sexta-feira, 31 de maio de 2013

A LEI DO TRABALHO



"Pedi e se vos dará; buscai e achareis; batei à porta e se vos abrirá; porquanto, quem pede recebe e quem procura acha e, àquele que bata à porta, abrir-se-á. (...)” (Mateus, cap. VII, vv. 7 a 11.)


Jesus nos ensinava, quando assim se referia, que devemos nos esforçar na busca do que necessitamos, uma vez que a ajuda de Deus só ocorre para quem trabalha e se empenha na procura do desejado, usando da humildade, sinceridade, fé e confiança. Embora Deus saiba o que precisamos e nos auxilie sempre, a nossa ligação com ele é necessária para que possamos agir com mais confiança e equilíbrio, garantindo-nos o sucesso do trabalho encetado. Na questão 658, de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec pergunta: “Agrada a Deus a prece?” E as Entidades espirituais respondem: “A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, pois, para ele, a intenção é tudo”.

Não devemos, contudo, pedir qualquer coisa a Deus, pois nem sempre o que queremos é o de que necessitamos. A razão e a inteligência nos foram concedidas pela Providência para nos auxiliar a agir com critério e bom senso ao definirmos o que realmente devemos pedir a Deus.

Narra-se que “um sábio caminhava com os discípulos por uma estrada tortuosa, quando encontraram um homem piedoso que, ajoelhado, rogava a Deus que o auxiliasse a tirar seu carro do atoleiro. Todos olharam o devoto, sensibilizaram-se e prosseguiram. Alguns quilômetros à frente, havia um outro homem, que tinha, igualmente, o carro atolado num lodaçal. Este, porém, esbravejava reclamando, mas tentava com todo empenho liberar o veículo. Comovido, o sábio propôs aos discípulos retirar o transporte do atoleiro. Após os agradecimentos, o viajante se foi feliz. Os aprendizes, surpresos, indagaram ao mestre: Senhor, o primeiro homem orava, era piedoso e não o ajudamos. Este, que era rebelde e até praguejava, recebeu nosso apoio. Porquê? Sem perturbar-se, o nobre professor respondeu: Aquele que orava aguardava que Deus viesse fazer a tarefa que a ele competia. O outro, embora desesperado por ignorância, empenhava-se, merecendo auxílio”.

Muitos de nós costumamos agir como o primeiro viajante. Diante das dificuldades que nos parecem insolúveis, acomodamo-nos, esperando que Deus faça a parte que nos cabe para a solução do problema. Não basta pedir ajuda a Deus, é preciso buscar, conforme o ensino de Jesus “buscai e achareis”, “batei e abri-se-vos-á”. Devemos, portanto, fazer a nossa parte, que Deus nos ajudará no que não estiver ao nosso alcance resolver.

Ao analisarmos o Antigo e o Novo Testamento, encontramos 152 vezes a palavra trabalho. Porém, é no Evangelho de João, capítulo V, versículos de 1 a 17, que encontramos a inesquecível passagem em que Jesus, curando o paralítico do tanque de Betesda, menciona que ele e o Pai trabalham até hoje: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também” (versículo 17).

São de O Livro dos Espíritos as questões esclarecedoras a seguir:

“674 – A necessidade do trabalho é lei da natureza?

O trabalho é lei da natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade...

675 – Por trabalho só se devem entender as ocupações materiais?

Não; O Espírito trabalha, assim como o corpo. Toda ocupação útil é trabalho”.

O Espírito de Emmanuel, no livro Caminho, Verdade e Vida, lição 4, ensina-nos que em todos os recantos observamos criaturas queixosas e insatisfeitas. A maioria revolta-se contra o gênero de seu trabalho. Os que varrem as ruas querem ser comerciantes, já os trabalhadores do campo prefeririam a existência na cidade. O problema, contudo, não é de gênero de tarefa, mas o de compreensão da oportunidade recebida. De modo geral, as queixas, nesse sentido, são filhas da preguiça inconsciente. Para que saibamos honrar nosso esforço, Jesus referiu-se ao Pai que não cessa de servir em sua obra eterna de amor e sabedoria e à sua tarefa própria, cheia de imperecível dedicação à humanidade.

O Espírito de Joanna de Ângelis, no livro Estudos Espíritas, psicografado por Divaldo Pereira Franco, diz que “o trabalho é lei da natureza mediante a qual o homem forja o próprio progresso, desenvolvendo as possibilidades do meio ambiente em que se situa, ampliando os recursos de preservação da vida, por meio da satisfação das suas necessidades imediatas na comunidade social onde vive”.

O trabalho honesto proporciona três realizações que todas as pessoas buscam, segundo Rodolfo Calligaris, no seu livro As Leis Morais: O trabalho fortalece o sentimento de dignidade pessoal; torna a pessoa respeitada na comunidade em que vive; e, quando bem realizado, contribui para a sensação de segurança.

Lembremos, sempre, que Deus a todos ampara, mas a caminhada, os passos, a busca é por nossa conta. É preciso fazer esforços para alcançar o fruto desejado, principalmente de frutos que saciam a sede da Alma. É preciso saber o que se busca e por qual porta desejamos entrar. Nossa vontade é que nos conduzirá aonde queremos chegar.

Mais uma vez é Joanna de Ângelis, no livro Leis Morais da Vida, psicografado por Divaldo, no capítulo “A Bênção do Trabalho”, que nos ensina que “o trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade”.



É ainda em O Livro dos Espíritos que encontramos as elucidativas questões a seguir:



682 – Sendo uma necessidade para todo aquele que trabalha, o repouso não é também uma lei da natureza?



Sem dúvida. O repouso serve para a reparação das forças do corpo e também é necessário para dar um pouco mais de liberdade à inteligência, a fim de que se eleve acima da matéria.



685 – Tem o homem o direito de repousar na velhice?



Sim, que a nada é obrigado, senão de acordo com as suas forças.



685. a. – Mas, que há de fazer o velho que precisa trabalhar para viver e não pode?



O forte deve trabalhar para o fraco. Não tendo este família, a sociedade deve fazer as vezes desta. É a lei de caridade.



Assim, caros irmãos, como o trabalho é imprescindível para o desenvolvimento da inteligência, para a evolução das pessoas, da mesma forma também o é o repouso. Ele também está dentro das leis da natureza. Hoje, mais do que nunca, isto é importante, porque a vida urbana se caracteriza por uma agitação contínua, sendo despendido um gasto excessivo de energias físicas e mentais. Lazer não significa falta de atividade, mas mudança física, emocional e intelectual de atitude, de trabalho. O lazer é necessário para facilitar o relaxamento das tensões, para possibilitar a reflexão, a programação de novas atividades.

Tem o homem, portanto, que conhecer a si mesmo. Deve colocar todo o seu esforço no trabalho digno e edificante em prol de si próprio e do semelhante. Para isso, deve ele se utilizar de todos os recursos orgânicos, materiais e intelectuais que possui.

Não nos esqueçamos, por fim, que Deus nos ajuda, na medida em que nos esforçamos na busca do que precisamos. Tudo concorrerá em nosso favor se trabalharmos com afinco, humildade, fé e confiança. Não há milagres: as grandes obras, conquistas e vitórias são frutos, unicamente, do trabalho digno.

Toda ocupação útil é Trabalho!


Referências:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos – FEB.
2. O Evangelho segundo o Espiritismo. FEB.
3. A Bíblia sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. 1969.
4. http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=70&let=A&stat=0
5. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Ditado pelo Espírito Emmanuel. 16ª edição. Lição 4.
6. FRANCO. Divaldo Pereira. Estudos espíritas. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis – FEB.
7. CALLIGARIS. Rodolfo. As leis morais – FEB.
8. FRANCO. Divaldo Pereira. Leis morais da vida. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis – A bênção do trabalho.
9. http://sef.feparana.com.br/apost/unid28.htm.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

CORPUS CHRISTI

O desaparecimento do corpo de Jesus após sua morte há sido objeto de inúmeros comentários. Atestam-no os quatro evangelistas, baseados nas narrativas das mulheres que foram ao sepulcro no terceiro dia depois da crucificação e lá não o encontraram. Viram alguns, nesse desaparecimento, um fato milagroso, atribuindo-o outros a uma subtração clandestina.

Segundo outra opinião, Jesus não teria tido um corpo carnal, mas apenas um corpo fluídico; não teria sido, em toda a sua vida, mais do que uma aparição tangível; numa palavra: uma espécie de agênere(aparição tangível). Seu nascimento, sua morte e todos os atos materiais de sua vida teriam sido apenas aparentes. Assim foi que, dizem, seu corpo, voltado ao estado fluídico, pode desaparecer do sepulcro e com esse mesmo corpo é que ele se teria mostrado depois de sua morte.

É fora de dúvida que semelhante fato não se pode considerar radicalmente impossível, dentro do que hoje se sabe acerca das propriedades dos fluidos; mas, seria, pelo menos, inteiramente excepcional e em formal oposição ao caráter dos agêneres. (Cap. XIV, nº 36 de A GÊNESE) Trata-se, pois, de saber se tal hipótese é admissível, se os fatos a confirmam ou contradizem.

A estada de Jesus na Terra apresenta dois períodos: o que precedeu e o que se seguiu à sua morte. No primeiro, desde o momento da concepção até o nascimento, tudo se passa, pelo que respeita à sua mãe, como nas condições ordinárias da vida (*). Desde o seu nascimento até a sua morte, tudo, em seus atos, na sua linguagem e nas diversas circunstâncias da sua vida, revela os caracteres inequívocos da corporeidade. São acidentais os fenômenos de ordem psíquica que nele se produzem e nada têm de anômalos, pois que se explicam pelas propriedades do perispírito e se dão, em graus diferentes, noutros indivíduos. Depois de sua morte, ao contrário, tudo nele revela o ser fluídico. É tão marcada a diferença entre os dois estados, que não podem ser assimilados.

O corpo carnal tem as propriedades inerentes à matéria propriamente dita, propriedades que diferem essencialmente das dos fluidos etéreos; naquela, a desorganização se opera pela ruptura da coesão molecular. Ao penetrar no corpo material, um instrumento cortante lhe divide os tecidos; se os órgãos essenciais à vida são atacados, cessa-lhes o funcionamento e sobrevem a morte, isto é, a do corpo. Não existindo nos corpos fluídicos essa coesão, a vida aí já não repousa no jogo de órgãos especiais e não se podem produzir desordens análogas àquelas. Um instrumento cortante ou outro qualquer penetra num corpo fluídico como se penetrasse numa massa de vapor, sem lhe ocasionar qualquer lesão. Tal a razão por que não podem morrer os corpos dessa espécie e por que os seres fluídicos, designados pelo nome de agêneres, não podem ser mortos.

Após o suplício de Jesus, seu corpo se conservou inerte e sem vida; foi sepultado como o são de ordinário os corpos e todos o puderam ver e tocar. Após a sua ressurreição, quando quis deixar a Terra, não morreu de novo; seu corpo se elevou, desvaneceu e desapareceu, sem deixar qualquer vestígio, prova evidente de que aquele corpo era de natureza diversa da do que pereceu na cruz; donde forçoso é concluir que, se foi possível que Jesus morresse, é que carnal era o seu corpo.

Por virtude das suas propriedades materiais, o corpo carnal é a sede das sensações e das dores físicas, que repercutem no centro sensitivo ou Espírito. Quem sofre não é o corpo, é o Espírito recebendo o contragolpe das lesões ou alterações dos tecidos orgânicos. Num corpo sem Espírito, absolutamente nula é a sensação. Pela mesma razão, o Espírito, sem corpo material, não pode experimentar os sofrimentos, visto que estes resultam da alteração da matéria, donde também forçoso é se conclua que, se Jesus sofreu materialmente, do que não se pode duvidar, é que ele tinha um corpo material de natureza semelhante ao de toda gente.

Aos fatos materiais juntam-se fortíssimas considerações morais.

Se as condições de Jesus, durante a sua vida, fossem as dos seres fluídicos, ele não teria experimentado nem a dor, nem as necessidades do corpo. Supor que assim haja sido é tirar-lhe o mérito da vida de privações e de sofrimentos que escolhera, como exemplo de resignação. Se tudo nele fosse aparente, todos os atos de sua vida, a reiterada predição de sua morte, a cena dolorosa do Jardim das Oliveiras, sua prece a Deus para que lhe afastasse dos lábios o cálice de amarguras, sua paixão, sua agonia, tudo, até ao último brado, no momento de entregar o Espírito, não teria passado de vão simulacro, para enganar com relação à sua natureza e fazer crer num sacrifício ilusório de sua vida, numa comédia indigna de um homem simplesmente honesto, indigna, portanto, e com mais forte razão de um ser tão superior. Numa palavra: ele teria abusado da boa-fé dos seus contemporâneos e da posteridade.

Tais as conseqüências lógicas desse sistema, conseqüências inadmissíveis, porque o rebaixariam moralmente, em vez de o elevarem.

Jesus, pois, teve, como todo homem, um corpo carnal e um corpo fluídico, o que é atestado pelos fenômenos materiais e pelos fenômenos psíquicos que lhe assinalaram a existência.

Não é nova essa idéia sobre a natureza do corpo de Jesus. No quarto século, Apolinário, de Laodicéia, chefe da seita dos apolinaristas, pretendia que Jesus não tomara um corpo como o nosso, mas um corpo impassível, que descera do céu ao seio da santa Virgem e que não nascera dela; que, assim, Jesus não nascera, não sofrera e não morrera, senão em aparência. Os apolinaristas foram anatematizados no concílio de Alexandria, em 360; no de Roma, em 374; e no de Constantinopla, em 381.

Tinham a mesma crença os Docetas (do grego dokein, aparecer), seita numerosa dos Gnósticos, que subsistiu durante os três primeiros séculos.

(*) Kardec acrescenta ao texto o comentário: "Não falamos do mistério da encarnação, com o qual não temos que nos ocupar aqui e que será examinado ulteriormente". Esse tema não chegou a ser tratado por Kardec, que desencarnou no ano seguinte ao da publicação da Gênese.

Trechos do Capítulo XIV  A Gênese - FEB, tradução de Guillon Ribeiro

quarta-feira, 29 de maio de 2013

UM BRAÇO AMIGO


 
Aquela era uma noite como outra qualquer para aquele moço que voltava para casa pelo mesmo roteiro de sempre, há três anos.
Ele seguia tateando com sua bengala para identificar os acidentes do caminho, que eram seus pontos de referência, como todo deficiente visual.
Mas, naquela noite, uma mudança significativa havia acontecido no seu caminho: um pequeno arbusto, que lhe servia de ponto de referência e estava ali pela manhã, fora arrancado.
A rua estava deserta e ele não conseguia mais encontrar o rumo de casa. Andou por algum tempo, e percebeu que havia se afastado bastante da sua rota, pois verificou que estava numa ponte sobre o rio que separa a sua cidade da cidade vizinha.
Era preciso encontrar o caminho de volta. Mas como, sem o auxílio da visão?
Começou a tatear com sua bengala, quando uma voz trêmula de mulher lhe indagou:
- O senhor está encontrando alguma dificuldade?
- Acho que me perdi, respondeu o rapaz.
- Foi o que pensei, comentou a mulher.
- Quer que o acompanhe a algum lugar?
O rapaz lhe deu o endereço e ela, oferecendo-lhe o braço, o conduziu até à porta de casa.
- Não sei como lhe agradecer, falou o moço.
- Eu é que lhe devo um sincero agradecimento, respondeu ela, já com voz firme.
- Não compreendo, retrucou o rapaz.
E a jovem senhora então explicou:
- Há uma semana meu marido me abandonou. Eu estava naquela ponte para me suicidar, pois geralmente àquela hora está deserta. Aí encontrei o senhor tateando sem rumo e mudei de idéia.
A mulher disse boa noite, agradeceu mais uma vez, e desapareceu na rua deserta. 


***

Também, em nossas vidas, talvez tenhamos passado por experiências semelhantes à das personagens dessa história.
Quantas vezes já não sentimos vontade de sumir, de pôr um fim ao sofrimento que nos visita e um braço amigo nos sustentou antes da queda.
Ou, quiçá, já tenhamos nos sentido perdido, sem rumo, sem esperança, e uma voz se fez ouvir e nos indicou uma saída.
Quem já não se sentiu numa situação assim, vivendo ora como o socorro que chega, ora como o socorrido?
Tudo isso nos dá a certeza de que nunca estamos sós.
Alguém invisível vela por nós e nos oferece um braço amigo nas horas de desespero. Ou, então, inspira-nos a oferecer nosso apoio a alguém que está à beira do abismo.
A esse alguém é que alguns chamam anjo da guarda e outros de espíritos protetores. Não importa o nome que lhes demos, importa é que seguem conosco vida afora, sem cansaço.
Pense nisso!
Você costuma olhar ao seu redor, no seu dia-a-dia?
Costuma prestar atenção naqueles que seguem com você pelo mesmo caminho?
Se já tem o hábito e a sensibilidade de se importar com os semelhantes, talvez tenha sido um anjo desses a alguém em desespero.
E se ainda não havia pensado nisso, pense agora. E comece a ser um braço amigo sempre disposto a conduzir alguém com segurança.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 28 de maio de 2013

A PALAVRA SINCERA



Você sabia que a palavra sincera foi criada pelos romanos?
Eles fabricavam certos vasos com uma cera especial tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes.
Em alguns casos era possível distinguir os objetos guardados no interior do vaso
Para um vaso assim, fino e límpido, diziam os romanos:
Como é lindo! Parece até que não tem cera!
Sine cera queria dizer sem cera, uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes.
Com o tempo, o vocábulo sine cera se transformou em sincero e passou a ter um significado relativo ao caráter humano.

* * *

Sincero é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. A pessoa sincera, à semelhança do vaso, deixa ver, através de suas palavras, os nobres sentimentos de seu coração.
Assim, procuremos a virtude da sinceridade em nossos corações. Sim, pois na forma de potencialidade, ela está lá, aguardando o momento em que iremos despertá-la e cultivá-la em nossos dias.
Se buscamos a riqueza do espírito, esculpindo seus valores ao longo do tempo, devemos lembrar da sinceridade, desse revestimento que nos torna mais límpidos, mais delicados.
Por que razão ocultar a verdade, se é a verdade que nos liberta da ignorância?
Por que razão usar disfarces, se cedo ou tarde eles caem e seremos obrigados a enfrentar as consequências funestas da mentira?
Por que razão dissimular, se não desejamos jamais ouvir a dissimulação na voz das pessoas que nos cercam?
Quem luta para ser sincero conquista a confiança de todos, e por consequência seu respeito, seu amor.
Quem é sincero jamais enfrentará a vergonha de ser descoberto em falsidades.
Quem luta pela sinceridade é defensor da verdade do cristo, a verdade que liberta.

* * *

Sejamos sinceros, lembrando sempre que essa virtude é delicada, é respeitosa, jamais nos permitindo atirar a verdade nos rostos alheios como uma rocha cortante.
Sejamos sinceros como educadores de nossos filhos. Primemos pela honestidade ensinando-lhes valores morais, desde cedo, principalmente através de nossos exemplos.
Sejamos sinceros e conquistemos as almas que nos cercam.
Sejamos o vaso finíssimo que permite, a quem o observa, perceber seu rico conteúdo.
Sejamos sinceros, defensores da verdade acima de tudo, e carreguemos conosco não o fardo dos segredos, das malícias, das dissimulações, mas as asas da verdade que nos levarão a voos cada vez mais altos.
Por fim, lembremo-nos do vaso transparente de Roma, e procuremos tornar assim o nosso coração.

Redação do Momento Espírita

segunda-feira, 27 de maio de 2013

NA PRÓPRIA CARNE


Qual o maior direito? Mesmo no estrito âmbito da justiça dos homens, os valores não são todos iguais. Saúde? Família? Respeito? Dignidade? Nenhum destes será importante, dizem os juristas, se não há vida. A vida é, para as criaturas, o maior valor, o maior direito. Consequentemente, em suas leis, o maior crime é aquele que atenta contra a vida.

A questão, feita ao maior responsável pelos valores das sociedades ocidentais, teve outra resposta. Disse aquele homem que, acima de tudo, colocássemos o amor ao que é absolutamente certo, soberanamente justo, perfeitamente bom, situando como consequência natural o amor à porção dessa perfeição máxima que um dia reconheceremos no próximo e em nós mesmos, frutos que somos da mesma árvore, portanto integrantes de uma mesma espécie. Filho de peixe peixinho é e nós, aprendizes de pescadores de essências, deveremos ser capazes de jogar nossas redes novamente e sempre. Com esperança e fidelidade, orienta-nos o professor, a colheita será farta.

A pergunta também foi feita à atriz. Não pela casuística do mundo que exige uma hierarquia de valores para julgar os casos dos indivíduos, não pela astúcia dos homens que montam ciladas à luz para que ela não revele suas sombras. A pergunta lhe foi feita pela doença. Inquirida pela ausência de sua mãe e pela falta que dela sentiu, pelos filhos que não queria que sentissem, questionada pela própria morte, a atriz optou por ambos: pela vida e pelo amor.

No início mais modelo que atriz, ultimamente mais atriz que modelo, com a resposta a atriz passou a ser modelo. Mais modelo que ao pregar a proteção dos refugiados por todo o mundo, mais modelo que ao realizar a proteção dos refugiados em sua própria família. Ali, ela foi modelo como nunca.

Discute-se agora detalhes da cirurgia e também se era a melhor terapêutica. Com todo respeito, pouco importa. O real torna-se insignificante quando o simbólico é eminente. Uma mãe que se amputa como declaração de amor aos filhos, indiretamente à sua própria mãe – e também a outras mulheres com alto risco de câncer – , como declaração de amor à vida, não pode ser reduzida a esses detalhes.

Todos nós temos valores. Um hipotético ser destituído de valores seria tão apagado e inútil quanto um computador que não dispusesse de qualquer programa dentro dele. Estaria morto, mesmo que aparentemente aceso. Assim como serão os programas que darão utilidade a um computador, serão os valores que permitirão a uma criatura avaliar, decidir, pensar. Logo, existir. Esteja alerta.

Até porque a cada um de nós a vida fez ou fará a mesma questão. Outro será o contexto, diversos serão os detalhes, mas todos enfrentaremos decisões delicadíssimas, difíceis. Preste atenção à lição dada pela vida, numa parábola real tão vigorosa como esta, tão inesquecível quanto as outras: em algum momento você também, de alguma forma, será levado a escolher entre sua vaidade, sua identidade, seu próprio corpo, ou a vida e o amor. Esteja preparado.

Talvez também seja preciso cortar na própria carne.
Maurício de Araújo Zomignani

domingo, 26 de maio de 2013

A ORAÇÃO EM FAMÍLIA

É lamentável perceber o esquecimento da oração, em grande número de lares pela Terra inteira.

Mesmo em grupos familiares que se dizem cristãos, falta o aconchego maior com as fontes fecundas de paz em que se converte a oração.

Mais do que pode supor a pessoa que ora, a alma que se liga às faixas luminosas do diálogo com Deus, absorve desse estuário bendito do mundo invisível, as mais profundas dádivas de recursos aptos a sustentá-la nas lides em que se movimenta no planeta.

Esse salutar costume de abrir-se para dizer ao Criador o que se sente, mesmo ciente de que Ele sabe de todas as coisas, converte-se em exercício maduro de autoconhecimento gradual, em exercício de humildade, que eleva e bendiz a criatura.

No campo doméstico, pois, ensine a seus filhos, desde pequeninos, tão logo consigam acompanhar os pais, a entoar as palavras da prece, que, com o tempo irão compreendendo, adicionando seus próprios sentimentos, valendo-se, ao mesmo tempo, dessa norma feliz, como fuga das tormentas em si ou em torno de si, ou como bálsamo medicamentoso em face dos padecimentos físicos e morais que, acaso, lhes esbarre a caminhada terrena.

Ensine-os a não fazer da prece um conjunto de palavras inócuas das quais a sincera compenetração não faça parte.

Mostre-lhes que, por ser valiosa, a prece deve ser entoada ou emitida, em regime de unção íntima, fazendo silêncio no aposento do coração, para que aprenda a ouvir as respostas das alturas, que podem ser imediatas ou nos encontrar pelos caminhos.

Ensine aos seus que a prece não é um instrumento de barganha com a Divindade, num regime de trocas infantil.

A prece é uma forma de comunicação. Quanto mais honesta, mais alta. Quanto mais alta, melhores os seus resultados.

Independente da sua oração diária e íntima, aproveite o encontro de sua família, que seja uma vez por semana, em qualquer dia, em qualquer horário que possam estabelecer para a prece em conjunto, ou para a prática da leitura do Evangelho no lar.

Diante da mesa posta do Evangelho de Jesus, recolherão, você e os seus, os mais sublimes e valiosos recursos da Divindade, para que consigam dar conta dos múltiplos compromissos da presente reencarnação, sem perda de tempo.

Orar é nobre condicionamento, harmonizando-nos com o Infinito...

* * *

A oração no lar constrói em suas cercanias uma redoma protetora, evitando que as naves domésticas sejam invadidas por pensamentos escuros, e por entidades indesejadas.

Saúde espiritual inenarrável costuma penetrar as almas que, no reduto doméstico, se aliam aos benefícios deste diálogo com o Alto.

A prece ao lado de nossos amores fortalece os laços que nos unem, e faz-nos mais fortes e esperançosos perante as realidades difíceis que ainda temos que enfrentar lá fora e em nós mesmos...

do livro Vereda familiar, pelo Espírito Thereza de Brito, psicografia de Raul Teixeira.

sábado, 25 de maio de 2013

A JUSTIÇA E OS DRAMAS HUMANOS

O artigo de um juiz, publicado em jornal de grande circulação, é de causar emoção nas almas mais insensíveis.
Seu artigo diz o seguinte:
“Indaga-me jovem amigo se as sentenças podem ter alma e paixão.
O esquema legal da sentença não proíbe que tenha alma, que nela pulsem vida e emoção, conforme o caso.
Na minha própria vida de juiz senti muitas vezes que era preciso dar sangue e alma às sentenças.
Como devolver, por exemplo, a liberdade a uma mulher grávida, presa porque trazia consigo algumas gramas de maconha, sem penetrar na sua sensibilidade, na sua condição de pessoa humana?
Foi o que tentei fazer ao libertar Edna, uma pobre mulher que estava presa há 8 meses, prestes a dar à luz, com o despacho que a seguir transcrevo:
A acusada é multiplicadamente marginalizada:
Por ser mulher, numa sociedade machista...
Por ser pobre, cujo latifúndio são os sete palmos de terra dos versos imortais do poeta.
Por ser prostituta, desconsiderada pelos homens, mas amada por um Nazareno que certa vez passou por este Mundo.
Por não ter saúde. Por estar grávida, santificada pelo feto que tem dentro de si.
Mulher diante da qual este juiz deveria se ajoelhar numa homenagem à maternidade, porém que, na nossa estrutura social, em vez de estar recebendo cuidados pré-natais, espera pelo filho na cadeia.
É uma dupla liberdade a que concedo neste despacho: liberdade para Edna e liberdade para o filho de Edna que, se do ventre da mãe puder ouvir o som da palavra humana, sinta o calor e o amor da palavra que lhe dirijo, para que venha a este Mundo, com forças para lutar, sofrer e sobreviver.
Quando tanta gente foge da maternidade...
Quando pílulas anticoncepcionais, pagas por instituições estrangeiras, são distribuídas de graça e sem qualquer critério ao povo brasileiro...
Quando milhares de brasileiras, mesmo jovens e sem discernimento, são esterilizadas...
Quando se deve afirmar ao Mundo que os seres têm direito à vida, que é preciso distribuir melhor os bens da Terra e não reduzir os comensais...
Quando, por motivo de conforto ou até mesmo por motivos fúteis, mulheres se privam de gerar, Edna engrandece hoje este Fórum, com o feto que traz dentro de si.
Este juiz renegaria todo o seu credo, rasgaria todos os seus princípios, trairia a memória de sua mãe, se permitisse sair Edna deste Fórum sob prisão.
Saia livre, saia abençoada por Deus...
Saia com seu filho, traga seu filho à luz...
Porque cada choro de uma criança que nasce é a esperança de um Mundo novo, mais fraterno, mais puro, e algum dia cristão...
Expeça-se incontinenti o alvará de soltura.”
O artigo vem assinado pelo Meritíssimo Juiz João Batista Herkenhoff, Livre-docente da Universidade Federal do Espírito Santo.

Ao ler o despacho desse magistrado, a esperança de um Mundo novo e justo se desdobra à nossa frente.
Esperança de um dia as leis humanas se tornarem educativas e não punitivas.
Esperança de ver as sanções proporcionais às faltas cometidas.
Esperança de, num julgamento, ser levado em conta o passado de cada ser, sua infância, as possibilidades que teve de educação, de saúde, de carinho, de afeto.
Enfim, esperança de que a Humanidade atente para as Leis de Deus e nelas baseiem as suas.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

A CHAMA DA ALMA

Havia um rei que apesar de ser muito rico, tinha a fama de ser um grande doador, desapegado de sua riqueza. De uma forma bastante estranha, quanto mais ele doava ao seu povo, auxiliando-o, mais os cofres do seu fabuloso palácio se enchiam.
Um dia, um sábio que estava passando por muitas dificuldades, procurou o rei. Ele queria descobrir qual era o segredo daquele monarca.
Como sábio, ele pensava e não conseguia entender como é que o rei, que não estudava as sagradas escrituras, nem levava uma vida de penitência e renúncia, ao contrário, vivia rodeado de luxo e riquezas, podia não se contaminar com tantas coisas materiais.
Afinal, ele, como sábio, havia renunciado a todos os bens da terra, vivia meditando e estudando e, contudo, se reconhecia com muitas dificuldades na alma. Sentia-se em tormenta. E o rei era virtuoso e amado por todos.
Ao chegar em frente ao rei, perguntou-lhe qual era o segredo de viver daquela forma, e ele lhe respondeu: “Acenda uma lamparina e passe por todas as dependências do palácio e você descobrirá qual é o meu segredo.”
Porém, há uma condição: se você deixar que a chama da lamparina se apague, cairá morto no mesmo instante.
O sábio pegou uma lamparina, acendeu e começou a visitar todas as salas do palácio. Duas horas depois voltou à presença do rei, que lhe perguntou: “Você conseguiu ver todas as minhas riquezas?”
O sábio, que ainda estava tremendo da experiência porque temia perder a vida, se a chama apagasse, respondeu: “Majestade, eu não vi absolutamente nada. Estava tão preocupado em manter acesa a chama da lamparina que só fui passando pelas salas, e não notei nada.”
Com o olhar cheio de misericórdia, o rei contou o seu segredo: “Pois é assim que eu vivo. Tenho toda minha atenção voltada para manter acesa a chama da minha alma que, embora tenha tantas riquezas, elas não me afetam.”
“Tenho a consciência de que sou eu que preciso iluminar meu mundo com minha presença e não o contrário.”
O sábio representa na história as pessoas insatisfeitas, aquelas que dizem que nada lhes sai bem. Vivem irritadas e afirmam ter raiva da vida.
O rei representa as criaturas tranqüilas, ajustadas, confiantes. Criaturas que são candidatas ao triunfo nas atividades que se dedicam. São sempre agradáveis, sociáveis e estimuladoras.
Quando se tornam líderes, são criativas, dignas e enriquecedoras.
Deste último grupo saem os que promovem o desenvolvimento da sociedade, os gênios criadores e os grandes cultivadores da verdade.

Com ligeiras variações, é o lar que responde pela felicidade ou a desgraça da criatura. É o lar que gera pessoas de bem ou os candidatos à perturbação.
É na infância que o espírito encarnado define a sua escala de valores que lhe orientará a vida.
Por tudo isto, o carinho, na infância, o amor e a ternura, ao lado do respeito que merece a criança, são fundamentais para a formação de homens saudáveis, ricos de beleza, de bondade, de amor que influenciam positivamente a sociedade onde vivem.
Em nossas mãos, na condição de pais, repousa a grande decisão: como desejamos que sejam os nossos filhos tranqüilos como o rei ou atormentados como o sábio.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A TUA FÉ TE CUROU

  
Assim como o amor, se encontra em forma latente dentro do nosso ser, a fé está em forma de gérmen em todas as criaturas, independentemente de qual seja sua religião. É, portanto, algo que depende de nosso esforço pessoal para crescer e germinar.

O próprio Cristo nos asseverou: “Podeis fazer o que eu faço e muito mais”, deixando claro que nunca curou ninguém, pois toda cura, ele imputava à fé da pessoa, dizendo: “a tua fé te curou”.

Portanto, somos todos portadores de força interior, muitas vezes desconhecida para nós mesmos. Jesus procurava com sua superioridade espiritual e moral, ajudar as pessoas a despertar em si mesmas essa força já existente em todas as criaturas, independentemente da crença.

Quando o Mestre caminhava para a casa de Jairo para despertar Talita do sono letárgico que a acometia, surgiu no caminho uma mulher que havia doze anos sofria de hemorragia incurável. Por doze anos havia gasto tudo o que tinha com médicos e remédios e não havia sido curada.

Ao ver o Mestre se aproximar, pensou consigo mesma: “Se eu tocar em suas vestes ficarei curada”, e assim, com muita fé e confiança, tocou nas bordas do manto de Jesus. Grande multidão cercava Jesus, que perguntou a Pedro quem o havia tocado, pois sentiu que dele saíra uma virtude, um fluido medicamentoso.

A mulher enferma, ao demonstrar desejo ardente de curar-se, isto é, fé em si mesma, abriu espaço para a cura. O auxílio externo veio de Jesus, mas a cura, em si, decorreu da própria mulher.

É bom que salientemos que é a vontade que aciona o mecanismo da fé. Jesus ao dizer: “A tua fé te curou”, deixou bem claro que não foi Ele quem a curou, mas imputou o resultado a ela, por sua fé.

Jesus sempre transferiu a cura para a própria fé do doente. Embora as religiões coloquem Jesus como milagreiro, Ele foi, no entanto, o maior e melhor psicólogo da alma, que veio despertar nos homens os potenciais latentes em todos os seres.

Temos de entender, portanto, que a fé é uma conquista que não está forçosamente ligada a nenhuma religião. Entretanto, é certo que essa força existente em nosso interior pode ser ativada por vários mecanismos, sendo um deles a religião.

Quando unimos nossa vontade com as forças divinas, essa fé se transforma na chamada fé robusta, que é a nossa vontade potencializada pelas forças advindas de nosso Pai Celestial.

Entretanto, convém não nos esquecermos de que toda realização nobre exige três requisitos fundamentais, a saber: 1) Desejar; 2) Saber desejar; 3) Merecer.

O desenvolvimento da fé é fruto da maturidade pessoal; uns a exteriorizam de forma mais rápida; outros mais lentos, conforme o progresso do livre arbítrio de cada um.

A fé, portanto, não é adquirida pela força da “graça divina”. Ora, se fosse dom, seria privilégio que Deus concede somente a determinadas criaturas. A fé é, isto sim, conquista de cada um de nós.

A fé é importante, mas precisa estar conjugada com a ação. Não é bastante ter fé e ficar aguardando que a solução “caia do céu”; é preciso agir na busca do objetivo. 
 
Artigo de autoria de: Sergito de Souza Cavalcanti.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

UM NOVO ALVORECER

   
Ei, você!
Por que esse olhar triste?
Por que esse desânimo e essa falta de coragem?
Sim, essa falta de coragem de enfrentar os problemas que se acumulam, sem solução?
Acaso você se julga incapaz?
Talvez, especialmente hoje, você tenha a sensação de que não há mais saída...
Que suas forças e seu talento para criar soluções tenham se esgotado.
Ou talvez a vida para você tenha perdido completamente o sentido, e o seu barco esteja à deriva... seguindo conforme o vento.
Se você está se sentindo assim, vamos lhe fazer um convite.
Um convite para que você faça uma pequena viagem para dentro de si e procure, mas procure com muita vontade mesmo, e irá encontrar algo que lhe faça bem.
Ouça o coração de sua mãe, batendo em ritmo calmo enquanto o segura nos braços e canta suave canção de ninar... O regaço materno lhe traz segurança.
Sinta o calor e o conforto do seu berço... do seu lar... a paz do silêncio.
Lembre-se do apoio que o alfabeto lhe trouxe... da luz do conhecimento, da alegria do trabalho.
Observe quantas experiências estão arquivadas em sua intimidade...
Entregue-se ao aconchego das afeições repartidas, dos abraços de ternura, do apoio de um sábio conselho...
Pense que, no mesmo mundo em que você vive, respiraram os heróis de seu ideal, os santos de sua fé, os apóstolos de sua inspiração e as inteligências que lhe traçaram roteiros...
Considere que o Criador não lhe ofereceu o mundo como exílio ou prisão, mas como nobre escola e abrigo bendito, qual divino jardim a pleno céu, banhado de sol durante o dia e enfeitado de estrelas, durante a noite...
Ei, você!
Não deixe que as lágrimas lhe impeçam de ver a grandeza e a beleza de tudo o que existe no mundo que o Criador lhe oferece.
Se hoje existe algum problema que lhe traz inquietação e dor, lembre-se de que outro dia não tardará a surgir, trazendo um novo alvorecer...

* * *

E, se sentir que está difícil sem ajuda, não se acanhe, refugie-se em um lugar tranqüilo e busque o apoio da oração.
Eleve o pensamento
ao Criador e deixe seu coração falar:
Senhor, no recolhimento de minha alma sofrida, venho lhe pedir um pouco de paz, de força e coragem...
Desejo ver o mundo com olhos de amor, confiança e ternura.
Quero ter esperança... Ser feliz como criança, olhar o mundo com fé.
Quero enxergar nas pessoas a luz que cada uma traz em si, como herança Sua.
Desejo acreditar que o mundo tem jeito e que problemas só existem para me ensinar a resolvê-los...
Quero ser alegre, leve e confiante...
Sentir a Sua presença em cada filho Seu e revelar em mim a Sua grandeza divina.
Quero ser hoje melhor do que fui ontem, e amanhã melhor do que hoje...
Senhor, eu desejo um mundo melhor e quero que essa melhoria comece por mim...
Sei que uma onda escura se abateu sobre nosso planeta, e quero me transformar numa estrela para diminuir essa escuridão.
Para isso, Senhor, preciso da Sua ajuda a fim de vencer a incerteza, a falta de fé, a covardia moral...
Se meus passos vacilarem, Senhor, desejo o Seu amparo e a Sua segurança para que eu possa seguir em frente, com confiança e a certeza da Sua presença constante.

* * *

Ei, você!
Aproveite as horas, que ainda restam deste dia, e prepare-se para um novo alvorecer... que não tardará a chegar.

Redação do Momento Espírita.

terça-feira, 21 de maio de 2013

ACALMA-TE

“...a Deus tudo é possível...”
Jesus - MATEUS 19: 26


Seja qual for a perturbação reinante, acalma-te e espera, fazendo o melhor que possas.
Lembra-te de que o Senhor Supremo pede serenidade para exprimir-se com segurança.
A terra que te sustenta o lar é uma faixa de forças tranquilas.
O fruto que te nutre representa um ano inteiro de trabalho silencioso da árvore generosa.
Cada dia que se levanta é convite de Deus para que lhe atendamos à Obra Divina, em nosso próprio favor.
Se te exasperas, não Lhe assimilas o plano.
Se te afeiçoas à gritaria, não Lhe percebes a voz.
Conserva-te, pois, confiante, embora a preço de sacrifício.
Decerto, encontrarás ainda hoje, corações envenenados que destilam irritação e desgosto, medo e fel.
Ainda mesmo que te firam e apedrejem, aquieta-te e abençoa-os com a tua paz.
Os desesperados tornarão à harmonia, os doentes voltarão à saúde, os loucos serão curados, os ingratos espertarão...
É da Lei do Senhor que a luz domine a treva, sem ruído, sem violência.
Recorda-te que toda dor, como toda nuvem, forma-se, ensombra-se e passa...
Se outros gritam e oprimem, espancam e amaldiçoam, acalma-te e espera..
Não olvides a palavra do Mestre quando nos afirmou que a Deus tudo é possível, e, garantindo o teu próprio descanso, refugia-te em Deus.

Chico Xavier - Emmanuel

segunda-feira, 20 de maio de 2013

AFIRMAÇÕES POSITIVAS PARA UMA VIDA SEM ESTRESSE

Eu me liberto de todo medo e hesitação e a vida se torna simples e fácil para mim.
Crio para mim um mundo sem estresse.
Relaxo todos os músculos do pescoço e libero a tensão dos meus ombros.
Inspiro e expiro lentamente, ficando mais relaxado cada vez que respiro.
Sou uma pessoa capaz e posso lidar com qualquer situação que surja.
Sou equilibrado e centrado. Sinto-me mais seguro a cada dia.
Tenho um temperamento calmo e sou emocionalmente equilibrado.
Sinto-me bem comigo mesmo e com as outras pessoas.
Estou seguro ao expressar meus sentimentos. Posso manter a serenidade em qualquer situação.
Tenho um relacionamento fabuloso com os amigos, com os membros da família e colegas de trabalho. Eles todos gostam de mim.
Estou bem com minhas finanças. Sempre posso pagar minhas contas no prazo.
A segurança financeira me deixa tranquilo em relação ao futuro.
Vivo sempre em uma atmosfera de amor em casa ou no trabalho.
Confio em mim para lidar com quaisquer problemas que surjam durante o dia.
Sei que o estresse é apenas medo. Liberto-me agora de todos os medos.
Liberto-me dos meus medos infantis. Sou uma pessoa segura e capaz.
Quando sinto qualquer tensão, lembro-me de relaxar todos os músculos e órgãos do corpo.
Eu me liberto de toda a negatividade que existe em meu corpo e em minha mente.
Estou realizando mudanças positivas em todas as áreas da minha vida.
Tenho força para manter a calma diante das mudanças.
Quero aprender com as dificuldades. Quanto mais aprendo, mais cresço.
Não importa a idade que eu tenha, posso sempre aprender mais, e faço isso com confiança.
Medito regularmente e colho os benefícios desta prática.
Fecho os olhos, tenho pensamentos positivos, inspiro e expiro a bondade.
Tenho força para manter a calma diante das mudanças.


Pense nisso e medite bastante!

Louise Hay

domingo, 19 de maio de 2013

REENCARNAÇÃO DE SUICIDAS

O processo reencarnatório é sempre complexo e fruto de minucioso planejamento. Ao tomarmos conhecimento do nascimento de um novo habitante da superfície terrestre devemos ter a consciência do enorme esforço engendrado não só no plano material, mas também no invisível, para que esse “milagre” seja uma realidade.

As crianças nos demonstram concretamente a confiança de Deus nos seres humanos. Elas são a prova da misericórdia Divina que nos resgata incansávelmente das trevas e suplícios em que nos afogamos repetida e propositadamente.

E, essa mesma misericórdia é a fonte que nos ilumina com a luz morna do dia, que nos invade os olhos infantis curiosos, quando os abrimos pela primeira vez no mundo físico.

Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo;
a tua vara e o teu cajado me consolam. Salmos 23:4

Apesar de um longo e penoso trânsito pela erraticidade os espíritos vítimas de si mesmos, geralmente, não têm condições de presidir a construção de um corpo físico saudável durante seu processo reencarnatório.

A disposição integral dos recursos intelectuais e físicos, amealhados pretéritamente por aqueles filhos de Deus, pode ser necessária ao completo êxito de sua missão terrena. Por isso, a espiritualidade responsável por esses pacientes se empenha no tratamento das suas mazelas, através da medicina astral, mesmo quando são frutos da imprudência e do orgulho.

Assim, eles poderão chegar um pouco melhores à terra, e então, terão, por sua vez, a magnífica oportunidade de retribuir ao Criador tamanha bênção, colaborando com seus contemporâneos em seu progresso como cidadãos.

Uma das causas mais frequentes de debilidade e deformidade do corpo espiritual é a desagregação energética induzida pelo auto-extermínio. As lesões do corpo espiritual são ainda mais severas do que aquelas que desvitalizaram o corpo físico. Não atingem apenas o sistema mental do desencarnado, toda a complexa estrutura perispiritual é comprometida.

Sua delicada tessitura é impregnada pelas energias deletérias que causaram, primariamente, o auto-extermínio e por aquelas que se originaram dele. Os componentes unitários do tormento com que se deparam os suicidas são: Dores intensas, de teor moral e físico, acrescidas do desespero de se encontrar vivo após a morte, revolvidas com o cimento da culpa.

Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes. Mateus 25:30

E sentindo-se servos inúteis reconhecem a justiça de seu tormento imediatamente após o desenlace traumático do corpo físico. Entretanto, a falta de equilíbrio que os caracterizou em vida, os persegue no além túmulo. Crises subintrantes de arrependimento e desespero se sucedem, como se fossem continuar indefinidamente.

Não dispõem de recursos íntimos para atenuarem esse estado de dentro para fora. A prece é impronunciável para eles, sem que entendam o porque dessa afasia seletiva. É, na realidade, a autopunição que se segue à culpa demolidora.

Querem, e cultivam a dor por ilusão da purificação. Assim o fizeram por milênios e, assim, se conduzem quase que reflexamente.

Interromper esse processo depende de uma fagulha de esperança em seus corações petrificados. Fagulha insignificante, mas perceptível aos benfeitores do além, que nesse momento crítico, de olhar hesitante e frágil voltado para os céus, os acodem e recolhem às instituições caridosas do invisível.

Esse é apenas o primeiro passo em direção á reencarnação libertadora e reconstrutora. Muitos serão necessários.

Os abnegados servidores do cristo que os acolheram, oferecem a eles os medicamentos espirituais mais avançados. Todos eles repletos de um principio ativo que se habituaram a negligenciar em suas numerosas existências físicas pregressas.

É o amor temperado com energias de diferentes ordens, mas também sublimes e retificadoras em sua essência.

Os amigos encarnados atuam expressivamente nesse processo, fornecendo a matéria mais densa para que os cirurgiões do espaço refaçam a delicada anatomia do corpo astral desses pobres desvalidos.

Suturas, drenagens, condutoplastias, inúmeros procedimentos são executados para a melhor recuperação possível de pacientes tão especiais.

Uma vez que se encontrem anatomicamente recuperados (relativamente) serão guiados aos estudos. Não é um processo rápido. A formação de que necessitam é longa, didática e transformadora.

Nas aterradoras crises de confiança são restabelecidos pela doação de energia salutar dos seus colegas em melhores condições.

Começam a se doar uns aos outros, aos próximos bem próximos. Em um momento socorrem e no seguinte são socorridos. Estão ainda em uma montanha russa íntima. No seu ápice acumulam forças para enfrentarem os vales.

Aos poucos estudam suas existências anteriores e os motivos que os levaram ao desespero. Isso é oferecido a eles de uma forma tal que possam se distanciar o suficiente para que entendam e relembrem da dor, sem serem cegados e confundidos por ela.

Com esse método podem identificar mecanismos de defesa impróprios e padrões de comportamento com tendência à recorrência.

Quando conseguem elaborar, ou melhor, metabolizar seu passado são transferidos às escolas gerais. Necessitam do convívio com todos os outros espíritos. Nesta fase já podem ajudar necessitados de outros matizes.

Trabalham em funções diversas, sempre iniciando pelas mais simples. São felizes por terem a oportunidade de realizar pequenas obras. Não são cobrados para erigirem grandes monumentos, pois para muitos deles o orgulho e o poder foram a passarela condutora à derrocada.

Décadas eles despendem nessas escolas, e o tempo todo, são ajudados, escorados, impulsionados pelo amor dos benfeitores espirituais. Muitos são pais, mães, filhos de outras épocas.

A maioria, entretanto, são os seus inimigos do passado, já refeitos dos vícios morais mais limitantes, que hoje agradecem a possibilidade de resgatarem seus débitos cármicos no trabalho junto aos, transitoriamente, mais frágeis.

Ao mesmo tempo em que se recuperam auxiliam no progresso de seus educadores.

O treinamento prossegue, posteriormente, em frentes de trabalho mais densas e perigosas, verdadeiros testes de fidelidade em relação aos exércitos do Cristo. Aprendem a amar o diferente, o ignorante e o demente. Vêem nestes irmãos o reflexo de seu passado recente.

A última fase preparatória para a reencarnação dos antigos suicidas é a elaboração do projeto reencarnatório. Por mais que tenham obtido algum grau de recuperação da anatomia de seu corpo espiritual, as lesões que a essa estrutura foram impostas pela auto-agressão ainda serão máculas indeléveis no plano espiritual.

Mesmo que sejam imperceptíveis aos olhos dos próprios portadores elas carrearão, necessariamente, ao corpo físico as mensagens de alerta de um passado que não deve ser revivido.

Serão limitações congênitas de graus variáveis, doenças crônicas severas com crises intermitentes e curtos períodos de acalmia. Insuficiências orgânicas diversas e possivelmente múltiplas.

Essas doenças graves os açoitarão, na vida física, relembrando-os dos compromissos assumidos e, também, cumprindo o papel de verdadeiros exaustores biológicos na drenagem das energias perniciosas e densas de uma qualidade tal que apenas podem ser expurgadas no trânsito pela matéria.

O amor vivido em sua plenitude os livrará das dores inúteis. Aquelas necessárias foram discutidas durante a sua preparação pré-encarnatória e devem ser vividas resignadamente, mesmo quando extremamente dolorosas. A luta pela vida é o exercício diário necessário para que desenvolvam os meios de evitarem novas quedas.

Os amigos espirituais os acompanharão em toda a sua existência física, oferecerão o suporte e consolo diante das suas fraquezas. E a cada obstáculo que venham a superar, mais fortes se encontrarão.

Não mais suicidas serão, mas, ex-suicidas, dispostos ao trabalho retificador em prol do seu próprio progresso. Serão, também, luzes nos rodapés dos longos e tortuosos corredores da existência infeliz de seus semelhantes, daqueles ainda cegos à luz redentora do Cristo.

Giselle Fachetti Machado