domingo, 31 de agosto de 2014

"Mas os cuidados deste mundo, os enganos das riquezas e as ambições doutras coisas, entrando, sufocam a palavra, que fica infrutífera." - Jesus. (MARCOS, 4:19.)

A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente.

Qual acontece na vida comum, o Criador dá tudo, mas não prescinde do esforço da criatura.

Qualquer planta útil reclama especial atenção no desenvolvimento.

Indispensável cogitar-se do trabalho de proteção, auxílio e defesa. Estacadas, adubos, vigilância, todos os fatores de preservação devem ser postos em movimento, a fim de que o vegetal precioso atinja os fins a que se destina.

A conquista da crença edificante não é serviço de menor esforço.

A maioria das pessoas admite que a fé constitua milagrosa auréola doada a alguns espíritos privilegiados pelo favor divino.

Isso, contudo, é um equívoco de lamentáveis conseqüências.

A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.

Não se faz possível a realização, quando excessivas ansiedades terrestres, de parceria com enganos e ambições inferiores, torturam o campo íntimo, à maneira de vermes e malfeitores, atacando a obra.

A lição do Evangelho é semente viva.

O coração humano é receptivo, tanto quanto a terra.

É imprescindível tratar a planta divina com desvelada ternura e instinto enérgico de defesa.

Há muitos perigos sutis contra ela, quais sejam os tóxicos dos maus livros, as opiniões ociosas, as discussões excitantes, o hábito de analisar os outros antes do auto- exame.

Ninguém pode, pois, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um.


Pelo Espírito Emmanuel




Francisco Cândido Xavier. Vinha de Luz. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 40.

sábado, 30 de agosto de 2014

A SALVAÇÃO INESPERADA

Num país europeu, certa tarde, muito chuvosa, um maquinista, cheio de fé em Deus, começando a acionar a locomotiva com o trem repleto de passageiros para longa viagem, fixou o céu escuro e repetiu, com muito sentimento, a oração dominical.

O comboio percorreu léguas e léguas, dentro das trevas densas, quando, alta noite, ele viu, à luz do farol aceso, alguns sinais que lhe pareceram feitos pela sombra de dois braços angustiados a lhe pedirem atenção e socorro.

Emocionado, fez o trem parar, de repente, e, seguido de muitos viajantes, correu pelos trilhos de ferro, procurando verificar se estavam ameaçados de algum perigo.

Depois de alguns passos, foram surpreendidos por gigantesca inundação que, invadindo a terra com violência, destruíra a ponte que o comboio deveria atravessar.

O trem fora salvo, milagrosamente.

Tomados de infinita alegria, o maquinista e os viajores procuraram a pessoa que lhes fornecera o aviso salvador, mas ninguém aparecia. Intrigados, continuaram na busca, quando encontraram no chão um grande morcego agonizante, O enorme voador batera as asas, à frente do farol, em forma de dois braços agitados, e caíra sob as engrenagens. O maquinista retirou-o com cuidado e carinho, mostrou-o aos passageiros assombrados e contou como orara, ardentemente, invocando a proteção de Deus, antes de partir. E, ali mesmo, ajoelhou-se, ante o morcego que acabava de morrer, exclamando em alta voz:

– Pai Nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome, venha a nós o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na Terra como no céu; o pão nosso de cada dia dá-nos hoje, perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores, não nos deixes cair em tentação e livra-nos do mal, porque teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Assim seja.

Quando acabou de orar, grande quietude reinava na paisagem.

Todos os passageiros, crentes e descrentes, estavam também ajoelhados, repetindo a prece com amoroso respeito. Alguns choravam de emoção e reconhecimento, agradecendo ao Pai Celestial, que lhes salvara a vida, por intermédio de um animal que infunde tanto pavor às criaturas humanas. E até a chuva parara de cair, como se o céu silencioso estivesse igualmente acompanhando a sublime oração.


Pelo Espírito Meimei


Francisco Cândido Xavier. Pai Nosso. FEB.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

QUANTO MAIS











Abençoai sempre as vossas dificuldades e não as lastimeis, considerando que Deus nos concede sempre o melhor e o melhor tendes obtido constantemente com a possibilidade de serdes mais úteis.


*

Quanto mais auxiliardes aos outros, mais amplo auxílio recebereis da Vida Mais Alta.

*

Quanto mais tolerardes os contratempos do mundo, mais amparados sereis nas emergências da vida, em que permaneceis buscando paz e progresso, elevação e luz.

*

Quanto mais liberdade concederdes aos vossos entes amados, permitindo que eles vivam a existência que escolheram, mais livres estareis para obedecer a Jesus, construindo a vossa própria felicidade.

*

Quanto mais compreenderdes os que vos partilham os caminhos humanos, mais respeitados vos encontrareis de vez que, quanto mais doardes do que sois em benefício alheio, mais ampla cobertura de amparo do Senhor assegurará a tranqüilidade em vossos passos.

*

Continuemos buscando Jesus em todos os irmãos da Terra, mas especialmente naqueles que sofrem problemas e dificuldades maiores que os nossos obstáculos, socorrendo e servindo e sempre mais felizes nos encontraremos sob as bênçãos dele, nosso Mestre e Senhor.



Pelo Espírito Bezerra de Menezes




Francisco Cândido Xavier. Caridade. Espíritos Diversos. IDE.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

TU TENS

Quando alguém o busca com frio, é porque tu tens o cobertor.

Se a tristeza empurra alguém para perto de ti, é porque tu tens o sorriso.

Se alguém chega com lágrimas, é porque tu tens o lenço.

Se a dor impulsiona alguém em tua direção, é porque tu tens o curativo.

Quando alguém se acerca com fome, é porque tu tens o alimento.

E se o desânimo lhe aproxima um ser, é porque tu tens o estímulo necessário.

Quando alguém chega em desespero, é porque tu tens a serenidade.

Se alguém foge do tumulto e lhe busca a presença, é porque tu tens a tranquilidade.

Quando alguém o procura com medo, é porque tu tens a segurança.

Quando vem ao teu encontro um coração aflito, é porque tu tens a calma.

E se alguém o busca com palavras, é porque tu tens a capacidade de ouvir.

Quando lhe chega uma alma em conflitos, é porque tu tens a temperança.

Se alguém se aproxima com ódio, é porque tu tens o amor.

Se alguém lhe confidencia segredos, é porque tu possui a discrição.

Se a mágoa lhe traz alguém, é porque tu tens o perdão.

Se lhe apresentam a fantasia, é porque tu tens a realidade.

Quando lhe trazem versos, é porque tu tens a melodia.

Quando lhe estendem as mãos sangrando, é porque tu tens o remédio.

Quando alguém lhe chega com a indecisão, é porque tu conheces o rumo certo.

Quando alguém lhe chega com carências, é porque tu tens a ternura.

E se alguém o busca com dúvidas, é porque tu tens a fé.

Quando alguém se aproxima com passos vacilantes, é porque tu tens a firmeza.

Se alguém se apresenta com a vontade paralisada, é porque tu tens o dinamismo.

Quando alguém chega com a mente confusa, é porque tu tens a lucidez.

E se alguém se aproxima com os braços abertos, é porque tu tens o abraço.

E, por fim, quando alguém lhe apresenta um frasco vazio, é porque tu tens o perfume.

Por todas essas razões, nunca deixe alguém que o busca partir sem uma resposta, pois ninguém chega a tí por acaso.

Ainda que tu penses que nada possui para oferecer, isso não é verdade. Se alguém lhe apresenta uma necessidade qualquer, mesmo que velada, é porque tu tens algo para oferecer.

Pense nisso!

* * *

De tudo o que Deus criou e que existe no mundo, o mais importante está dentro de tí.

São as tuas virtudes de esperança, otimismo, coragem, confiança e amor.

Essas qualidades devem brilhar para fazer a tua vida diferente.

Do desabrochar dessas virtudes latentes em teu íntimo, depende a felicidade de muitos.

Deixe-as fluir de dentro de tí como um pássaro livre, e perceberá que essa força divina espargirá paz ao teu redor, alcançando a todos aqueles que cruzam o teu caminho.



Desconhecemos autoria

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

PARA TESTEMUNHAR

"E vos acontecerá isto para testemunho." - Jesus. (LUCAS, capítulo 21, versículo 13.)

Naturalmente que o Mestre não folgará de ver seus discípulos mergulhados no sofrimento. Considerando, porém, as necessidades extensas dos homens da Terra, compreende o caráter indispensável das provações e dos obstáculos.

A pedagogia moderna está repleta de esforços seletivos, de concursos de capacidade, de testes da inteligência.

O Evangelho oferece situações semelhantes.

O amigo do Cristo não deve ser uma criatura sombria, à espera de padecimentos; entretanto, conhecendo a sua posição de trabalho, num plano como a Terra, deve contar com dificuldades de toda sorte.

Para os gozos falsificados do mundo, o Planeta está cheio de condutores enganados.

Como invocar o Salvador para a continuidade de fantasias? Quando chamados para o Cristo, é para que aprendamos a executar o trabalho em favor da esfera maior, sem olvidarmos que o serviço começa em nós mesmos.

Existem muitos homens de valor cultural que se constituíram em mentores dos que desejam mentirosos regalos no plano físico.

No Evangelho, porém, não acontece assim. Quando o Mestre convida alguém ao seu trabalho, não é para que chore em desalento ou repouse em satisfação ociosa.

Se o Senhor te chamou, não te esqueças de que já te considera digno de testemunhar.



Pelo Espírito Emmanuel. 


Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida.  28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 71.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

A PALAVRA

Poderoso veículo de comunicação, a palavra é instrumento que poucos utilizam como deveriam.

A boa palavra ergue e consola, ensina e corrige, ampara e salva.

A má palavra envenena e mata, enlouquece e fulmina, desequilibra e arma de ódio.

Muitos falam sem pensar, gerando antipatias e fomentando crimes.

Outros pensam sem falar e perdem as oportunidades edificantes de sustentar o ideal do bem e da vida.

Falar por falar expressa desequilíbrio, tanto quanto calar, sempre, denota doentia introspecção.

*

Dispões desse abençoado instrumento para preservar a vida e enriquecê- la de bênçãos, que é a palavra.

Usa o verbo com sabedoria, ensinando, ajudando e impulsionando as pessoas ao avanço, ao progresso.

Articula a palavra sem gritaria, nem desconcerto emocional, de modo que se te faça agradável, inspirando os que te ouvem e gerando simpatia em teu favor.

A arte de falar é conquista que todos devem lograr.

Não a esgrimas com teu verbo, nem a sepultes no mutismo da alienação.

Fala sobre o bem, o amor e a esperança, propondo a alegria entre as criaturas e ensinando-as a adquirir segurança pessoal no processo da evolução.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis.





Divaldo Pereira Franco. Episódios Diários.  LEAL. Capítulo 11
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segunda-feira, 25 de agosto de 2014

OBSTINAÇÃO CRISTÃ

A tua obstinação pelo ideal do bem surpreende a muitos, que a consideram loucura.

Os amigos têm dificuldade de compreender-te, supondo ser o teu esforço uma busca sub-reptícia de promoção pessoal ou perseguição a interesses de procedência mundana.

Censuram-te a firmeza, que lhes parece fanatismo, e assacam calúnias contra ti esperando esmorecer-te o ânimo.

São também crentes nos postulados que te arrebatam, mas os têm como um suporte para determinadas ocasiões, um compromisso que, às vezes, se as circunstâncias são pouco favoráveis, pode ser postergado como secundário.

Não se interessam para que o próximo conheça o que a eles faz felizes, quiçá, porque ainda não se identificaram, realmente, com o conteúdo da fé.

Vivem no mundo, nos mesmos padrões profanos, distraídos, periodicamente chamados à razão pela dor, que olvidam logo passa o problema afligente.

São simpáticos quando necessitam e soberbos quando procurados.

Hábeis no falar e no agir, transitam livremente nas diversas áreas, nas quais se acomodam, sem definição.

Dizem-se liberais, tolerantes.

A fé, porém, é um compromisso para com a vida.

Muitos crentes, no entanto, vivem uma fé sem compromisso.

Como tens consciência de que ressurgirás do túmulo conforme és, acautela-te, desde já, mantendo coerência entre o que crês e o que fazes, o que pretendes e o que encontrarás.

A morte é uma desveladora de realidades, em cujo umbral se acabam as ilusões, ressurgindo a vida em plenitude.

Vive hoje, portanto, conforme anelas prosseguir depois.

A imprevidência gasta agora, para lamentar mais tarde, enquanto a sabedoria aplica hoje, para o rendimento no futuro.

Afatiga-te, sem queixas, na ação do bem, ao tempo em que outros se exaurem no transitório jogo da imediata satisfação.

Sempre te faz bem, o bem que fazes.

O que atiras fora te faltará, mas o que aplicas se multiplicará.

O cristão vale pelos investimentos de amor e abnegação de que se utiliza.

Como o tempo inevitavelmente passa, ele te coroará de paz ou arrependimento, de acordo com o uso que dele faças.

Torna-te, desse modo, um realizador incansável.

Quando procurado, ajuda, orienta, sem enfado, e, quando não sejas solicitado, esparze o esclarecimento como semeador que atira pólen e sementes por onde passa e onde se encontra, consciente dos resultados abençoados que advirão mais tarde.

Não te imponhas, porém, transpondo a linha do equilíbrio que estabelece o respeito às demais criaturas e suas crenças. Todavia, por motivo nenhum, se te faças omisso.

Canta com o verbo e o coração, a mente e a ação, o teu hino cristão de amor e luz, tornando-te ouvido, assim despertando os que jazem no letargo da acomodação ou anestesiados pelos vapores tóxicos da ignorância.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis



Divaldo Pereira Franco. Seara do Bem. Espíritos Diversos. LEAL.

domingo, 24 de agosto de 2014

PADECER

"Nada temas das coisas que hás de padecer." - (APOCALIPSE, capítulo 2, versículo 10.)

Uma das maiores preocupações do Cristo foi alijar os fantasmas do medo das estradas dos discípulos.

A aquisição da fé não constitui fenômeno comum nas sendas da vida. Traduz confiança plena.

Afinal, que significará "padecer"?

O sofrimento de muitos homens, na essência, é muito semelhante ao do menino que perdeu seus brinquedos.

Numerosas criaturas sentem-se eminentemente sofredoras, revoltam-se outras porque Deus não lhes atendeu aos caprichos perniciosos.

A fim de prestar a devida cooperação ao Evangelho, é justo nos incorporemos à caravana fiel que se pôs a caminho do encontro com Jesus, compreendendo que o amigo leal é o que não procura contender e está sempre disposto à execução das boas tarefas.

Participar do espírito de serviço evangélico é partilhar das decisões do Mestre, cumprindo os desígnios divinos do Pai que está nos Céus.

Não temamos, pois, o que possamos vir a sofrer.

Deus é o Pai magnânimo e justo. Um pai não distribui padecimentos. Dá corrigendas e toda corrigenda aperfeiçoa.



Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 26.

sábado, 23 de agosto de 2014

SAÚDE

Estás mergulhado, psiquicamente, na Mente Universal e Divina.

Seguindo a diretriz ética do equilíbrio e da ordem, que fluem e refluem em toda parte, respiras em clima de saúde e de paz.

Quando te desconectas do complexo mantenedor da harmonia que te envolve, desconcertam-se as peças da maquinaria física, face às vibrações violentas da mente, favorecendo a instalação das doenças.

A enfermidade, geralmente, procede do ser espiritual, resultante do seu passado, que encontra ressonância no psiquismo atual, gerando o campo propício à instalação da desordem.

*

Durante o dia, muitos fatores conspiram contra a tua harmonia mental, não te cabendo agasalhá-los.

Resolve, assim, cada situação, com calma e segurança, não guardando resíduos mentais negativos.

Fato consumado, mente liberada, em programação de novo cometimento superior.

A tua saúde depende sempre do teu comportamento moral e espiritual.

E, não obstante, se a enfermidade encontrar guarida no teu organismo, recorre à oração e resgata a tua dívida com alegria, em pleno processo de libertação total.





Divaldo Pereira Franco. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 42.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O QUE SE OFERTA ÀS CRIANÇAS

Quem se habilite a ofertar à criança uma página, um
verso, um dizer - que o faça com a unção de quem deposita flores no altar de uma alma...

Quem se atreva a modelar os sonhos das novas gerações e projetar imagens que criarão atos, impulsos, pensamentos - que o faça com a responsabilidade absoluta da beleza e do bem...

É preciso doar à criança o que de melhor nos escorrer do Espírito, em estado de graça e simplicidade!

Algo que possa servir para a vida toda e até mais além, eternidade afora.

A palavra semeada numa alma de criança pode frutificar amanhã radiosa, mas também pode se tornar um espinho indesejável, de que muitas vezes ela não conseguirá se livrar.

Nunca serão excessivos os cuidados que tomemos com o alimento de arte a lhe oferecer.

Quando escritores se debruçarem sobre a página em branco, para respingar idéias e metáforas para as crianças, que se elevem para o infinito, pois é de infinito que devemos fecundar o futuro.

Quando pais e mestres buscarem as páginas já escritas, que escolham as que mais possam refletir idéias transcendentes e não as que se arrastam na miséria apenas do cotidiano.

Que se transportem as jornadas interessantes a terras longínquas, ou a outros planetas em metáforas da grande aventura que é o progresso do Espírito em direção à luz das estrelas!

Que se saiba traduzir o bem e a verdade sem o moralismo maçante, mas com a poesia que o Universo mesmo oferece aos olhos atentos e sensíveis do verdadeiro artesão das palavras!

* * *

Na era da informação fácil e abundante, pais e mestres precisam estar atentos, pois quase sempre a fartura, a quantidade, não tem correlação com conteúdo, com qualidade.

Orgulham-se de filhos hábeis com as novas tecnologias, e seus raciocínios rápidos e precoces, mas muitas vezes não percebem que estão cheios de informação apenas.

Informação desgovernada, mal orientada e mal filtrada, produz mais prejuízo do que ganho à alma da criança.

Atentos devemos estar ao que se vê, ao que se lê, ao que se cultua no meio de nossos filhos, para não deixá-los serem absorvidos pela vasta cultura inútil e exploratória que ainda vige em nosso planeta.

Modas criadas por empresas, por profissionais da propaganda, vendendo heróis e ídolos ocos, são ameaças à educação espiritual das crianças, quando essas gastam a maior parte de suas horas hipnotizadas com tais personagens.

Pais e mestres devem ter critérios, devem observar e selecionar o que chega às almas no período infantil.

Deixar que tenham acesso a tudo, sem controle algum, é assumir risco demasiado grande, e perder oportunidade de usar o que já se produz de bom no mundo, para ajudá-los a crescer.

Lembremos que ser pai, ser mãe, é muito mais, muito mais mesmo do que apenas cuidar.



 Com base no texto O que se oferta às crianças, da obra Educação Segundo o Espiritismo, de Dora Incontri, ed. Comenius. Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS

Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, - deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. - (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.)

Quando diz: "Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar", Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria--lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: "Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor."



Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 10. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

HERANÇAS

Uma questão que deixa muita gente intrigada é a semelhança psicológica que existe entre membros da mesma família.

As parecenças físicas estão bem explicadas pela genética. Mas, será que o espírito herda também, de seus pais, as características morais?

No diálogo de Jesus com Nicodemos, vamos encontrar a resposta clara para essas questões.

Jesus, respondendo ao doutor da lei diz: "O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do espírito é espírito.
Não te maravilhes de eu te dizer que é preciso nascer de novo. O espírito sopra onde quer, e tu ouves a sua voz, mas não sabes donde ele vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do espírito."(
Jo. 3:8)

Fica bem clara a distinção que Jesus faz entre o corpo e o espírito. A carne procede da carne, mas o espírito não sabemos de onde vem.

Mas então, como pode um filho, por exemplo, parecer tanto, moralmente, com o pai?

Existem leis que regem a vida, das quais ainda não temos o entendimento completo. Uma delas é a lei de afinidade. As pessoas se unem ou se reúnem por afinidade de tendências, de gostos, de objetivos.

Assim é que, só vão a um estádio aqueles que gostam de futebol, e que, nos bares, só encontraremos os que gostam de beber umas e outras.

Isso se dá também com os povos. A lei de afinidade os reúne em determinada região, considerando a predominância de suas características.

Dessa forma é que podemos perceber claramente as tendências de alguns povos, para a violência, ou para a paz, por exemplo.

É por ser o espírito um ser individual e indivisível que todas as tentativas de se reproduzir um ser igual ao outro será frustrada.

Podemos reproduzir a matéria, mas o espírito que a animará, terá características próprias.

Não é outro o motivo pelo qual filhos de gênios nascem com uma inteligência limitada e pessoas de inteligência mediana podem ter filhos prodígios.

Assim sendo, se os geneticistas levassem em conta os ensinos do Sábio de Nazaré, teriam resposta para muitas das questões que não se explicam somente pelas leis da genética.

Se levassem em conta que cada corpo que nasce é animado por um espírito imortal, que trás consigo experiências milenares, resolveriam muitas dúvidas a respeito das enfermidades, da genialidade, da idiotia, da precocidade, e de tantas outras particularidades das criaturas.

Existem crianças que nos primeiros meses de vida, lêem, escrevem, fazem contas, decoram nomes de países e suas capitais etc., sem que tenham herdado essas capacidades de seus pais. E a recíproca é verdadeira.

Em suma, importa que saibamos que o corpo procede do corpo, mas o espírito não procede do espírito.

Importa, também, saber que, se o corpo gerado tiver vida, há um espírito a animá-lo, e que terá características espirituais próprias, independente das de seus pais.

O que pode ocorrer, é que o mesmo espírito que animou o corpo do avô, por exemplo, estando já desencarnado, volte a renascer e animar o corpo do neto.

Isso faria com que parecesse ter herdado as características do avô, mas seria o próprio que voltou.

Você sabia?

Que o espírito se liga ao corpo no momento da concepção?

E que as necessidades do espírito reencarnante é que, pela lei de afinidade, impulsionam o óvulo e o espermatozóide que contenham a carga genética propícia às suas experiências no corpo físico?

Assim, se tiver que desenvolver um câncer, por exemplo, o óvulo será penetrado pelo espermatozóide com as informações genéticas capazes de formar um corpo predisposto à enfermidade.

Isso não quer dizer que desenvolverá o câncer, mas terá um organismo propenso para tal.




Equipe de Redação do Momento Espírita

terça-feira, 19 de agosto de 2014

OBEDIÊNCIA CONSTRUTIVA

"E assim vos rogo eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados." - Paulo. (EFÉSIOS, 4:1.)

Na leitura do Evangelho, é necessário fixar o pensamento nas lições divinas, para que lhes sorvamos o conteúdo de sabedoria.

No versículo sob nossa atenção, reparamos em Paulo de Tarso o exemplo da suprema humildade, perante os desígnios da Providência.

Escrevendo aos Efésios, declara-se o apóstolo prisioneiro do Senhor.

Aquele homem sábio e vigoroso, que se rendera a Jesus, incondicionalmente, às portas de Damasco, revela à comunidade cristã a sublime qualidade de sua fé.

Não se afirma detento dos romanos, nem comenta a situação que resultava da intriga judaica. Não nomeia os algozes, nem se refere às sentinelas que o acompanham de perto.

Não examina serviços prestados.

Não relaciona lamentações.

Compreendendo que permanece a serviço do Cristo e cônscio dos deveres sagrados que lhe competem, dá-se por prisioneiro da Ordem Celestial e continua tranqüilamente a própria missão.

Simples frase demonstra-lhe a elevada concepção de obediência.

Anotando-lhe a nobre atitude, conviria lembrar a nossa necessidade de conferir primazia à vontade de Jesus, em nossas experiências.

Quando predominarem, nos quadros da evolução terrestre, os discípulos que se sentem administradores do Senhor, operários do Senhor e cooperadores do Senhor, a Terra alcançará expressiva posição no seio das esferas.

Imitando o exemplo de Paulo, sejamos fiéis servidores do Cristo, em toda parte. Somente assim, abandonaremos a caverna da impulsividade primitiva, colocando-nos a caminho do mundo melhor.





Francisco Cândido Xavier. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 126.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

O JUGO LEVE


Vinde a mim, todos vós que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei comigo que sou brando e humilde de coração e achareis repouso para vossas almas, pois é suave o meu jugo e leve o meu fardo. (S. MATEUS, cap. XI, vv. 28 a 30.)



Todos os sofrimentos: misérias, decepções, dores físicas, perda de seres amados, encontram consolação em a fé no futuro, em a confiança na justiça de Deus, que o Cristo veio ensinar aos homens. Sobre aquele que, ao contrário, nada espera após esta vida, ou que simplesmente duvida, as aflições caem com todo o seu peso e nenhuma esperança lhe mitiga o amargor. Foi isso que levou Jesus a dizer: "Vinde a mim todos vós que estais fatigados, que eu vos aliviarei."

Entretanto, faz depender de uma condição a sua assistência e a felicidade que promete aos aflitos. Essa condição está na lei por ele ensinada. Seu jugo é a observância dessa lei; mas, esse jugo é leve e a lei é suave, pois que apenas impõe, como dever, o amor e a caridade.


Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB.

domingo, 17 de agosto de 2014

DECÁLOGO DA VONTADE

"Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao Espírito". (Allan Kardec - E.S.E., Cap. IX, ltem 10)

Poupe-me à tentação, antes que me fortaleça, e eu o salvarei dos vícios futuros. Ainda sou muito jovem no equilíbrio.



Conduza-me ao dever e eu o ajudarei no caminho evolutivo. Necessito de um serviço nobre para manter-me.

*

Inspire-me a caridade e eu enflorescerei as avenidas de sua alma. Tenho sede de crescimento.

*

Impila-me ao trabalho e eu expulsarei de seu lar interior a preguiça destruidora. É imprescindível que ocupe minhas horas.

*

Ajude-me na resistência, oferecendo-me a oração, e eu deixarei asseada sua casa mental. Requeiro imediato auxílio para não desfalecer.

*

Exercite-me na inspiração do bem e eu o coroarei de luz. Tenho sido servidora da indolência e preciso de renovaçao.

*

Procure conhecer-me com mais atenção e o farei feliz. Sou velha amiga que a indiferença venceu.

*

Conceda-me nova oportunidade, quando eu tombar, e lhe darei força desconhecida. Lembre-se de que sou vulnerável à reincidência.

*

Evite-me os embates muito rudes, no momento, e vencerei para a sua paz todas as forças negativas que trabalham contra você. Necessito de tempo para fortalecer-me.

*

Tenha paciência comigo e, juntos, chegaremos à felicidade plena. Nasci com você e nunca nos separaremos. Ajude-me e o farei livre.



Divaldo Pereira  Franco. Glossário Espírita-Cristão. Pelo Espírito Marco Prisco. LEAL.

sábado, 16 de agosto de 2014

RECOMEÇO

Não gastes a riqueza do tempo com lamentações improfícuas, nem destruas o valor das horas no fogo da agitação.

Cala-te e pensa.

Sofreste talvez prejuízos enormes.

Provavelmente caíste em erro.

Padeces desenganos que jamais esperaste.

Encontraste problemas que te parecem insolúveis.

Fracassaste naquilo que entendias como sendo o melhor em teu favor.

Entretanto, queixas e aflições vazias, não te amparam de modo algum.

Reflete em teu arsenal interior de recursos e bênçãos e surpreenderás um tesouro de energias em ti mesmo, cujo acesso descobrirás, meditando simplesmente nestas duas palavras:

- POSSO RECOMEÇAR.





Francisco Cândido Xavier. Recados do Além. Pelo Espírito Emmanuel. IDEAL. Capítulo 35.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

REALMENTE

A tempestade espanta. Entretanto, acentuar-nos-á a resistência se soubermos recebê-la.

*

A dor dilacera. Mas aperfeiçoar-nos-á o coração, se buscarmos aproveitá-la.

*

A incompreensão dói. Contudo, oferece-nos excelente oportunidade de compreender.

*

A luta perturba. Todavia, será portadora de incalculáveis benefícios, se lhe aceitarmos o concurso.

*

O desespero destrói. Diante dele, porém, encontramos ensejo de cultivar a serenidade.

*

O ódio enegrece. No entanto, descortina bendito horizonte à revelação do amor.

*

A aflição esmaga. Abre-nos, todavia, as portas da ação consoladora.

*

O choque assombra. Nele, contudo, encontraremos abençoada renovação.

*

A prova tortura. Sem ela, entretanto, é impossível a aprendizagem.

*

O obstáculo aborrece. Temos nele, porém, legítimo produtor de elevação e capacidade.


Francisco Cândido Xavier. Agenda Cristã. Pelo Espírito André Luiz. FEB. Edição de Bolso.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

RECOLHERÁS COMO PEDIRES

"Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham". O LIVRO DOS MÉDIUNS 2ª parte, Capítulo 29º - Item 327.

Na abençoada Obra de Nosso Pai tudo são trocas. Receberás sempre consoante requereres. Desvairado, se te atiras ao coração querido, ferindo-lhe a sensibilidade, obterás somente reprimenda nascida no desgosto.

Inquieto, se buscas paz, afligindo os que te cercam no lar, recolherás azedume e animosidade.

Combalido, se procuras repouso, exigindo acomodação dos outros, receberás apenas repulsa e antagonismo.

Isto porque, a resposta procede dos termos da petição, de acordo com o merecimento da apresentação.

Não esqueças, entretanto, que o coração magoado é constrangido à aflição, os familiares atormentados escondem-se no desencanto e os outros, atacados por exigências, reagem, naturalmente.

Respeita a mão distendida ao alcance da tua mão e recebe-lhe a oferenda.

Nem ameaces o equilíbrio de quem se inclina a auxiliar-te.

Nem avances exigente para quem estugou o passo na caminhada, ao ouvir-te o apelo.

Aflição projetada traduz aflição que retornará.

Aversão espalhada pressagia antipatia para colheita futura.

Se desejas aspirar o aroma do amor, libertando-te das dificuldades pessoais com o auxilio alheio, não expresses confiança sob impropérios nem segurança de fé com chuvas de irritabilidade.

Favorece os meios simples para o trabalho eficiente e a obra crescerá em torno da tua planificação.

Ajuda para que te ajudem.

Ilumina para que te iluminem.

Coopera-servindo para que a inteligência ambiciosa não estiole a expressão do coração necessitado.

Pergunta-esclarecendo para que a inutilidade não te assinale a vida.

Fortalece o digno ideal da produção para que a produtividade te enriqueça.

Entende as dificuldades do próximo a fim de que ele te entenda, igualmente, a dificuldade.

Em qualquer dificuldade recorda o poder da oração e roga inspiração ao Céu, realizando sempre o melhor para que o melhor se faça em ti e através de ti sem olvidares que todo apelo encontra resposta, consoante o merecimento de quem pede e a forma como pede.



Divaldo Pereira Franco. Espírito e Vida. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 19.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

EM FAMÍLIA ESPIRITUAL

"Porque vês o argueiro no olho de teu irmão, sem notar a trave que está no teu próprio?" (Mateus, 7:3)

Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós.

Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns aos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre.

Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro:

que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte;

que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto;

que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos;

que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhes;

que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum;

que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou na conduta que espose;

que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias;

que não se dispões a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral;

que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir...

Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.



Francisco Cândido Xavier. Ceifa de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. FEB.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

UMA PAGA DE AMOR

Quando a chispa do ódio lavrou o Incêndio da malquerença, deixaste-te carbonizar pelas chamas do desespero...

Quando o veneno da intriga te visitou a casa do coração, permitiste-te a revolta que se converteu em injustificada aflição...

Quando o chicote da calúnia estrugiu nas tuas intenções nobres, concedeste-te a insensatez do desânimo que se transformou em enfermidade difícil...

Quando a nuvem da discórdia sombreou o grupo feliz das tuas amizades, julgaste-te abandonado, destroçando os planos superiores da edificação da alegria, onde armazenavas sonhos para o futuro...

Quando o fel do ciúme tisnou o sol do amor que te iluminava, resvalaste na alucinação morbífica que te aniquilou as mais belas expressões de amparo pelo caminho redentor...

Quando o ácido da irritabilidade alheia te foi atirado à face, foste dominado pela fúria da reação desvairada, fazendo-te perder abençoada ocasião de ajudar...

*

Tudo porque esqueceste da justa e necessária dose de amor.

Uma baga apenas teria sido suficiente.

Se amasses, todavia, com legítima qualidade de amor, o ódio cederia lugar à expectativa do bem, a intriga se desagregaria, a calúnia seria dissipada, a discórdia se apaziguaria, o ciúme se teria anulado, a irritabilidade se dulcificaria e a vida, então, adquiriria a sua santificante finalidade.

Com a moeda do amor se adquirem todos os bens da Terra e os incomparáveis tesouros do Céu.

O amor persevera - insistindo nos propósitos superiores que o vitalizam. Convence - produzindo pela fôrça da sua magnitude a excelência dos seus propósitos.

Transforma - pela natureza dulcificadora de que se constitui.

Dignifica - em razão do conteúdo de que se faz mensageiro.

Liberta - por ser o poder da vida de Deus transladada para tôda a Criação.

O amor - alma da vida e vida da alma -é a canção de felicidade que vibra do Céu na direção da Terra, sem encontrar, por enquanto, ouvidos atentos que lhe registrem a incomparável melodia, de modo a se transformar em harmonia envolvente que penetra até onde cheguem as suas ressonâncias...

*

Ele se misturou às massas sofridas, e era a Saúde por Excelência; se submeteu a arbitrário interrogatório, e era Juiz Supremo; se permitiu martírio infamante, e era o Embaixador Sublime de Deus; se deixou assassinar, e era a Vida Abundante - por amor. E pelo amor retornou aos que o não amaram para ensinar a supremacia da Verdade sobre a ignorância e do bem sobre o mal, oferecendo-se pelos séculos porvindouros, porque o amor é a manifestação de Deus penetrando tudo e tudo sublimando.

*

"Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem". Lucas: capítulo 6º, versículo 31.
*

"Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, êle, a seu mau grado, cede. É um Imã a que não lhe é possível resistir". Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 11º - Item 9, parágrafo 5.


FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 40.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

RELAÇÕES FAMILIARES

familia

Dificilmente encontraremos numa família o equilíbrio perfeito, a harmonia e a paz que todos desejam, mas que nem sempre são vivenciados.
Os problemas são diversos e na maioria das vezes, muito complexos, quando não, causam perplexidade. Quantos não se indagam com frequência: O que fiz de errado, ou onde foi que errei?
As incompatibilidades surgem, como doenças inevitáveis; quando não, já desde o início do núcleo familiar, percebe-se a intolerância sorrateiramente se instalando por parte de alguns, as implicâncias, os desafetos…E aí pensamos novamente: Porque? Tenho minha consciência tranquila…faço tudo o que posso, dedico-me com afinco em todas as situações e nunca consigo o olhar afetuoso, de amor, por parte desse ou daquele integrante. Piora ainda mais, quando essas animosidades partem de pais para com seus filhos ou vice-versa.
E aí podemos dizer que somente a compreensão do processo evolucional e a reencarnação serão capazes de amenizar as dores que advêm desses relacionamentos conflituosos, que têm suas raízes em outras existências, em experiências mal aproveitadas e que agora clamam pela retificação.
Desse modo, torna-se imperioso que a criatura, apesar das rajadas aparentemente destruidoras do destino, permaneça de pé, desassombradamente, marchando, firme, ao encontro dos sagrados objetivos da vida, pois a fortaleza espiritual se opera ao sabermos que tudo um dia terá um outro desfecho e que os inimigos que hoje compartilham o reduto familiar, serão os companheiros celestes do futuro.
Não somos fantasmas de penas eternas e sim herdeiros da Glória Celestial, não obstante nossas antigas imperfeições. No campo espiritual do amor, não será possível colher sem semear a compreensão, sem expandir a fé, pelo conhecimento das coisas do espírito, que nos ensina que a vida futura nos reserva dias de paz, de amor, que por ora, ainda somos carecedores.
A provação complicada é consequência do erro, assim como a perturbação é o fruto do esquecimento do dever.
É forçoso reconhecer, também, que são muito raros os que se decidem à aplicação dignificante de suas obrigações.
Emmanuel nos orienta em seu livro “Vinha de Luz”, que: “Todos nós guardamos a dívida geral de amor uns para com os outros, mas esse amor e esse débito se subdividem, através de inúmeras manifestações. A cada ser, a cada coisa, paisagem, circunstância e situação, devemos algo de amor em expressão diferente…O homem comum, todavia, gravitando em torno do próprio “eu”, em clima de egoísmo feroz, cerra os olhos às necessidades dos outros. Esquece-se de que respira no oxigênio do mundo, que se alimenta do mundo e dele recebe o material imprescindível ao aperfeiçoamento e redenção.
Assim, concluindo, muitos sabem receber, raros sabem dar.
Desse modo, trazemos palavras belíssimas de Paulo de Tarso: “E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e na admoestação do Senhor” e aos filhos a seguinte advertência: “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais, no Senhor, porque isto é justo”.
Tanto quanto seja possível, nas amarguras e nas provações dolorosas, saibamos nos ajudar mutuamente, certos de que ninguém é absolutamente vítima, tampouco absolutamente algoz. Pelo contrário, como bem colocado por Emmanuel somos credores e devedores, uns dos outros.


Martha T. Capelotto (publicado no Blog Visão Espírita)

domingo, 10 de agosto de 2014

PAIS BRILHANTES

É bastante comum as pessoas justificarem os seus erros, invocando suas precárias condições de vida.

Dizem que foi o desespero que as levou a tomar atitudes equivocadas ou que circunstâncias negativas as fizeram agredir o seu semelhante ou suas propriedades.

Filhos agridem pais porque eles não lhes deram o que pediram, no momento exato em que o fizeram.

Irmãos que mentem, enganam para ter um quinhão maior em heranças, não se importando em que condições ficarão os demais irmãos.

Viktor Frankl, um judeu vienense, que foi prisioneiro dos alemães, durante a segunda guerra mundial, escreveu: Nós que vivemos em campos de concentração podemos lembrar dos homens que andavam pelos alojamentos confortando os outros, distribuindo seus últimos pedaços de pão.

Talvez eles tenham sido poucos. Mas são prova suficiente de que tudo pode ser retirado de um homem. Menos uma coisa, a última das liberdades humanas - escolher que atitude tomar em quaisquer circunstâncias, escolher o seu próprio caminho.

Portanto, escolher o bem ou o mal compete a cada um. O que nos falta, sim, é uma melhor educação. Não essa educação que se aprende nos livros. Mas aquela que tem a ver com a formação do caráter da criatura.

E para isso precisamos urgentemente, de pais conscientes que ensinem verdadeiros valores a seus filhos. Que lhes digam que é nobre dizer a verdade, mesmo que isso não os credencie a receber algum prêmio ou compensação.

Pais que tenham coragem de falar aos seus filhos sobre os dias mais tristes das suas vidas. Que tenham a ousadia de contar sobre as suas dificuldades do passado e como as conseguiram vencer.

Pais que não desejem dar o mundo aos seus filhos, mas que queiram sim lhes abrir o livro da vida.

Pais presentes que desenvolvam em seus filhos: auto-estima, capacidade de trabalhar perdas e frustrações, filtrar estímulos estressantes, dialogar e ouvir.

Pais que tenham tempo, mesmo que o tempo seja muito curto. Pais que joguem menos golfe, futebol e se sentem para conversar com os filhos, descobrindo-lhes o mundo íntimo.

Pais que não se preocupem somente com festas de aniversário, tênis, roupas, produtos eletrônicos. Mas que também se preocupem em dialogar.

Pais que sabem que não devem atender todos os desejos dos seus filhos, pois isso os tornará fracos, dependentes.

Pais que dêem algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu amor, as suas experiências, as suas lágrimas e o seu tempo.

Em suma: um autêntico processo de educação, em que o filho aprende que amar é o maior dos tesouros.

E não haverá de se tornar infeliz somente porque não tem a roupa de griffe, ou não conseguiu viajar ao exterior nas férias.

Será alguém que se preocupa não somente consigo mesmo, mas com o seu semelhante.

Alguém que reconhecerá a grande diferença entre ter coisas e ser uma pessoa útil à comunidade, um cidadão honrado, um homem de bem.

***

É possível que você diga que trabalha muito e não tem tempo.

Contudo, faça do pouco tempo disponível, grandes momentos de convívio com seus filhos.

Role no tapete, faça poesias. Brinque, sorria. Conheça-os e permita que eles o conheçam.

Lembre-se, por fim: seus filhos não precisam de um super-homem, de um executivo bem sucedido, de um empresário muito rico.

Para eles não importa se você é médico, professor, administrador de empresa, copeiro, enfermeiro.

Importa, sim, o ser humano que você é e que os ensinará a ser.


Com base no cap. 1 do livro Pais Brilhantes, Professores Fascinantes, de Augusto Cury e do cap. Obstáculos, do livro Histórias para Aquecer o Coração - edição de ouro, de Jack Canfield e Mark Victor Hansen, ambos da ed. Sextante.

sábado, 9 de agosto de 2014

PARA OS FILHOS, O MELHOR

Vou dar para os meus filhos tudo o que não tive.


Esta frase pode ser ouvida muitas vezes saída da boca de certos pais. Nada mais bonito. Uma grande prova de carinho e dedicação.

O que assusta é que na prática esse tudo que não tive se transforma quase que unicamente em coisas materiais.

Milhares de brinquedos, muita roupa nova, passeios todos os fins de semana, viagens desde cedo, todos os pequenos e grandes desejos imediatamente atendidos.

No mais das vezes, sem qualquer questionamento por parte dos pais, a não ser quando o dinheiro não é suficiente. Nesse caso, com muito sofrimento, eles adiam para daqui a um ou dois meses a compra do novo bem.

Acostumam os filhos a uma avalanche de presentes, com a qual supostamente tornarão suas crianças felizes.

No entanto, esses mesmos pais, em outros momentos, afirmam que os filhos, apesar de tudo que têm, quase não utilizam seus brinquedos.

Vivem pedindo outros e mais outros. Que também vão sendo empilhados, quase sem uso e vão se acumulando nos armários de seus quartos.

Alguns anos mais tarde, são ainda esses mesmos pais que lastimam o quanto têm que gastar com as roupas e mesadas dos filhos adolescentes.

A jovem precisa de uma roupa nova a cada fim de semana ou a cada festinha que comparece. E roupas somente de grifes.

Os meninos cedo aprendem a exigir carro, cartão de crédito, mais e mais dinheiro para programas em boates, noitadas ou viagens.

Quando os pais tentam refrear essas exigências, que passam a ser vistas como direitos pelos filhos, a reação costuma ser, no mínimo, de revolta.

Quando os pais agem, desde cedo, dessa maneira excessivamente generosa, porém impensada, o que estão estimulando é o surgimento de uma geração de jovens que valorizam apenas o ter em detrimento do ser.

Aprenderam a ver o mundo dessa forma. Não poderiam portanto ser diferentes.

Assim, só vale o que a pessoa possui. Não importa o que ela seja.

Pensando em nada negar aos filhos, os pais criam jovens extremamente inseguros, com valores equivocados. Não se sentem valorizados a não ser pelo que vestem, pelo que têm de bens materiais.

Importante se faz que os pais se preocupem em revelar aos filhos o seu valor pessoal como gente, como ser humano que vale pelo que é, pelo que tem de bondade, de generosidade, de honestidade, de caráter e honradez, de amor ao próximo.

Na verdade, o melhor que se pode dar aos filhos não são coisas materiais.

O melhor que se pode dar aos filhos é equilíbrio, tranquilidade, paz. Ensinar-lhes a valorizar o que têm.

Não se está sugerindo ou defendendo a idéia de privar as crianças de coisas que elas podem ter. Mas que os pais deixem algum espaço, alguma coisa pela qual os filhos se empenhem.

Não os sufoquem com o seu amor. Ao contrário, se empenhem para que os filhos acreditem em alguma coisa. Que tenham algum ideal, algum objetivo por que lutar. Que desejem dar uma contribuição social. Não apenas receber.

Ensinem aos filhos, enquanto é tempo, que a vida é muito mais do que o simples gozar. Que a vida é oportunidade de crescimento, de progresso.

Incentivem seus filhos na busca da intelectualidade e dos valores morais.

Tânia Zagury, do livro Educar sem culpa,, ed. Record e na perg.6 do livro Desafios da educação, pelo Espírito Camilo, psicografia de J. Raul Teixeira, ed. Fráter.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

MEU PAI, MEU HERÓI!

Quando eu cheguei a este mundo, não sabia ao certo o que estava fazendo aqui, até que percebi que havia alguém para me orientar na jornada.
Um dia, quando você me ergueu nos braços, elevando-me acima da sua cabeça, descobri que você queria que eu percebesse o mundo de um ponto de vista muito abrangente.
Quando comecei a ensaiar meus primeiros passos, com a musculatura das pernas ainda frágil, você me sustentou segurando-me a mão, e entendi que você não desejava me carregar no colo para sempre: queria que eu andasse com as próprias pernas.
Quando entrei em casa pela primeira vez, ofegante, me queixando dos amigos, você disse para eu me acertar com eles, e compreendi que deveria assumir a responsabilidade pelos meus próprios atos.
Quando trouxe para casa minha primeira lição e você se sentou ao meu lado, orientando-me, mas não fez a lição para mim, entendi que você desejava que o aprendizado fosse uma conquista minha.
No dia em que alguns objetos alheios foram parar em minha mochila escolar, você, sem me ofender, me pediu para devolver ao legítimo dono, e compreendi que você queria fazer de mim uma pessoa honesta.
Quando, um dia, meus amigos saíram da sala e tracei alguns comentários maldosos sobre eles, e você me disse que não devemos falar mal das pessoas ausentes, aprendi as lições da sinceridade e do respeito.
Nos momentos difíceis, você estava sempre ao meu lado para me apoiar, e nas horas alegres não me faltou o seu abraço para compartilhar.
Quando fraquejei diante do primeiro embate da vida, você me falou de coragem...
Quando chorei as lágrimas provocadas pelo primeiro sofrimento, você me falou de resignação...
Quando desejei fugir dos compromissos que se apresentavam, você me falou de responsabilidade...
Quando pensei em mentir para um amigo, você me falou de fidelidade...
Quando senti em minha alma os açoites dos primeiros vendavais, você me falou de flexibilidade, e aprendi a me dobrar para não quebrar, como o pequeno ramo verde faz diante dos golpes do vento.
Quando você pressentiu em meu olhar a insinuação da vingança, me falou do perdão...
Quando desejei salvar o mundo, nos ardentes dias da juventude, você me ensinou a moderação e o bom senso.
Quando quis me submeter aos modismos do grupo, você me falou de liberdade.
Quando me iludi, pensando que o mundo era meu, você me falou do Criador do Universo...
Assim, meu pai, desejo dizer que você sempre foi meu herói, meu amigo, meu grande mestre, meu companheiro de caminhada...
Você foi firme, quando era de firmeza que eu precisava...
Você foi terno, quando era de ternura que eu necessitava... Você foi lúcido, quando era de lucidez que eu precisava...
Quando eu cheguei a este mundo, não sabia ao certo o que estava fazendo aqui, até que percebi que havia alguém para me orientar na jornada...
Hoje, bem, hoje eu sei claramente o que estou fazendo aqui, porque você, meu pai, fez mais que apenas me orientar, você caminhou ao meu lado muitas vezes, me seguiu de perto outras tantas, e andou à minha frente muitas outras, deixando rastros de luz, como diretrizes seguras que eu pudesse seguir.
Hoje eu sei muito bem o papel que me cabe na construção de um mundo melhor, porque isso eu aprendi com você, meu grande e admirado amigo...
E quando eu vejo tantos jovens perdidos, sem rumo e sem esperança, vagando entre a violência e a morte, eu peço a Deus por eles, porque é bem possível que não tenham tido a felicidade de ter um pai como você...
E peço a Deus por você, papai, meu grande amigo.


Redação do Momento Espírita
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quinta-feira, 7 de agosto de 2014

PAIS

"E vós, pais, não provoqueis a ira a vossos filhos, mas criai-os na doutrina e admoestação do Senhor." - Paulo. (EFÉSIOS, 6:4.)

Assumir compromissos na paternidade e na maternidade constitui engrandecimento do espírito, sempre que o homem e a mulher lhes compreendam o caráter divino.

Infelizmente, o Planeta ainda apresenta enorme percentagem de criaturas mal- avisadas relativamente a esses sublimes atributos.

Grande número de homens e mulheres procura prazeres envenenados nesse particular. Os que se localizam, contudo, na perseguição à fantasia ruinosa, vivem ainda longe das verdadeiras noções de humanidade e devem ser colocados à margem de qualquer apreciação.

Urge reconhecer, aliás, que o Evangelho não fala aos embriões da espiritualidade, mas às inteligências e corações que já se mostram suscetíveis de receber-lhe o concurso.

Os pais do mundo, admitidos às assembléias de Jesus, precisam compreender a complexidade e grandeza do trabalho que lhes assiste. É natural que se interessem pelo mundo, pelos acontecimentos vulgares, todavia, é imprescindível não perder de vista que o lar é o mundo essencial, onde se deve atender aos desígnios divinos, no tocante aos serviços mais importantes que lhes foram conferidos. Os filhos são as obras preciosas que o Senhor lhes confia às mãos, solicitando-lhes cooperação amorosa e eficiente.

Receber encargos desse teor é alcançar nobres títulos de confiança. Por isso, criar os filhinhos e aperfeiçoá-los não é serviço tão fácil.

A maioria dos pais humanos vivem desviados, através de vários modos, seja nos excessos de ternura ou na demasia de exigência, mas à luz do Evangelho caminharão todos no rumo da era nova, compreendendo que, se para ser pai ou mãe são necessários profundos dotes de amor, à frente dessas qualidades deve brilhar o divino dom do equilíbrio.




Francisco Cândido Xavier. Vinha de Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 14.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996. Capítulo 135.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

PAI NOSSO

"Pai Nosso..." Jesus (Mateus, 6:9)

A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.

Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.

De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.

É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.

O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.

Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.

Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.

Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.

Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.

Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.

A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.

O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.

Quando entendemos semelhante realidade o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.

Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.

"Pai nosso..." - disse Jesus para começar.

Pai do Universo... Nosso mundo...

Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do "eu quero", invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.




Francisco Cândido Xavier. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 77.