segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

SUCESSO

                             
                  O maior mérito daqueles que se colocam no serviço é trabalhar, fazer, executar, cumprir com a tarefa assumida.
                  Realizar por realizar, somente, sem esperar que nada venha ao encontro do resultado da empreitada.
                  O serviço ou trabalho é a ferramenta de que todos dispomos para estar ativos,  realizando com as nossas melhores energias e pensamentos, as atividades de que precisamos para estarmos cuidando da nossa gleba.
                  Exige-se de cada um uma parcela de humildade para compreender que nada se pode esperar daquilo que se faz em prol do próximo e da coletividade.
                  Não estamos acostumados, muitas vezes, a entender este mecanismo da vida! Com isso tantas oportunidades convertidas em trabalho acabam se perdendo, ficando à margem, sem produzir os créditos que seriam próprios, porque ficamos sempre a espera do sucesso, do resultado, da divulgação, do elogio, em relação ao que realizamos.
                  É preciso perceber o quanto antes que esse erro grave acaba prejudicando o nosso crescimento. Não é fácil trabalhar, servir, sem esperar o resultado. Ficamos olhando para o amanhã, observando aquilo que trará resultado, perdendo o foco na execução do trabalho.
                  Fruto ainda de imperfeições íntimas que carregamos, estes equívocos não são difíceis de serem corrigidos. Basta que nos coloquemos em análise, após a indispensável oração, e busquemos nos abster de qualquer pensamento em relação às consequências daquilo que estamos realizando, sem esperar frutos do que plantamos e estamos cuidando.
                  É um trabalho de burilamento. O ajustamento fino que temos que empregar em nossos atos e pensamentos para que apliquemos as leis eternas, principalmente compreendendo que a caridade pura exige somente o ato de trabalho, colaboração, com a disposição do coração.
                  Ato de amor que, aos poucos, vai se estabelecendo nas vidas dos caminheiros que estão se propondo à servir com o único objetivo de ser útil aqueles que também se encontram na estrada.
                  Precisamos estar revendo nossos atos para que não caiamos na tentação de ficar aguardando o sucesso, a propalação, daquilo que nos cabe, por destinação, estar simplesmente executando com humildade, simplicidade e abnegação.
                  Quando compreendermos o significado maior de nossos compromissos como Cristãos, estaremos melhorando e alcançaremos maiores frutos de nossos atos e pensamentos.
                  De qualquer modo, o tempo e o campo de trabalho estão estabelecidos para cada um e devemos continuar na luta, fazendo o melhor, que tudo estará concorrendo a nosso favor.
                  Sejamos cumpridores de nossas obrigações e aperfeiçoemos nossas ações, que tudo será por nós.
                  Lutem e perserverem.
|                JOÃO DE DEUS.

{Mensagem Psicografada, Espírito JOÃO DE DEUS, recebida no dia 27-01-2011, pelo Médium Vicente Benedito Battagello, em Araçatuba-SP}

Cura Espiritual!!!


"Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibracionais da mente em desequilíbrio?" (Emmanuel)
No trato com as nossas doenças, além dos cuidados
médicos indispensáveis à nossa cura, não nos esqueçamos
também de que, quase sempre, a origem de toda enfermidade
principia nos recessos do espírito.
A doença, quando se manifesta no corpo físico, já
está em sua fase conclusiva, em seu ciclo derradeiro.
Ela teve início há muito tempo, provavelmente, naqueles períodos
em que nos descontrolamos emocionalmente, contagiados que
fomos por diversos virus potentes e conhecidos como raiva,
medo, tristeza, inveja, mágoa, ódio e culpa.
Como a doença vem de dentro para fora, isto é, do espírito para a matéria, o encontro da cura também dependerá da renovação interior do enfermo.
Não basta uma simples pintura quando a parede apresenta trincas.
Renovar-se é o processo de consertar nossas rachaduras internas, é
escolher novas respostas para velhas questões até hoje não resolvidas.
O momento da doença é o momento do enfrentamento de nós próprios,
é o momento de tirarmos o lixo que jogamos debaixo do tapete,
é o ensejo de encararmos nossas paredes rachadas.
O Evangelho nos propõe
tapar as trincas com a argamassa
do amor e do perdão.
Nada de martírios e culpas
pelo tempo em que deixamos
a casa descuidada.
O momento pede responsabilidade de não mais se viver de forma tão desequilibrada.
Quem ama e perdoa vive em paz, vive sem conflitos, vive sem culpa.
Quando atingimos esse patamar de harmonia interior, nossa
mente vibra nas melhores frequências do equililíbrio e da felicidade,
fazendo com que a saúde do espírito se derrame por todo o corpo.
Vamos começar agora mesmo o nosso tratamento?
(Vinha de Luz - Francisco Cândido Xavier / Emmanuel)

sábado, 29 de janeiro de 2011

Manifestações dos Espíritos

Muitos Irmãos na Terra não sabem ainda distinguir quando os Irmãos amigos, da Espiritualidade, se aproximam para orientar ou apenas conversar. As manifestações que nossos Irmãos encarnados desconhecem se deve ao fato de terem a impressão de estar acontecendo algo normal, sem importância, ou relacionado a uma sensação de mal-estar. É como se deixasse de perceber o vento no rosto ou se optasse em não perceber a luz que a lâmpada emite para iluminar a sala.
As orientações sobre mediunidade devem considerar que o Espírito não tem forma definida e, portanto, também não está condicionado a determinadas manifestações que sigam um plano definido.
Quando um Irmão da Espiritualidade se aproxima, a manifestação de sua presença pode variar conforme o estágio de vibração do Espírito.
Apesar dos Irmãos estarem encarnados, e de o corpo limitar os sentidos do Espírito, isso não significa que ele deixou de perceber as diferentes maneiras de manifestações dos Espíritos.
As manifestações podem ocorrer de diferentes maneiras, e em todas elas estará à presença do Espírito. Podem ser através de:

-Som: um estalo no ambiente; uma música; um chiado; um ruído; uma voz.
-Luz: um clarão; um facho de luz; um brilho; um ponto luminoso, uma faísca.
-Cheiro: um perfume no ar; um cheiro desagradável; um aroma de flores.
-Sentimento: uma raiva inesperada; inveja; carinho; ódio; amor; medo; curiosidade; ansiedade.
-Sensação: de calor; frio (arrepio); de flutuação; de deslocamento; de dor; aceleração do coração.
-Pensamento: ideias que surgem; frases que orientam; diálogos mantidos em pensamento.
-Vontade: de escrever; falar alguma coisa; visitar alguém; ajudar.
-Visão: enxergar formas vaporosas; vultos; formas humanas; imagem translúcida; imagens que assumem forma como se feitas de ar quente.
-Toque: sentir como algo frio que toca determinada região do corpo; uma coceira; um diminuto choque; uma pressão.

Essas são algumas maneiras que os Espíritos fazem para notar sua presença. Mas existem ainda outras maneiras de se manifestar a aproximação.
Entretanto, nossos Irmãos na Terra devem prestar atenção a essas manifestações que indicamos. Perceberão que a Espiritualidade está a todo o momento se manifestando de alguma maneira e em determinado grau.
Pensem, estudem, analisem e comparem o que ocorre consigo próprio e à sua volta, e perceberão que estamos muito mais juntos do que se costuma imaginar.
Irmã Noêmia
Mensagem recebida em 24 de janeiro de 2011.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Corpo Espiritual (Perispírito)

RETRATO DO CORPO MENTAL - Para definirmos, de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é o corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental (3) que lhe preside a formação.

Do ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnético, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja.

Todas as alterações que apresenta, depois do estágio berço-túmulo, verificam-se na base da conduta espiritual da criatura que se despede do arcabouço terrestre para continuar a jornada evolutiva nos domínios da experiência.

Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas colóides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta.

CENTROS VITAIS - Estudado no plano em que nos encontramos, na posição de criaturas desencarnadas, o corpo espiritual ou psicossoma é, assim, o veículo físico, relativamente definido pela ciência humana, com os centros vitais que essa mesma ciência, por enquanto, não pode perquirir e reconhecer.

Nele possuímos todo o equipamento de recursos automáticos que governam os bilhões de entidades microscópicas a serviço da Inteligência, nos círculos de ação em que nos demoramos, recursos esses adquiridos vagarosamente pelo ser, em milênios e milênios de esforço e recapitulação, nos múltiplos setores da evolução anímica.

É assim que, regendo a atividade funcional dos órgãos relacionados pela fisiologia terrena, nele identificamos o centro coronário, instalado na região central do cérebro, sede da mente, centro que assimila os estímulos do Plano Superior e orienta a forma, o movimento, a estabilidade, o metabolismo orgânico e a vida consciencial da alma encarnada ou desencarnada, nas cintas de aprendizado que lhe corresponde no abrigo planetário. O centro coronário supervisiona, ainda, os outros centros vitais que lhe obedecem ao impulso, procedente do Espírito, assim como as peças secundárias de uma usina respondem ao comando da peça-motor de que se serve o tirocínio do homem para concatená-las e dirigi-las.

Desses centros secundários, entrelaçados no psicossoma, e, conseqüentemente, no corpo físico, por redes plexiformes, destacamos o centro cerebral contíguo ao coronário, com influência decisiva sobre os demais, governando o córtice encefálico na sustentação dos sentidos, marcando a atividade das glândulas endocrínicas e administrando o sistema nervoso, em toda a sua organização, coordenação, atividade e mecanismo, desde os neurônios sensitivos até as células afetoras; o centro laríngeo, controlando notadamente a respiração e a fonação; o centro cardíaco, dirigindo a emotividade e a circulação das forças de base; o centro esplênico, determinando todas as atividades em que se exprime o sistema hemático, dentro das variações de meio e volume sanguíneo; o centro gástrico, responsabilizando-se pela digestão e absorção dos alimentos densos ou menos densos que, de qualquer modo, representam concentrados fluídicos penetrando-nos a organização, e o centro genésico, guiando a modelagem de novas formas entre os homens ou o estabelecimento de estímulos criadores, com vistas ao trabalho, à associação e à realização entre as almas.

CENTRO CORONÁRIO - Temos particularmente no centro coronário o ponto de interação entre as forças determinantes do espírito e as forças fisiopsicossomáticas organizadas.

Dele parte, desse modo, a corrente de energia vitalizante formada de estímulos espirituais com ação difusível sobre a matéria mental que o envolve, transmitindo aos demais centros da alma os reflexos vivos de nossos sentimentos, idéias e ações, tanto quanto esses mesmos centros, interdependentes entre si, imprimem semelhantes reflexos nos órgãos e demais implementos de nossa constituição particular, plasmando em nós próprios os efeitos agradáveis ou desagradáveis de nossa influência e conduta.

A mente elabora as criações que lhe fluem da vontade, apropriando-se dos elementos que a circundam, e o centro coronário incumbe-se automaticamente de fixar a natureza da responsabilidade que lhes diga respeito, marcando no próprio ser as conseqüências felizes ou infelizes de sua movimentação consciencial no campo do destino.

ESTRUTURA MENTAL DAS CÉLULAS - É importante considerar, todavia, que nós, os desencarnados, na esfera que nos é própria, estudamos, presentemente, a estrutura mental das células, de modo a iniciarmo-nos em aprendizado superior, com mais amplitude de conhecimento, acerca dos fluidos que nos integram o clima de manifestação, todos eles de origem mental e todos entretecidos na essência da matéria primária, ou Hausto Corpuscular de Deus, de que se compõe a base do Universo Infinito.

CENTROS VITAIS E CÉLULAS - São os centros vitais fulcros energéticos quem sob a direção automática da alma, imprimem às células a especialização extrema, pela qual o homem possui no corpo denso, e detemos todos no corpo espiritual em recursos equivalentes, as células que produzem fosfato e carbonato de cálcio para a construção dos ossos, as que se distendem para a recobertura do intestino, as que desempenham complexas funções químicas no fígado, as que se transformam em filtros do sangue na intimidade dos rins e outras tantas que se ocupam do fabrico de substâncias indispensáveis à conservação e defesa da vida nas glândulas, nos tecidos e nos órgãos que nos constituem o cosmo vivo de manifestação.

Essas células que obedecem às ordens do Espírito, diferenciando-se e adaptando-se às condições por ele criadas, procedem do elemento primitivo, comum, de que todos provimos em laboriosa marcha no decurso dos milênios, desde o seio tépido do oceano, quando as formações protoplásmicas nos lastrearam as manifestações primeiras.

Tanto quanto a célula individual, a personalizar-se na ameba, ser unicelular que reclama ambiente próprio e nutrição adequada para crescer a reproduzir-se, garantindo a sobrevivência da espécie no oceano em que respira, os bilhões de células que nos servem ao veículo de expressão, agora domesticadas, na sua quase totalidade em funções exclusivas, necessitam de substâncias especiais, água, oxigênio e canais de exoneração excretória para se multiplicarem no trabalho específico que nosso espírito lhes traça, encontrando, porém, esse clima, que lhes é indispensável, na estrutura aquosa de nossa constituição fisiopsicossomática, a expressar-se nos líquidos extracelulares, formados pelo líquido intersticial e pelo plasma sanguíneo.

EXTERIORIZAÇÃO DOS CENTROS VITAIS - Observando o corpo espiritual ou psicossoma, desse modo, em nossa rápida síntese, como veículo eletromagnético, qual o próprio corpo físico vulgar, reconhecermos facilmente que, como acontece na exteriorização da sensibilidade dos encarnados, operada pelos magnetizadores comuns, os centros vitais a que nos referimos são também exteriorizáveis, quando a criatura se encontre no campo da encarnação, fenômeno esse a que atendem habitualmente os médicos e enfermeiros desencarnados, durante o sono vulgar, no auxílio a doentes físicos de todas as latitudes da Terra, plasmando renovações e transformações no comportamento celular, mediante intervenções no corpo espiritual, segundo a lei de merecimento, recursos esses que se popularizarão na medicina terrestre do grande futuro.

CORPO ESPIRITUAL DEPOIS DA MORTE - Em suma, o psicossoma é ainda corpo de duração variável, segundo o equilíbrio emotivo e o avanço cultural daqueles que o governam, além do carro fisiológico, apresentando algumas transformações fundamentais, depois da morte carnal, principalmente no centro gástrico, pela diferenciação dos alimentos de que se provê, e no centro genésico, quando há sublimação do amor, na comunhão das almas que se reúnem no matrimônio divino das próprias forças, gerando novas fórmulas de aperfeiçoamento e progresso para o reino do espírito.

Esse corpo que evolve e se aprimora nas experiências de ação e reação, no plano terrestre e nas regiões espirituais que lhe são fronteiriços, é suscetível de sofrer alterações múltiplas, com alicerces na adinamia proveniente da nossa queda mental no remorso, ou na hiperdinamia imposta pelos delírios da imaginação, a se responsabilizarem por disfunções inúmeras da alma, nascidas do estado de hipo e hipertensão no movimento circulatório das forças que lhe mantêm o organismo sutil, e pode também desgastar-se, na esfera imediata à esfera física, para nela se refazer, através do renascimento, segundo o molde mental preexistente, ou ainda restringir-se a fim de se reconstituir de novo, no vaso uterino, para a recapitulação dos ensinamentos e experiências de que se mostre necessitado, de acordo com as falhas da consciência perante a Lei.

Outros aspectos do psicossoma examinaremos quando as circunstâncias nos induzam a apreciar-lhe o comportamento nas regiões espirituais vizinhas da Terra, dentro das sociedades afins, em que as almas se reúnem conforme os ideais e as tarefas nobres que abraçam, ou segundo as culpas dilacerantes ou tendências inferiores em que se sintonizam, geralmente preparando novos eventos, alusivos às necessidades e problemas que lhes são peculiares nos domínios da reencarnação imprescindível.

(3) O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que, por agora, não podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela com que tem sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre. (Nota do Autor Espiritual)

Livro: Evolução em Dois Mundos

"ESTRANHOS MOVIMENTOS ESPÍRITAS”

Jorge Luiz Hessen
Brasília/DF
jorge.loluhesse@gmail.com


O “movimento espírita” está indesejavelmente fracionado. Têm surgido várias correntes ideológicas estranhas e muitos reformadores (“progressistas”) interpretando Kardec equivocadamente. Querem adaptar o Espiritismo aos seus pendores a invés de se adaptarem à Terceira Revelação.
Existem grupos (Ligas, Uniões etc.) alavancados na difusão das chamadas “campanhas do quilo” (atualmente bem arrefecidas) impondo ao movimento doutrinário práticas inspiradas nas supostas curas “desobsessivas” por corrente magnética e choques anímicos, apometrias e outras..., contrariando o projeto dos Espíritos, segundo a Codificação.
Há um inusitado “movimento laico”, repudiando o aspecto religioso da Doutrina. Aliás, o projeto de tal segmento é a extinção da pergunta 625 (1) do Livro dos Espíritos. Têm aversão e não aceitam, nem com “reza braba”, a liderança de Jesus nos destinos do Planeta. Tais títeres da ilusão e “laicos” não querem nem ouvir falar da tal CARIDADE. Desfraldam a bandeirola da retórica do “livre-pensamento”, utilizando o paradigma da “surrada dialética” almejando tumultuar o movimento espírita brasileiro.
Não há como deixar de citar o tal “movimento de unificação” liderado por algumas federativas (aqui fazemos ressalva à Federação Espírita do Paraná), propondo incompreensível hierarquização no movimento espírita, submetendo os espíritas à sua ordem quase sempre promovendo e comercializando livros de conteúdos estranhos e autores de reputação moral discutível, além de promoções de encontros “espíritas” não gratuitos. Urge sejam  evitadas as apelações para comercializações de livros espíritas caros, agenciamentos de eventos doutrinários (não gratuitos), lotações de hotéis e centros de convenções  com seminários e congressos (não gratuitos). Recordemos que o ideal de União (diferente de Unificação burocratizada) será projeto pouco produtivo enquanto ainda existir nos centros e federativas as "panelinhas", as bajulação e traições para conquistas de  cargos. 
Cresce o chamado movimento de “amigos de Chico Xavier e sua obra”, objetivando supostamente a manter “acesa” na mente dos espíritas “a vida simples e as obras do médium mineiro”. Será que o lúcido Chico Xavier aceitaria essas homenagens? DUVIDAMOS muito!. Também nesses movimentos difundem livros e informativos de conteúdos que merecem estudo e reflexão.
A Doutrina Espírita é pura e incorruptível, porém, o movimento espírita é suscetível dos mesmos graves prejuízos que dificultaram a ação do cristianismo tradicional, hoje bastante fracionado. Como não se pode imaginar o espírita com duas condutas divergentes, a conduta do homem e a conduta do espírita, também não se pode imaginar o movimento espírita, ora acontecendo segundo os preceitos espíritas, ora segundo outros preceitos duvidosos, aceitos equivocadamente no seu contexto em nome da tolerância piegas.
Allan Kardec é único. Espiritismo também, por conseguinte. O mestre lionês sempre preconizou a unidade doutrinária. Não há o menor espaço para compor com outras idéias que não sejam, ou convergentes e em uníssono com as suas, ou reflexos resplandecente destas. Unidade doutrinária foi a única e derradeira divisa de Allan Kardec, por ser a fortaleza inexpugnável do Espiritismo. Por isso, necessita ser o nosso lema, o nosso norte, a nossa bandeira. Como conseguir? O amor é a resposta.
Não há o amor quando se impõe teorias e práticas exóticas, ou não afinadas com a simplicidade e pureza dos trabalhos espíritas, comprometendo o projeto doutrinário. Quem compreende essa situação deve trabalhar para modificá-la. A via mais segura, para isso, é o amor incondicional, o esclarecimento, o estudo, o convencimento pela razão e pela tolerância, jamais pelos melindres tacanhos.
Os espíritas não são proibidos de coisa alguma, mas sabendo que devem arcar com a responsabilidade de todos os atos, conscientes do desequilíbrio que possam praticar. Não podemos fingir que tudo está em ordem e harmônico às mil maravilhas ou que somos sublimes cristãos. O Espiritismo não aceita “donos da verdade”, até porque a espiritualidade e Kardec ensinam que a Revelação Espírita é progressiva, não estando completa em parte alguma e nem precisamos fazer um esforço descomunal para nos cientificarmos de que são raros os centros espíritas que podem se dar ao luxo de praticar a mediunidade na sua mais pura acepção.
Em nome de um “Espiritismo plural”, consternamo-nos diante de alguns centros espíritas que propõem aplicações de luzes coloridas (cromoterapias) para higienizar auras humanas e curar (pasmem!): azia, cálculo renal, coceiras, dores de dente, gripes, soluços em crianças, verminose, frieiras. Se não bastasse, recomenda-se até carvãoterapia (?!) para neutralizar "maus-olhados". Nesse sentido, segundo crêem, é só colocar um pedaço de tora de carvão debaixo da cama e estaremos imunes do grande flagelo da humanidade - o "olho comprido". Não satisfeitos, ainda têm aqueles que “engarrafam” literalmente os obsessores. Há as inusitadas piramideterapias, gatoterapia (?) sobre isso, conheço alguém que possui cinco gatos em casa para “atrair” as energias negativas, cristalterapias e mais uma infinidade de terapias bizarras, aplicam-se, até, passes magnéticos nas paredes dos centros para “descontaminá-las”.
Por falta de unidade doutrinária (repetimos) há dirigentes promovendo casamentos, crismas, batizados, além das sempre “justificadas” rifas e tômbolas nos centros, tribuna para a propaganda político-partidária, preces cantadas. Isso, para não aprofundar nos inoportunos trabalhos de passes com bocejos, toques, ofegações, choques anímicos (?), estalação dos dedos, palmas, diagnósticos com uso de “vidência": sobre doenças e obsessões, etc.
Desconfiemos de movimentos que não cultivam a simplicidade e priorizam fenômenos mediúnicos, mandamentos, hierarquias. Ajudemos a proscrever os Movimentos centrados na autoridade, na opressão, na exclusão, na submissão, na discriminação, na desqualificação de quem não abraça o mesmo preceito.
O Cristo não tinha religião. Nós é que, ao institucionalizar diferentes experiências espirituais, criamos as religiões. Já que criamos o movimento religioso avaliemos se a nossa doutrina é amorosa ou excludente, semeadoras de bênçãos ou ainda se ajoelha diante do poder do dinheiro.
Espírita-cristão deve ser o nome do nosso nome, ainda mesmo que respiremos em aflitivos combates íntimos. Espírita-cristão deve ser o claro objetivo de nossa instituição, ainda mesmo que, por isso, nos faltem as passageiras subvenções e honrarias.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Podemos partir desse mundo antes da hora?



 
A hora, o momento, o instante da morte suscita ainda muita incompreensão, mesmo entre espíritas. Normalmente, o delicado assunto vem à baila quando ocorrem fatos inesperados e chocantes, com elevado número de óbitos e extrema comoção social. Os que entendem não haver momento prefixado para a morte até se louvam em textos de O Livro dos Espíritos, mas esquecidos de que estes sempre estão subordinados a um todo, cuja lógica granítica não pode ser apanhada no calor de uma preconcepção que se quer confirmar a todo custo.
O n. 746 da Obra-base registrou que o assassinato é grande crime aos olhos de Deus, pois “aquele que tira a vida ao seu semelhante corta o fio de uma existência de expiação ou de missão”, aduzindo a isto que “aí é que está o mal”… A intenção foi desqualificar o crime, valorizando a vida em seus propósitos mais altos, e não propriamente afirmar o absurdo de que seria possível uma pessoa deixar de cumprir sua missão, ou de expiar suas faltas, se uma terceira tentasse e conseguisse matá-la. Houve imprecisão na retórica, mas não serve de exemplo aos mais versados na Filosofia Espírita, preconizadora da bondade e da justiça de Deus acima de tudo.
O que não soa bem é que se negue a Providência e se aclame o acaso em nome do Espiritismo, tanto mais lamentavelmente num momento decisivo como o da morte. Segundo Allan Kardec: “O Livro dos Espíritos não é um tratado completo do Espiritismo; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação.” (Revista Espírita. Julho de 1866. Perguntas e problemas.) Todavia, não é o caso de recorrer a esta importante advertência do mestre. O próprio Livro dos Espíritos bem estabelece que “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é” (853).
Tal instrução, contudo, não prega o óbvio, o fato biológico de que viver implica necessariamente morrer. O que proclama é que o instante da desencarnação é predeterminado, e não a banalidade de que morrer é inevitável aos mortais. Até porque ao núcleo do sujeito (instante) é que diretamente se dirige o seu predicativo (fatal), com o perdão deste brevíssimo lembrete de sintaxe da nossa Língua. O Livro dos Espíritos revela, portanto, a verdade transcendente de que “qualquer que seja o perigo que nos ameace, se a hora da morte ainda não chegou, não morreremos”, acrescendo a isto que “Deus sabe de antemão de que gênero será a morte do homem e, muitas vezes, seu espírito também o sabe, por lhe ter sido isso revelado, quando escolheu tal ou qual existência”. (853-a.)
Nesta mesma linha doutrinária, o n. 199 da Obra-base já estabelecera que a morte de uma criança “pode representar, para o espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento em que devera terminar”. Os Instrutores da Codificação aludem a um processo deflagrado pelo próprio espírito em vida passada, e que teve por efeito abreviar-lhe aquela estada física, a qual findou antes do tempo que lhe fora prefixado, motivando a necessidade de uma vida futura mais breve, a interromper-se na infância. Ou será que a alguém acode o pensamento de que tal espírito deve retornar numa nova e mais curta existência porque um terceiro lhe ceifou a vida pregressa antes do momento em que devia terminar? O primeiro padeceria inocentemente o resultado de falta cometida contra si por outrem…
Fora zombar da Providência! O que a Doutrina Espírita ensina com precisão é que se for destino de alguém não perecer, ou perecer de tal maneira, assim será; e mesmo a interferência dos espíritos poderá verificar-se para tanto. É o que se lê no Livro que lhes traz o nome (ns. 526, 527 e 528). No “Resumo teórico do móvel das ações humanas”, síntese dos ensinos de O Livro dos Espíritos acerca da liberdade e da fatalidade, Kardec é muito claro: “No que concerne à morte é que o homem se acha submetido, em absoluto, à inexorável lei da fatalidade, por isso que não pode escapar à sentença que lhe marca o termo da existência, nem ao gênero de morte que haja de cortar a esta o fio” (n. 872).
Assim, no caso do assassinato em foco no n. 746 da Obra-base, a existência de expiação, ou de missão, foi interrompida dessa forma porque Deus o permitiu, em função de haver chegado a hora, o instante, o momento de seu fim. Todavia, não se conclua daí que haja redução de responsabilidade do assassino. Cometeu voluntariamente um crime, dívida que haverá de saldar a seu tempo. Exceto mediante práticas suicidas, não é possível partir deste mundo antes da hora.
Para uns, será o instante e o gênero da morte uma expiação; para outros, mera prova. Conforme o axioma kardeciano: “[...] a expiação serve sempre de prova, mas nem sempre a prova é uma expiação”. (O Ev. seg. o Esp., cap. V, n. 9.) A morte, porém, acontecerá no momento preciso, individual ou coletivamente; sendo certo que, de modo imprevisto, ninguém desencarnará vítima de falta alheia, o que, entretanto, não supõe a predeterminação do ato equívoco, mas a infalibilidade da Divina Lei. O Juiz, neste caso, lavra em termos irrepreensíveis o seu veredictum, porquanto, “para Deus, o passado e o futuro são o presente”. (Kardec. A Gênese. Frontispício.)
Aos infratores, as dívidas; às “vítimas”, a liberdade, o progresso espiritual, quer por simples prova, quer por expiação.