domingo, 31 de março de 2013

OS SIMBOLISMOS DA PÁSCOA E O ESPIRITISMO


A palavra Páscoa tem origem em dois vocábulos hebraicos: um, derivado do verbo pasah, quer dizer “passar por cima” (Êxodo, 23: 14-17), outro, traz raiz etimológica de pessach (ou pasha, do grego) indica apenas “passagem”. Trata-se de uma festa religiosa tradicionalmente celebrada por judeus e por católicos das igrejas romana e ortodoxa, cujo significado é distinto entre esses dois grupos religiosos. 

No judaísmo, a Páscoa comemora dois gloriosos eventos históricos, ambos executados sob a firme liderança de Moisés: no primeiro, os judeus são libertados da escravidão egípcia, assinalada a partir da travessia no Mar Vermelho (Êxodo, 12, 13 e 14). O segundo evento caracteriza a vida em liberdade do povo judeu, a formação da nação judaica e a sua organização religiosa, culminada com o recebimento do Decálogo ou Os Dez Mandamentos da Lei de Deus (Êxodo 20: 1 a 21). As festividades da Páscoa judaica duram sete dias, sendo proibida a ingestão de alimentos e bebidas fermentadas durante o período. Os pães asmos (hag hammassôt), fabricados sem fermento, e a carne de cordeiro são os alimentos básicos. 

A Páscoa católica, festejada pelas igrejas romana e ortodoxa, refere-se à ressurreição de Jesus, após a sua morte na cruz (Mateus, 28: 1-20; Marcos, 16: 1-20; Lucas, 24: 1-53; João, 20: 1-31 e 21: 1-25). A data da comemoração da Páscoa cristã, instituída a partir do século II da Era atual, foi motivo de muitos debates no passado. Assim, no primeiro concílio eclesiástico católico, o Concílio Nicéia, realizado em 325 d.C, foi estabelecido que a Páscoa católica não poderia coincidir com a judaica. A partir daí,a Igreja de Roma segue o calendário Juliano (instituído por Júlio César), para evitar a coincidência da Páscoa com o Pessach. Entretanto, as igrejas da Ásia Menor, permaneceram seguindo o calendário gregoriano, de forma que a comemoração da Páscoa dos católicos ortodoxos coincide, vez ou outra, com a judaica.[1]

Os cristãos adeptos da igreja reformada, em especial a luterana, não seguem os ritos dos católicos romanos e ortodoxos, pois não fazem vinculações da Páscoa com a ressurreição do Cristo. Adotam a orientação mais ampla de que há, com efeito, apenas uma ceia pascoal, uma reunião familiar, instituída pelo próprio Jesus (Mateus 26:17-19; Marcos 14:12-16; Lucas 22:7-13) no dia da Páscoa judaica.[2] Assim, entendem que não há porque celebrar a Páscoa no dia da ressurreição do Cristo. Por outro, fundamentados em certas orientações do apóstolo Paulo (1 Coríntios,5:7), defendem a ideia de ser o Cristo, ele mesmo, a própria Páscoa, associando a este pensamento importante interpretação de outro ensinamento de Paulo de Tarso (1Corintios, 5:8): o “cristão deve lançar fora o velho fermento, da maldade e da malícia, e colocar no lugar dele os asmos da sinceridade e da verdade.”[3]

Algumas festividades politeístas relacionados à chegada da primavera e à fertilidade passaram à posteridade e foram incorporados à simbologia da Páscoa. Por exemplo, havia (e ainda há) entre países da Europa e Ásia Menor o hábito de pintar ovos cozidos com cores diferentes e decorá-los com figuras abstratas, substituídos, hoje, por ovos de chocolate. A figura do coelho da páscoa, tão comum no Ocidente, tem origem no culto à deusa nórdica da fertilidade Gefjun, representada por uma lebre (não coelho). As sacerdotisas de Gefjun eram capazes de prever o futuro, observando as vísceras do animal sacrificado.[1]

É interessante observar que nos países de língua germânica, no passado, havia uma palavra que denotava a festa do equinócio do inverno. Subsequentemente, com a chegada do cristianismo, essa mesma palavra passou a ser empregada para denotar o aniversário da ressurreição de Cristo. Essa palavra, em inglês, “Easter”, parece ser reminiscência de “Astarte”, a deusa-mãe da fertilidade, cujo culto era generalizado por todo o mundo antigo oriental e ocidental, e que na Bíblia é chamada de Astarote. (…) Já no grego e nas línguas neolatinas, “Páscoa” é nome que se deriva do termo grego pascha.[2]

A Doutrina Espírita não comemora a Páscoa, ainda que acate os preceitos do Evangelho de Jesus, o guia e modelo que Deus nos concedeu: “(…) Jesus representa o tipo da perfeição moral que a Humanidade pode aspirar na Terra.”[3] Contudo, é importante destacar: o Espiritismo respeita a Páscoa comemorada pelos judeus e cristãos, e compartilha o valor do simbolismo representado, ainda que apresente outras interpretações. A liberdade conquistada pelo povo judeu, ou a de qualquer outro povo no Planeta, merece ser lembrada e celebrada. Os Dez Mandamentos, o clímax da missão de Moisés, é um código ”(…) de todos os tempos e de todos os países, e tem, por isso mesmo, caráter divino. (…).”[4]
A ressurreição do Cristo representa a vitória sobre a morte do corpo físico, e anuncia, sem sombra de dúvidas, a imortalidade e a sobrevivência do Espírito em outra dimensão da vida. 

Os discípulos do Senhor conheciam a importância da certeza na sobrevivência para o triunfo da vida moral. Eles mesmos se viram radicalmente transformados, após a ressurreição do Amigo Celeste, ao reconhecerem que o amor e a justiça regem o ser além do túmulo. Por isso mesmo, atraiam companheiros novos, transmitindo-lhes a convicção de que o Mestre prosseguia vivo e operoso, para lá do sepulcro.[5]

Os espíritas, procuram comemorar a Páscoa todos os dias da existência, a se traduzir no esforço perene de vivenciar a mensagem de Jesus, estando cientes que, um dia, poderemos também testemunhar esta certeza do inesquecível apóstolo dos gentios: “Fui crucificado junto com Cristo. Já não sou eu quem vivo, mas é Cristo que vive em mim. Minha vida presente na carne, vivo-a no corpo, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim”. (Gálatas 2.20)[6]

Texto publicado no site da FEB por Marta Antunes Moura ( coordenadora das Comissões Regionais na área da Mediunidade da Federação Espírita Brasileira (FEB), Vice-presidente da FEB.)


Referências

[1] //pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1scoa Acesso: 27/03/2013.

[2] J.D. Douglas. O Novo Dicionário da Bíblia. Pág. 1002.

[3] Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Q. 625, pág.

[4] Idem. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. I, it. 2, pág. 56.

[5] Francisco Cândido Xavier. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. Cap. 176, pág. 365.

[6] Bíblia de Jerusalém. Pág. 2033.

BÍBLIA DE JERUSALÉM. Diversos tradutores. São Paulo: Paulus, 2002.

ELWELL, Walter A (editor). Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja Cristã. Trad. Gordon Chow. 1ªed. 3ª reimp. Vol. III. São Paulo: Edições Vida Nova, 2003.

DOUGLAS, J.D. (organizador). O Novo Dicionário da Bíblia. Tradução de João Bentes. 3ª ed. rev. São Paulo: Vida Nova, 2006.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011.

_____. O Evangelho segundo o Espiritismo. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 1ªed. 1ª reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2008.

XAVIER, Francisco Cândido. Pão Nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 1ªed. 3ª reimp. Brasília: FEB Editora, 2012 (Coleção Fonte viva;2)

sábado, 30 de março de 2013

O BALANÇO


Um balanço ao vento se move suavemente.

Não se vê chão, não se vê céu... Apenas um movimento ritmado para frente... para trás...
Juliana tem 13 anos e está feliz como nunca.
Mais forte, papai! - Diz ela, eufórica.
Naquele momento inesquecível, a paisagem se apaga para ela. Some em meio à alegria de estar com quem se ama.
Seu sorriso de criança encontra o ar leve, perfumado.
Seus ouvidos se deleitam com a voz tranquila do pai amado. Ela se sente segura, como nunca antes se sentira.
O balanço vai diminuindo o ritmo, e quando está prestes a parar ela percebe que o pai está diante do seu rosto.
Como ele é bonito... - ela pensa. Uma beleza especial, que está mais dentro do coração da filha, do que nos olhos do mundo.
Filha... Você precisa voltar. - Diz o homem ternamente.
Mas eu não quero, papai... - Responde ela com voz de cristal.
Eu sei, meu amor... Mas você precisa voltar.
Ela começa a chorar... O choro da brincadeira que acaba tão cedo. O choro da vontade de continuar ali.
A menina acorda em pranto.
Era um sonho! - Pensa ela. Mas parecia tão real...
Sente um aperto forte no peito e não consegue identificar o que é.
É a saudade... - Diz uma pequena voz em sua cabeça.
Sim, era a saudade do pai, do amor que havia partido quando tinha apenas 3 anos de idade.
Ela já havia sonhado com ele várias vezes, mas dessa vez foi inesquecível. Tão especial que, a partir desse dia, ela aprendeu a chamar aqueles sonhos de visitas.
Todo balanço que vê, ativa sua memória, acelera seu coração, pois faz lembrar de um grande amor que esteve na Terra com ela, durante pouco tempo, mas que ainda a visita sempre.
* * *
Por onde andam os amores que não mais estão aqui conosco?
Se aprendemos que o amor une ao invés de afastar, por que crer na distância da morte?
Sim, a morte não nos separa. Talvez um breve afastamento físico, mas nunca o afastamento das almas.
Os que nos amam continuam ao nosso lado, e se partiram antes, quase sempre se tornam companheiros anônimos e invisíveis dos nossos dias.
São eles, muitas vezes, que nos trazem as forças que precisamos para continuar, o carinho dos bons conselhos ou os puxões de orelha amorosos.
Em espírito nos acompanham, oram e vibram por nós, da mesma forma que fariam se estivessem ainda encarnados.
A morte não muda o amor. A distância não é impedimento para o carinho.
Eles estão mais perto do que imaginamos, e neste grande ir e vir do planeta, logo mais estaremos juntos uma vez mais.
Estaremos juntos lá, pois nunca sabemos quanto tempo ainda temos, ou mesmo aqui, lembrando que a reencarnação é uma das Leis maiores do Universo.

Redação do Momento Espírita.

sexta-feira, 29 de março de 2013

PERDOAR SEMPRE

De fato, o ato de perdoar é algo transcendental, além de imprescindível, porquanto para que sejamos perdoados é necessário que perdoemos. Não está o Pai Eterno a nos perdoar constantemente? Tomando-se por base esse ensinamento evangélico, ensinado e exemplificado pelo Divino Mestre Jesus Cristo, aprendamos, por conseguinte, a não permitir que mágoas, ofensas, prejuízos de qualquer espécie nos causem aborrecimentos, desilusões etc. Temos na figura incomparável de Nosso Senhor Jesus Cristo o exemplo máximo de perdão.
A lição de Vinícius (Pedro de Camargo), inserida no excelente livro intitulado "Em Torno do Mestre", chama-nos atenção, inclusive, o que consta na página 125 – Jesus, O MESTRE, lição essa que, inegavelmente, é uma advertência que vem ao encontro de nossos interesses, pois apesar das ações caridosas do Cristo, teve Ele de suportar as maiores afrontas, desprezos, humilhações para, finalmente, ser crucificado. Todavia, deu-nos o exemplo do perdão, justamente para que nos enquadrássemos aos seus ensinos que, na verdade, representam a vontade de Deus. Assim se expressa Vinícius: "Jesus curou cegos de nascença, surdos-mudos, epilépticos, hidrópicos, doidos e lunáticos, paralíticos, reumáticos e leprosos; sarou, finalmente, enfermos de toda casta que a Ele recorreram em busca do maior bem temporal – a saúde. No entanto, jamais o Senhor pretendeu que o dissessem médico, ou clínico. Jesus freqüentava o templo e as sinagogas, onde atendia aos sofredores e ensinava ao povo as verdades eternas. Mas, nunca se inculcou levita ou sacerdote. Jesus predisse com pormenores e particularidades o cerco, a queda e a ruína de Jerusalém; como essa, fez várias outras profecias de alta relevância. Penetrava o íntimo dos homens, devassando-lhes os arcanos mais secretos, porém não consta que pretendesse as prerrogativas de vidente ou de profeta. Jesus realizou maravilhas, tais como: alimentar mais de cinco mil pessoas com três pães e dois peixes; acalmar tempestade, impondo inconcebível autoridade às ondas revoltas do oceano. Ressuscitou a filha de Jairo, o filho da viúva de Naim e, também, Lázaro, sendo que este último já estava sepultado havia quatro dias. Transformou água em vinho nas bodas de Caná da Galiléia, e muitos outros prodígios operou, não pretendendo, apesar disso, que o considerassem milagreiro ou taumaturgo. Jesus aclarava as páginas escriturísticas, fazendo realçar, da letra que mata, o espírito que vivifica, mas não se apresentou como exegeta ou ministro da palavra. O único título que Jesus reclamou para si, ainda que fizesse jus às mais excelentes denominações honoríficas que possamos imaginar, foi o de "mestre". Esse o título por ele reivindicado, porque, realmente, Jesus é o Mestre excelso, o Educador incomparável. Sua fé na obra da redenção humana, mediante o poder incoercível da educação, acordando as energias espirituais, é inabalável, é absoluta. Tão firme é sua crença na regeneração dos pecadores, na renovação de nossa vida, que por esse ideal se ofereceu em holocausto. Educar é remir. O Filho de Deus deu-se em sacrifício pela causa da liberdade humana. A cruz plantada no cimo do Calvário não representa somente a sublime tragédia do amor divino; representa também o símbolo da fé viva e inabalável que Jesus tem na transformação dos corações, na conversão de nossas almas. "Quando eu for levantado no madeiro, atrairei todos a mim..." asseverou Ele. Todos. Notemos bem; não uma parcela, mas a totalidade. Vemos por aí como é radical a sua confiança, a sua crença na reabilitação dos culpados através da educação. Sim, da educação, dizemos bem, porque só um título Jesus reclamou, chamando-o a si, e o fez sem rodeios, sem rebuços, nem perífrases, antes com a máxima franqueza e toda ênfase: o título de mestre. Dirigindo-se aos seus discípulos, advertiu-os dessa maneira: "Um só é o vosso mestre, a saber – o Cristo. Portanto, a ninguém mais chameis mestre senão a mim" (grifamos). Jesus rejeitou o cetro, o trono, a realeza, alegando que o seu reino não é deste mundo. Dispensou, igualmente, a glória e as honras terrenas: um só brasão fez questão de ostentar: ser mestre, ser educador. É magnífico! "Eu sou a luz do mundo, sou a verdade, sou o pão que desceu do céu" – proclamou o Senhor. Esparzir luzes, revelar a verdade, distribuir o pão do Espírito – tal a obra da educação, tal a missão do Redentor da humanidade. Que dúvida poderá restar a nós outros, neo-cristãos, sobre o rumo que deve tomar a nossa atividade, uma vez que o advento do Espiritismo é o Consolador prometido? Que outra forma poderemos dar ao nosso trabalho que seja tão eficaz, tão profícua e benéfica à renovação social como aquela que se prende à educação, no seu sentido lato e amplo? Trabalhemos, pois, com ardor e entusiasmo pela causa da educação da humanidade, começando pela infância e pela juventude desta terra de Santa Cruz".
Retornando à lição do perdoar sempre, diremos que o amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, porque amar ao próximo é fazer-lhe todo o bem possível, todo o bem que desejaríamos para nós mesmos. Esse o sentido das palavras de Jesus: "Amai-vos uns aos outros, como irmãos".
A caridade, segundo Jesus, não é somente dar esmolas, pois abrange todas as relações com os nossos semelhantes, quer se trate das relações com os nossos inferiores, com os nossos iguais, com os nossos superiores. Ela nos manda ser indulgentes porque também precisamos de indulgência e nos desaconselha humilhar a miséria, como geralmente se faz.
Por conseguinte, quando perdoamos as ofensas recebidas, estamos dando um atestado de caridade, de sentimento cristão, e - por que não dizer? - de seguidores de Jesus Cristo, o Mestre inesquecível. A sua permanência entre nós não deve ter sido em vão!


Milton Luz


quinta-feira, 28 de março de 2013

PRESSENTIMENTO


522. O pressentimento é sempre um aviso do Espírito protetor?

“É o conselho íntimo e oculto de um Espírito que Vos quer bem. Também está na intuição da escolha que se haja feito. É a voz do instinto. Antes de reencarnar, tem o Espírito conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e esta impressão, que é a voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna pressentimento.”
 O Livro dos Espíritos

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio da Divindade, por intermédio dos nobres Espíritos que se transformaram em Guias da Humanidade.

São eles que executam a programação estabelecida, emulando aqueles que se encontram incursos no processo de crescimento a alcançarem a meta para a qual se reencarnaram.

Operosos servidores do Bem, estão sempre próximos de todos aqueles que lhes rogam auxílio ou que, através da oração e dos pensamentos elevados, sintonizam com as suas presenças, experimentando o doce enlevo (encanto, êxtase) que deles dimana e a condução psíquica que transmitem com carinho e paciência.

Conhecedores de algumas ocorrências que estão delineadas nas existências dos seus pupilos e dos desafios que os mesmos devem vivenciar, inspiram-nos ou guiam-nos pela senda mais apropriada para o sucesso, ou advertem-nos dos perigos iminentes que os espreitam, de forma que possam alterar o passo e alcançar os objetivos salutares.

Através dessa inspiração e presença psíquica é que ocorre o denominado pressentimento, que é uma eficaz maneira para a criatura parar e reflexionar em torno do que deve realizar e de como conduzir-se, a fim de não soçobrar (perturbar-se; perder-se) no empreendimento iluminativo, contornando as dificuldades e avançando sem receio pela trilha do progresso.

Caso, no entanto, seja reprochável a conduta do indivíduo ou se faça caracterizada pela rebeldia sistemática, pelos conflitos nos quais se compraz, os pressentimentos se apresentam com manifestação maléfica, propostos pelos acompanhamentos espirituais que se lhe tornam constantes, em razão do tipo de opção mental e comportamental a que se entrega.

Os Espíritos que o assessoram atormentam-no com idéias falsas umas e mirabolantes outras, a fim de mais o iludirem e fixarem-no nas suas redes mentais perversas de difícil libertação.

Comensais (pessoas que comem habitualmente juntos) dos seus propósitos íntimos enfermiços, são hábeis na técnica de transmitir idéias deprimentes e portadoras de conteúdos perturbadores, que o atormentam e mais pioram o seu humor e estado emocional

Algumas vezes, quando assistido pelas Entidades veneráveis, pela falta de hábito de assimilar-lhes as idéias, recusa-as, retornando às mesmas paisagens mentais deletérias em que se homizia. Os pressentimentos, desse modo, merecem análise clara e tranqüila, a fim de que se possa avaliar o de que se constituem e qual a mensagem de advertência e socorro de que se fazem portadores.

***

Alguns desses pressentimentos, que são efeitos de ações já realizadas, informam sobre necessidades que deverão ser experimentadas e compromissos que foram firmados antes do renascimento, que se encontram adormecidos e agora ressurgem com o propósito de alertamento, porque, de alguma forma, encontram-se estabelecidos para novamente acontecerem, auxiliando o equivocado na própria reeducação.

São, portanto, do próprio Espírito reencarnado, algumas idéias que volvem à tela mental como intuição de advertência, proporcionando recordação espontânea do passado que se torna bênção enriquecedora.

Ainda ocorre que, em face da condição espiritual do ser humano, o seu psiquismo pode adentrar-se pelo futuro e captar ocorrências que se estão aproximando no tempo e logo se manifestarão como realidade.

Esses registros são permitidos porque têm por finalidade contribuir em favor da melhor compreensão humana em torno do que se convencionou denominar fatalidade ou desdita, felicidade ou sucesso adrede estabelecidos...

Sendo uma existência planetária conseqüência natural da que lhe é anterior, e muitas vezes de outras mais recuadas, os eventos da vida se encontram mais ou menos delineados conforme as estruturas sobre as quais se apóiam, facilitando-lhes a captação antecipada por se encontrarem na pauta do processo da evolução.

Os pressentimentos constituem fenômenos psíquicos, parapsíquicos ou mediúnicos, que contribuem de forma útil para a existência feliz.

Quando negativos ou ameaçadores, devem predispor à oração e ao envolvimento nos pensamentos superiores, a fim de que as conquistas atuais constituam crédito moral mediante o qual podem ser modificados os planos existenciais.

As Soberanas Leis não executam corretivos punitivos em relação às criaturas, mas se expressam com finalidade educativa ou reeducativa, convidando à reflexão e ao aprendizado em torno dos deveres para com a Vida, e que não podem ser ignorados ou tomados com leviandade.

Desse modo, a toda ação positiva corresponde uma mudança na contabilidade espiritual que diz respeito às atitudes e realizações prejudiciais, perturbadoras, que necessitam ser reparadas.

O amor é possuidor do élan poderoso que anula o mal e, qual a luz, esbate toda a sombra ameaçadora.

***

Mantendo-se o ser em comunhão com as Fontes Excelsas, delas recebe por pressentimentos notícias das ocorrências que terão lugar no amanhã, preparando-se para melhor enfrentá-las e bem conduzi-las.

Quando se trata de desafios pelo sofrimento, mais fáceis esses se apresentam, em razão da disposição de superá-los, prosseguindo no rumo da felicidade.

Quando se expressam beneficiosos, favorecem melhor capacidade para a sua instalação no mundo íntimo, retirando-se os resultados superiores da futura ocorrência.

Apurando-se a capacidade e a autopenetração interior e de sintonia com os Espíritos Guias, mui facilmente os pressentimentos podem ser registrados e direcionados de forma saudável e proveitosa.





(ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Lições Para a Felicidade. [psicografado por] Divaldo Pereira Franco. 2ª ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 2003. Capítulo 13)

quarta-feira, 27 de março de 2013

ANTES DO BERÇO

Antes do Berço 


Antes do berço, na Espiritualidade, examinando as suas próprias necessidades de aperfeiçoamento terá você pedido:
-a deficiência corpórea que induza à elevação de sentimentos;
-a enfermidade de longa duração, capaz de educar-lhe os impulsos;
-essa ou aquela lesão física que favoreça os exercícios de disciplina;
-determinada mutilação que lhe iniba o arrastamento à agressividade exagerada;
-o complexo psicológico que lhe renove as idéias;
-o lar amargo onde possa aprender quanto vale a afeição;
-o traço de prova que lhe impõe obstáculos no grupo social, a fim de esquecer enquistações de orgulho;
-o reencontro com os adversários do passado, então na forma de parentes difíceis, atendendo a resgate de antigos débitos;
-a impossibilidade temporária para a obtenção de um título acadêmico, de modo a frenar-se contra desmandos intelectuais;
-a internação passageira em ambiente de pauperismo, de maneira a desenvolver a própria habilitação no trabalho pessoal.

Aceite as dificuldades e desafios da existência, porque, na maioria das circunstâncias, são respostas da Providência Divina aos nossos anseios de reajuste e sublimação.

Autor: André Luiz  Médium: Chico Xavier

terça-feira, 26 de março de 2013

ANJOS GUARDIÃES


Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.

Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.

Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.

Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.

São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.

Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.

Nunca censuram, porque sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.

Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecem a liberdade de escolha.

Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da Humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.

Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.



***



Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.

Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.

Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.

Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.

O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.

O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.

Imana-te a ele.

Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da Humanidade.

Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.





(ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Momentos Enriquecedores. [psicografado por] Divaldo Pereira Franco. 2ª ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 1994. Capítulo 20)

segunda-feira, 25 de março de 2013

QUARESMA! PERÍODO DE AUXÍLIO DA ESPIRITUALIDADE!



A Quaresma é o tempo litúrgico (Michaelis: conjunto de cerimônias eclesiásticas - refere-se à Igreja) de conversão, que a Igreja marca como preparação para a grande festa da Páscoa (ressureição de Cristo).


A Quaresma dura 40 dias (começa na Quarta-Feira de Cinzas e termina no Domingo de Ramos). Sua duração está baseada no símbolo do número quarenta na Bíblia. Dentre outros momentos, é descrito o período de quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública.


Assim, durante este período os membros das igrejas são convidados a um momento de penitência e meditação, por meio da prática do jejum, da caridade e da oração.


Os quarenta dias que Cristo passou no deserto é fato histórico e nos remete à meditação, reflexão sadia, mudança de nossos hábitos maléficos para nós e para os que nos rodeiam.



Pedimos permissão para transcrever um trecho de um texto muito bem escrito pelo blog Centro Espírita Lar de Caridade sobre a quaresma:


"Essa também é uma época muito especial para o Plano Espiritual. Afinal a Espiritualidade está sempre atenta a todas as possibilidades de ajuda, de resgate e de esclarecimento dos nossos irmãos desencarnados (...) que estão estagiando nas trevas criadas por eles mesmos.
É essa oportunidade que o Plano Superior aproveita para poder resgatar aqueles que tocados por esse período de penitência e meditação, se desvinculam de seu sofrimento íntimo e rogam por socorro. Afinal de contas são milhares de cristãos, que nesse momento mudam a psicosfera do Plano Físico e Espiritual e tocam aqueles que lhes são caros e que estão estagiando nas zonas umbralinas, e são esses últimos os mais beneficiados por esse recolhimento, porque eles ficam mais suscetíveis aos socorristas de todas as horas.
É por esse e por vários outros motivos que toda religião ou crença tem seu valor, sua necessidade de existir e todos estão certos dentro do que acreditam. E como o nosso Pai Maior não nos desampara em momento algum, a sua misericórdia chega através das mãos daqueles que nos possam atingir.
Devemos ter sempre a fraternidade em nossos lábios e aproveitar a época oportuna e orar pela humanidade. Se já o fazemos, continuemos com nossas preces nos unindo agora aos nossos irmãos de outras religiões para que o amor esteja sempre presente em nossos corações."


"O objetivo da religião é conduzir o homem a Deus; ora, o homem não chega a Deus senão quando está perfeito; portanto, toda religião que não torna o homem melhor, não atinge seu objetivo."
O Evangelho Segundo o Espiritismo (Capítulo VIII)

domingo, 24 de março de 2013

ON ou OFF, de que lado estás?

Não é de hoje que o mundo esta mudando cada vez mais rápido.
Vivemos numa era onde o que é novo pode se tornar obsoleto amanhã.
Uma era onde as grandes transformações acontecem a mais de 100 mil kbytes por segundo mesmo quando estamos OFF.
As mudanças climáticas estão aumentando e prever o futuro ficou quase tão incerto quanto tentar adivinhá-lo.
O transito está caótico e chegar primeiro ficou mais importante que chegarmos juntos.
Não existe mais diálogo.
Buzinar virou mais importante que falar.
Estamos compartilhando individualidade ao invés de solidariedade.
Vivemos numa era onde 24 horas é pouco para respondermos todos os emails que recebemos.
Nossas redes sociais e nossos amigos agora são virtuais.
Antes vivíamos conectados a terra, ao mato, ao vento, a água ou simplesmente as coisas que nos fazem bem.
Agora estamos apenas conectados a INTERNET.
Será que é essa a evolução da humanidade?
Aquilo que vai nos levar adiante?
On ou Off, O que devemos ser?
De que lado devemos estar?
Pedir licença, por favor, falar obrigado, tu primeiro e desculpe é OFF.
Dizer Olá ou as vezes não dizer nada é ON.
Prazer em reunir amigos, juntar a turma e compartilhar experiências é OFF.
Enviar mensagens prontas e curtir fotos de desconhecidos é ON.
Jogar bola, andar de skate, conhecer pessoas, se aventurar é OFF.
Viver o tempo todo dentro do escritório e não sair do quarto é ON.

On ou Off, de que lado estás?

Está é uma das poucas respostas que não vais encontrar no Google.
É preciso parar para pensar, afinal é muito dificil saber como vai ser o futuro quando não tens a menor idéia do que está acontecendo no presente.
É hora de reiniciar o seu jeito de olhar o mundo.
Que o mundo pode ser igual, mas diferente.
Não adianta quereres a sustentabilidade sem ser sustentável.
De que lado estás?
O consumo inconsciente pode ser evitado, o que tens demais muitos ainda nem conhecem.
O desperdicio deve ser combatido.
O colapso econômico do planeta não se resolve com a elevação das tuas contas, mas talvez com retorno às tuas origens humildes, sinceras, despretenciosas, colaborativas e auto produtivas.

On ou Off, de que lado estás?

Está passando a hora de te ligar.
Plante o bem para colher o bem.
Onde se planta tem vida.

Temos que ficar com o planeta e respirar o mesmo ar
Temos que deixar filhos melhores para que tenhamos netos melhores.
Sustentabilidade é isso, saber se desligar na hora certa e respeitar o meio ambiente, viver em comunidade e para a comunidade.
As melhores idéias do mundo, são as melhores idéias para o mundo.

LEMBRE-SE: Não existem flores sem sementes e o mundo está ficando carente de gentileza.
A intolerância está gerando intolerância.
Somos capazes de reclamar uns dos outros mas não somos capazes de responder a uma indelicadeza com um sorriso.
Senão mudarmos, o mundo não muda.
 

On ou Off, de que lado estás?

O mundo está mudando muito rápido.
Ou corremos agora, ou iremos correr atrás.
Conecte-se a um novo futuro para o planeta.
Nunca deixe que ELE desligue.
 
Desconhecemos autoria

sábado, 23 de março de 2013

DIAS DIFÍCEIS

Dias Difíceis

Há dias que parecem não terem sido feitos para você.
Amontoam-se tantas dificuldades, inúmeras frustrações e incontáveis aborrecimentos, que você chega a pensar que conduz o mundo sobre os ombros dilacerados.
Desde cedo, ao se erguer do leito, pela manhã, encontra a indisposição moral do companheiro ou da companheira, que lhe arremessa todos os espinhos que o mau humor conseguiu acumular ao longo da noite.
Sente o travo do fel despejado em sua alma, mas crê que tudo se modificará nos momentos seguintes.
Sai à rua para atender a esse ou àquele compromisso cotidiano, e se defronta com a agrestia de muitos que manejam veículos nas vias públicas e que os convertem em armas contra os outros...
Constata o azedume do funcionário ou do balconista que lhe atende mal, ou vê o cinismo de negociantes que anseiam por lhe entregar produtos de má qualidade a preços exorbitantes, supondo-o imbecil.
Mesmo assim, admite que, logo, tudo se alterará, melhorando as situações em torno.
Encontra-se com familiares ou pessoas amigas que lhe derramam sobre a mente todo o quadro dos problemas e tragédias que vivenciam, numa enxurrada de tormentos, perturbando a sua harmonia ainda frágil, embora não lhe permitam desabafar as suas angústias, seus dramas ou suas mágoas represadas na alma.
Em tais circunstâncias, pensa que deve aguardar que essas pessoas se resolvam com a vida até um novo encontro.
São esses os dias em que as palavras que você diz recebem interpretação negativa, o carinho que oferece é mal visto, sua simpatia parece mero interesse, suas reservas são vistas como soberba ou má vontade.
Se fala, desagrada... Se cala, desagrada.
Em dias assim, ainda quando se esforce por entender tudo e todos, sofre muito e a costumeira tendência, nessas ocasiões, é a da vitimação automática, quando passa a desenvolver sentimentos de autopiedade.
No entanto, esses dias infelizes pedem-nos vigilância e prece fervorosa, para que não nos percamos nesses cipoais de pensamentos, de sentimentos e de atitudes perturbadores.
São dias de avaliação, de testes impostos pelas Leis que regem a vida terrena, desejosas de que se observe e verifique suas ações e reações à frente das mais diversas situações da existência.
Quando perceber que muita coisa à sua volta passa a emitir um som desarmônico aos seus ouvidos; se notar que escolhendo direito ou esquerdo não escapa da crítica ácida, o seu dever será o de se ajustar ao bom senso.
Instrua-se com as situações e acumule o aprendizado das horas, passando a observar bem melhor as circunstâncias que o cercam, para que melhor entenda, para que, enfim, evolua.
Não se esqueça de que ouvimos a voz do Mestre Nazareno, há mais de dois milênios, a dizer-nos: No mundo só tereis aflições...
Conhecedores dessa realidade, abrindo a alma para compreender que a cada dia basta o seu mal, tratará de se recompor, caso tenha-se deixado ferir por tantos petardos, quando o ideal teria sido agir como o bambuzal diante da ventania: curvar-se, deixar passar o vendaval, a fim de se reerguer com tranquilidade, após o momento difícil.
Há, de fato, dias difíceis, duros, caracterizando o seu estágio de provações indispensáveis ao seu processo de evolução.
A você, porém, caberá erguer a fronte, buscando o rumo das estrelas formosas, que ao longe brilham, e agradecer a Deus por poder afrontar tantos e difíceis desafios, mantendo-se firme, mesmo assim.
Nos dias difíceis da sua existência, procure não se entregar ao pessimismo nem ao lodo do derrotismo, evitando alimentar todo e qualquer sentimento de culpa, que lhe inspirariam o abandono dos seus compromissos, o que seria seu gesto mais infeliz.
Ponha-se de pé, perante quaisquer obstáculos, e seja fiel aos seus labores, aos deveres de aprender, servir e crescer, que o trouxeram novamente ao mundo terrestre.
Se lograr a superação suspirada, nesses dias sombrios para você, terá vencido mais um embate no rol dos muitos combates que compõem a pauta da guerra em que a Terra se encontra engolfada.
Confia na ação e no poder da luz, que o Cristo representa, e siga com entusiasmo para a conquista de si mesmo, guardando-se em equilíbrio, seja qual for ou como for cada um dos seus dias.
 
Redação Momento Espírita

sexta-feira, 22 de março de 2013

ORAÇÃO E HUMILDADE

Oração e Humildade 
 
Meu Deus, sei que ainda sou um ser em evolução e que muitas vezes fujo dos objetivos que o Senhor traçou para que eu alcance a minha felicidade.
Sei também que nem sempre consigo fazer o bem que desejo, e muitas são as vezes que faço o mal que já não gostaria mais de fazer.
Por isso venho a ti, Senhor, para rogar forças, coragem e lucidez para acertar mais vezes do que me equivocar, e quando me equivocar, que seja por fraqueza ou ignorância, mas nunca por deliberação.
Venho a ti para pedir que não permitas, em tempo algum, que eu perca a vontade de viver, apesar dos momentos de dor e de sofrimento, que por certo terei que passar.
Pedir ajuda para cultivar o otimismo, mesmo que o futuro não seja tão promissor.
Para que me ensine a desenvolver o romantismo, ainda que em meu peito o coração pareça ter emudecido.
Senhor, ajuda-me a não perder a fé na amizade, mesmo que às vezes os amigos me traiam ou me abandonem nos momentos em que mais precisar deles.
Ajuda-me a cultivar o hábito e a alegria de ajudar as pessoas, ainda que muitas delas sejam ingratas e incapazes de retribuir.
Ensina-me a manter o equilíbrio até nos momentos de grandes abalos, em que tudo conspire para que eu perca o rumo.
Senhor, ajuda-me a amar sem esperar retribuição nem reconhecimento dos seres amados.
A observar a vida com brilho no olhar, até nos momentos em que a escuridão turbe os meus olhos.
A enfrentar os desafios da vida com garra e disposição, mesmo sabendo que as derrotas são inevitáveis no meu caminho.
Permite-me usar sempre a razão e o bom senso, ainda que o apelo dos vícios seja forte, insistente e constante na minha intimidade.
Sobretudo, Senhor, ajuda-me a elevar o sentimento de justiça acima dos meus próprios interesses.
Permite-me conservar o amor pela família, mesmo que ela me exija imensos esforços e árduas renúncias em prol da sua harmonia.
Ensina-me a ver sempre o lado bom e belo das coisas, apesar das lágrimas que brotam amargas do fundo da minha alma.
Senhor, que eu jamais perca a vontade de herdar as estrelas, mesmo habitando um planeta pequeno e de categoria inferior.
E, acima de tudo...
Que eu jamais esqueça que o Senhor é a inteligência suprema e que me ama infinitamente...
Que provê minhas necessidades, ampara-me sempre e só quer o meu aperfeiçoamento.
Que eu possa entender as pessoas que são mais frágeis que eu...
A não julgar o meu semelhante...
A educar meus sentimentos e desenvolver minha inteligência...
E, por fim, que eu nunca esqueça que sou um Espírito imortal... E que minha felicidade é uma conquista minha...

* * *
Nos dias em que a tristeza se apresentar, dissimulada e insistente em sua janela, recolha-se por alguns instantes...
Busque sintonizar com as forças do bem, que pairam acima das nuvens densas que envolvem a Terra, e alimente sua intimidade com a harmonia celeste.
Não se deixe envolver pela tristeza, pois ela lhe impedirá de ver a esperança que insiste em lhe acenar com a certeza de que um novo e lindo dia surgirá.


Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 21 de março de 2013

OS MARTÍRIOS MODERNOS


Na história do Cristianismo, inúmeros espíritos de elevada hierarquia foram enviados por Jesus com a missão de conduzir os seguidores da nova doutrina, afim de que não nos perdêssemos pelos caminhos...

Vários exemplos podem ser citados: Kardec, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Francisco de Assis, Estevão, entre outros. Pelas vias da reencarnação, esses e vários outros homens de confiança de Jesus estiveram repetidamente entre nós, relembrando conceitos importantes para o nosso crescimento espiritual.

Vale lembrar que o próprio Cristo foi crucificado, tamanho o amor por Ele doado e a incompreensão recebida em troca. E, entre outros trabalhadores devotados que, em seu Nome foram martirizados, podemos citar Tiago Maior, Paulo, John Huss, Estevão, etc. Esse último é considerado pela maioria dos historiadores do Cristianismo, como o primeiro mártir da Doutrina Nascente.

Naquela época, se os interesses dominantes fossem contrariados, os ousados trabalhadores do Messias sofriam amargas retaliações, a ponto de, algumas vezes, serem mortos pelos poderosos, posteriormente a julgamentos arbitrários e, não raro, simulados.

Atualmente, aqueles que buscam verdadeiramente a reforma íntima e a divulgação da Boa Nova (pelo trabalho, pela palavra e pelo exemplo) também encontram seu martírio. Mas, inegavelmente, o sofrimento que se enfrenta nos tempos modernos difere muito dos que foram vivenciados pelos mártires citados acima. As leis humanas protegem-nos dos assassinatos, espancamentos, etc. Mas os martírios morais nos afligem, com toda a pujança. Reflitamos sobre isso.

Numa primeira análise, reflitamos sobre um trecho da carta de Paulo aos Efésios (capítulo 04, versículos 17 a 24), quando o mártir nos fala sobre o homem velho e o homem novo. O primeiro reflete, claramente, nossas encarnações pretéritas, instintivas, grotescas... O segundo, o ser evangelizado, renovado, que se esforça para seguir Jesus, pelos seus exemplos. Pois bem: esses dois seres (homem velho e novo) estão brigando dentro de nós, pois o homem novo quer nascer, e o homem velho teima em não morrer. Esse é o primeiro martírio que enfrentamos: o conflito do que é correto, com o que nos interessa.

Em segundo lugar, vamos refletir sobre outro ponto dessa caminhada evolutiva. Após a chamada ‘conversão’, quando iniciamos a reforma íntima e o homem novo começa a vencer a luta, outro martírio inicia-se. O verdadeiro cristão parece remar contra a maré, em termos sociais. Está sempre na contramão, com relação àquilo que a sociedade prega. Vejamos:

   Quando a sociedade sugere a vingança, o cristão sugere o perdão.
   Quando a sociedade sugere a atitudes drásticas, o cristão sugere paciência.
   Quando a sociedade sugere o julgamento, o cristão sugere o discernimento.

E, pela demonstração de amor ao próximo e bom senso, o verdadeiro cristão é taxado pela sociedade de: bobo, subserviente, sem amor próprio... 
São assim tratados os que amam ao próximo, sem condená-lo, quando tudo assim conspira.

No âmbito religioso, também encontramos martírios modernos. Em todas as seitas contemporâneas, há preconceitos contra os irmãos que seguem outras linhas de raciocínio religioso, contrariando claramente a lei do amor que Jesus nos ensinou. Com base nesse preconceito, nota-se discriminação, agressão verbal e até agressão física, em casos extremos...

Jamais nos esqueçamos, porém, que Jesus ampara os mártires modernos, e seus sofrimentos não são em vão. Muitas vezes, resgatam erros clamorosos do passado, e ainda que não seja essa a causa, quando não se revoltam contra os agressores, dão exemplo de amor incondicional ao Evangelho redentor. Ali, o Mestre Nazareno recomendou que amássemos os inimigos, fizéssemos o bem aos que nutrissem por nós o ódio e orássemos pelos que nos perseguissem e nos caluniassem, pois assim seríamos filhos do Pai que está nos Céus.

André Luiz Iesi Sobreiro

quarta-feira, 20 de março de 2013

O QUE TEMOS

Na visão tantas vezes pessimista, do homem, ele se esquece de que tem multiplicadas razões para ser infinitamente grato a Deus.


Foi certamente reflexionando a respeito das tantas bênçãos de que dispõe, que alguém elaborou uma prece, mais ou menos nos seguintes termos:

"Eu agradeço a Deus... Pelos impostos que eu pago, porque isso significa que tenho um emprego... Muitos desejariam estar no meu lugar e não se importariam nem um pouco em ter tal desconto em seu salário, porque teriam um salário..."

Agradeço a Deus pela confusão que eu tenho que limpar após uma festa, porque isso significa que estive rodeado de amigos, que mesmo num mundo onde tantos afirmam não ter tempo, eles têm tempo para me visitar no meu aniversário, na minha formatura, na comemoração de um sucesso na minha carreira ou simplesmente em um dia comum qualquer.

Agradeço pela minha sombra que me segue, porque isso significa que ando ao sol...

Pelas paredes que precisam ser pintadas, pela lâmpada que precisa ser trocada, pela torneira que vaza, pelo ladrilho quebrado, porque isso significa que ainda tenho minha moradia...

Por todas as críticas que faço às coisas que não me satisfazem, porque isso significa que tenho possibilidade de análise e discernimento, tanto quanto vivo em um país onde gozo da liberdade de expressão...

Pelo único lugar para estacionar que encontro bem ao fundo do estacionamento, porque isso significa que além de ter a felicidade de poder andar, tenho a ventura de ter um meio de transporte...

Pela música que toca desafinadamente atrás de mim, porque isso significa que posso ouvir...

Pelo cansaço e os músculos doloridos que eu sinto ao final do dia, porque isso significa que tenho saúde para trabalhar...

Pelo despertador que toca às primeiras horas da manhã, quando ainda me encontro sonolento e gostaria de permanecer dormindo mais um pouco, porque isso quer dizer que mereci a bênção de acordar no corpo outra vez.
  
Por fim... Obrigado meu Deus pela minha vida cheia de problemas, porque eles me farão ter certeza de que eu sou capaz de resolver cada um e, da melhor maneira."  



Por isso  não reclames diante do prato de comida que tens na mesa, pela sua singeleza ou da reprise de todos os dias. Lembra que bem próximo de ti, alguém desejaria intensamente ter um pedaço de pão para saciar a fome.

Diante da ausência do refrigerante ou suco de tua predileção no restaurante em que te encontras, não reclames. Pensa em quantos, no mundo, morrem por ausência de um pouco de água que lhes mantenha a vida.

Diante do congestionamento de trânsito que te detém na rua ou na rodovia, não reclames. Pensa em quantos gostariam de deter o passo um pouco, para descansar, mas não o podem fazer, porque necessitam vencer grandes distâncias a pé, para chegar ao posto de socorro mais próximo.

Enfim, diante da ausência de qualquer coisa que desejes pensa, antes de reclamar, em tudo de que já dispões e que te beneficia com conforto, alegrias e sucessos.

E, em nome da caridade, recorda-te de orar por todos aqueles que não desfrutam dessas mesmas oportunidades.
 
Desconhecemos autoria
 

terça-feira, 19 de março de 2013

APROVEITAR A VIDA


Aproveitar a Vida 

Você aproveita a vida?

É muito comum ouvir as pessoas e, principalmente os jovens, dizendo que querem aproveitar a vida. E isso geralmente é usado como desculpa para eximir-se de assumir responsabilidades.
Mas, afinal de contas, o que é aproveitar a vida?
Para uns é matar-se aos poucos com as comilanças, bebidas alcoólicas, fumo e outras drogas.
Para outros é arriscar a vida em esportes perigosos, noitadas de orgias, consumir-se nos prazeres carnais.
Talvez isso se dê porque muitos de nós não sabem porque estamos na Terra. E, por essa razão, desperdiçamos a vida em vez de aproveitá-la.
Certo dia, um jovem que trabalhava em uma repartição pública, na companhia de outros colegas que costumavam se reunir todos os finais de expediente para beber e fumar à vontade, foi convidado a acompanhá-los.
Ele agradeceu e disse que não bebia e que também não lhe agradava a fumaça do cigarro. Os demais riram dele e lhe perguntaram, com ironia, se a religião não lhe permitia, ao que ele respondeu: A minha inteligência é que me impede de fazer isso.
E que inteligência é essa que não lhe permite aproveitar a vida? Perguntaram os colegas.
O rapaz respondeu com serenidade: E vocês acham que eu gastaria o dinheiro que ganho para me envenenar? Vocês se consideram muito espertos, mas estão pagando para estragar a própria saúde e encurtar a vida que, para mim, é preciosa demais.
* * *
Observando as coisas sob esse ponto de vista, poderemos considerar que aproveitar a vida é dar-lhe o devido valor.
É investir os minutos preciosos que Deus nos concede em atividades úteis e nobres.
Quando dedicamos as nossas horas na convivência salutar com os familiares, estamos bem aproveitando a vida.
Quando fazemos exercícios, nos distraímos no lazer, na descontração saudável, estamos dando valor à vida.
Quando estudamos, trabalhamos, passeamos, sem nos intoxicar com drogas e excessos de toda ordem, estamos aproveitando de forma inteligente as nossas existências.
Quando realmente gostamos de alguma coisa, fazemos esforços para preservá-la. Assim também é com relação à vida. E não nos iludamos de que a estaremos aproveitando acabando com ela.
Se você é partidário dessa ideia, vale a pena repensar com seriedade em que consiste o aproveitamento da vida.
E se você acha que os vícios lhe pouparão a existência, visite alguém que está se despedindo dela graças a um câncer de pulmão, provocado pelo cigarro.
Converse com quem entrega as forças físicas a uma cirrose hepática causada pelos alcoólicos.
Ouça um guloso inveterado que se encontra no cárcere da dor por causa dos exageros na alimentação.
Visite um infeliz que perdeu a liberdade e a saúde para as drogas que o consomem lentamente.
Observando a vida através desse prisma, talvez você mude o seu conceito sobre aproveitar a vida.
* * *
A vida é um poema de beleza, cujos versos são constituídos de propostas de luz, escritas na partitura da natureza, que lhe exalta a presença em toda parte.
Em consequência, a oportunidade da existência física constitui um quadro à parte de encantamento e conquistas, mediante aprendizagem onde o Espírito se embeleza e alcança os altos planos da realidade feliz.

Redação do Momento Espírita