efetuada através da palavra. Assim estaremos preparando a alma infantil para enfrentar as sua provas e dificuldades, levando no coração os instrumentos capazes de auxiliarem na defesa dos princípios mais elevados do sentimento.
Para os pais, a evangelização de seus filhos, será um poderoso auxílio , em sua tarefa de orientar as mentes infantis para um desenvolvimento moral sadio.

ATRAVÉS DO DIÁLOGO FRATERNO.


ATRAVÉS DO EVANGELHO NO LAR.

MUITO INTERESSANTE

No dia 25/04/2009, numa atividade do DAFA em nossa Casa, foi solicitado aos presentes que em 15 segundos, fosse acrescentado numa mesma folha uma frase sobre a Família, sem que vissem o que estava escrito anteriormente, iniciamos com "Minha Família é...", vejam a história.
A FAMÍLIA
Minha Família é composta de 4 pessoas, João (pai), Maria (mãe) e 2 filhos. Casa, trabalho, escola, filhos, marido, preocupam. O amor na Família é muito importante, estar com minha Família é a melhor parte, apesar das dificuldades somos muito felizes, é o tesouro mais maravilhoso.
Sempre unida nos momentos alegres e tristes, é o bem mais precioso que Deus me deu, mas sempre tem alguém que é mais difícil. Composta de pai, esposa, filhos, irmãos é numerosa com muitas pessoas jovens, amor e desafetos são meu crescimento moral e espiritual. Uma escola abençoada que Deus me deu, busco harmonia respeitando individualidades na busca da evolução.

Fez muito sentido...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

NÃO VÁ À CASA ESPÍRITA!!!


Certo dia aproximei-me daquela casa espírita, cheio de receio por tudo o que me diziam a respeito dos espíritas. Mas a curiosidade era tanta que quando dei por conta já estava entrando e não foi possível mudar de idéia. Minha mente advertia: "Tenha cuidado! Tenha cuidado!". Afinal de contas, estava ignorando o conselho de um colega que dizia: "Não vá à casa espírita! Você vai ficar horrorizado com o que fazem lá".

Mas agora já era tarde. Uma senhora, com estranha bondade, convidou-me a entrar. Atento a tudo e a todos sentei-me na última fileira. Pensei comigo: "aqui está bom, estou mais perto da porta".

Logo comecei a prestar a atenção na palestra, pois a platéia estava atenta ao que dizia um senhor de meia idade. Ele falava sobre coisas que eu não podia entender, ou talvez não queria, pois tinha receio.

Aos poucos fui me sentindo à vontade. "Que estranho!" - pensei. Há muito tempo que não me sentia tão bem. Parecia que aquele pesado fardo que eu estava carregando tinha ficado mais leve. As palavras, aos poucos, foram me envolvendo e então percebi que aquele senhor falava de perdão, de caridade, de fazer bem ao próximo, da reforma íntima para ser feliz. Falou até de Jesus!

Após a palestra, fui convidado a ir a uma outra sala. Vi uma senhora se aproximar de mim, impondo suas mãos sobre minha cabeça, parecendo estar em oração. Atento a tudo e a todos, por via das dúvidas também resolvi fazer uma prece, já que não fazia uma desde há muito tempo.

Quando ia para casa, pensando no que tinha me acontecido e como estava me sentindo melhor, tive vontade de retornar outro dia.

Era uma tarde de sábado. Novamente eu me aproximava daquela casa. Para meu espanto, crianças e jovenzinhos também estavam chegando. "O que será que fazem aqui estas criaturinhas? Será que elas não têm medo?" -intimamente me indagava. Assim que entrei perguntei àquela senhora, minha conhecida do outro dia, o que faziam lá aquelas crianças. Bondosamente me explicou que estavam ali para as aulas de Evangelização Infantil e para o encontro dos grupos de jovens. Eles também estudavam a Doutrina Espírita e os ensinamentos de Jesus.

E assim, aos poucos fui conhecendo e me envolvendo com as atividades daquela casa. Hoje, quando me perguntam sobre essa escola de almas que freqüento, eu brinco: "Não vá à casa espírita! Pois você vai ficar impressionado com tantas coisas boas que acontecem lá".

* * *

Essa é a história de um personagem fictício que já foi vivido por muitos que, mesmo diante dos preconceitos, da ignorância e da desinformação que ainda há em relação à Doutrina Espírita, se dispuseram a conhecê-la. E a despeito de tudo, surpreendem-se com uma realidade muito diferente daquela apregoada pelos que, mesmo desconhecendo, emitem pareceres sobre algo que não se dispõem a compreender.


Autor:
Cleto Brutes

quinta-feira, 19 de março de 2009

Museu Espírita: um marco para a doutrina


Um sonho de Allan Kardec exposto na “Revue Spirite” (Revista Espírita) de dezembro de 1868, o MUSEU ESPÍRITA DE SÃO PAULO só saiu do papel por iniciativa de Dr. Paulo Toledo Machado e sua esposa Dra. Elza Mazzonetto Machado, pioneiros do movimento espírita na região da Lapa com atuação destacada há mais de 60 anos.
A ESTRUTURA:
Inaugurado em 18 de Abril de 1997, o primeiro Museu Espírita do mundo está situado na Rua Guaricanga, 459, no bairro da Lapa. Em sua sede própria, o Museu Espírita de São Paulo ocupa uma área de 600 m2, e possui em seu salão nobre um auditório, sistema de "home theater" (projetores com tela “draper” automática, sistema de áudio - TV- VT), ventiladores, piano, mesa e parlatório, sistema de microfones sem fio, paredes emolduradas com quadros e biografias de vultos espíritas de renome nacional e internacional.

Além disso, o Museu conta com sistema de informatização próprio - disponível por meio de um servidor aos visitantes e pesquisadores -, equipamento para leitura e reprodução de microfilmes, guarda de livros com capacidade para até 16 mil exemplares, sensores e sistema de segurança monitorada.

Um destaque do Museu fica por conta do salão de mostras, que apresenta os Painéis Allan Kardec (Lyon - Yverdun - Paris), em que são exibidas as obras fundamentais do Espiritismo como O Livro dos Espíritos e outras nas versões originais e em diversos idiomas, além de muitos documentos em homenagem aos médiuns e à imprensa espírita, bibliografias espíritas, expressivo acervo de obras raras, bem como as obras pedagógicas de Hippolyte-Léon-Denizard Rivail, e objetos como a mesa triplóide (mesa que se movimentava). No andar superior funciona uma hemeroteca com coleção de jornais e periódicos. Na recepção do Museu é possível adquirir livros, objetos, adesivos, cartões, canetas, camisas estampadas, etc.

NOVIDADES:
Para o futuro, o Museu vai contar com uma Pinacoteca Espírita, que já se encontra em fase de projeto para sua implantação em um prédio anexo ao do Museu e do ICESP. Para tanto, o fundador Dr. Paulo também espera contar com a colaboração de artistas que tenham obras do gênero, e que queiram participar com obras raras que tenham relação com o Espiritismo. Uma visita ao museu é indispensável a qualquer espírita que resida ou esteja visitando São Paulo. É um exemplo do que pode ser realizado com amor, força de vontade, suor, trabalho e muita inspiração.

OS FUNDADORES:
Dr. Paulo Toledo Machado e sua esposa Dra. Elza Mazzonetto Machado são pioneiros do movimento espírita na região da Lapa, atuando há mais de 60 anos. Dr. Paulo, advogado, contabilista e professor universitário, filho de Américo Bairral, nasceu há 84 anos em Itapira, interior de São Paulo, de família espírita e trabalhador na doutrina desde muito jovem. Aos 20 anos já era presidente do Centro Espírita Ismael, no bairro da Vila Pompéia, local onde conheceu sua jovem esposa, Sra. Elza Mazzoneto, já batalhadora na seara e precursora da mocidade espírita na Lapa, seguindo os exemplos e orientações do Sr. Leopoldo Machado, também pioneiro do movimento naquela época. Além do Museu Espírita, o Dr. Paulo também fundou o ICESP – INSTITUTO DE CULTURA ESPÍRITA DE SÃO PAULO, que entre tantas atividades, publica trimestralmente a REVISTA ICESP, tendo como objetivo divulgar e resgatar a memória histórica e cultural do espiritismo no Brasil e no Mundo.

COMO VISITAR:
O MUSEU ESPÍRITA DE SÃO PAULO está localizado na Rua Guaricanga, 349 – Lapa, e está aberto ao público às 4ªs e 5ªs feiras e aos sábados, das 14 às 17 horas. A entrada é franca, e as visitas de grupos devem ser previamente agendadas pelo telefone (11) 3834-6225 – icesp@frontier.com.br - www.frontier.com.br/icesp.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

ANTES QUE SEJA TARDE

Desconheço a autoria, mas é muito linda esta história.

Um garoto que nasceu com uma doença que não tinha cura. Tinha 17 anos e podia morrer a qualquer momento. Sempre viveu na casa de seus pais, sob o cuidado constante de sua mãe.
Um dia decidiu sair sozinho e, com a permissão da mãe, caminhou pela sua quadra, olhando as vitrines e as pessoas que passavam.
Ao passar por uma loja de discos, notou a presença de uma garota, mais ou menos da sua idade, que parecia ser feita de ternura e beleza. Foi amor a primeira vista. Abriu a porta e entrou, sem olhar para mais nada que não a sua amada.
Aproximando-se timidamente, chegou ao balcão onde ela estava. Quando o viu, ela deu-lhe um sorriso e perguntou se podia ajudá-lo em alguma coisa.
Era o sorriso mais lindo que ele já havia visto, e a emoção foi tão forte que ele mal conseguiu dizer que queria comprar um CD. Pegou o primeiro que encontrou, sem nem olhar de quem era, e disse:
- Esse aqui.
- Quer que embrulhe para presente, perguntou a garota sorrindo ainda mais.
Ele só mexeu com a cabeça para dizer que sim. Ela saiu do balcão e voltou, pouco depois, com o CD muito bem embalado. Ele pegou o pacote e saiu, louco de vontade de ficar por ali, admirando aquela figura divina. Daquele dia em diante, todos as tardes voltava a loja de discos e comprava um CD qualquer.
Todas as vezes a garota deixava o balcão e voltava com um embrulho cada vez mais bem feito, que ele guardava no closet, sem nem abrir.
Ele estava apaixonado, mas tinha medo da reação dela, e assim, por mais que ela sempre o recebesse com um sorriso doce, não tinha coragem para convidá-la para sair e conversar. Comentou sobre isso com sua mãe e ela o incentivou, muito, a chamá-la para sair.

Um dia, ele se encheu de coragem e foi para a loja. Como todos os dias comprou outro CD e, como sempre, ela foi embrulhá-lo. Quando ela não estava vendo, escondeu um papel com seu nome e telefone no balcão e saiu da loja correndo. No dia seguinte o telefone tocou e a mãe do jovem atendeu. Era a garota perguntando por ele. A mãe, desconsolada, nem perguntou quem era, começou a chorar e disse:
- Então, você não sabe? Faleceu essa manhã.
Mais tarde, a mãe entrou no quarto do filho, para olhar suas roupas e ficou muito surpresa com a quantidade de CDs, todos embrulhados. Ficou curiosa e decidiu abrir um deles. Ao fazê-lo, viu cair um pequeno pedaço de papel, onde estava escrito:
"Você é muito simpático, não quer me convidar para sair? Eu adoraria".
Emocionada, a mãe abriu outro CD e dele também caiu um papel que dizia o mesmo, e assim todos quantos ela abriu traziam uma mensagem de carinho e a esperança de conhecer aquele rapaz.
Reflexão:
Não espere demais para dizer a alguém especial aquilo que você sente. Diga-o já; amanhã pode ser muito tarde. Aproveite e fale, escreva, telefone e diga o que ainda não foi dito. Não deixe para amanhã. Quem sabe não dá mais tempo