segunda-feira, 24 de agosto de 2015

REENCARNAÇÃO E JUSTIÇA
(texto do Momento Espírita impresso do site: momento.com.br)

O espiritismo defende a necessidade de uma fé raciocinada.
Nessa linha, o homem não deve crer apenas seguindo orientações alheias.
Também não deve adotar determinados comportamentos por misticismo ou fanatismo.
Como a humanidade recebeu o dom da inteligência, cabe-lhe utilizá-lo para compreender as leis que regem a vida e a realidade que a cerca.
Em decorrência desse postulado, a doutrina espírita não evita o questionamento das teses que esposa, ao contrário, o incentiva.
No corpo teórico do espiritismo não há dogmas ou conceitos cuja discussão seja proibida, e sustenta a coerência de seus enunciados a partir de certos princípios básicos.
Um desses princípios é o da pluralidade das existências.
Afirma que os espíritos são criados por Deus, simples e ignorantes.
Todos têm exatamente o mesmo ponto de partida e a mesma meta final.
Saídos da mais completa ignorância, destinam-se à angelitude.
Desde o início, possuem os germens de todas as virtudes.
Todavia, constitui incumbência de cada um desenvolver o próprio potencial, por seu mérito e esforço.
O vasto aprendizado a ser feito exige inúmeras existências para aperfeiçoar-se.
Trata-se da única idéia que compatibiliza a justiça divina e a desigualdade das condições da vida terrena.
Os homens apresentam grandes diferenças de aptidões e talentos.
A vida de uns é bem mais difícil do que a de outros.
Mas isso não constitui obra do acaso e nem um inexplicável privilégio.
Cada qual é hoje exatamente como se construiu ao longo do tempo.
As virtudes são lentamente adquiridas no curso dos séculos.
A inteligência é paulatinamente desenvolvida, à custa de esforço e perseverança.
Ninguém surge repentinamente bondoso e inteligente.
Do mesmo modo, criatura alguma é simplesmente brindada com vícios ou más tendências ao nascer.
Quem se permitiu malbaratar os tesouros do tempo, arca com as conseqüências.
Ao espírito que se fez fraco e vicioso, incumbe o dever de lutar para se recompor.
Todo homem é herdeiro de si mesmo.
Os talentos que alguém hoje possui foram por ele desenvolvidos no pretérito.
Os vícios que infelicitam uma criatura também constituem sua obra.
Assim, o homem é na atualidade o resultado de seus atos e opções do passado.
Mas o futuro está inteiro por construir.
Assim, pense como você gostaria de ser.
Certamente você admira pessoas virtuosas, plenas de bondade, cultura, inteligência e dignidade.
Saiba que está inteiramente em suas mãos tornar-se assim.
Entretanto, nenhuma virtude surge graciosamente.
É necessário investir tempo e esforço na construção do bem em seu íntimo.
Observe, pois, como seu tempo é gasto.
Utilize suas horas para estudar e tornar-se útil e digno.
Comprometa-se com o bem e guarde fidelidade a esse compromisso.
Jesus afirmou que a cada um seria dado conforme as suas obras.
Consciente dessa realidade crie causas de felicidade e progresso em sua vida.
Pense nisso!
Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

sábado, 15 de agosto de 2015

A VIOLÊNCIA EM NOSSOS DIAS
(texto do Momento Espírita impresso do site: momento.com.br)

 
A onda crescente de delinquência que se espalha por toda a Terra assume proporções catastróficas, imprevisíveis, exigindo de todos os homens honestos e lúcidos muitas reflexões.
Irrompendo, intempestivamente, faz-se avassaladora, em vigoroso testemunho de barbárie, qual se a loucura se abatesse sobre as mentes, em particular junto à inexperiente juventude, em proporções inimagináveis e aflitivas.
Sociólogos, educadores, psicólogos e religiosos, preocupados com a expressiva quantidade de delinquentes de  toda sorte, especialmente os perversos e violentos, aprofundam pesquisas, improvisam soluções, experimentam métodos mal elaborados.
Precipitadamente oferecem sugestões que triunfam por um dia e sucumbem no dia imediato, tudo prosseguindo como antes, senão mais turbulento, mais inquietador.
Enquanto a delinquência estava quase que só entre os jovens das classes sociais menos aquinhoadas, era atribuída à falta de recursos financeiros e de educação.
Mas hoje, a mídia tem divulgado inúmeros casos de perversidade e violência praticados por jovens que pertencem a famílias abastadas. O que afasta a hipótese de falta de dinheiro ou de instrução.
Tudo isso nos leva a crer que a linhagem social e a tradição não são obstáculos à manifestação da delinquência, uma vez que dentro dessas famílias os exemplos nem sempre são salutares.
Percebe-se, no seio das famílias ditas tradicionais, a inversão de valores, a corrupção dos costumes, o desprezo às leis, a imposição dos caprichos pessoais em detrimento da justiça, e assim por diante.
Ainda na mesma linha de raciocínio, percebe-se pais que transferem a educação a terceiros, porque não têm tempo para dedicar à prole, uma vez que precisam dedicar as horas aos compromissos sociais.
Não se dão conta, esses pais, que pela vivência estabelecem diretrizes de comportamento aos filhos, de cujas ações não podem se queixar mais tarde.
Ademais, devemos considerar que a leviandade de mestres e educadores imaturos, não habilitados moralmente para os relevantes misteres de preparação das mentes e caracteres em formação, contribui, igualmente, com larga quota de responsabilidade no capítulo da delinquência juvenil, da agressividade e da violência vigentes.
Devemos considerar ainda, que se quisermos eliminar o problema da perversidade e da violência da nossa sociedade, será preciso mais que medidas punitivas.
Será preciso reformular conceitos, repensar valores, reformar a intimidade, e adotar a doutrina cristã como diretriz segura, para os nossos passos.
Ensinar à criança e ao jovem a valorização e o respeito pela vida, através do próprio exemplo.
E, por fim, apresentar Jesus aos nossos filhos. Apresentá-Lo como Modelo e Guia da Humanidade, como Psicoterapeuta ideal que nos conduzirá a Deus, porque conhece o caminho.
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O homem iluminado interiormente pela flama cristã da certeza quanto à sobrevivência do Espírito ao túmulo e da sua antecedência ao berço, sabendo-se herdeiro de si mesmo, modifica-se.
Modificando-se, muda o meio onde vive, transformando a comunidade que deixa de a ele se impor para dele receber a contribuição expressiva e retificadora.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7 
do livro Após a tempestade, do Espírito
 Joanna de Ângelis, psicografia de
 Divaldo P. Franco, ed. Leal.