sexta-feira, 30 de março de 2012

SUICÍDIOS NA EUROPA


A Grécia tem sido notabilizada ao longo dos séculos como um dos berços da civilização ocidental. Aos gregos são atribuídas realizações legendárias nas áreas da filosofia, as artes plásticas, o teatro, a política, a gastronomia e a organização de cidades. Entre as maiores contribuições está a mitologia. E as mais conhecidas e notórias narrativas mitológicas estão contidas nas duas grandes obras de Homero, “A Ilíada” e “A Odisséia”. Alguns dos expoentes gregos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Péricles e Sólon (entre muitos) são considerados patrimônios eternos da sabedoria humana.
Os milênios esvaíram-se nos dédados dos anos. Hoje a Grécia atravessa momentos de flagelos econômicos com drásticas consequências psicossociais. Ondas de suicídios adensam a psicosfera grega. Nos cinco primeiros meses de 2011, houve um aumento de 40% nos suicídios na república helênica, em semelhança a período homólogo, conforme dados do Ministério da Saúde. Sob o ponto de vista sociológico, o suicídio é um ato que se produz no marco de situações anômicas (1), em que os indivíduos se veem forçados a tirar a própria vida para evitar conflitos ou tensões inter-humanas, para eles insuportáveis.
O pensador Émile Durkheim teoriza que a "causa do suicídio, quase sempre, é de raiz social, ou seja, o ser individual é abatido pelo ser social. Absorvido pelos valores [sem valor], como o consumismo, a busca do prazer imediato, a competitividade, a necessidade de não ser um perdedor, de ser o melhor, de não falhar, o jovem se afasta de si mesmo e de sua natureza.
Segundo avaliação dos estudiosos alguns países do Velho Continente precisam de um plano nacional para a prevenção de suicídios, pois é assustador o número de mortes auto-infligidas. A taxa de autocídio aumentou em toda a Europa desde o início da crise financeira em 2008, de acordo com um estudo recente do jornal médico britânico The Lancet, a Grécia é um dos países que sofreu o maior impacto da crise.
Na França, como se não bastasse o preocupante “Dia nacional de prevenção ao suicídio”, a Justiça francesa está investigando a onda de suicídios na operadora de telefonia France Telecom. Nos últimos anos, 46 funcionários da companhia se mataram - 11 deles apenas em 2010, segundo dados da direção da empresa e dos sindicatos.
Até mesmo no Novo Mundo, nos EUA a Universidade de Cornell, no estado americano de Nova York, lançou recentemente uma campanha de prevenção ao suicídio. A Universidade já carrega há muito tempo a fama negativa de ser uma escola marcada por suicídios. Entre 2000 e 2005, houve 10 casos de suicídio confirmados na Cornell.
O suicídio é um ato exclusivamente humano e está presente em todas as culturas. Os nexos causais são numerosos e complexos. Os determinantes do suicídio patológico estão nas inquietações mentais, desesperanças, tristezas, desequilíbrios emocionais, delírios crônicos, etc.
Há os processos depressivos, onde existem perdas de energia vital no organismo, desvitalizando-o, e, consequentemente, interferindo em todo o mecanismo imunológico do ser. O suicida é, especialmente, um deprimido, e a depressão é a doença da modernidade. A religião, a moral, todas as filosofias condenam o suicídio como contrário às leis da Natureza. Todas asseveram que ninguém tem o direito de abreviar, voluntariamente, a vida. Por que não se tem esse direito?
Ao Espiritismo estava reservado comprovar, pelo exemplo dos que sucumbiram, que o suicídio não é uma falta somente por constituir infração de uma lei moral - consideração, essa, de pouco peso para certos indivíduos - mas, também, um ato estúpido, pois que nada ganha quem o pratica. A Doutrina dos Espíritos adverte que o suicida, além de sofrer no plano espiritual as dolorosas consequências de seu gesto impensado, de revolta diante das leis da vida, ainda renascerá com todas as sequelas físicas daí resultantes, e terá que arrostar, novamente, a mesma situação provacional que a sua flácida fé e distanciamento de Deus não lhe permitiram o êxito existencial.
A rigor, não existe pessoa "fraca", a ponto de não suportar um problema, por julgá-lo superior às suas forças. O que de fato ocorre é que essa criatura não sabe como mobilizar a sua vontade própria e enfrentar os desafios. Na Terra, é preciso ter calma para viver, até porque, não há tormentos e problemas que dure uma eternidade. Recordemos que Jesus nos assegurou que "O Pai não dá fardos mais pesados que nossos ombros" e "aquele que perseverar até o fim, será salvo”. (2)
Situação grave que merece ser avaliada é a obsessão. Há suicídios que se afiguram como verdadeiros assassinatos, cometidos por perseguidores desencarnados (e encarnados também). Esses seres envolvem de tal forma a vítima que a induzem a matar-se. Obviamente que o suicida nesse caso não estará isento de responsabilidade. Até porque um obsessor não obriga ninguém ao suicídio. Ele sugere telepaticamente ao ato, porém a decisão será sempre do autocida.
Refletindo sobre a grave questão em "O Livro dos Espíritos", Kardec indaga aos Espíritos “que pensar do suicídio que tem por causa o desgosto da vida?” Os Benfeitores da Codificação Espírita redarguiram: "Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes seria uma carga!"(3) “A vida na Terra foi dada como prova e expiação, e depende do próprio homem lutar, com todas as forças, para ser feliz o quanto puder, amenizando as suas dores(4).
Jorge Hessen
http://jorgehessen.net
Publicado no Site "Rede Amigo Espírita" fev/2012

quarta-feira, 28 de março de 2012

O LÁPIS


O menino observava seu avô escrevendo em um caderno, e perguntou:

- Vovô, você está escrevendo algo sobre mim? O avô sorriu, e disse ao netinho:
- Sim, estou escrevendo algo sobre você. Entretanto, mais importante do que as palavras que estou escrevendo,
é este lápis que estou usando. Espero que você seja como ele, quando crescer. O menino olhou para o lápis,
e não vendo nada de especial, intrigado, comentou:- Mas este lápis é igual a todos os que já vi. O que ele
tem de tão especial?- Bem, depende do modo como você olha. Há cinco qualidades nele que, se você
conseguir vivê-las, será uma pessoa de bem e em paz com o mundo – respondeu o avô.

- Primeira qualidade: Assim como o lápis, você pode fazer coisas grandiosas, mas nunca se esqueça
que existe uma “mão” que guia os seus passos, e que sem ela o lápis não tem qualquer utilidade: a mão de Deus.

-Segunda qualidade: Assim como o lápis, de vez em quando você vai ter que parar o que está escrevendo,
e usar um “apontador”. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas ao final, ele se torna mais afiado. Portanto,
saiba suportar as adversidades da vida, porque elas farão de você uma pessoa mais forte e melhor.

- Terceira qualidade: Assim como o lápis, permita que se apague o que está errado. Entenda que corrigir
uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos trazer de volta ao caminho certo.

- Quarta qualidade: Assim como no lápis, o que realmente importa não é a madeira ou sua forma exterior, mas
o grafite que está dentro dele. Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você. O seu caráter será sempre
mais importante que a sua aparência.

- Finalmente, a quinta qualidade do lápis: Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida deixará traços e marcas nas vidas das pessoas, portanto, procure ser consciente de cada ação, deixe
um legado, e marque positivamente a vida das pessoas.

terça-feira, 27 de março de 2012

O ESPIRITISMO NÃO FAZ MILAGRES

“(...) O Espiritismo vem, a seu turno, fazer o que cada ciência fez no seu advento: revelar novas leis e explicar os fenômenos na alçada dessas leis”.
Allan Kardec

Certa feita, um eclesiástico dirigiu a seguinte pergunta ao Mestre Lionês: “Todos aqueles que tiveram missão de Deus de ensinar a verdade aos homens, provaram sua missão por milagres. Por quais milagres provais a verdade de vosso ensinamento?”

A resposta de Kardec não se fez esperar:


“(...) Confessamos – humildemente -, que não temos o menor milagre a oferecer; dizemos mais: O Espiritismo não se apóia sobre nenhum fato miraculoso; seus adeptos nunca fizeram e não têm a pretensão de fazer nenhum milagre; não se crêem bastante dignos para que, à sua voz, Deus mude a ordem eterna das coisas. O Espiritismo constata um fato material, o da manifestação das almas ou Espíritos. Esse fato é real, sim ou não? Aí está toda a questão; ora, nesse fato, admitindo como verdadeiro, nada há de miraculoso. Como as manifestações desse gênero, tais como as visões, aparições e outras, ocorreram em todos os tempos, assim como atestam as histórias, sagradas e profanas, e os livros de todas as religiões, outrora puderam passar por sobrenaturais; mas hoje que se lhes conhece a causa, que se sabe que se produzem em virtude de certas leis, sabe-se também que lhes falta o caráter essencial dos fatos miraculosos, o de fazer exceção à lei comum.

Essas manifestações, observadas em nossos dias com mais cuidado do que na antigüidade, observadas sobretudo sem prevenção, e com a ajuda de investigações tão minuciosas quanto as que se aplicam no estudo das ciências, têm por conseqüência provar, de maneira irrecusável, a existência de um princípio inteligente fora da matéria, sua sobrevivência aos corpos, sua individualidade depois da morte, sua imortalidade, seu futuro feliz ou infeliz, por conseguinte, a base de todas as religiões.

Se a verdade não fosse provada senão por milagres, poder-se-ia perguntar: Por que os sacerdotes do Egito, que estavam no erro, reproduziram diante do Faraó aquilo que Moisés fez? Por que Apolônio de Tiana, que era pagão, curava pelo toque, devolvia a visão aos cegos, a palavra aos mudos, predizia as coisas futuras e via o que se passava à distância? O próprio Cristo não disse: "Haverá falsos profetas que farão prodígios"? Um de nossos amigos, depois de uma fervorosa prece ao seu Espírito protetor, foi curado quase instantaneamente de uma enfermidade, muito grave e muito antiga, que resistia a todos os remédios.
(...) Há no Espiritismo duas coisas: o fato da existência dos Espíritos e de suas manifestações, e a doutrina que disso decorre. O primeiro ponto não pode ser posto em dúvida senão por aqueles que não viram ou que não quiseram ver; quanto ao segundo, a questão é saber se essa doutrina é justa ou falsa: é um resultado de apreciação.
(...) Considerai o Espiritismo, se o quiserdes, não como uma revelação divina, mas como a expressão de uma opinião pessoal, a tal ou tal Espírito, a questão é saber se ela é boa ou má, justa ou falsa, racional ou ilógica. A que se reportar para isso? É ao julgamento de um indivíduo? De alguns indivíduos mesmo? Não; porque, dominados pelos preconceitos, as idéias preconcebidas, ou os interesses pessoais, podem se enganar. O único, o verdadeiro juiz, é o público, porque ali não há o interesse de associação. Além disso, nas massas há um bom senso inato que não se engana. A lógica sã diz que a adoção de uma idéia, ou de um princípio, pela opinião geral, é uma prova de que ela repousa sobre um fundo de verdade.

Os Espíritas não dizem, pois: "Eis uma doutrina saída da boca do próprio Deus, revelada a um único homem por meios prodigiosos, e que é preciso impor ao gênero humano." Eles dizem, ao contrário: "Eis uma doutrina que não é nossa, e da qual não reivindicamos o mérito; nós a adotamos porque a achamos racional. Abribuí-lhe a origem que quiserdes: de Deus, dos Espíritos ou dos homens; examinai-a; se ela vos convém, adotai-a; caso contrário, ponde-a de lado."

Não se pode ser menos absoluto!

O Espiritismo não vem, pois, intrometer-se na religião; ele não se impõe; não vem forçar a consciência, não mais dos católicos do que dos protestantes, dos judeus; ele se apresenta e diz: "Adotai-me, se me achais bom."

É culpa dos Espíritas se o acham bom? Se nele se encontra a solução do que se procurava em vão alhures? Se nele se haurem consolações que tornam felizes, que dissipam os terrores do futuro, acalmam as angústias da dúvida e dão coragem para o presente? Não se dirige àqueles a quem as crenças católicas ou outras bastam, mas àqueles que elas não satisfazem completamente, ou que desertaram; em lugar de não mais crer em nada, os conduz a crerem em alguma coisa, e a crer com fervor.

Pergunta-se sobre que milagre nós nos apoiamos para crer a Doutrina Espírita boa. Nós a cremos boa, não só porque é nossa opinião, mas porque milhões de outros pensam como nós; porque ela conduz a crer aqueles que não crêem; dá coragem nas misérias da vida. O milagre?! É a rapidez de sua propagação, estranha nos fastos das doutrinas filosóficas; foi por ter, em alguns anos, feito a volta ao mundo, e estar implantada em todos os países e em todas as classes da sociedade; foi por ter progredido, apesar de tudo o que se fez para detê-la, de ultrapassar as barreiras que se lhe opôs; de encontrar um acréscimo de forças nas próprias barreiras. Está aí o caráter de uma utopia? Uma idéia falsa pode encontrar alguns partidários, mas nunca tem senão uma existência efêmera e circunscrita; perde terreno em lugar de ganhá-lo, ao passo que o Espiritismo ganha-o em lugar de perdê-lo. Quando é visto germinar por todas as partes, acolhido por toda a parte como um benefício da Providência, é que ali está o dedo da Providência; eis o verdadeiro milagre, e nós o cremos suficiente para assegurar o seu futuro.


(...) Em resumo: O Espiritismo, para se estabelecer, não reivindica a ação de nenhum milagre; não quer, em nada, mudar a ordem das coisas; procurou e encontrou a causa de certos fenômenos, erradamente reputados como sobrenaturais; em lugar de se apoiar no sobrenatural, repudia-o por sua própria conta; dirige-se ao coração e à razão; a lógica lhe abre o caminho”.

1- KARDEC, Allan. A Gênese. 43.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, cap. XIII, item 4, § 1º. 2- KARDEC, Allan. Revue Spirite. Araras: IDE, 1993, p. 40 e seguintes.




Texto publicado no site Rede Amigo Espírita por Rogério Coelho que reside na cidade mineira de Muriaé, situada na Zona da Mata de Minas Gerais. Jornalista por formação, Rogério Coelho já exerceu diversas funções dentro de casas espíritas, desde secretário até diretor do departamento. Atualmente, preside a Sociedade Muriaeense de Estudos Espíritas e prossegue incansável na divulgação do Espiritismo na tribuna e por meio de jornais e vários periódicos espíritas nacionais e estrangeiros, incluindo-se aí “O Clarim”, a “Revista Internacional do Espiritismo”, ambos de Matão-SP, “O Reformador”, da FEB; “Presença Espírita” da Mansão do Caminho, de Salvador; entre outros.

Autor do livro Visão Espírita do Evangelho

segunda-feira, 26 de março de 2012

Pai nosso que estás no céu


O ser humano sempre acreditou no sobrenatural. Sempre tivemos uma intuição de que a causa de tudo que existe está além da matéria. Que há um poder que controla o Universo, que cuida de todos nós e nos pune ou recompensa.
Na antiguidade éramos politeístas. Acreditávamos que existiam muitos deuses e que os fenômenos da natureza eram a manifestação dos deuses. Os deuses eram representados na forma humana ou de animais. Em muitos povos os reis eram considerados a encarnação da divindade.
Com a evolução do pensamento humano surgiu o monoteísmo. Os diversos deuses foram substituídos por um único Deus. Porém, esse Deus era visto com características humanas. Era vingativo e caprichoso. Preocupava-se apenas com seu povo. No Velho Testamento vemos que essa era a visão que os judeus tinham de Deus.
As religiões cristãs impuseram uma visão de Deus de acordo com o Velho Testamento. Um Deus que deve ser temido. O medo foi usado para dominar as pessoas. Caso não seguíssemos a religião, Deus nos abandonaria e deixaria que fôssemos para um sofrimento eterno.
Jesus trouxe a noção de Deus-Pai. Um Deus que é amor e que valoriza o amor acima de tudo. Com isso Jesus ensina que somos todos irmãos. Que devemos amar e ajudar a todos independentemente de nossas diferenças, pois a prática da caridade é o único caminho para a salvação.
Jesus ensina que o Pai não abandona nenhum de seus filhos. A parábola do filho pródigo mostra como Deus ama todos os filhos. Ele valoriza aquele que se mantém ao seu lado e alegra-se com o retorno daquele que se perdeu.
Jesus mostra que o Pai cuida carinhosamente de seus filhos. Ele nos diz para olharmos as aves do céu e os lírios do campo. Se Deus cuida deles porque não cuidaria de nós? Tranquiliza-nos afirmando que nem um fio de cabelo cai sem que Deus permita.
O Espiritismo ajuda a compreender Deus. Mostra que Ele é a inteligência suprema do Universo, criador de todas as coisas. Revela Suas leis sábias, justas e amorosas. Conhecendo a criação entendemos melhor o Criador.
Devemos guiar-nos pela vontade de Deus. Nosso amor a Deus manifesta-se através da valorização das experiências que a vida nos apresenta. Tudo que acontece conosco é para nosso bem. Estamos no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas. Precisamos florescer onde fomos plantados.
O trabalho no bem aproxima-nos de Deus. Cada um tem sua parcela de responsabilidade na obra da criação. Precisamos cuidar com boa vontade de nossas tarefas. Não importa se são tarefas pequenas ou grandiosas. O que faz a diferença é a dedicação.
Deus reserva a felicidade para todos. Cada lição que a vida nos apresenta é um passo rumo à perfeição. Através de nosso crescimento intelectual e moral encontraremos o reino dos céus. O céu não é um lugar. É a conquista da capacidade de ser feliz.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O ERRO


Quem é que nunca fez nada de errado?

Naturalmente, todos nós, algumas vezes na vida, cometemos erros, seja intencionalmente ou não.

O erro faz parte do aprendizado.

Por trás de todo erro está a ignorância, o orgulho, ou o egoísmo.

O ignorante erra por desconhecer, o orgulhoso por se julgar mais importante do que as demais pessoas e o egoísta por pensar somente em si.

O que caracteriza o erro não são os padrões sociais ou as diretrizes éticas estabelecidas, mas sim suas conseqüências sobre o indivíduo e a sociedade.

O que torna algum gesto desacertado são os seus efeitos malignos.

Erramos quando nossos atos ferem alguém. Quando invadimos o direito à felicidade do próximo. Quando destruímos, ao invés de construir.

Numa palavra, erramos sempre que geramos sofrimento para os outros ou para nós mesmos.

Por estar vinculado ao sofrimento, vemos que o erro não é um bom negócio.

Entretanto, se formos sábios, saberemos tirar frutos dele.

De uma forma muito especial, Deus sempre cuida para que, dos nossos equívocos, tiremos algo de bom.

Isto acontece por meio da Lei de Causa e Efeito, que faz com que todo o bem, como todo o mal realizado retorne ao seu realizador.

No campo dos sofrimentos isto se chama expiação.

Mas para tornar o processo menos penoso, podemos recorrer ao arrependimento e à reparação.

Arrepender-se é, portanto, o primeiro passo na correção de um desatino.

Existem pessoas que só se arrependem dos seus erros quando estão colhendo as conseqüências.

Quanto mais demoramos a nos arrepender, mais sofremos.

O arrependimento deve provocar um desejo de reparação, que consiste em fazer o bem a quem se havia feito mal.

Mas nem todas as faltas implicam em prejuízos diretos e efetivos.

Quer dizer, nem sempre teremos de expiar, ou sofrer.

Nesses casos, a reparação se opera fazendo-se o que deveria e foi negligenciado. Cumprindo deveres desprezados, missões não preenchidas.

Quem tem sido orgulhoso, buscará tornar-se humilde. O rude procurará ser amável. O ocioso passará a ser útil e o egoísta, caridoso.

Costuma-se dizer que errar é humano.

Nós poderíamos inverter o raciocínio dizendo que corrigir erros é que é humano, pois o homem não pode desprezar a sua fantástica capacidade de racionalização ao persistir em atitudes que somente o infelicitam.

Reconhece-se, então, o homem de bem pela capacidade com que ele substitui seus defeitos por virtudes superiores.

Os efeitos dos nossos atos se estendem, muitas vezes, para além da existência atual.

Isso explica os sofrimentos atuais, cujas causas não se encontram no presente.

Várias vezes estamos recebendo hoje os efeitos de nossos atos de vidas passadas.

Nenhum Espírito atinge a perfeição, sem antes reparar os erros do seu caminho evolutivo.

Por isso, hoje é o dia de fazer o melhor!

quinta-feira, 22 de março de 2012

NOSSOS AMIGOS INVISIVEIS


O regresso ao mundo físico ensejou o planejamento meticuloso e a participação direta de inúmeros amigos invisíveis que no seu papel de sustentador de nossos objetivos, na meta essencial de nossa transformação, prometeram vigiar-nos, e nos alertar de todos os riscos a que nossos antigos vícios, contra os quais prometemos lutar, nos exporiam.
Planejadores Espirituais sábios, técnicos da reencarnação, engenheiros das formas biológicas, modeladores do corpo períspiritual, instrutores da alma, professores do sentimento, mestres da vontade, todos os componentes dos departamentos especializados se envolvem nos processos reencarnatórios, buscando fazer daquela a experiência decisiva na vida da pessoa que regressa ao mundo físico.
Por isso, uma vida é muito preciosa para ser tratada com desdém pelos espíritos que sabem quanto custa retornar ao corpo carnal o espírito endividado.
Quando o ser humano entender a imensa gama de amigos invisíveis que possui no bem, mas do que se entregar aos comportamentos impulsivos e tresloucados, caprichosos e imaturos, que representam sempre a sintonia com outro tipo de espíritos, tão ou mais imperfeitos que os próprios homens, interromperá por instantes a sua conduta e, em homenagem a todos estes luminosos anjos tutelares, endereçar-lhes-ás uma prece sincera, pedindo inspiração, pedindo a boa companhia, solicitando a intuição clara para que não cometa o equivoco que sua impulsividade, manipulada por espíritos inferiores como ele próprio, facilmente cometeria.
Nossos passos diários seriam dados à sombra da meditação elevada, nossas escolhas seriam frutos de um período de reflexões sinceras, nas quais buscaríamos sempre entender qual seria a vontade de DEUS e qual seria a conduta de Jesus, se ele estivesse em nosso lugar.
Com isso, não querendo dizer que deveríamos transformar nossas horas diárias em uma constante, formal e repetitiva oração, nossos espíritos estariam abertos às forças luminosas que, com mais facilidade nos orientariam a mente e o coração, através de conselhos e alertas que nos chegariam de maneira mais direta e que poderiam servir como baliza para nossas condutas.
Aprendamos a orar trabalhando, a fim de que nossas boas obras possam ser o testemunho verdadeiro da nossa ligação com o bem. Aprendamos a servir, para que nossos atos, palavras, sentimentos e pensamentos se transformem, naturalmente, na mais doce e elevada oração que produzirá perfume e envolverá todos os que estiverem à nossa volta.

Pelo Espírito:”LÚCIOS”.
Da obra:” A FORÇA DA BONDADE”.

CALÚNIA



Ninguém passa pela jornada terrestre sem experimentar o cerco da ignorância e da imperfeição humana. Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição da consciência. Herdando as experiências passadas nos seus conteúdos bons e maus, por um largo período predominam aqueles de natureza primitiva, por estarem mais fixados nos painéis dos hábitos morais, mantendo os instintos agressivos, defensivos que se vão transformando em emoções, prioritamente egoísticas, em contínuos conflitos com o si mesmo e com todos aqueles que fazem parte do grupo social onde se movimentam. Inevitavelmente, as imposições inferiores são muito mais fortes do que aquelas que proporcionam a ascensão espiritual, liberando o orgulho, a inveja, o ressentimento, a agressividade, o despotismo, a perseguição, a mentira, a calúnia e outros perversos comportamentos que defluem do ego atormentado. Toda vez, quando o indivíduo se sente ameaçado na sua fortaleza de egotismo pelos valores dignificantes do próximo, é dominado pela inveja e investe furibundo, atacando aquele que supõe seu adversário. Porque ainda se compraz na situação deplorável em que se estorcega, não deseja permitir que outros rompam as barreiras que imobilizam as emoções dignas e os esforços de desenvolvimento espiritual, assacando calúnias contra o inimigo, gerando dificuldades ao seu trabalho, criando desentendimentos em sua volta, produzindo campanhas difamatórias, em mecanismos de preservação da própria inferioridade. Recusando-se, consciente ou inconscientemente, a crescer e igualar-se àqueles que estão conquistando os tesouros do discernimento, da verdade, do bem, transforma-se, na ociosidade mental e moral em que permanece, em seu cruel perseguidor, não lhe dando trégua e retroalimentando-se com a própria insânia. Torna-se revel e não aceita esclarecimento, não admitindo que outrem se encontre em melhor situação emocional do que ele, que se auto-valoriza e se auto-promove, comprazendo-se em persegui-lo e em malsiná-lo. Ninguém consegue realizar algo de enobrecido e dignificante na Terra sem sofrer-lhe a sanha, liberando a inveja e o ciúme que experimenta quando confrontado com as pessoas ricas de amor e de bondade, de conhecimentos e de realizações edificantes. A calúnia é a arma poderosa de que se utilizam esses enfermos da alma, que a esgrimem de maneira covarde para tisnar a reputação do seu próximo, a quem não conseguem equiparar-se, optando pelo seu rebaixamento, quando seria muito mais fácil a própria ascensão no rumo da felicidade. A calúnia, desse modo, é instrumento perverso que a crueldade dissemina com um sorriso e certo ar de vitória, valendo-se das imperfeições de outros compares que a ampliam, sombreando a estrada dos conquistadores do futuro. Nada obstante, a calúnia é também uma névoa que o sol da verdade dilui, não conseguindo ir além da sombra que dificulta a marcha e das acusações aleivosas que afligem a quem lhe ofereça consideração e perca tempo em contestá-la. Nunca te permitas afligir, quando tomes conhecimento das acusações mentirosas que se divulgam a teu respeito, assim como de tudo quanto fazes. Evita envenenar-te com os seus conteúdos doentios, não reservando espaço mental ou emocional para que se te fixem, levando-te a reflexões e análises que atormentam pela sua injustiça e maldade. Se alguém tem algo contra ti, que se te acerque e exponha, caso seja honesto. Se cometeste algum erro ou equívoco que te coloque em situação penosa e outrem o percebe, sendo uma pessoa digna, que se dirija diretamente a ti, solicitando esclarecimentos ou oferecendo ajuda, a fim de que demonstre a lisura do seu comportamento. Se ages de maneira incorreta em relação a outrem e esse experimenta mal-estar e desagrado, tratando-se de alguém responsável, que te procure e mantenha um diálogo esclarecedor. Quando, porém, surgem na imprensa ou nas correspondências, nas comunicações verbais ou nos veículos da mídia, acusações graves contra ti,sem que antes haja havido a possibilidade de um esclarecimento de tua parte, permanece tranquilo, porque esse adversário não deseja informações cabíveis, mas mantém o interesse subalterno de projetar a própria imagem, utilizando-se de ti... Quando consultado pelos iracundos donos da verdade e policiais da conduta alheia com a arrogância com que se comportam, exigindo-te defesas e testemunhos, não lhes dês importância, porque o valor que se atribuem, somente eles mesmos se permitem... Não vives a soldo de ninguém e o teu é o trabalho de iluminação de consciências, de desenvolvimento intelecto-moral, de fraternidade e de amor em nome de Jesus, não te encontrando sob o comando de quem quer que seja. Em razão disso, faculta-te a liberdade de agir e de pensar conforme te aprouver, sem solicitar licença ou permissão de outrem. Desde que o teu labor não agride a sociedade, não fere a ninguém, antes, pelo contrário, é de socorro a todos quantos padecem carência, continua sem temor nem sofrimento na realização daquilo que consideras importante para a tua existência. Desmente a calúnia mediante os atos de bondade e de perseverança no ideal superior do Bem. Somente acreditam em maledicências, aqueles que se alimentam da fantasia e da mentira. Alegra-te, de certo modo, porque te encontras sob a alça de mira dos contumazes inimigos do progresso. Todos aqueles que edificaram a sociedade sob qualquer ângulo examinado, padeceram a crueza desses Espíritos infelizes, invejosos e insensatos. Criando leis absurdas para aplicarem-nas contra os outros, estabelecendo dogmas e sistemas de dominação, programando condutas arbitrárias e organizando tribunais perversos, esses instrumentos do mal, tele-mentalizados pelas forças tiranizantes da erraticidade inferior, tornaram-se em todas as épocas inimigos do progresso, da fraternidade que odeiam, do amor contra o qual vivem armados... Apieda-te, portanto, de todo aquele que se transforme em teu algoz, que te crie embaraços às realizações edificantes com Jesus, que gere ciúmes e cizânia em referência às tuas atividades, orando por eles e envolvendo-te na lã do Cordeiro de Deus, sedo compassivo e misericordioso, nunca revidando-lhes mal por mal, nem acusação por acusação... A força do ideal que abraças, dar-te-á coragem e valor para o prosseguimento do serviço a que te dedicas, e quanto mais ferido, mais caluniado, certamente mais convicto da excelência dos teus propósitos, da tua vinculação com o Sumo Bem. Como puderam, aqueles que conviveram com Jesus, recusar-Lhe o apoio, a misericórdia, a orientação? Após receberem ajuda para as mazelas que os martirizavam, como é possível compreender que, dentre dez leprosos, somente um voltou para agradecer-Lhe? Como foi possível a Pedro, que era Seu amigo, que O recebia no seu lar, que convivia em intimidade com Ele, negá-lO, não uma vez, mas três vezes sucessivas?! ...E Judas, que O amava, vendê-lO e beijá-lO a fim de que fosse identificado pelos Seus inimigos naquela noite de horror?! Sucede que o véu da carne obnubila o discernimento mesmo em alguns Espíritos nobres, e as injunções sociais, culturais, emocionais, neles produzem atitudes desconcertantes, em antagonismos terríveis às convicções mantidas na mente e no coração. Todos os seres humanos são frágeis e podem tornar-se vítimas de situações penosas. Assim, não julgues a ninguém, entregando-te em totalidade Àquele que nunca Se enganou, jamais tergiversou, e deu-Se em absoluta renúncia do ego, para demonstrar que é o Caminho da Verdade e da Vida. Considerado como planeta-escola, o mundo físico é abençoado reduto de aprendizagem, no qual são exercitados os valores que dignificam, em detrimento das heranças ancestrais que assinalam o passado de todas as criaturas, no seu penoso processo de aquisição.

Enviado por Rey Filho

BONDE DA VIDA


Godofredo estava novamente parado na velha esquina a esperar os amigos que todos os dias entravam no bonde da vida para seguirem suas rotinas.

O primeiro a chegar foi Leonardo, que logo cumprimentou o colega:

— Bom dia, Godô! Tudo bem?

Automático como um robô, Godofredo respondeu, como sempre:

— Mais ou menos... a vida não engrena, Léo. Sabe como são as coisas, a conta de energia aumentou 20%...

Leonardo avistou seu transporte e, como era praxe, chamou o amigo:

— Vamos, Godô, vamos embarcar no bonde da oportunidade. Quem sabe a assim a vida engrena.

Godô nada respondeu, apenas balançou a cabeça despedindo-se do amigo.

E lá se foi Leonardo no bonde da oportunidade.

Em 5 minutos chegou Carlos, que também cumprimentou o colega:

— Bom dia, Godô, como vai essa força?

Godô novamente desfilou suas reclamações:

— Força? Vai fraca, meu amigo. Sabe como é... vida difícil, situação complicada, aquele marasmo de sempre. A força vai fraca!

Logo parou o bonde da felicidade. Carlos perguntou a Godô:

— Vamos nessa, Godô?

— Não, fico por aqui.

Em 10 minutos surgiu Aloísio, que alegre, cumprimentou o colega:

E ai, Godô, tudo beleza?

Desanimado como de costume, Godô respondeu:

— Beleza nada. Tudo feiúra. Veja que minha vida resume-se a ficar nesta esquina.

— Saia dela — disse o amigo.

— E vou para onde? Melhor ficar, pelo menos não preciso me esforçar para achar outra esquina.

— Você quem sabe, Godô. Olha, está chegando o bonde do trabalho. Vamos nele?

— Vai você, eu fico por aqui.

E assim foram 30 anos, Godô a reclamar na velha esquina e os bondes da vida passando por ele. Certo dia, porém, inelutavelmente nosso caro Godô teve que embarcar no bonde da morte. Foi o único bonde que Godô tomou em toda sua existência, já que nada queria com os bondes da vida, restou-lhe apenas o inexorável bonde da morte.

A vida é uma estação onde passam diversos bondes: oportunidade, felicidade, trabalho...

Há pessoas que não embarcam em nenhum, preferem reclamar, blasfemar e fechar os olhos para o próprio progresso.

Fazem da reclamação um hábito, acoplando-a ao comportamento. Não percebem que o tempo voa enquanto ficam paradas nas esquinas da vida a aguardar que o destino melhore a existência.

A propósito, tenho uma amiga que parece ser irmã de Godô. Reclama de tudo e todos. O pão está quente, ela não gosta. O sinal pintou-se de vermelho, ela bate as mãos no volante. À semelhança de Godô, vive na esquina da reclamação e fez dela um hábito que, diga-se de passagem, nada tem de saudável.

E na questão do hábito, importante ressaltar notável filósofo do século XIX, Hypollite Leon Denizard Rivail, que certa vez afirmou: “A educação moral consiste na arte de formar o caráter, que dá os hábitos: porque educação é o conjunto dos hábitos adquiridos”.

Impossível discordar dele. Viver é uma arte que requer semeadura de bons hábitos. Pessoas educadas alimentam hábitos saudáveis. Logo, forçoso admitir que pessoas educadas não passam pela vida a reclamar de tudo e todos, antes, elas preferem deixar de lado as lamúrias para embarcar nos bondes que a vida oferece todos os dias: oportunidade, felicidade e trabalho são alguns.

Pensemos nisso.





Wellington Balbo (Bauru – SP)

Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Filhos com deficiência... Um Amor Maiúsculo!


A expectativa que toma conta do período de gestação da mulher é tão especial e admissível que se justifica a frustração ou a amargura que envolve tantos corações, quando constatam que seus rebentos, ansiosamente aguardados, são portadores de deficiência física ou mental ou a conjugação de ambas.

Compreensíveis a dor e a surpresa que se alojam nas consciências e nas almas paternas, ao começarem a pensar nas limitações e conflitos, agonias e enfermidades que acompanharão os seus filhos, marcados, irremediavelmente, para toda uma existência de dependências e limitações.

Quantos são os pais que, colhidos no amor próprio, fogem da responsabilidade de cooperar com os filhos debilitados?

Quantas são as mães que, transformadas em estátuas de dor ou de revolta, abandonam os filhos à própria sorte, relegando-os aos ventos do destino?

Entretanto, levanta-se um enorme contingente de pais e de mães que, ao identificarem os dramas em que se acham seus filhos inseridos, enchem-se de ternura, de dedicação, vendo nos rebentos, achacados no corpo ou na mente, oportunidades de crescimento e enobrecida luta em prol do futuro feliz para todos.

Seu filho com deficiência, não o descreia, é alguém que retorna aos caminhos humanos, após infelizes rotas de desrespeito à ordem geral da vida.

Seus filhos lesados por carências corporais ou psíquicas estão em processo de ressarcimento, havendo deixado para trás, nas avenidas largas do livre-arbítrio, as marcas do uso da exorbitância, da insubmissão ou da crueldade.

Costumeiramente, os indivíduos que se valeram do brilho intelectual ou da sagacidade mental para induzir ao erro, para destruir vidas no mundo, para infelicitar, intrigando e maldizendo, reencarnam com os centros cerebrais lesados, em virtude de se haverem atormentado com suas práticas inferiores, provocando processos de desarranjo nas energias da alma, localizadas na zona da estrutura cerebral.

Não só intelectuais degenerados renascem com limitações psico-cerebrais, tangidos pela Síndrome de Down, mas, também, os que resolveram mergulhar nas valas suicidas, destroçando o cérebro e os seus núcleos importantes, mantendo-se com os fulcros de energias perispirituais sob graves distúrbios que deverão ser recompostos por meio da reencarnação.

Indivíduos que, no passado, se atiraram à insana destruição corporal, arremessando-se de altitudes, ou sob pesados veículos, ou deixando-se afogar no bojo de massa líquida, podem retornar agora na posição de filhos da sua carne, marcados por hemi, para ou tetraplegias, por cegueira, mudez, surdez ou outras dramáticas situações que estão situadas no território das teratologias.

O despotismo implacável pode gerar neuroses ou epilepsias; o domínio cruel de massas indefesas e desprotegidas pode produzir os mesmos efeitos.

Os homicídios cruéis podem acarretar infortunados quadros epilépticos, produzindo sobre a rede psico-nervosa adulterações nas energias circulantes, provocando panes de freqüência variada, de caráter simples ou crônico.

Seus filhos com deficiências podem estar em alguma dessas condições, necessitados da sua compreensão e assistência, para que sejam capazes de superar as próprias deficiências, colocando-se aparelhados de resignação e esforço íntimo para que suplantem-se a si mesmos, rumando para Deus, após atendidos os projetos redentores da Divindade.

Ame seus rebentos problematizados do corpo ou da mente, ou de ambos, cooperando com eles, com muita paciência e com o preito da ternura, para que possam sair vitoriosos da expiação terrena, avançando para mais altos vôos no rumo do nosso Criador.

Forre-se de carinho, de paciência, de tranqüilidade interior, vendo nesses filhos doentes as jóias abençoadas que o Pai confia às suas mãos para que as burile.

Por outro lado, vale considerar que se você os tem nos braços ou sob a sua assistência e seus cuidados, paternais ou maternais, é em razão dos seus envolvimentos e compromissos com eles.

Você poderá tê-los recebido por renúncia e elevado amor de sua parte, mas, pode ser que você esteja diretamente ligado às causas que determinaram os dramas dos seus filhos, cabendo-lhe não alimentar remorsos descabidos, mas, sim, auxiliá-los e impulsioná-los para a própria recomposição, enquanto você, igualmente, avança para o Criador, sofrendo por seu turno o ter que vê-los resgatar, sem outra opção que não seja abraçá-los e se colocarem, você e eles, sob a luz do amor de Deus, resignadamente.

Thereza de Brito (espírito)
Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira, inserta no livro "Nossas Riquezas Maiores", no prelo.

(Jornal Mundo Espírita de Julho de 1997)

terça-feira, 20 de março de 2012

domingo, 18 de março de 2012

O poder da oração

Marcos Paterra


Quando se diz “o poder da oração”, temos de ter em mente seus processos e seus motivos, afinal muitos a usam com intenções maldosas, como desejar mal a outrem, nesse http://www.blogger.com/img/blank.giftocante vem em nossa mente a frase : “Acatemos na oração a presença da luz que nos descortina a estrada para a Vida Superior, sem prevalecer-nos dela, a fim de queixar-nos de outrem ou espancar verbalmente seja a quem seja, quando a nossa comunhão com Deus e com a Espiritualidade Superior não seja possível em lugar à parte, no silêncio do coração, conforme a recomendação de Jesus.”[1]

A oração tem um poder fabuloso, e vou o tentar descrever nesse artigo, para tanto vou me embasar cientificamente em pesquisas de autores não espíritas.

O Dr. Jeff Levin[2], pesquisador do National Institute for Healthcare Research, autor do Livro “Deus, Fé e Saúde”, realiza estudo científico de como fatores espirituais previnem a incidência de enfermidades em determinadas regiões e a mortalidade, e promovem a saúde e o bem-estar - estabelecendo o relacionamento existente entre ciência, medicina e espiritualidade. Entre vários exemplos pode-se citar que pacientes internados em UTI coronariana por meio de estudo duplo-cego[3], aleatorizado, com dois grupos paralelos, que receberam ou não prece.

Resultado: o grupo que recebeu prece (por 28 dias) obteve melhores escores de evolução na UTI coronariana do que os que não receberam; não houve diferença na duração da hospitalização entre os dois grupos. [4]

“A prece é o meio que o cérebro moderno tem para se conectar com estados de consciência ancestrais poderosos"[5]

Um estudo, publicado no mês de Fevereiro/2011, na revista Psychiatry Research: Neuroimaging,[6] sugere que meditar (orar) por apenas 30 minutos por dia, durante oito semanas, pode aumentar a densidade de massa cinzenta em regiões do cérebro associada à memória, stress e empatia.

Nesta mesma revista informa os “Benefícios da Meditação e Estado de Prece” :

Regula o ritmo respiratório e o ritmo cardíaco;
Aumenta o fluxo de sangue para as células;
Reduz o nível do hormônio cortisol, principal responsável pela morte de neurônios;
Permite níveis profundos de relaxamento e bem-estar; Excelente terapia para pessoas com pressão alta;
Reduz muito a ansiedade e o estresse (estima-se que 50% de todas as doenças são devido ao alto nível de estresse.)

Para os médiuns a oração é preciosa, ajuda a comunicação com espíritos afins.

“Quando desejamos nos comunicar com os espíritos desencarnados estaremos numa determinada frequência psíquica para tal. Se quisermos mudá-la teremos de alterar a emoção ou o pensamento. O estado de oração é uma forma de mudança de ambos. A sintonia não se dá apenas por um momento e em estado de oração, mas principalmente pelo modo de ser do indivíduo, pela sua natureza íntima, pelos sentimentos e ideias de que é portador.”[7]

Em uma instituição espírita temos por habito efetuar preces antes e após as reuniões sejam elas públicas ou mediúnicas, sem dogmatismos ou beatismos, apenas para ajudar outros e/ou facilitar as comunicações mediúnicas.

“A oração, antes forma petitória ou bajulatória, ganha conotação como forma de comunicação com Deus a fim de Lhes conhecer os objetivos ou corrigir rumos pessoais. A oração é ação em favor de si e de outrem. É um poderoso antídoto às agressões psíquicas. Não há lugar para altares, oferendas ou sacrifícios. O único sacrifício exigido é o sacro ofício de fazer o Bem ao alcance de cada um.”[8]


Publicado em Março 2012 pelo jornal “O Clarim”

A FÉ CEGA É INCOERENTE, E HÃO DE FRACASSAR ELA E A CONVENIENTE

Algumas doutrinas teológicas foram criadas mais para atenderem à conveniência do ego dos líderes cristãos, e não tanto pela coerência, a lógica e o bom senso evangélicos.

E uma boa parte dos católicos e evangélicos tem fé em algumas doutrinas, não por convicção, mas apenas porque sua igreja as defende, através de seus líderes religiosos. Um exemplo, pergunto muito a evangélicos e católicos de carteirinha por que não creem na reencarnação, e a resposta é sempre a mesma: porque minha igreja não aceita. Mas cerca de 80 % dos católicos creem nela. Os de carteirinha não pensam, deixam seus líderes pensarem por eles. Eles deveriam pensar que eles não são um rebanho de quadrúpedes! Essa fé é uma incoerência e é cega. Por isso, ela é frágil. Só é inabalável a fé racionada defendida por Kardec. E não adianta rezar para que uma fé cega se fortaleça, pois ela continuará sempre frágil, e, a qualquer momento, ela desaba. Muitas vezes, ela já desabou, mas por orgulho e, frequentemente, por conveniência, o religioso continua defendendo-a.

Sem querer condenar ninguém, digo que há um grande equívoco entre os cristãos, ou seja, o da afirmação de que os cristãos espíritas são contrários à Bíblia. Na verdade, os cristãos espíritas são contrários aos dogmas e não à Bíblia. E, sem o saberem, muitos católicos, protestantes e evangélicos são mais dogmáticos do que bíblicos. Os dogmas não têm apoio bíblico, pelo que eles são polêmicos, e porque são polêmicos, foram transformados em dogmas, e quem negasse de público uma doutrina dogmática, morria na fogueira. Mas com a evolução da mentalidade dos povos, acabou-se a Inquisição! Digo, pois, em alto e bom som, que os verdadeiros evangélicos são os cristãos espíritas, pois eles seguem de fato o Evangelho do excelso Mestre!

Vamos a alguns exemplos. “Nós temos dois corpos, um espiritual e um carnal. Ressuscita o espiritual.” (1 Coríntios 15:44); Os ressuscitados não se casam, são iguais a anjos. (Mateus 11: 30). Ora, anjos são espíritos humanos já ressuscitados de elevada evolução e não têm corpo. Aliás, no mundo espiritual, não há lugar para a carne. (1 Coríntios 15: 50). O que o indivíduo iria fazer com o seu corpo físico no mundo espiritual? Na parábola do rico avarento e o pobre Lázaro, os espíritos de Epulão e Lázaro estavam ressuscitados no mundo espiritual, e seus corpos estavam no cemitério. O espanhol Andrés Torres Queiruga, o maior teólogo católico da atualidade, afirma que a ressurreição é do espírito, e na hora da morte, inclusive a de Jesus. “Pai em vossas mãos entrego meu espírito.” Para os apóstolos, a sua ressurreição (aparições) aqui no mundo físico, aconteceu só a partir do terceiro dia após sua morte. (Mais detalhes em “Repensar a Ressurreição”, Ed. Paulinas). Nós espíritas, como vimos, cremos também na ressurreição bíblica do espírito e não na dogmática da carne. E os católicos e evangélicos, em grande parte, ainda creem na ressurreição dogmática e não na bíblica. Os teólogos sabem dessas coisas, mas não as podem dizer de público, pois seriam punidos!

E a ressurreição do espírito, ora se dá no mundo espiritual (Eclesiastes 12: 7), ora se dá na carne, que é a reencarnação. E as duas são bíblicas, só não vê quem não quer ver!


José Reis Chaves (Belo Horizonte/SP)

estudou para padre na Congregação dos Redentoristas, é formado em Comunicação e Expressão na Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. É Escritor, durante vários anos lecionou Português, Literatura, História, Geografia e Latim. É Teósofo, parapsicólogo, biblista, e ao longo de toda a sua vida, o autor vem desenvolvendo pesquisas sobre a Bíblia, as religiões e a Parapsicologia. Por último, passou a estudar o Espiritismo, Doutrina que assimilou com facilidade, tendo em vista o seu longo tempo de estudo da Bíblia, da História e da Teologia Cristãs. Aposentado, atualmente dedica-se ao trabalho de escrever e proferir palestras na área espiritualista, mas principalmente Espírita, por todo o Brasil.

É autor dos livros, entre outros: “A Reencarnação Segundo a Bíblia e a Ciência”,

“Quando chega a Verdade” e "A Face Oculta das Religiões

sábado, 17 de março de 2012

"O ESPIRITISMO E AS CIVILIZAÇÕES EXTRATERRESTRES"


Desde as mais recuadas épocas o Universo tem nos acenado com a possibilidade, cada vez mais admissível, de existência de vida fora do planeta Terra. E, ao elevarmos a fronte em direção ao firmamento, uma profunda intuição nos dá a certeza de que Deus não ergueria bilhões de corpos celestes apenas para nossa contemplação. Sob o ponto de vista estatístico, no mínimo, seria uma grave incoerência nos arrogarmos os únicos moradores deste Cosmo Infinito. Fato é que, astros como a Terra, pululam aos milhões na Via Láctea, que, por sua vez, é apenas uma dentre as mais de 400 bilhões de outras galáxias. Ademais, de 1995, até os dias atuais, foram descobertos mais de 140 (cento e quarenta) planetas situados além do sistema solar .Prestamo-nos, portanto, no presente estudo, a demonstrar, por todas as comunicações mediúnicas até hoje recebidas, a total consonância dos ensinamentos dos Espíritos, que compõem a Doutrina Espírita, com as investigações ufológicas, que, através dos tempos, nos têm dado provas substanciais acerca da existência de vida extraterrena. Costumamos afirmar que o Espiritismo é o Cristianismo Redivivo, pois, como tal, nos vêm apresentar, com amplitude de entendimento, os ensinamentos de ordem filosófica, com profundas implicações científicas, repletas de religiosidade cósmica, oferecidos pelo Cristo. E foi assim que, na França, a partir de 18 de abril 1857, data do lançamento de “O Livro dos Espíritos”, primeira obra basilar do Espiritismo, passamos a ter o respaldo das Inteligências Celestiais, que vinham para atestar a Pluralidade dos Mundos Habitados, revivendo, na verdade, o próprio Jesus, quando assim sentenciou:
“Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar.” (João 14 : 2).

quinta-feira, 15 de março de 2012




Ela se chamava Megan e tinha uma chefe terrível. Quando Megan chegava pela manhã e falava Bom dia, a chefe respondia com uma pergunta: Por que não chegou mais cedo?

Se chegasse antes da hora, a chefe não estava lá, mas ficava sabendo e lhe perguntava se ela não sabia qual o horário do expediente, mesmo depois de trabalhar ali há tantos anos.

Era uma mulher má. Implicava com tudo. Até que um dia Megan se cansou e decidiu se demitir.

Vou sair, mas antes vou dizer tudo o que tenho vontade. Foi o que pensou.

Exatamente naquele dia ela estava almoçando, quando encontrou a dra. Casarjian, que a convidou para assistir a um curso, naquela tarde.

Não posso, foi a sua resposta.

Por que não?

Megan falou sobre a chefe que vivia implicando com ela e a dra. Casarjian disse que pior a situação não poderia ficar.

Além do que, se a chefe lhe desse uma bronca por faltar ao trabalho, naquela tarde, ao menos teria motivo.

Megan lembrou que, no dia seguinte iria se demitir, por isso resolveu ir ao curso. Ali ouviu referências a respeito do perdão.

O perdão é bom para você, falava a doutora. Se você perdoar alguém que o ofendeu ele continua do mesmo jeito. Mas você se sentirá bem.

Se você perdoar o mentiroso, ele continuará mentiroso, mas você não se sentirá mal por causa das mentiras dele.

Ao final do curso, Megan concluiu que a sua chefe estava muito doente.

No dia seguinte, tomou uma resolução: Não vou deixar que ela me atormente mais. E nem vou abandonar o trabalho que eu gosto.

Megan chegou e cumprimentou: Olá.

A chefe foi logo lhe perguntando o que tinha acontecido. Ela estava diferente. Megan falou que havia participado de um curso, que estava bem consigo mesma e até convidou a chefe para tomar chá, ao final da tarde.

A reação veio logo: Você está me convidando só para eu não reclamar de você?

Pode reclamar, até mandar descontar as minhas horas. Mas eu insisto no chá.

E foram. Durante o chá, a chefe falou da sua surpresa em ter sido convidada para aquele chá. Ela sabia que era intratável. Também falou da sua emoção. Nunca ninguém a convidara para um lanche, um café.

Acabou por falar das suas dores. O marido lhe batia, o filho vivia no mundo das drogas. Por isso ela odiava as pessoas. Era infeliz e agredia.

Semanas depois, era a própria chefe que comparecia ao novo curso da dra. Casarjian a respeito do perdão.

Perdoar é libertar-se. Aquele que agride é sempre alguém a um passo do desequilíbrio.

Aquele que persegue nem pode imaginar o quanto se encontra enfermo.

Sem dúvida, a felicidade pertence sempre àquele que a pode oferecer, que a possui para dar.

Nosso maior exemplo é Jesus. Poderia ter reagido às agressões, mas preferiu perdoar e amar, por saber que aqueles que O afligiam eram Espíritos atormentados em si mesmos. Por essa razão, dignos de perdão.

E se você tiver ainda muita dificuldade para perdoar, pense que tudo passa. Passam as coisas ruins, passam as pessoas que as provocam. Só o bem permanece para sempre.


Redação do Momento Espírita

quarta-feira, 14 de março de 2012

TODOS SÃO CAMINHOS


"...Por que essa porta tão estreita, que é dada ao menor número transpor, se a sorte da alma está fixada para sempre depois da morte? É assim que, com a unicidade da existência, se está incessantemente em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se amplia..." ( ESE Cap. XVIII, item 5)

Também os caminhos inadequados que tomamos ao longo da vida são parte essencial de nossa educação. A cada tropeço é preciso aprender, levantar novamente e retornar à marcha.

Tudo o que sabemos hoje aprendemos com os acertos e erros do passado, e cada vez que desistimos de alguma coisa por medo de errar estamos nos privando da possibilidade de evoluir e viver.

A estrada por onde transitamos hoje é vossa via de crescimento espiritual e nos levará a entender melhor a vida, no contato com as múltiplas situações que contribuirão com o nosso potencial de progresso.

Devemos, no entanto, indagar de nós mesmos: "Será este realmente meu melhor caminho?" "Porventura é correta a senda por onde transito?". É justa a observação e têm propósito nossas dúvidas; por isso, raciocinemos juntos:

• Se Deus, perfeição suprema, nos criou com a probabilidade do engano, modelando-nos de tal forma que pudéssemos encontrar um dia a perfeição, é porque contava com os nossos encontros e desencontros na jornada existencial.

• Se nos gerou falíveis, não poderá exigir-nos comportamentos sempre irrepreensíveis, pois conhece nossas potencialidades e limites.

Se criaturas como nós aceitamos as falhas dos outros, por que o Criador em sua infinita compreensão não nos aceitaria como somos?

* Pessoas não condenam seus bebês por eles não saberem comer, falar e andar corretamente; por que espíritos ainda imaturos pagariam por atos e pensamentos que ainda não aprenderam a usar convenientemente, pela sua própria falta de madureza espiritual?

O que pensar da Bondade Divina, que permite que almas escolham seu roteiro, de acordo com o livre-arbítrio depois cobrasse aquilo que elas ainda não adquiriram?

A Divindade é "Puro Amor" e sabe muito bem de nossos mananciais espirituais, mentais, psicológicos e físicos, ou seja, de nossa idade evolutiva, pois habita em nosso interior e sempre suaviza nossos caminhos.

Na justa sucessão de espaço e tempo, condizente com nosso grau de visão espiritual, recebemos, por meio do fluxo divino, a onipresença, a onisciência e a onipotência do Criador em forma de "senso de rumo certo", para trilharmos rotas necessárias à ampliação de nossos sentimentos e conhecimentos.

Diz a máxima: "Não se colhem figos dos espinheiros"; ora, como impor metas sem levar em conta a capacidade de escolha e de discernimento dos indivíduos?

Efetivamente, nosso caminho é o melhor que podíamos escolher, porque em verdade optamos por ele, na época, segundo nosso nível de compreensão e de adiantamento. Se, porém, achamos hoje que ele não é o mais adequado, não nos culpemos; simplesmente mudemos de direção, selecionando novas veredas.

A trilha que denominamos "errada" é aquela que nos possibilitou aprendizagem e o sentido do nosso "melhor", pois sem o erro provavelmente não aprenderíamos com segurança a lição.

Nós mesmos é que nos provamos; a cada passo experimentamos situações e pessoas, e delas retiramos vantagens e ampliamos nosso modo de ver e sentir, a fim de crescermos naturalmente, desenvolvendo nossa consciência.

Ninguém nos condena, nós é que cremos no castigo e por isso nos autopunimos, provocando padecimento com nossos gestos mentais.

Aceitemos sem condenação todas as sendas que percorremos. Todas são válidas se lhes aproveitarmos os elementos educativos, porque, assim somadas, nos darão sabedoria para outras caminhadas mais felizes.

Mesmo aquelas trilhas que anotamos como caminhos do mal, não são excursões negativas de perdição perante a vida, mas somente equivocadas opções do nosso livre-arbítrio, que não deixam de ser reeducativas e compensatórias a longo prazo.

Cada um percorre a estrada certa no momento exato, de conformidade com seu estado de evolução. Tudo está certo, porque todos estamos nas mãos de Deus.

Hammed

segunda-feira, 12 de março de 2012

"REENCARNAÇÃO...A VERDADE QUE LIBERTA"


A idéia da reencarnação tem encontrado enorme resistência entre os cristãos de todo o mundo, apesar da sua profunda lógica e justiça. Muitas pessoas acreditam em vida após a morte mas não acreditam na reencarnação.
Mas, se não houvesse a reencarnação, Deus estaria sendo extremamente imparcial, extremamente injusto para com seus filho. Senão vejamos:
Se você meu caro leitor, fosse alguém muito rico, multimilionário, e tivesse dois filhos, você deixaria toda a sua fortuna para um de seus filhos e deixaria o outro na miséria?
Pois é isso que acontece em nosso planeta terra. 10% da população do globo é extremamente rica. Os outros 90 % é pobre, sendo que mais ou menos 20% estão abaixo da linha da pobreza; quer dizer: Falta-lhes o básico para matar a fome.
Enquanto uns se esbaldam no luxo e na riqueza outros morrem em filas de hospitais mendigando um pedaço de pão.
Onde está a justiça de Deus? Alguns dizem que é para ter mais mérito. Que méritos?
Dizem que os pobres vão para o céu e os ricos vão para o inferno.
Se o meu espírito foi criado no ato da concepção,se eu não pedi para nascer, muito menos pedi para nascer rico ou pobre; onde está o meu livre arbítrio.?
Se eu fosse consultado antes de nascer se soubesse das vantagens e desvantagens em nascer rico ou pobre; poderia ter dado um novo rumo a minha existência.
Deus que é infinitamente sábio, sabia que eu não iria fazer bom uso da minha riqueza, mas mesmo assim deixou que eu desfrutasse de todo luxo e poder para depois me mandar para o inferno. Porque Deus faria isso. Qual objetivo? Te dou tudo o que quiseres, e depois te castigo para toda a eternidade.
Com a justiça da reencarnação; da pluralidade das existências; todas estas perguntas são respondidas. Tudo fica mais claro.
Todos os espíritos foram criados iguais, partindo do mesmo ponto. Sem nenhum conhecimento. As diversas vidas, as diversas reencarnações, são as oportunidades que temos para evoluir moral e espiritualmente. Adquirir conhecimentos. Somos livres para seguir o caminho que quisermos, em contrapartida, seremos responsabilizados pelos nossos atos. Quem é rico hoje, já foi pobre ou será numa outra encarnação. Quem é pobre já foi rico ou será futuramente. A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação.
Sabe-se que nos primórdios do cristianismo a idéia da reencarnação, era aceita, e chegou a ser ensinada por alguns “pais da Igreja como Orígenes, Plotino e Clemente de Alexandria. Até mesmo Santo Agostinho, em (Confissões, I, cap. VI), escreveu: “Não teria eu vivido em outro corpo, ou em outra parte qualquer, antes de entrar para o ventre de minha mãe?”
Mas quando o cristianismo instituiu-se, assumindo o formato da Igreja Católica, acomodando-se ao paganismo de Roma, adotando e adaptando algumas das suas práticas, tais como os rituais, a hierarquia, as imagens, etc., afastando-se do modelo ensinado por Jesus que era o da simplicidade, da pobreza e do amor acima de tudo, precisou eliminar aquela idéia. Se não o fizesse, acabaria desestruturando seu edifício e perdendo o bastão do próprio poder, porque a reencarnação é um conhecimento que liberta. Já não seria a Igreja a detentora das chaves do Céu. Seu poder se esvairia como fumaça se os fiéis não mais pudessem ser atemorizados com as ameaças das chamas do inferno, ou atraídos pelas glórias e delícias do Céu.
Então, todos os cristão, sob pena de serem tachados de hereges, foram forçados a acreditar no dogma que afirma ser o espírito criado na concepção.
Quem não acreditasse, quem discordasse da Igreja era passado a fio de espada ou jogado nas fogueiras da inquisição.
Tal crença, incutida no psiquismo dos fiéis ao longo dos séculos (sempre acompanhada do medo de pecar e sofrer por isso terríveis castigos e conseqüências) criou poderosas algemas do pensamento, que foram se cristalizando mais e mais a cada nova encarnação ocorrida num meio cristão. Tanto que, hoje, o simples fato de tentar questionar algum dogma da Igreja católica ou das evangélicas deixa o fiel apavorado, pelo medo de estar cometendo terrível pecado e ter de pagar por ele. Pois colocaram na mente das pessoas que todos os dogmas da Igreja foram criados sob orientação de Deus.
Mas Jesus disse: “Conhecereis a verdade e ela vos libertará.”
A qual verdade estaria o Mestre se referindo? Certamente a nada que Ele ensinara, porque disse “conhecereis”, ou seja, no futuro. E nem Ele, nem seus seguidores apresentaram algum novo conhecimento que poderia representar tal verdade.
Isto está cristalinamente claro.
Quando disse “A verdade vos libertará”, deixou claro que seus seguidores se encontravam e continuariam se encontrando prisioneiros de algum engano, até que o conhecimento da verdade, no futuro, viesse libertá-los. Isto, porque, seus seguidores não estavam preparados para conhecer toda a verdade.
Não há qualquer arranjo teológico que possa mostrar outra verdade libertadora que veio depois de Jesus, a não ser o conhecimento da reencarnação e da lei de causa e efeito, trazida pelo espírito que se assinou como A Verdade, apresentando na seqüência todo um universo de informações que foram magnificamente codificadas por Allan Kardec. (V. O Livro dos Espíritos)
Convém observar também que as verdades que o Mestre ensinou não eram de molde a libertar alguém. Uns dirão que elas libertam do pecado, mas o mundo cristão continua tão “pecador” como sempre. Portanto, se alguém analisar estas questões em profundidade e sem as amarras do condicionamento psicológico a que nos referimos anteriormente, acaba ficando maravilhado com tamanha lógica e tal demonstração da sabedoria e de amor do nosso Criador, ao criar a lei que determina a evolução dos seres através das vidas sucessivas.
Essa sim é uma verdade realmente libertadora. Quem acredita na reencarnação e na lei de causa e efeito sente-se realmente livre, dono de si mesmo e único responsável pelos próprios passos, sabendo, no entanto, que tudo que semear, terá de colher.
Jesus nunca disse que alguém vai para o inferno porque acredita nisso ou naquilo, mas sempre ensinou a vivência dos valores da alma.
À idéia da reencarnação, é também encontrada em quase todos os sistemas religiosos do mundo, mesmo entre as tribos selvagens mais afastadas umas das outras; em todos os continentes da Terra e desde os povos mais antigos. Isto mostra que essa idéia não foi inventada. É como se ela tivesse surgido junto com o ser humano, um conhecimento do próprio espírito.
Grandes pensadores como Pitágoras, Sócrates e Platão, tinham-na como fundamento filosófico.
Mas as idéias da reencarnação e da lei de causa e efeito (carma) também estão expressas em vários momentos na própria Bíblia.
No episódio da transfiguração, depois que Jesus conversou com Moisés e Elias na presença de Pedro, Tiago e João, estes lhe perguntaram: “Por que dizem os escribas ser necessário que Elias venha primeiro? Ao que o Mestre respondeu dizendo que Elias já viera, mas não o reconheceram. Então os discípulos entenderam que Ele falava de João Batista” (Mateus 17:12 e 13).
Ora, se Elias foi também João Batista, isto só pode ter se dado mediante a reencarnação, porque diante de Jesus ele apresentou-se em sua antiga forma, quando fora profeta do Velho Testamento.
Em Mat.11:14, essa assertiva é confirmada por Jesus, quando, referindo-se a João Batista, diz: “Se puderdes compreender, ele mesmo é Elias que devia vir”. Observe-se que o Mestre tinha dúvidas sobre a capacidade de entendimento dos discípulos, porque disse: “Se puderdes compreender...”
A idéia da reencarnação também aparece em outros textos:
Em Mat. 16:13 e 14 se diz: “E Jesus perguntou aos seus discípulos: Quem dizem os homens que eu sou? E responderam: uns, João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou algum dos profetas”.
Ora, como poderia ser Jesus algum desses profetas do Antigo Testamento, a não ser pela reencarnação?
Já com Nicodemus, que era doutor da lei, o Mestre foi mais explícito, mais claro:
“O que é nascido da carne, é carne; o que é nascido do espírito é espírito; não te admires de eu dizer: “Necessário vos é nascer de novo” (João 3:6).
Portanto, o conhecimento da reencarnação é a verdade que liberta.

Enviado por rreyfilho

Fonte: “O Evangelho Segundo o Espiritismo” O Livro dos Espíritos”.
Allan Kardec

DESABAFO DE UMA CRIANÇA


Não tenham medo de ser firmes comigo, prefiro assim.
Isso faz com que eu me sinta mais seguro.
Sei que não devo ter tudo que eu quero.
Só estou experimentando vocês.

Não deixem que eu adquira maus hábitos.
Dependo de vocês para saber o que é certo ou errado, não me corrijam com
raiva e nem na presença de estranhos.
Aprenderei muito mais se me falarem com calma e em particular.

Não me protejam das conseqüências dos meus erros.
Às vezes eu prefiro aprender pelo caminho mais áspero.

Não levem muito a serio as minhas pequenas dores, necessito delas para obter atenção que desejo.

Não sejam irritantes ao me corrigir, pois eu poderei fazer o contrário do que me pedem.

Não me façam promessas que não poderão cumprir, isto me deixará profundamente desapontado.

Não ponham a prova a minha honestidade.
Digo mentiras facilmente.

Não me mostrem um Deus carrancudo e vingativo.
Isto me afastara Dele.

Não desconversem quando faço perguntas. Senão eu procurarei na rua as respostas que não tive em casa.

Não se mostrem para mim como pessoas perfeitas e infalíveis.
Ficarei muito chocado quando descobrir um erro de vocês.

Não digam que meus temores são bobos.
Mas ajudem-me a compreendê-los.

Não digam que não conseguem me controlar.
Eu posso pensar que sou mais forte que vocês.

Não me tratem como uma pessoa sem personalidade.
Lembrem-se de que eu tenho o meu próprio modo de ser.

Não apontem os defeitos das pessoas que me cercam.
Isso criará em mim, desde cedo, um espírito intolerante.

Não se esqueçam de que eu gosto de experimentar as coisas por mim mesmo.

Mas, sobretudo nunca desistam de me ensinar o bem.
Mesmo que eu pareça não estar aprendendo.
No futuro vocês verão em mim o fruto daquilo que plantaram.

E sempre me ensinem a sorrir!!!
Um dos atos mais simples...

(autor desconhecido)

Enviado pelo DIJ da nossa Casa.

sexta-feira, 9 de março de 2012

COMBATENDO O PRECONCEITO



Quando Gandhi trabalhava pela independência da Índia, empenhou-se também em combater uma questão interna: o preconceito de castas.

Tradição milenar que divide a sociedade indiana em religiosos, guerreiros, agricultores, comerciantes e servos, as castas até hoje persistem.

Na base da pirâmide social, uma categoria desprezada: os párias.

Sem casta, os párias são considerados impuros e acredita-se que quem os toca fica impuro também. Por isso são chamados intocáveis.

Mas Gandhi, ao estudar profundamente os ensinos de Krishna, aprendeu que Deus não faz diferença entre Seus filhos.

Ele compreendeu que o sistema de castas havia sido modificado pelos homens, que o usaram para fins de dominação política e social.

E foi assim que Gandhi passou a combater o preconceito contra os párias, que ele chamava harijans, palavra que significa filhos de Deus.

Estava certo Gandhi. Somos todos filhos de Deus. Os preconceitos que carregamos são parte de um contexto social e cultural que devemos combater.

À medida que a Humanidade progride, os preconceitos vão perdendo espaço.

A ciência vai demonstrando que certas teorias não têm validade e aos poucos vamos expurgando práticas vergonhosas.

Vejamos, por exemplo, o preconceito racial. Ele é decorrente de uma visão que data da época da colonização.

Os europeus se achavam superiores aos povos indígenas ou africanos. É uma tese absurda que o tempo se encarregou de derrubar.

Sim, pois quando se ofereceu oportunidade, negros e índios mostraram tanta capacidade intelecto-moral quanto os demais.

Nunca é demais lembrar que – mesmo na época do mais rigoroso preconceito racial no Brasil – houve quem triunfasse.

É o caso do maior escritor brasileiro de todos os tempos: Machado de Assis.

Filho de uma ex-escrava, que trabalhava como lavadeira, ele trabalhava durante o dia e estudava à noite, sob a luz de um lampião.

Demonstrou que o talento e o esforço vencem o preconceito, por mais forte que seja.

Hoje, por mais que se combata o preconceito, muitas vezes ele ainda aparece inesperadamente.

É porque estava apenas oculto, escondido sob o verniz social.

É assim na questão dos homossexuais. Os preconceitos contra eles se manifestam de forma agressiva.

Eles são ridicularizados, alvo de piadas e até de violência. Muitos são espancados e assassinados.

E tem mais: hansenianos, tuberculosos, ex-presidiários, aidéticos, etc.

Será que numa sociedade em que os homens cumprissem as leis de Deus isso ocorreria?

Será que já conseguimos ver todos os demais seres humanos como irmãos que também amam, sofrem e querem ser felizes?

Lembre-se do exemplo notável de Jesus, que tinha como filhos prediletos os desprezados pela sociedade.

O Mestre reergueu a adúltera e a mulher prostituída. Elogiou publicanos.

Não teve medo de hospedar-se na casa de homens de má fama e elegeu como discípulo um coletor de impostos que era mal visto.

Por outro lado, advertiu severamente os orgulhosos e os que se achavam melhores que os demais.

Repreendeu os religiosos sem compaixão e tomou a defesa dos mais frágeis.

Se Jesus – o Ser mais perfeito que já habitou a Terra – agiu assim, por que não imitá-Lo?

Redação do Momento Espírita

"ABNEGAÇÃO"



A evolução espiritual é um fenômeno bastante complexo, que se dá em sucessivas fases.
No começo, predomina a natureza corpórea.
Dominada pelos instintos, a criatura dedica seu tempo e seu interesse a atividades comezinhas.
Comer, vestir-se, abrigar-se, procriar e cuidar da prole, eis a que se resumem suas preocupações.
Nesse período, o egoísmo é marcante.
Os instintos de conservação da vida e da preservação da espécie têm absoluta preponderância.
Com o tempo, o ser começa a desvincular-se de sua origem.
A inteligência se desenvolve, o raciocínio se sofistica e o senso moral desabrocha.
As invenções tornam possível gastar tempo com questões não diretamente ligadas à sobrevivência.
Viver deixa de ser tão difícil, sob o prisma material.
Em compensação, começam os dilemas morais.
Com a razão desenvolvida, a responsabilidade surge forte nos caminhos espirituais.
O que antes era admissível passa a ser um escândalo.
A sensibilidade se apura e a criatura aspira por realizações intelectuais e afetivas.
Essa nova sensibilidade também evidencia que o próximo é seu semelhante, com igual direito a ser feliz e realizado.
Gradualmente se evidencia a igualdade básica entre todos os homens.
Malgrado possuidores de talentos e valores diversos, não se distinguem no essencial.
Uma chama divina os anima e a todos conduzirá aos maiores cimos da evolução.
Contudo, o abandono dos hábitos toscos das primeiras vivências não é fácil.
Séculos são gastos na árdua tarefa de domar vícios e paixões.
As encarnações se sucedem enquanto o Espírito luta para ascender.
O maior entrave para a libertação das experiências dolorosas é o egoísmo, que possui forte vínculo com o apego às coisas corpóreas.
Quanto mais se aferra aos bens materiais, mais o homem demonstra pouco compreender sua natureza espiritual.
O Espírito necessita libertar-se do apego a coisas transitórias.
Apenas assim ele adquire condições de viver as experiências sublimes a que está destinado.
Quem deseja sair do primitivismo deve combater o gosto pronunciado pelos gozos da matéria.
O melhor meio para isso é praticar a abnegação.
Trata-se de uma virtude que se caracteriza pelo desprendimento e pelo desinteresse.
A ação abnegada importa na superação das tendências egoístas do agente.
Age-se em benefício de uma causa, pessoa ou princípio, sem visar a qualquer vantagem ou interesse pessoal.
Certamente não é uma virtude que se adquire a brincar.
Apenas com disciplina e determinação é que ela se incorpora ao caráter.
Mas como ninguém fará o trabalho alheio, é preciso principiar em algum momento.
Comece, pois, a praticar a abnegação.
Esforce-se em realizar uma série de atitudes com foco no próximo.
Esqueça a sua personalidade e pense com interesse no bem alheio.
Esse esforço inicial não tardará a dar frutos.
O gosto pelo transitório lentamente o abandonará.
Ele será substituído pelos prazeres espirituais.
Você descobrirá a ventura de ser bondoso, de amparar os caídos e de ensinar os ignorantes.
Esses gostos suaves e transcendentes o conduzirão a esferas de sublimes realizações.
Pense nisso.

quinta-feira, 8 de março de 2012

"QUE BRILHE A VOSSA LUZ"



Em todas as dores que visitam o ser humano, mesmo naquelas que pareçam injustiças, podemos observar, entretanto, a realização dos ditames da Soberana Justiça, que permite a cada pessoa quitar e refazer os atos errados de ontem, suportando, agora, as lutas contra os defeitos íntimos que carrega.
Daí porque todas elas devem ser recebidas com calma e resignação, ainda que nos obriguem a adotar uma postura de lutarmos buscando superá-las.
Lutemos com as armas do bem, da honestidade, da confiança em Deus e, ao fazê-lo estaremos aprendendo as lições que nossa alma necessita para vencer-se.
Se nos aconselharmos com a revolta, a incompreensão, a blasfêmia, a depressão, o desespero, o suicídio, em nada estaremos colaborando para que as dores se transformem em nossas auxiliares na própria melhoria intima.
Lembremo-nos de como o inocente diamante bruto deve sofrer perante o buril que o corta e retalha injustamente. Afinal, a pedra preciosa estava tranqüila , sem prejudicar a ninguém lá no leito de cascalho de onde foi retirada pela cobiça dos homens.
No entanto, por aceitar a injunção da dureza que o modela, transforma-se na jóia de rara beleza, em nada se parecendo com a sua antiga forma, tosca e pobre, sem atrativos.
Paciência, Perdão, Piedade, Pureza, Perseverança, Paz são os ingredientes que transformarão a Pedra bruta de nossos corações em jóia preciosa.
Cada um de nós esta sendo testado para revelar onde está o ponto fraco de nossos espíritos. Se você está sofrendo no afeto, aí está a fragilidade que cumpre fortificar. Se está sofrendo no orgulho, eis aí o inimigo oculto que cumpre combater. Se está enfrentando dificuldades materiais, aí se encontra para sua alma o desafio de viver com menos exigências e de restringir o exercícios das ambições e caprichos. Se está padecendo dores físicas, compete modificar as rotinas diárias, suportar as disciplinas impostas pelos medicamentos, tratamentos e exames, valorizar o corpo sadio que um dia recebemos e não cuidamos adequadamente.
Nada está acontecendo conosco que não estejamos precisando enfrentar e, o que é mais belo na obra do universo, é que não estamos sozinhos nessa luta. Cada um de nós possuímos amigos invisíveis que estão sempre ao nosso lado, acompanhando as nossas dificuldades e, fazendo a nossa ligação com o Criador.
Os amigos invisíveis que você possui estão lhe esperando o gesto simples e sincero da Oração, desvinculado de qualquer gestos ou condutas formais. Recolha-se , faça silêncio interno, cerre os olhos e, pelo pensamento humilde e sincero, procure Deus e converse com ele.
Nesse momento, todos os amigos espirituais que o amam estarão montando a linha de transmissão que fará chegar até você a luz de que necessita, no tempo adequado ao seu amadurecimento.
E não se espante se, ao estabelecer este contato ,uma suave sensação de alívio, um doce arrepio percorrer seu corpo físico, algum calafrio ou uma onda de calor estabelecerá seu curso pelo seu organismo.
Estas podem ser as formas de percebermos que nossa oração chegou até Deus.
Tenhamos então a coragem de seguir em frente, sem esperar soluções miraculosas que não dependam da nossa própria melhora, uma vez que devemos nos lembrar de que DEUS escuta, aceita nossos pedidos, manda suas forças, mas quem tem que produzir a luz somos nós mesmos. Nós é que precisamos nos iluminar.
Por isso Jesus sempre dizia: “QUE BRILHE A VOSSA LUZ”
ANDRÉ LUIZ RUIZ. Pelo Espirito "LÚCIUS"
Da Obra:" OS ROCHE

sábado, 3 de março de 2012

LAÇOS DE FAMÍLIA



Fui convidado para a festa de aniversário de casamento de 45 anos de meu tio. Compareci e dei um abraço nele e em minha tia. Ele me agradeceu, mas ela nada disse. Não por falta de educação, mas porque não tem condições para falar. Há 27 anos vitimada por uma trombose cerebral está acamada, sem falar ou mexer um músculo sequer. Mas mesmo assim meu tio fez questão de celebrar a data. E a chama de meu amor como um eterno apaixonado.

Ela nada diz, apenas olha. E há quase 3 décadas que esta família se reveza em cuidados para com minha tia que ficou inválida. Fazem papinha, trocam fralda, levam da cama para a cadeira e ainda a chamam de MEU AMOR...

Notícias assim não saem na mídia, não dão ibope, não são divulgadas...

Os órgãos de comunicação preferem os escândalos, naturalmente motivados pela nossa ânsia em saber sobre fatos lamentáveis.

Há muitos heróis anônimos por ai vivenciando o amor junto aos seus familiares. Ah, o amor é assim: serve, colabora, auxilia, renuncia e jamais abandona. Com amor nenhum fardo é pesado demais. Sem amor as mínimas dificuldades familiares são intransponíveis e motivos para deserção e esfacelamento da família.

Já alertavam os Espíritos amigos que se os laços de família se romperem haverá um recrudescimento do egoísmo. Por isso julguei oportuno divulgar este fato que presenciei. Naturalmente que eles enfrentam suas dificuldades, mas estão juntos, estreitando os laços de família.

E mais interessante ainda se torna este exemplo por estarmos no modismo dos relacionamentos descartáveis, em que se troca ininterruptamente de parceiro em busca da felicidade. Mas eis que essa felicidade jamais será encontrada nessa troca incessante patrocinada pelas paixões fugazes.

A felicidade está atrelada ao amor que oferecemos ao mundo. Quanto mais amor oferecermos ao mundo mais felizes estaremos porque traremos conosco o mais precioso tesouro: a consciência tranqüila do dever cumprido que advém do auxiliar, colaborar, renunciar...

A vida na Terra é sempre pródiga em oportunidades de progresso. Cabe-nos, então, aproveitar todas essas chances no mais abençoado educandário ao qual estamos vinculados: nossa própria família.

Pensemos nisso.




Wellington Balbo (Bauru – SP)

Wellington Balbo é professor universitário, escritor e palestrante espírita, Bacharel em Administração de Empresas e licenciado em Matemática. É autor do livro "Lições da História Humana", síntese biográfica de vultos da História, à luz do pensamento espírita, e dirigente espírita no Centro Espírita Joana D´Arc, em Bauru.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Adoração, sentimento inato X ateísmo



Ao estudar a questão 650 do livro dos espíritos em que os Espíritos afirmam que "a adoração é um sentimento inato como o da Divindade", ficou-nos uma dúvida: como explicar o Ateu? A pessoa que afirma que Deus não existe? Onde está este sentimento inato nele?
Vamos à resposta, que, claro, está sujeita a erros de interpretação de minha parte e, por isso, deixo aos companheiros a liberdade de corrigi-la ou melhorá-la.
O sentimento é inato, pois é do Espírito. Vejamos que parte da resposta da questão 650 diz que "A consciência de sua fraqueza, leva o homem a se curvar diante daquele que o pode proteger". Isso quer dizer que, mesmo sendo um sentimento inato, depende do nível de consciência do indivíduo. Os que, pela arrogância e vaidade materialistas, colocam o “Ser Humano” como o limite de todas as coisas, logicamente, por obinubilação de pensamento, têm a consciência diminuída e, portanto, não querem se curvar diante de tal ideia.
A título de comparação basta ver as atitudes das pessoas diante do bem. Todos nós sabemos (e os malfeitores também) que fazer o bem alegra as pessoas e é o melhor para uma boa convivência. Entretanto, alguns praticam o mal, agridem os outros, matam, roubam... O sentimento do bem é sabido por eles, mas refutam-no, em benefício próprio. Isso é questão de consciência. Se conhecimento levasse a nova postura de consciência, não teríamos tantas pessoas malévolas; sabem, mas não agem em conformidade com o que sabem.
Os Espíritos (bons ou maus) sabem da existência de Deus, mas refutam tal conhecimento pelo orgulho e vaidade. Tola vaidade! Em reuniões mediúnicas, quantas vezes já ouvimos relatos de Espíritos que, quando encarnados, se diziam ateus, e, agora, estão desiludidos com suas ideias ao verem-se "mortos vivos"? E quantos Espíritos, mesmo na erraticidade, ainda se mostram endurecidos em favor do materialismo e do ateísmo, mesmo sabendo que já passaram pela morte?. Preferem negar a morte a aceitar a vida espiritual.
Segundo os Espíritos, a adoração é um ato de contrição, de contato íntimo com Deus, e não com o deus apregoado pelos religiosos. O ateísmo, salvo melhor juízo, se coloca contrário a esses deuses.
Os ateus repudiam o deus feito pelos homens e, por isso, são contrários, de fato, às religiões. Vejamos o que disse Feuerbach, materialista hegeliano do século 18, no livro a Essência do Cristianismo: "está escrito que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança; eu, porém, digo que o homem fez deus à sua imagem e semelhança, pois o deus dele, tem mais defeitos humanos do que qualidades divinas". Esse é o deus repudiado e negado. Um deus mal explicado, que possui sentimentos mesquinhos, humanos; muito distante da ideia de Deus, inteligência suprema e causa primária de todas as coisas.
Com outros nomes ou outras formas todos (inclusive os ateus) fazem uso da adoração: quando meditam, por exemplo, é um ato de adoração; quando se mostram reflexivos em relação à humanidade, estão em ato de adoração. Como bem disseram os Espíritos (LE 653), a adoração não é um ato exterior, das religiões, mas sim um ato interior, da consciência.
Diria que, por força de expressão, em vez de serem ateus, estão mais para agnósticos. Veja o que disseram os benfeitores espirituais na questão 651 de O livro dos Espíritos: "todos acreditam que há, acima deles, um ser supremo". Esse Ser supremo pode receber vários nomes: Deus, deus, consciência cósmica, verdade, ideia universal, ordem universal, ciência natural, força interior, pensamento positivo, força estranha, dinâmica universal e por aí vai... Os ditos ateus, quando diante de uma situação difícil, apelam para alguma força superior (interna ou externa), com esses nomes ou outros, porque, no íntimo se sentem impotentes para certas situações.

Podem os ateus não quererem saber da existência de Deus, porém Deus sabe da existência e deles.

Um fraternal abraço, com votos de paz.

Simão Pedro



SIMÃO PEDRO DE LIMA – Professor universitário, historiador e contabilista, com Mestrado em Educação Superior e três Especializações em Administração (na área de Gestão Empresarial), História Moderna e Economia Contemporânea. Atualmente, é membro da “Sociedade Espírita Casa do Caminho” em Patrocínio (MG), onde exerce as atividades administrativas e doutrinárias e membro do Conselho Regional Espírita do Alto Paranaíba - MG, onde auxilia na área de assuntos da mediunidade.
Copiado do Blog Rede Amigo Espírita.