terça-feira, 30 de setembro de 2014

AVAREZA

“E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui” - (LUCAS, 12:15).

Fujamos à retenção de qualquer possibilidade sem espírito de serviço.

Avareza não consiste apenas em amealhar o dinheiro nos cofres da mesquinhez.

As próprias águas benfeitoras da natureza, quando encarceradas sem preocupação de benefício, costumam formar zonas infecciosas.

Quem vive à cata de compensações, englobando-as ao redor de si, não passa igualmente de um avaro infeliz.

Toda avareza é centralização doentia, preparando metas de sofrimento.

Não basta saber pedir, nem basta à habilidade e à eficiência em conquistar, é preciso adquirir-las no clima do Cristo, espalhando os benefícios da posse temporária, para que a própria existência não constitua obstáculo à paz e à alegria dos outros.

Inúmeros homens, atacados pelo vírus da avareza, muito ganharam em fortuna, autoridade e inteligência, mas apenas conseguiram, ao termo da experiência, a perversão dos que mais amavam e o ódio dos que lhes eram vizinhos. Amontoaram vantagens para a própria perda. Arruinaram-se, envenenando, igualmente, os que lhes partilharam as tarefas no mundo.
Recordemos a palavra do Mestre Divino, gravando-a no espírito.

A vida do homem não consiste na abundância daquilo que possui, mas na abundância dos benefícios que esparge e semeia, atendendo aos desígnios do Supremo Senhor.



EMMANUEL
Livro: Vinha de luz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

DESCULPEMOS

Desculpemos infinitamente.


Tudo na vida se reveste de importância fundamental no aprimoramento comum.

Dura é a pedra e áspera se nos afigura a longa extensão de areia, entretanto, fazem o leito das águas para que o rio não se perca.

Obscura é a noite, mas, sem ela, as criaturas encarnadas desconheceriam as estrelas.

Desditosa e feia é a lagarta, contudo, é a tecelã dos fios de seda nobre que honra os ideais da beleza terrestre.

Asfixiante é a dor, mas, sem o sofrimento, jamais seriamos advertidos pela verdade.

Sempre que a mágoa ou a ofensa nos bater à porta, desculpemo-las tantas vezes quantas se fizerem necessárias.

É pelo esquecimento de nossos erros que o Senhor se impõe sobre nós, porque só a bondade torna a vida realmente grande e em condições de ser divinamente vitoriosa, sentida com sinceridade e vivida em gloriosa plenitude.




Pelo Espírito: Meimei
Do Livro: Cartas do Coração
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

domingo, 28 de setembro de 2014

INFLUÊNCIA ESPÍRITA



Ninguém dá unicamente aquilo que entrega ou cede, a benefício dos semelhantes. Cada criatura, através de leis inalienáveis que governam a vida, é obrigada a dar de si própria, nas situações essenciais do cotidiano, como sejam:



no pensamento;
na palavra;
no gesto;
no lar;
na comunidade;
na profissão;
no trabalho;
na tarefa;
no negócio;
na saúde;
na doença;
na administração;
na subalternidade.



Em ação espírita, somos compreensivelmente chamados a dar todo o apoio material e socorro moral aos irmãos em necessidade, conforme os recursos que usufruímos. Acima de tudo, porém, o espírita é convocado a melhorar a Vida e o Planeta pela cooperação da influência.



Revisemos, pois, dia a dia, nossas atitudes pessoais, observando como distribuímos as parcelas espirituais de nós mesmos, seja no que fazemos ou no que somos. Espiritismo é orientação certa e orientação certa se define como sendo o caminho certo de auxiliar e o jeito certo de viver.



pelo Espírito Albino Teixeira - Do livro: Caminho Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 27 de setembro de 2014

O REMÉDIO SALUTAR

"Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros para que sareis." - (TIAGO, 5:16.)


A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto.

A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser. Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão-somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração.

Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio?

Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável. Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue.

Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.

O grande apóstolo do Cristianismo nascente foi médico sábio, quando aconselhou a aproximação recíproca e a assistência mútua como remédio salutares. O ofensor que revela as próprias culpas, ante o ofendido, lança fora detritos psíquicos, aliviando o plano interno; quando oramos uns pelos outros, nossas mentes se unem, no círculo da intercessão espiritual, e, embora não se verifique o registro imediato em nossa consciência comum, há conversações silenciosas pelo "sem-fio" do pensamento.

A cura jamais chegará sem o reajustamento íntimo necessário, e quem deseje melhoras positivas, na senda de elevação, aplique o conselho de Tiago; nele, possuímos remédio salutar para que saremos na qualidade de enfermos encarnados ou desencarnados.



Médium: Francisco Cândido Xavier. Do livro "Vinha de Luz". Ditado pelo Espírito Emmanuel.

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PARA RECEBER ALTA

Se você está acamado, pense nisso com atenção:

--- a irritação somente agrava a enfermidade;

--- o medo aprisiona sua força interna de cura;

--- a descrença enfraquece o poder dos remédios;

--- o pessimismo cerra as portas para qualquer auxílio espiritual que venham a lhe prestar;

--- a revolta afasta a simpatia das pessoas encarregadas de lhe oferecerem amparo;

--- o desespero é porta aberta a novas doenças;

--- a tristeza faz abater o ânimo de suas células;

Por pior que lhe pareça a situação, aguente firme, saiba que qualquer prognóstico de cura passa necessariamente por uma mudança positiva dos seus humores.

O apóstolo Paulo recomenda que sejamos transformados pela renovação das nossas mentes. A doença quer provocar exatamente isso : uma renovação da sua maneira de entender o mundo. Os dias em um leito podem ser excelentes para esse propósito.

Você não quer sair logo da cama? Então começe mudando um pouquinho o seu humor. Seja mais gentil com as pessoas à sua volta, brinque com os enfermeiros, seja simpático com as visitas, tente ao menos um sorriso. Cultive a esperança, pois suas células são como soldados que obedecem ao comando da sua mente. Quem abandona a esperança, abandona também a saúde.

Mudemos a percepção da situação, procuremos extrair os aspectos positivos que a enfermidade nos trouxe. Eles existem, sim. Basta ter boa vontade para encontrá-los. Não sejamos tão ranzinzas. A saúde corre dos birrentos.

Não levemos tão a sério a doença, não fiquemos tão ligados a bulas, exames e sintomas, tampouco aos prognósticos sombrios dos médicos. Saibamos que Deus tem estradas para você onde os médicos não encontram mais caminhos.

Já está um pouquinho melhor, não é mesmo?


Médium: José Carlos De Lucca. Do livro "O Médico Jesus".

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

O QUE VAIS ESCOLHER HOJE?

Imagine que, a cada manhã, você está num restaurante chamado " vida ", e o tempo lhe oferece um cardápio com muitas opções de como você pretende passar o dia.

Dentre os variados " pratos ", você encontrará, por exemplo: dia feliz, dia calmo, dia corajoso, dia tenso, dia nervoso, dia inseguro, dia irritado, dia péssimo, dia ótimo. As possibilidades são amplas, mas a escolha é por sua conta. Você é livre para escolher o tipo de dia que vai levar. No entanto, terá de experimentar o sabor da opção feita.

Se você escolheu pela manhã ter um bom dia, e se estiver comprometido com sua escolha, nada durante o decorrer das horas poderá afetar sua opção. Se um contratempo lhe ocorrer, você manterá a calma, pois estará certo de que o imprevisto nada mais representou do que a mão de Deus colaborando para que você, de fato, tivesse um dia bom.

Em nossa jornada, não conta tanto o que nos acontece, mas como interpretamos o que nos acontece. Um dia chuvoso é somente um dia chuvoso. Pode ser um bom dia ou um mau dia, dependendo de como escolhemos vivê-lo, dependendo de como escolhemos encará-lo.

Se alguém lhe disse palavras injustas, você sempre terá a opção de ficar ofendido ou de não levar em consideração as bobagens que falaram a seu respeito. Se preferir a primeira opção,lembre-se sempre de que não foi o outro quem o ofendeu, mas foi você quem resolveu ficar ofendido.

O maior poder que o homem possui é saber escolher antes de agir. Pena que não temos sabido apurar nosso livre-arbítrio, lembrando dele apenas quando colhemos os resultados amargos da nossa semeadura.

Você já reparou que as palavras " escolher " e " colher " são muito parecidas? Quem escolhe sempre colhe. Lembre-se disso na próxima vez que tiver de optar por algum caminho.




Médium: José Carlos De Lucca. Do livro "Força Espiritual".

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

PLURALIDADE DOS MUNDOS

Respostas dos guias espirituais para Allan Kardec no Livro dos Espíritos.

55. São habitados todos os globos que se movem no espaço?

"Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Entretanto, há homens que se têm por espíritos muito fortes e que imaginam pertencer a este pequenino globo o privilégio de conter seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que só para eles criou Deus o Universo."

Comentário de Allan Kardec:

Deus povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de ele ter dado uma destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição, nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes.


56. É a mesma a constituição física dos diferentes globos?

"Não; de modo algum se assemelham."

57. Não sendo uma só para todos a constituição física dos mundos, seguir-se-á tenham organizações diferentes os seres que os habitam?


"Sem dúvida, do mesmo modo que no vosso os peixes são feitos para viver na água e os pássaros no ar."

58. Os mundos mais afastados do Sol estarão privados de luz e calor, por motivo de esse astro se lhes mostrar apenas com a aparência de uma estrela?


"Pensais então que não há outras fontes de luz e calor além do Sol e em nenhuma conta tendes a eletricidade que, em certos mundos, desempenha um papel que desconheceis e bem mais importante do que o que lhe cabe desempenhar na Terra? Demais, não dissemos que todos os seres são feitos de igual matéria que vós outros e com órgãos de conformação idêntica à dos vossos."

Comentário de Allan Kardec:

As condições de existência dos seres que habitam os diferentes mundos hão de ser adequadas ao meio em que lhes cumpre viver. Se jamais houvéramos visto peixes, não compreenderíamos pudesse haver seres que vivessem dentro dágua. Assim acontece com relação aos outros mundos, que sem dúvida contêm elementos que desconhecemos. Não vemos na Terra as longas noites polares iluminadas pela eletricidade das auroras boreais? Que há de impossível em ser a eletricidade, nalguns mundos, mais abundante do que na Terra e desempenhar neles uma função de ordem geral, cujos efeitos não podemos compreender? Bem pode suceder, portanto, que esses mundos tragam em si mesmos as fontes de calor e de luz necessárias a seus habitantes.

Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. 76.ed. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1995.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

PERISPÍRITO, O ELO INTEREXISTENCIAL


Com muita propriedade, Zalmino Zimmermann nos diz, na introdução de sua obra intitulada “Perispírito”, que a Doutrina Espírita revela-nos que a natureza do ser humano é essencialmente espiritual, ainda que por muito tempo imprescinda, para seu desenvolvimento, do adequado suporte carnal.
Isso faz com que, em longo período de sua história evolutiva, viva ao mesmo tempo em dois planos existenciais, ora interagindo, quando imerso na dimensão física, com o mundo espiritual, ora, quando desencarnado, ligando-se contínua e estreitamente com o mundo material.
Em realidade, o existir é um interexistir e, para esse interexistir, concede-nos a Providência Divina um instrumento de muita valia, pode-se dizer, um espelho da alma e sustentáculo do corpo que é o perispírito.
A palavra perispírito foi empregada pela primeira vez por Allan Kardec, no item 93 de o Livro dos Espíritos, quando ele indagou aos Espíritos Superiores se o Espírito, propriamente dito, nenhuma cobertura tinha, ou como pretendem alguns, se estava sempre envolto numa substância qualquer, ao que responderam: o Espírito está envolvido por uma substância vaporosa aos teus olhos, mas ainda bastante grosseira para nós; assaz vaporosa, entretanto, para poder elevar-se na atmosfera e transportar-se aonde queira. Envolvendo o gérmen de um fruto, há o perisperma; do mesmo modo, uma substância que, por comparação, se pode chamar perispírito, serve de envoltório ao Espírito propriamente dito.
Assim, esse termo, perispírito, foi endossado pelos Espíritos Superiores, passando a ser utilizado regularmente.
Sabemos, igualmente, que outras denominações conhecidas foram utilizadas para dizer a mesma coisa. Temos o termo psicossoma utilizado por André Luiz e, também, corpo espiritual, designação dada por Paulo de Tarso, em sua primeira Epístola aos Coríntios (15:44). Atualmente, os autores dão aos três termos – perispírito, psicossoma e corpo espiritual – o mesmo sentido.
Desse modo, alma e perispírito constituem um todo indissolúvel e, conforme esclarece Kardec, alma e perispírito “constituem o ser chamado Espírito”, “a alma é, pois, um ser simples; o Espírito, um ser dual e o homem, um ser trino”.
Para que essa ideia possa ser melhor compreendida torna-se necessário dizer, como bem anota Kardec, reservar a palavra alma para designar o Espírito encarnado, do qual o corpo não é senão um envoltório;  as palavras alma e espírito são, no uso, frequentemente empregadas uma pela outra; filosoficamente, porém, é essencial fazer-se a diferença.
Complementando a ideia acima,destacamos o ensinamento de Léon Denis em sua obra “Depois da Morte” que, com muita clareza nos diz: O homem é um ser complexo. Nele se combinam três elementos para formar a unidade viva, a saber: O corpo, envoltório material temporário, que abandonamos na morte, como vestuário usado; o perispírito, invólucro fluídico permanente, invisível aos nossos sentidos naturais, que acompanha a alma em sua evolução infinita, e com ela se melhora e purifica; a alma, princípio inteligente, centro de força, foco da consciência e da personalidade; a alma, desprendida do corpo material e revestida do seu invólucro sutil, constitui o Espírito, ser fluídico, de forma humana, liberto das necessidades terrestres, invisível e impalpável em seu estado normal.
Embora os estudos sobre o perispírito tenham sido sistematizados somente a partir de Kardec, tem sido ele percebido desde épocas imemoriais, recebendo as mais diversas denominações no curso do tempo.
Tertuliano, Basílio, Cirilo de Jerusalém, Evódio (bispo de Uzala), Agostinho e muitos outros a ele se referiram. Clemente V, no Concílio realizado em Viena (1312), declarava heréticos “os que não admitissem a materialidade da alma”.
Modernamente, o perispírito tem atraído o interesse de renomados investigadores, que nele veem um dos mais importantes fatores do processo vital.



Martha Triandafelides Capelotto

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

NINGUÉM SE CRUZA POR ACASO

Por que as pessoas entram na sua vida?

Pessoas entram na sua vida por uma "Razão", uma "Estação" ou uma "Vida Inteira". Quando você percebe qual deles é, você vai saber o que fazer por cada pessoa.



Quando alguém está em sua vida por uma "Razão"... é, geralmente, para suprir uma necessidade que você demonstrou. Elas vêm para auxiliá-lo numa dificuldade, te fornecer orientação e apoio, ajudá-lo física, emocional ou espiritualmente. Elas poderão parecer como uma dádiva de Deus, e são! Elas estão lá pela razão que você precisa que eles estejam lá. Então, sem nenhuma atitude errada de sua parte, ou em uma hora inconveniente, esta pessoa vai dizer ou fazer alguma coisa para levar essa relação a um fim. Ás vezes, essas pessoas desencarnam. Ás vezes, eles simplesmente se vão. Ás vezes, eles agem e te forçam a tomar uma posição. O que devemos entender é que nossas necessidades foram atendidas, nossos desejos preenchidos e o trabalho delas, feito. As suas orações foram atendidas. E agora é tempo de ir.

Quando pessoas entram em nossas vidas por uma "Estação", é porque chegou sua vez de dividir, crescer e aprender. Elas trazem para você a experiência da paz, ou fazem você rir. Elas poderão ensiná-lo algo que você nunca fez. Elas, geralmente, te dão uma quantidade enorme de prazer... Acredite! É real! Mas somente por uma "Estação".

Relacionamentos de uma "Vida Inteira" te ensinam lições para a vida inteira: coisas que você deve construir para ter uma formação emocional sólida. Sua tarefa é aceitar a lição, amar a pessoa, e colocar o que você aprendeu em uso em todos os outros relacionamentos e áreas de sua vida. É dito que o amor é cego, mas a amizade é clarividente. Obrigado por ser parte da minha vida.

Pare aqui e simplesmente SORRIA.

"Trabalhe como se você não precisasse do dinheiro,
Ame como se você nunca tivesse sido magoado, e dance como se ninguém estivesse te observando."

"O maior risco da vida é não fazer NADA."


Autor desconhecido

domingo, 21 de setembro de 2014

DE RETORNO

Quando volvas ao lar, deixa, a distância, os resíduos das dificuldades e problemas enfrentados durante o dia.

A família não pode arcar com o ônus do teu cansaço, das mágoas, das frustrações e do mau humor que reuniste, por contingências, às vezes inevitáveis, do teu trabalho.

O ninho doméstico deve ser preservado das tempestades exteriores, a fim de que encontres nele forças e estímulos para os deveres a desempenhar no dia imediato.

Mesmo que te sintas deprimido ou fatigado, busca renovar-te com disposição otimista, mediante a qual tornarás ali a tua presença sempre desejada e querida.

Torna o teu lar uma permanente fonte de inspiração, de modo que, ao te recordares dele, em qualquer lugar, experimentes motivação para um feliz desempenho dos compromissos abraçados.

São inúmeros os desafios que o homem probo experimenta durante um dia.

Nem sempre triunfará em todos eles. No entanto, cada vez que se sinta defraudado por si mesmo, na luta, cabe-lhe o dever de preservar a confiança e programar a recuperação.

Quem não tropeça, nem cai, certamente não sai do lugar onde se encontra imobilizado.

Ação é, também, sinônimo de movimento, de experiências com erros e acertos.

Desse modo, não conduzas contigo a amargura dos insucessos, nem o ressaibo da insatisfação.

Terminado o teu compromisso fora da família, volve ao lar com disposição positiva, entusiasmado com os valores alcançados e confiante nos futuros resultados dos esforços a desprender mais tarde.

O teu lar deve ser o santuário-escola, a oficina-recreio onde o amor predomine e a felicidade, em qualquer situação ou circunstância, sempre se faça presente.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis.



Divaldo Pereira Franco. Episódios Diários.  LEAL. Capítulo 48.

sábado, 20 de setembro de 2014

ANSIEDADE

As mãos suam, o corpo treme, a respiração fica ofegante, uma sensação de náusea e aquela palpitação inegável no coração.
Todos estes são sinais de um dos males modernos: a ansiedade.
A vida, nos dias de hoje, é repleta de cobranças: no trabalho, na família, nas relações sociais.
A cada dia estamos mais cheios de tarefas, compromissos, pendências. Uma lista enorme de coisas a fazer. E nem sempre o tempo é suficiente.
Vem então a sensação desagradável de ter de fazer mais coisas do que damos conta.
É comum ouvirmos as pessoas se queixando: Tenho tanto a fazer e gostaria apenas de dormir.De ficar com minha família, de assistir a um bom filme, de brincar com meus animais de estimação...
Por outro lado, as exigências da vida moderna nos obrigam a fazer cursos, aperfeiçoar os conhecimentos. É a era da informação.
Como conciliar tudo isso com o natural desejo de se instruir, melhorar de vida, aproveitar oportunidades, evoluir?
O caminho do equilíbrio é a solução.
É natural desejar o progresso e o aperfeiçoamento, tanto nos campos ético-moral, como intelectual.
É da natureza humana estar em permanente aprendizado, adquirindo conhecimento e agregando valor à sua bagagem cultural.
Mas o grande problema de nossos dias é a ausência de limites. Estamos cada vez mais comandados pelas pressões externas, subjugados pelas imposições dos diversos grupos sociais.
Raras vezes pensamos por nós. Não costumamos refletir sobre o que realmente nos interessa.
Em geral, tomamos decisões sob extrema pressão. Resultado: desejamos fazer de tudo um pouco. Queremos ler tudo, não desejamos a pecha de desinformado.
E a consequência imediata é o stress. O corpo não suporta tanta pressão: adoece.
Nossa reação a esse mundo globalizado deveria ser serena: Vou aprender o que puder, quando puder e no meu ritmo, sem forçar minha natureza.
Vou trabalhar no limite de minhas forças, fazendo o melhor que puder, mas sem a obrigação de provar coisas a chefes e colegas de trabalho.
A tradução disso tudo? Estar no comando da própria vida.
Uma frase de Jesus é bastante significativa para os nossos dias: Não vos preocupeis com o que haveis de comer ou de beber. Não é o corpo mais que a veste?
Se você acredita em Deus, tenha em mente que você jamais estará desamparado.
Todas as coisas estarão bem se você estiver em paz. Pois a paz vai gerar saúde do corpo. Com isso, você poderá trabalhar, sustentar a família, adquirir os bens que deseja.
Apenas seja cauteloso: não se deixe envolver a tal ponto no turbilhão do mundo, de maneira que o mundo o arraste para o olho desse furacão de stress.
Vigie suas reações. Monitore seus planos de vida. Pergunte-se: Para que, realmente, quero isso?
Faça a diferença entre o supérfluo e o necessário e verifique se a sua opção não está contaminada pelos excessos.
No final, você verá que, em um processo inteiramente natural, a ansiedade irá, aos poucos, desaparecer.






Desconhecemos autoria

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

MODELO E GUIA

Em O livro dos Espíritos, na questão 625, Allan Kardec pergunta: Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem para lhe servir de modelo e guia? E os Espíritos respondem: Jesus.

Jesus é a personalidade histórica mais importante do planeta.



O meigo e singelo Carpinteiro dividiu o tempo em duas fases: antes e depois Dele.

Poucos puderam entender a fundo o Seu pensamento, ainda hoje, muito mais do que atual, moderno.

Jesus foi o Homem que deu aos outros homens um sentido definitivo para a vida: o amor.

Feminista antes do feminismo, ergueu Sua voz em defesa da mulher, ensinando a integridade e a comiseração.

Pacifista antes do pacifismo, demonstrou que a violência é a arma dos vencidos.

Humanista antes do humanismo, exemplificou a lei maior da solidariedade, apiedando-Se da dor.

Psicólogo antes da psicologia, convidou a todos para a construção conjunta de um mundo mais justo.

Ecologista antes da ecologia, sempre foi o excelente defensor da vida.

Jesus é, definitivamente, o tipo do homem ideal: simples, sábio, verdadeiro e bom.

* * *

Nesse tempo em que as ansiedades convergem para um mundo onde não haja mais a dor, a violência, a injustiça, a crueldade e a impiedade, Jesus Se faz o exemplo de vida máximo que, se for seguido, trará à Humanidade o que ela tanto busca: felicidade e paz.

Jesus não é, portanto, uma imagem esculpida a ser adorada. É o exemplo perfeito de conduta a ser estudado, sentido e vivenciado.

Jesus é o Homem integral.

* * *

Você sabia...

...que o Espiritismo é Ciência, Filosofia e Religião?

Ciência porque investiga, através da mediunidade, o mundo dos Espíritos. Filosofia porque aborda as questões básicas que afligem o homem: quem sou, de onde venho, onde estou e para onde vou?

E é Religião porque as suas conseqüências morais convidam o homem a integrar-se a Deus.



Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

EM MOMENTOS DIFÍCEIS

Quando você se observe à beira da impaciência, capaz de arrojar-lhe o coração ao espinheiro da angústia, conte as vantagens de que dispõe, de modo a imunizar-se contra o assalto das trevas.
Desentendimento em família...
Recorde aqueles que desejariam encontrar alguém, até mesmo para simples discussão, na soledade crônica em que se identificam.
Amigos que se afastam...
Reflita na provação daqueles que nunca os tiveram.
Agressões...
Pense no cérebro equilibrado de que você está munido para agir em apoio aos companheiros doentes da alma.
Criaturas queridas em problemas graves do sentimento...
Medite na sua tranqüilidade e segurança, pelas quais, por enquanto, consegue permanecer livre de obsessões.
Tarefas em sobrecarga, compelindo você a desânimo e cansaço...
Gaste alguns momentos, examinando a luta dos irmãos sem qualquer possibilidade de emprego na garantia da própria sustentação.
Aborrecimentos...
Avalie a importância de algumas frases de reconforto que você pode levar a companheiros enfermos ou compreensivelmente abatidos pelo sofrimento que os subjuga.
Lar em desajuste...
Um olhar para os irmãos que caminham sem teto.

Some as bênçãos de sua vida e vacine-se contra o desespero, porque o desespero é um vulcão de fogo e sombra, cuja extensão nos domínios do desequilíbrio e da morte ninguém pode calcular.



André Luiz



Do Livro: Aulas da Vida.  Psicografia de Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

AS FRUSTRAÇÕES DO HOMEM MODERNO

Grande parte das pessoas, na sociedade atual, é infeliz, é frustrada. Você já se perguntou por que isso acontece?

Muitos são os estudos feitos para se descobrir as possíveis causas da infelicidade do homem moderno e todos apontam para um único e grande causador de tudo isso: o próprio homem.

O ser humano traz em sua bagagem, ao nascer, um plano de felicidade. Ele traz consigo basicamente três motivações que o levarão a uma satisfação pessoal, se as conseguir manter ao longo da existência.

Uma delas é ter um relacionamento pessoal satisfatório.

Outra, é poder ser útil na comunidade em que vive e, por fim, crescer como indivíduo, alcançando sua auto-realização.

Se todas as pessoas conseguissem atender a esses apelos do seu interior jamais se sentiriam frustradas ou infelizes.

No entanto, há outros apelos muito fortes que vêm do exterior, que a sociedade impõe como sendo indispensáveis: ter muito dinheiro, ter fama e ser fisicamente atraente.

E é quando o ser humano entra na luta pela conquista de posses materiais, de fama e de uma aparência física atraente, que muitas vezes se infelicita e se frustra.

E por que isso ocorre?

Porque, em sua maioria, as criaturas se esquecem das suas aspirações íntimas e passam a lutar com todas as suas forças para conquistar o que a sociedade convencionou chamar de homem bem sucedido.

E, para "subir na vida", tantas vezes não se importa em passar por cima de seus semelhantes, e mata uma de suas motivações íntimas: a de ter um bom relacionamento pessoal.

Deixa de ouvir a voz da consciência que o chama à utilidade, junto à comunidade, e passa a lutar por uma profissão que lhe dê status e fama.

Se aspirar, por exemplo, a ser um médico útil à sociedade, passa a ver na profissão um meio de ganhar dinheiro e fazer fama, tornando-se um comerciante da medicina, que só atende se for bem pago.

E para poder se manter fisicamente atraente, muitos indivíduos vivem à custa de drogas e regimes cruéis, e passam a depender disso para manter as aparências.

E quando o corpo físico cobra seus tributos, em função da idade, passam a esticar a pele por todos os lados, como se fosse possível enganar as leis que regem a matéria.

O que o indivíduo não se dá conta, é que quanto mais luta para ter, mais se esquece de ser e mais se infelicita.

Os que conseguem conquistar posses materiais, fama, e uma boa aparência, passam a empregar seu tempo e sua saúde para mantê-los.

E os que não logram realizar esses sonhos estabelecidos pela sociedade, se tornam infelizes e frustrados por se julgarem incapazes para tal.

Jesus, o excelente psicólogo da Humanidade, recomendou que envidássemos esforços para conquistar bens que nem a traça nem a ferrugem consomem. E esses bens são as virtudes do Espírito, que nos seguem pela eternidade afora.

Assim, quando o ser humano entender que o dinheiro é meio e não fim para ser conquistado a qualquer custo, colocará esse bendito recurso a serviço do progresso próprio e dos seus semelhantes em todos os sentidos.

"Não vos inquieteis pela posse do ouro", recomenda Jesus.

E na parábola do rico fazendeiro que só se importava em encher os celeiros de forma egoísta Ele adverte: "Insensato que sois! Ainda esta noite lhe exigirão a alma."

Jesus, portanto, não disse que temos que desprezar os bens terrenos, nem o dinheiro, mas ensinou que os bens terrenos aqui ficam quando daqui partimos e que não vale a pena ganhar a vida e perder-se a si mesmo.

* * *

Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou pela sua aparência física.

As virtudes são os tesouros mais preciosos que você pode conquistar.

Lembre-se sempre de que nada vale a pena se tivermos que abrir mão da nossa dignidade, da nossa honradez, ou dos nossos valores nobres.




Texto da Redação do Momento Espírita, com base em texto do livro Porque fazemos o que fazemos, de Edward Deci, ed. Negócio.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

UM SÁBIO AMBICIOSO

Posto nunca tivesse provado as cruciantes angústias da miséria, a Sra. B..., de Bordéus, teve uma vida de martírios físicos, em conseqüência de inumerável série de moléstias mais ou menos graves, a contar da idade de 5 meses. Vivendo 70 anos, quase que anualmente batia às portas do túmulo. Três vezes envenenada pela terapêutica de uma ciência experimental e duvidosa, em ensaios feitos sobre o seu organismo e temperamento, arruinada, ao demais, pelos remédios tanto quanto pela doença, assim viveu entregue a sofrimentos intoleráveis, que nada podia atenuar. Uma sua filha, espírita-cristã e médium pedia sempre a Deus para suavizar-lhe as cruéis provações. Foi porém aconselhada pelo seu guia a pedir simplesmente a fortaleza, a calma, a resignação para as suportar, fazendo acompanhar esse conselho das seguintes instruções:

"Nessa vida tudo tem sua razão de ser: não há um só dos vossos sofrimentos, que não corresponda aos sofrimentos por vós causados; não há um só dos vossos excessos que não tenha por conseqüência uma privação; não há uma só lágrima a destilar dos olhos, que não seja destinada a lavar uma falta, um crime qualquer.

"Suportai, portanto, com paciência e resignação as dores físicas e morais, por mais cruéis que elas se vos afigurem. Imaginai o trabalhador que, amortecidos os membros pela fadiga, prossegue no trabalho, porque tem diante de si a dourada espiga, outros tantos frutos da sua perseverança. Assim, a sorte do infeliz que sofre nesse mundo; a aspiração da felicidade, que deve constituir-se em fruto de sua paciência, torná-lo-á resistente às dores efêmeras da Humanidade. Eis o que se dá com tua mãe. Cada uma das suas dores acolhida como expiatória, corresponde à extinção de uma nódoa do passado; e quanto mais cedo as nódoas todas se extinguirem, tanto mais breve ela será feliz.

"A falta de resignação esteriliza o sofrimento, que, por isso mesmo, teria de ser recomeçado. Convém-lhe, pois, a coragem e a resignação, e o que se faz preciso é pedir a Deus e aos bons Espíritos que lha concedam. Tua mãe foi outrora um bom médico, vivendo num meio em que fácil se lhe tornava o bem-estar, e no qual lhe não faltaram dons nem homenagens. Sem ser filantrópico, e, por conseguinte, sem visar o alívio dos seus irmãos, mas cioso de glória e fortuna quis atingir o apogeu da Ciência, para aumentar a reputação e a clientela. E na consecução de tal propósito não havia consideração que o detivesse.

"Porque previa um estudo nas convulsões que investigava, sua mãe era martirizada no leito de sofrimentos, enquanto que o filho se submetia a experiências que deveriam explicar uns tantos fenômenos; aos velhos abreviava os dias e aos homens vigorosos enfraquecia com ensaios tendentes a comprovar a ação de tal ou qual medicamento. E todas essas experiências eram tentadas sem que o infeliz paciente delas soubesse ou sequer desconfiasse. A satisfação da cupidez e do orgulho, a sede de ouro e de renome, foram os móveis de tal conduta. Foram precisos séculos de provações terríveis para domar esse Espírito ambicioso e cheio de orgulho, até que o arrependimento iniciasse a obra de regeneração. Agora termina a reparação, visto como as provas dessa última encarnação podem dizer-se suaves relativamente às que já suportou. Coragem, pois, porque se o castigo foi longo e cruel, grande será a recompensa à resignação, à paciência, à humildade.

"Coragem, a todos vós que sofreis; considerai a brevidade da existência material, pensai nas alegrias eternas.

"Invocai a esperança, a dedicada amiga dos sofredores; a fé, sua irmã, que vos mostra o céu, onde com aquela podeis penetrar antecipadamente. Atrai também a vós esses amigos que o Senhor vos faculta, amigos que vos cercam, que vos sustentam e amam, e cuja solicitude constante vos reconduz para junto dAquele a quem haveis ofendido, transgredindo as suas leis."

Nota - Depois de haver desencarnado, a Sra. B... veio dar, tanto por sua filha como na Sociedade de Paris, muitas comunicações, nas quais se refletem as qualidades mais elevadas, confirmando os seus antecedentes.




Allan Kardec. O Céu e o Inferno. FEB. Capítulo 8. Segunda parte. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

SÁBIAS DECISÕES









A grandeza da alma se reflete na ação das pequenas coisas.

Quanto mais desce para servir, mais se eleva na realização.

Nem sempre os heróis são aqueles que se revelaram nos graves momentos da Humanidade, pela atuação decisiva.

Existem incontáveis lidadores que impulsionam o homem e a sociedade no rumo do grande bem, através de contínuos sacrifícios que passam ignorados e, sem os quais, o caos se estabeleceria dominador.

Os discutidores inoperantes consideram em demasia o valor das palavras, perdendo o tempo útil que poderia ser aplicado nas ações relevantes.

Nos debates estéreis dizem o que não amadureceram pensando, quando poderiam agir bem, assim melhor ensinando.

Quem não pode revelar-se numa grande realização, sempre dispõe de meios para manifestar-se nas pequenas ações.

Se não possui recursos para acabar com a fome geral, pode atendê-la em uma pessoa necessitada; se não consegue resolver o problema das enfermidades, deve socorrer um doente; não logrando acabar com a miséria, dispõe-se a minorá-la naqueles que defronta e padecem-lhe a injunção.

Não é imprescindível estar presente nos grandes momentos da História, todavia, é importante facilitá-los para os outros, desde hoje, com a sua contribuição.

Jesus não quis vencer no mundo, antes, porém, venceu o mundo repleto de paixões amesquinhantes.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis



FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Renovação.

LEAL.

domingo, 14 de setembro de 2014

DÁ DE TI MESMO

Declaraste não possuir dinheiro para au­xiliar.


Acreditas que um pouco de papel ou um tanto de níquel te substituem o coração?


Esqueces-te, meu filho, de que podes sorrir para o doente e estender a mão ao necessitado?

A flor não traz consigo uma bolsa de ouro e entretanto espalha perfume no firmamento.

O céu não exibe chuvas de moedas, mas enche o mundo de luz.

Quanto pagas pelo ar fresco que, em bafejos amigos, te visita o quarto pela manhã?

O oxigênio cobra-te imposto?

Quanto te custa a ternura materna?

As aves cantam gratuitamente.

A fonte que te oferece o banho reconforta­dor não exige mensalidade.

A árvore abre-te os braços acolhedores, re­pletos de flor e fruto, sem pedir vintém.

A bênção divina, cada noite, conduz o teu pensamento a bendito repouso no sono e não fazes retribuição de espécie alguma. Habitual­mente sonhas, colhendo rosas em formoso jardim, junto de companheiros felizes; no entanto, ja­mais te lembraste de agradecer aos gênios espi­rituais que te proporcionam venturoso descanso.

A estrela brilha sem pagamento.

O Sol não espera salário.

Porque não aprenderes com a Natureza em torno?

Porque não te fazeres mais alegre, mais comunicativo, mais doce?

Tens a fisionomia seca e ensombrada por faltar-te dinheiro excessivo e reclamas recursos materiais para ser bom, quando a bondade não nasce dos cofres fortes.

Sê irmão de teu irmão, companheiro de teu companheiro, amigo de teu amigo.

Na ciência de amar, resplandece a sabedoria de dar.

Mostra um semblante sereno e otimista, aonde fores.

Estende os braços, alonga o coração, comu­nica-te com o próximo, através dos fios brilhan­tes da amizade fiel.

Que importa se alguém te não entende o gesto de amor?

Que seria de nós, meu filho, se a mão do Senhor se recolhesse a distância, por temer-nos a rudeza e a maldade?

Dá de ti mesmo, em toda parte.

Muito acima do dinheiro, pairam as tuas mãos amigas e fraternais.




Pelo Espírito Neio Lúcio









Francisco Cândido Xavier. Alvorada Cristã. FEB. Capítulo 30.

sábado, 13 de setembro de 2014

INCERTEZA - CERTEZA

A incerteza, quanto ao momento da ocorrência da morte, deve constituir para o homem a mais séria advertência a respeito da transitoriedade do corpo físico.

Dentro de cinco minutos, através de uma parada cardíaca; de cinco anos, em um acidente de veículo; ou de cinqüenta anos, por uma enfermidade de longo prazo, dolorosa, ninguém sabe quando acontecerá o desprendimento da alma em relação à matéria.

Uma compleição física, sadia, nem sempre compete com segurança ante uma organização frágil e enfermiça, porquanto a primeira pode interromper-se, enquanto a outra, talvez, permaneça desafiadora.

Um corpo juvenil, atraente e promissor, cede campo para que fique um ser caquético, deficiente físico e mental.

A criança rica de energias deperece, ao tempo que o enfermo desenganado recupera-se...

O Espírito é o que conta, no processo reencarnatório.

Os seus atos pretéritos geram-lhe os mecanismos de prolongamento, ou abreviação da vilegiatura carnal.

Nenhuma exceção, porém, produzindo clima de privilégio, ante a morte.

As doenças visitam ricos e pobres com a mesma indiferença; belos e deformados com igual liberdade; moços e idosos de maneira equivalente; bons e maus com naturalidade...

Decompõem-se os corpos sob condições idênticas, nivelando-se as formas e assumindo os mesmos critérios transformadores.

A mente, refletindo o estado de evolução intelecto-moral, responde pela maneira como cada pessoa enfrenta a vicissitude do desgaste e o fenômeno da morte.

Morrer, portanto, é acontecimento inevitável.

Bem morrer ou morrer bem, depende da conduta de cada indivíduo.

Aqueles que vivem bem, desfrutam dos favores terrestres, nem sempre morrerão felizes.

Quantas pessoas se deixaram desequilibrar pelos insucessos, que lhes cabia vencer, enfrentam a morte em estado de desventura.

Somente quem soube aplicar o patrimônio do tempo com eficiência, bem morre, libertando-se e sendo ditoso.

Pensa na morte, como te preocupas com a vida.

Harmoniza-te ante a sua realidade, permanecendo preparado para a sua ocorrência.

Se forem breves os teus dias terrestres, busca vivê-los com intensidade positiva e se te forem longos os anos, utiliza-os com sabedoria.

Esta incerteza de quando se dará e esta certeza de que a morte virá, são o díptico da vida orgânica, na qual te movimentas.

Faze a luz do discernimento íntimo com o Evangelho de Jesus e, seja em que situação for, permanece em paz e feliz.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis


Divaldo Pereira Franco. Momentos de Coragem.  LEAL.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

SONHAVAS

Sonhavas com certos empreendimentos em matéria de arte e cultura, indústria e administração, e atraíste semelhantes encargos, no entanto, qualquer deles te angaria o êxito com vantagens compensadoras, se te entregares, sinceramente, à disciplina e à responsabilidade.

Esperavas amigos, em cujos ombros te apoiasses para viver e esses amigos apareceram, porém, a fim de conservá-los, será preciso aceitá-los tais quais são, com o dever de compreendê-los e auxiliá-los tanto quanto aguardas de cada um deles entendimento e cooperação, nas áreas do apoio mutuo.

Efetivamente queremos essa ou aquela premiação da vida, mas não nos esqueçamos de que a vida nos pede a retribuição de todos os valores que venhamos a conquistar com o trabalho na edificação do bem, de vez que também no campo da alma para receber é preciso dar, porquanto, em qualquer setor da existência, daquilo que se planta é que será justo colher.

Nem todos conseguimos subordinar as palavras aos princípios gramaticais, a fim de articular uma alocução irrepreensível, do ponto de vista idiomático, ao redor de assunto determinado, todavia, a possibilidade de pronunciar essa ou aquela frase de consolo e esperança, a benefício dos companheiros que estão suportando sofrimentos e provações maiores do que as nossas, não exclui ninguém.

A vida não nos pede o impossível para que nos integremos nos mecanismos da caridade, extinguindo as provações que atormentam a Terra, mas, para que o mal desapareça, espera de cada um de nós essa ou aquela migalha do bem.



Francisco Cândido Xavier. Caminho Iluminado. Pelo Espírito Emmanuel. CEU.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

SUICÍDIO, A PORTA FALSA

Desde que bebera a substância venenosa, Marina sentia-se morrer, sem morrer.

Não queria viver mais. Experimentara o desprezo de Jorge, o jovem de quem se enamorara e com que acariciava o sonho de casar-se e criar os filhos.

Foram dois anos de esperanças. Tudo em vão.

Não dera ouvidos ao pai que costumava dizer-lhe: “cuidado com os rapazes de hoje, filha, nem sempre têm bom caráter.” Achava o paizinho antiquado e exigente.

Mas como resistir? Jorge a buscava todas as noites. Começou pedindo livros emprestados. Depois de algumas semanas estavam juntos no cinema.

O filme era envolvente. Contava a história de uma jovem tímida, contrariada pela família, que entregara-se ao rapaz, com quem fugiu, confiante.

Ninguém poderia dizer o que aconteceria depois, mas o cinema coroara a aventura com um romântico beijo.

Na saída, a garoa fina. Jorge a convida para um passeio. Marina pensava na heroína do filme, e não teve coragem de dizer não.

Pela primeira vez Marina mentiu à mãezinha que a esperava, ansiosa, às três horas da madrugada. “a chuva atrapalhou, mãe, ficamos na casa de Jorge até agora.”

Outros tantos passeios a sós se repetiram até que um dia Marina sentiu-se enjoada e com tonturas. Jorge a levou ao consultório de um médico, ainda jovem, que a olhava com ares de malícia. A moça ficou um tanto revoltada diante dele, mas submeteu-se ao aborto.

Desejava ser mãe, mas o namorado convenceu-a de que era preciso casarem-se antes. Terminaria os estudos e então se casariam.

Daquele dia em diante Marina sentia-se diferente. Via-se perseguida, em sonho, por alguém que lhe gritava aos ouvidos: “mãe, mãe, por que me mataste?

Contou seu drama ao namorado mas ele dizia que ela estava precisando de um psiquiatra.

O tempo passou e Marina sentia-se cada vez mais atormentada. Toda vez que falava sobre isso com Jorge ele a acalmava dizendo que logo se casariam.

Um dia, quando sentia-se muito deprimida, ela procurou Jorge, a quem considerava seu noivo, e o encontrou com outra moça. Ele a conduziu à pequena distância e explicou-se. Não a amava, confessou áspero. É melhor terminarmos assim, falou com frieza, antes de mais sérias dificuldades.

O mundo íntimo de Marina desmoronou.

A idéia de suicídio envolveu-a completamente.

No caminho para casa, adquiriu a substância letal.

Escreveu bilhetes.

E, pela manhã, sorveu a poção de uma só vez.

Pavorosa dor irrompeu-lhe na carne., Nos nervos, no sangue, nos ossos....

Convulsões sucessivas não lhe permitiam morrer.

Entretanto, ouvia sua própria mãe a gritar como louca: “Morta! Morta!”

Marina sentiu-se carregada. Dois homens a colocaram na ambulância. Ela não apenas chorava, rugia em contorções, mas ninguém lhe percebia agora os terríveis lamentos.

Viu-se atirada, sem qualquer consideração, na “laje fria”. Suplicava socorro. Agitava-se. Mas ninguém lhe dava ouvidos.

Depois de algum tempo é que percebeu que conseguira sair do corpo, porque identificou os jovens médicos a cortar-lhe as vísceras para exame necrológico.

Marina conseguira matar o corpo, mas continuava viva.

De pé, ainda cambaleante, sentindo todas as dores e convulsões de momentos antes, Marina grita:

Mãe! Minha mãe! Quero viver! Viver!

Outra voz, contudo, ecoou ameaçadora e sarcástica aos seus ouvidos:

Mãe, minha mãe, eu também quero viver! Viver!...

Procurou com os olhos agoniados quem lhe falava, mas apenas sentiu que braços vigorosos a aprisionavam.

Lembrou, aturdida, o aborto, os sonhos, a tortura e o suicídio, e esforçou-se terrivelmente para voltar e erguer-se de novo no corpo tombado na mesa fria.

Mas era tarde demais...




Equipe de Redação do Momento Espírita. Texto baseado no Cap. 22 do livro A Vida Escreve, ed. FEB..

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A LENDA DA ÁRVORE

No princípio do mundo, quando os vários reinos da Natureza já se achavam apaziguados e enquanto o ouro e o ferro repousavam no sub-solo, o homem, os animais de grande porte, os passarinhos, as borboletas, as ervas e as águas viviam na superfície da Terra... E o Supremo Senhor, notando que os serviços planetários se desdobravam regularmente, chamou-os ao seu Trono de Luz, a fim de ouvi-los.

A importante audiência do Todo-Poderoso começou pelo Homem, que se aproximou do Altíssimo e informou:

- Meu Pai, o globo terrestre é nossa gloriosa oficina. Minha esposa, tanto quanto eu, se sente muito feliz; entretanto, experimentamos falta de alguém que nos faça companhia, em torno do lar, e nos auxilie a criar os filhinhos.

O Todo-Misericordioso mandou anotar a referência do Homem e continuou a ouvir as outras criaturas.

Veio o Boi e falou:

- Senhor, estou muito bem; contudo, vagueio sem descanso durante as horas de sol. Grande é a minha fadiga e a resistência cada vez menor...

Veio o Cavalo e reclamou:

- Eu também, Grande Rei, sinto aflitivo calor cada dia...

Aproximou-se a Corça e rogou:

- Poderoso, estou exposta à perseguição de toda gente. Não terei a graça de um ser amigo que me proteja e defenda?

Logo após, surgiu gracioso passarinho e suplicou:

- Celeste Monarca, recebi a bênção da vida, mas não tenho recursos para fazer meu ninho. Nas pastagens rasteiras, não posso construir a casa...

Adiantou-se a Borboleta e implorou:

- Meu Deus, tudo é belo no mundo; todavia, onde repousarei?

Em último lugar, chegou o Rio e disse:

- Grande Senhor, venho cumprindo os meus deveres na Terra, escrupulosamente, mas preciso de alguém que me ajude a conservar as águas...

O Supremo Soberano ficou pensativo e prometeu providenciar.

No dia imediato, toda a Terra apareceu diferente.

As árvores robustas e acolhedoras haviam surgido, representando a sublime resposta de Deus.



Pelo Espírito Neio Lúcio.


Francisco Cândido Xavier. Alvorada Cristã.  FEB.

terça-feira, 9 de setembro de 2014

FALE EM PAZ

Justo lembrar: a voz humana está carregada de vibrações.

*

Esforça-te por evitar os gritos intempestivos e inoportunos.

*

Uma exclamação tonitruante equivale a uma pedrada mental.

*

Se alguém te dirige a palavra em tom muito alto, faze-lhe o obséquio de responder em tom mais baixo.

*

Os nervos dos outros são iguais aos teus: Desequilibram-se facilmente.

*

Discussão sem proveito é desperdício de forças.

*

Não te digas sofrendo esgotamento e fadiga para poder lançar frases tempestuosas e ofensivas; aqueles que se encontram realmente cansados procuram repouso e silêncio.

*

Se te sentes à beira da irritação estás doente e o doente exige remédio.

*

Barulho verbal apenas complica.

*

Pensa nisso: a tua voz é o teu retrato sonoro.



Pelo Espírito Emmanuel


Francisco Cândido Xavier. Calma.  GEEM
.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

PEQUENAS DOAÇÕES

Não subestime as chamadas "pequenas doações".

O prato frugal que você oferece ao necessitado será provavelmente o recurso de que precisa a fim de liberar-se dos últimos riscos da inanição.

A peça de vestuário que você entregou fio companheiro em penúria terá representado o apoio providencial com que se livrou de moléstia grave.

A reduzida poção de remédio que conseguiu você doar em favor de um doente foi talvez o socorro que o auxiliou a desviar-se do derradeiro corredor em que resvalaria para a morte.

A visita rápida que você levou ao enfermo pode ter sido o estímulo inesperado que o arrancou do desânimo para os primeiros passos, em demanda ao levantamento das próprias forças.

O bilhete ligeiro que você endereçou ao irmão em dificuldade, ofertando-lhe reconforto, possivelmente se transformou na âncora em que haverá retomado o acesso à esperança.
O minuto de tolerância com que você suportou a exigência de uma pessoa, em difícil conversação, haverá sido aquele que a ajudou a descompromissar-se com um encontro desagradável ou com determinado acidente.

Algumas poucas frases num diálogo construtivo serão o veículo pelo qual o seu interlocutor evitará render-se a idéias de suicídio ou delinqüência.

Os seus instantes de silêncio caridoso, à frente desse ou daquele agressor, significarão o amparo de que não prescinde, a fim de aceitar a necessidade da própria renovação.

Não menospreze o valor das minidoações.
O seu concurso supostamente insignificante pode ser o ingrediente complementar que esteja faltando em valiosa peça de salvação.



AutorAndré Luiz  / MédiumChico Xavier

domingo, 7 de setembro de 2014

O EGOISMO

O egoísmo, chaga da Humanidade, tem que desaparecer da Terra, a cujo progresso moral obsta. Ao Espiritismo está reservada a tarefa de fazê-la ascender na hierarquia dos mundos. O egoísmo é, pois, o alvo para o qual todos os verdadeiros crentes devem apontar suas armas, dirigir suas forças, sua coragem. Digo: coragem, porque dela muito mais necessita cada um para vencer-se a si mesmo, do que para vencer os outros. Que cada um, portanto, empregue todos os esforços a combatê-lo em si, certo de que esse monstro devorador de todas as inteligências, esse filho do orgulho é o causador de todas as misérias do mundo terreno. E a negação da caridade e, por conseguinte, o maior obstáculo à felicidade dos homens.

Jesus vos deu o exemplo da caridade e Pôncio Pilatos o do egoísmo, pois, quando o primeiro, o Justo, vai percorrer as santas estações do seu martírio, o outro lava as mãos, dizendo: Que me importa! Animou-se a dizer aos judeus: Este homem é justo, por que o quereis crucificar? E, entretanto, deixa que o conduzam ao suplício.

É a esse antagonismo entre a caridade e o egoísmo, à invasão do coração humano por essa lepra que se deve atribuir o fato de não haver ainda o Cristianismo desempenhado por completo a sua missão. Cabem-vos a vós, novos apóstolos da fé, que os Espíritos superiores esclarecem, o encargo e o dever de extirpar esse mal, a fim de dar ao Cristianismo toda a sua força e desobstruir o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam a marcha. Expulsai da Terra o egoísmo para que ela possa subir na escala dos mundos, porquanto já é tempo de a Humanidade envergar sua veste viril, para o que cumpre que primeiramente o expilais dos vossos corações.



 Emmanuel. (Paris, 1861.)



Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. 

sábado, 6 de setembro de 2014

NO REINO DAS BORBOLETAS

À beira de um charco, formosa borboleta, fulgurando ao crepúsculo, pousou sobre um ninho de larvas e falou para as pequenas lagartas, confusas:

Não temam! Sou sua irmã de raça!

Venho para lhes trazer esperança. Nem sempre permanecerão coladas às ervas do pântano! Tenham calma, fortaleza e paciência.

Esforcem-se para não sucumbir aos golpes da ventania que, de quando em quando, varre a paisagem.

Esperem! Depois do sono que as aguarda, todas acordarão com asas de puro veludo, refletindo o esplendor solar...

Então, não mais se arrastarão, presas ao solo úmido e triste. Adquirirão preciosa visão da vida, pois poderão subir muito alto e seu alimento será o néctar das flores...

Viajarão deslumbradas, contemplando o mundo, sob novo prisma!

Observarão o sapo que nos persegue, castigado pela serpente que o destrói, e verão a serpente que fascina o sapo, fustigada pelas armas do homem.

Enquanto a mensageira fez ligeira pausa, ouviam-se exclamações admiradas:

Ah, não posso crer no que vejo!

Que misteriosa criatura!

Será uma fada milagrosa?

Nada possui de comum conosco...

Irradiando o suave aroma do jardim de onde viera, a linda visitante sorriu e continuou:

Não se iludam! Não sou uma fada celeste! Minhas asas são parte integrante da nova forma que a natureza lhes reserva.

Ontem, eu vivia com vocês; amanhã viverão comigo! Flutuarão no imenso espaço, em voos sublimes em plena luz. Libertas do lodaçal, se elevarão felizes.

Conhecerão a beleza das copas floridas e o saboroso néctar das pétalas perfumadas. Contemplarão a altura e a amplitude do firmamento...

Logo após, lançando carinhoso olhar à família alvoroçada, distendeu as asas coloridas e, voando com graciosidade, desapareceu no infinito azul.

Nisso, chegou ao ninho a lagarta mais velha do grupo, que estava ausente, e, ouvindo os comentários empolgados das companheiras mais jovens, ordenou irritada:

Calem-se e escutem! Tudo isso é insensatez, mentiras, divagações...

Não nos iludamos! Nunca teremos asas! Ninguém deve filosofar...

Somos lagartas, nada mais que lagartas. Sejamos práticas, no imediatismo da própria vida. Esqueçam-se de pretensos seres alados que não existem.

Precisamos simplesmente comer e comer... Depois vem o sono, a morte... E o nada... Nada mais...

As lagartas calaram-se, desencantadas.

Caiu a noite e, em meio à sombra, a lagarta-chefe adormeceu, sem despertar no outro dia. Estava completamente imóvel.

As irmãs, preocupadas, observavam curiosas o fenômeno...

Depois de algum tempo, para espanto de todas, a ignorante e descrente orientadora surgiu como veludosa borboleta, de asas leves e ligeiras, a bailar no ar...

* * *

À semelhança da formosa borboleta que desceu às faixas escuras onde rastejavam suas irmãs lagartas, um dia a Humanidade também recebeu a visita de sublime anjo, que veio trazer consolo e esperança.

Falou da vida estuante, além do casulo físico.

E para provar que o que dizia é realidade, Ele próprio, após desvencilhar-se do corpo físico, surgiu mais livre e mais brilhante que antes.

Subiu, com a leveza de anjo alado, e desapareceu na imensidão azul, diante de quinhentas testemunhas, admiradas, na distante Galiléia...

E, mais de dois milênios depois, ainda existem aqueles que preferem acreditar que o que precisamos fazer é comer, comer, dormir e esperar o nada... Nada mais...

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 29 do livro Contos e apólogos, pelo Espírito Irmão X, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

JESUS E OS AMIGOS

"Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a vida pelos seus amigos." - Jesus. (JOÃO, capítulo 15, versículo 13.)

Na localização histórica do Cristo, impressiona-nos a realidade de sua imensa afeição pela Humanidade.

Pelos homens, fez tudo o que era possível em renúncia e dedicação.

Seus atos foram celebrados em assembléias de confraternização e de amor. A primeira manifestação de seu apostolado verificou-se na festa jubilosa de um lar. Fez companhia aos publicanos, sentiu sede da perfeita compreensão de seus discípulos. Era amigo fiel dos necessitados que se socorriam de suas virtudes imortais. Através das lições evangélicas, nota-se- lhe o esforço para ser entendido em sua infinita capacidade de amar. A última ceia representa uma paisagem completa de afetividade integral. Lava os pés aos discípulos, ora pela felicidade de cada um...

Entretanto, ao primeiro embate com as forças destruidoras, experimenta o Mestre o supremo abandono. Em vão, seus olhos procuram a multidão dos afeiçoados, beneficiados e seguidores.

Os leprosos e cegos, curados por suas mãos, haviam desaparecido.

Judas entregou-o com um beijo.

Simão, que lhe gozara a convivência doméstica, negou-o três vezes.

João e Tiago dormiram no Horto.

Os demais preferiram estacionar em acordos apressados com as acusações injustas. Mesmo depois da Ressurreição, Tomé exigiu-lhe sinais.

Quando estiveres na "porta estreita", dilatando as conquistas da vida eterna, irás também só. Não aguardes teus amigos. Não te compreenderiam; no entanto, não deixes de amá-los. São crianças. E toda criança teme e exige muito.
Pelo Espírito Emmanuel. 



Francisco Cândido Xavier. Caminho, Verdade e Vida. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 86.