quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

A ENERGIA DOS PENSAMENTOS


Frequentemente ouvimos comentários de que a inveja causou isso ou aquilo, será que estaríamos exagerando? Até que ponto nossos pensamentos podem influenciar a nós ou ao outro?
O Sr. Masaru Emoto[1] que fez experiências com a água, submetendo-a ao pensamento humano; os experimentos de Emoto consistem em expor água a diferentes palavras, imagens ou música, e então congelá-la e examinar a aparência do cristal de água sob um microscópio; contrariando a sabedoria dominante na ciência, a água respondeu a essas expressões. As águas com mensagens positivas formou belos cristais, a com mensagens negativas, os cristais ficaram deformados. Como consequência pesquisadores científicos estão em atividade, repetindo o experimento. O que une toda a humanidade, toda a forma de vida, é a água. É bom  levar em conta que  70% a 90% de nossos corpos são água.
Bill Tiller chefe do departamento de Ciências dos Materiais em Stanford, há décadas elabora experiências para verificar se as intenções humanas podem afetar os sistemas físicos. Para isso construiu um DERI ; Trata-se de uma caixa simples com uns diodos, um oscilador, uma memória programável, alguns resistores e capacitores.
A caixa foi colocada em um local, e ao seu redor foram colocados quatro médiuns. Eles entraram em estado de meditação profunda, concentrando suas energias para a água. O objetivo é influenciar um experimento-alvo, especifico: aumentar ou diminuir , o pH da água ; aumentar a atividade termodinâmica de uma enzima hepática.
Simplificando: Os quatro médiuns se concentram em uma caixa eletrônica simples e desejam algo como: Mudar o pH da água que ali contem. Os testes foram feitos por quatro meses, usando “caixas” diferentes a cada mês. Resultado: O pH da água mudou em todas as tentativas, a probabilidade das mudanças terem ocorrido naturalmente era de menos 1 para 1000; Tiler afirma que se o pH do seu corpo mudar em uma unidade, você morre.[2] 
O pesquisador Vilayanur Ramachandran[3] descobriu uma espécie de gatilho cerebral capaz de disparar o sentimento de religiosidade. Testes feitos inicialmente em pacientes epiléticos mostraram que certas palavras relacionadas à religião, como Deus, fé ou Jesus, induziam um frenesi de atividades eletromagnéticas na parte direita do lobo temporal. É a mesma região ativada na experiência com os médiuns. Curiosamente, não houve respostas na mesma área quando foram mencionadas palavras que conduzem a outros estímulos, como sexo e violência.
O Dr. Jeff Levin[4], pesquisador do National Institute for Healthcare Research, autor do Livro “Deus, Fé e Saúde”, realiza estudo científico de como fatores espirituais previnem a incidência de enfermidades em determinadas regiões e a mortalidade, e promovem a saúde e o bem-estar - estabelecendo o relacionamento existente entre ciência, medicina e espiritualidade.
Entre vários exemplos pode-se citar que pacientes internados em UTI coronariana por meio de estudo duplo-cego[5], aleatorizado, com dois grupos paralelos, que receberam ou não prece.
Resultado: o grupo que recebeu prece (por 28 dias) obteve melhores escores de evolução na UTI coronariana do que os que não receberam; não houve diferença na duração da hospitalização entre os dois grupos.[6]
O pensamento é energia que constrói imagens que se consolidam em torno de nós. Impressas no subconsciente elas formam um campo de representações de nossas ideias, portanto conclui-se que nossos pensamentos interferem sim em nosso organismo e nos de outros e podemos os usar tanto para o bem quanto para o mal.
“O pensamento é energia que expressa nossos desejos. Somos sensibilizados por estímulos  externos que desencadeiam percepções cerebrais de vários matizes. As cores, os sons, os sabores ou os afetos geram em nós sensações que despertam desejos, criam ideias e organizam pensamentos que expressamos pela linguagem. Esta experiência sensorial nos permitiu desenvolver reflexos, hábitos, instintos, automatismos, discernimento, raciocínio e, finalmente, a  inteligência e a consciência de si mesmo num processo evolutivo do ser unicelular ao homem com seus bilhões de neurônios. Por efeito das vibrações que emitimos ao pensar, estamos obrigatoriamente ligados, por sintonia mental, à todas as criaturas que no mundo inteiro pensam como nós.[...] Somos livres para pensar e induzir aos outros a pensarem como nós. Porém, somos escravos  das ideias que fixamos para nós mesmos e das sugestões que nos  incomodam.” [7]


[1] Masaru Emoto,  fotógrafo e autor do livro “Mensagens das Aguas”.
[2]  Informações referenciadas do livro “Quem Somos Nós” de William Arntz,. Cap. ”O Domínio da Mente Sobre a Matéria” Tradução: Doralice Lima. Ed.Pretígio.Rio de Janeiro.2005
[3] Vilayanur Ramachandran Subramanian (1951), Neurocientista e professor do departamento de psicologia e neurociências  da universidade  da Califórnia.
[4]Epidemiologista social formado em religião, sociologia, saúde pública, medicina preventiva e gerontologia na Universidade Duke, na Universidade da Carolina do Norte, na Divisão Médica da Universidade do Texas e na Universidade de Michigan.
[5]Termo médico Duplo-cego: nem o paciente, nem quem realiza as pesquisas sabem quem está recebendo a prece; reduz vieses de interpretação dos resultados  e evita o efeito placebo.
[6]Informação proveniente de http://poderdaprece.tripod.com/estudo.html
[7]FACURE, Nubor Orlando.  A CONQUISTA DO CORPO E DA MENTE - in Jornal Espírita. Julho. 2004

Texto de Marcos Paterra (João Pessoa/PB)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

ALIENAÇÃO INFANTO-JUVENIL E EDUCAÇÃO


O surto das alienações mentais infanto-juvenil, num crescendo assustador, deve reunir-nos todos em torno do problema urgente, a fim de que sejam tomadas as providências saneadoras dessa cruel pandemia.
Nas sórdidas favelas, onde os fatores criminógenos se desenvolvem com facilidade e morbidez; nos agrupamentos escolares, nos quais enxameiam os problemas de relacionamento sem ética, sem estruturação moral; nas famílias em desagregação por distonias emocionais dos pais, egoístas e arbitrários; nas ruas e praças desportivas, em razão da indiferença dos adultos e dos exemplos perniciosos por eles praticados, as drogas, o sexo, a violência, induzem crianças e jovens ao martírio da alienação mental e do suicídio.
Desarmados, quanto indesejados, passam pelas avenidas do mundo esses seres desamparados, objeto de promoção de homens ambiciosos e sem escrúpulos, que deles fazem bandeira de auto-promoção e sensibilização das massas, esquecendo-os logo depois de atingidas as metas que perseguem.
Pululam, também, essas vítimas das atuais desvairadas cultura e tecnologia, nos lares ricos e confortáveis de onde o amor se evadiu, substituído pela indiferença e permissividade com que compensam o dever, enganando a floração infantil que emurchece com as terríveis decepções antes do tempo.
Ao lado de todos esses fatores psicossociais, econômicos e morais, destacam-se os espirituais, que decorrem dos vínculos reencarnacionistas que  imanam esses Espíritos em recomeço àqueloutros que lhes sofreram danos, prejuízos e acerbas aflições  pretéritas, de que não se liberaram.
As disciplinas que estudam a psique, seguramente, penetram na anterioridade do ser ao berço,  identificando, na reencarnação, os mecanismos desencadeadores das alienações, seja através dos processos orgânicos e psíquicos ou mediante os conúbios obsessivos.
A obsessão irrompe em toda parte, na condição de chaga aberta no organismo social, convidando as mentes humanas à reflexão.
Desatentos e irrequietos, os homens avançam sem rumo, distanciados ainda de responsabilidade e  valores morais.
Urge que a educação assuma o seu papel no  organismo social da Terra sofrida destes dias. Educação, porém, no seu sentido profundo, integral, de conhecimento, experiência, hábitos e fé racional. Estruturando o homem nos seus equipamentos de Espírito, perispírito e corpo, nele fixando os valores éticos de cuja utilização se enriqueça, conscientizando-se da sua realidade externa e vivendo de forma consentânea com as finalidades da  existência terrena, que o levará de retorno à Pátria de origem em clima de paz.
Não se pode lograr êxito, na área da saúde mental como na da felicidade humana, utilizando-se um comportamento que estuda os efeitos sem remontar às causas, erradicando-as em definitivo. 
Para tanto, é fundamental que o lar se transforme num santuário e a escola dê o prosseguimento nobre à estrutura familiar, preparando o educando para a vida social.
Herdeiros de guerras cruéis, remotas e recentes, de crimes contra a Humanidade e o indivíduo, os reencarnantes atuais estão atados a penosas dívidas, que o amor e o Evangelho devem resgatar, alterando o comportamento da família e da sociedade, assim poupando o futuro de danos inimagináveis.
Tarefa superior, a da educação consciente e  responsável.
Nesse sentido, o conhecimento do Espiritismo, que leva o homem a uma vivência coerente com a  dignidade, é a terapia preventiva como curadora para os males que ora afligem a quase todos e, em  especial, estiolando a vida infanto-juvenil que surge, risonha, sendo jogada nas tribulações e misérias para as quais ainda não se encontra preparada, nem tem condições de compreender, assumindo, antes do  tempo, comportamentos adultos, alucinados e infelizes.
Voltemo-nos para a infância e a juventude e   leguemo-lhes segurança moral e amor, mediante os exemplos de equilíbrio e de paz, indispensáveis à felicidade deles e de todos nós, herdeiros que somos das próprias ações. 

Extraído do livro SOS Família, ditado por Benedita Fernandes,
psicografia de Divaldo Franco, p. 87

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

A VERDADEIRA PAZ

Certa vez, houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.Ficaram, dentre muitos, três finalistas igualmente empatados.
O primeiro retratava uma imensa pastagem, com lindas flores e borboletas que bailavam no ar, acariciadas por uma brisa suave.
O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve, em meio ao azul anil do céu.
O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar, em meio a uma tempestade estrondosa e cheia de relâmpagos.
Para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.
Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos questionaram o juiz que deu o voto de desempate:
Como este quadro tão violento pode representar a paz, sr. Juiz?
E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:
Vocês repararam que, em meio à violência das ondas e à tempestade, há numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?
E os pintores sem entender responderam: Sim, mas...
Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:
Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que, mesmo nos momentos mais difíceis, nos permite repousar tranquilos.

Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de entender.
Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.
Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro, que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.
A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove. E também pode acontecer o contrário: tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.
A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.
É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correção.
Sendo assim, concluiremos que a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será conquista individual de cada criatura, portas adentro da sua intimidade.

Um dia, A paz vestiu-se de Homem e conviveu com a Humanidade sofredora e aflita.
Conservava-Se em paz mesmo diante das situações mais turbulentas e assustadoras.
Agredido, manteve-Se sereno.
Caluniado, exemplificou tranquilidade.
Diante da tempestade no mar, pediu calma.
Pregado na cruz, permaneceu em paz.
Todavia, antes de partir teve ensejo de dizer:
A minha paz vos deixo, como exemplo.
A minha paz vos dou, como modelo a ser copiado.


Redação do Momento Espírita

ANIVERSÁRIO DE 76 ANOS DA SOC.ESPÍRITA SEBASTIÃO LEÃO

A Sociedade Espírita Beneficente Sebastião Leão,  lar de luz e amor que nos foi concedido por Deus, está completando 76 anos de profícua e abençoada existência, ao longo dos quais vem beneficiando moral e espiritualmente a comunidade do vale do sinos.
Jubilosos por fazermos parte da história da S.E.B.S.L., agradeçamos a Jesus, por nos ensinar e exemplificar o caminho para o Pai, e aos amigos espirituais, pela presença, amparo e orientação constantes.
Agradeçamos, também, aos pioneiros e colaboradores já no plano espiritual, nomes conhecidos e lembrados como Arlindo, Domingos, Iork, e outros muitos que se perderam no anonimato.
E nós, que atualmente temos a honra e a alegria de colaborar nos serviços doutrinários, assistenciais ou administrativos desta Casa, empenhemo-nos a cada dia, para que ela continue representando, de maneira legítima, os ideais superiores do Espiritismo e do Evangelho em terras do vale do sinos e prossiga desfrutando da mesma respeitabilidade, confiança e proteção espiritual que, aqui ou no Além, até hoje tem merecido.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

TRAGÉDIAS COLETIVAS: POR QUÊ?

Suely Caldas Schubert
A dolorosa ocorrência da queda do avião da TAM, que ia de São Paulo para o Rio, causando a morte de quase cem pessoas, traz novamente, de forma mais intensa e angustiosa a pergunta: por quê? por que acontecem essas tragédias coletivas? Outras indagações acorrem à mente: por que alguns foram salvos, desistindo da viagem ou chegando atrasados ao aeroporto? Por que alguns foram poupados e outros receberam o impacto da queda do avião em suas casas ou na rua?
Somente o Espiritismo tem as respostas lógicas, profundas e claras que explicam, esclarecem e, por via de conseqüência, consolam os corações humanos.
Para a imensa maioria das criaturas essas provas coletivas constituem um enigma insolúvel pois desconhecem os mecanismos da Justiça Divina, que traz no seu âmago a lei de causa e efeito.
Ante tragédias como essa mais recente, ou como outras de triste memória: o incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo; o incêndio no circo em Niterói; outros desastres de avião; terremotos; inundações; enfim, diante desses dramáticos episódios a fé arrefece, torna-se vacilante e, não raro, surge a revolta, o desespero, a descrença. Menciona-se que Deus castiga violentamente ou que pouco se importa com os sofrimentos da Humanidade. Chega-se ao ponto de comparar-se o Criador a um pai terreno e, nesse confronto, este sair ganhando pois zela pelos seus filhos e quer o melhor para eles, enquanto que Deus...
O Codificador do Espiritismo interrogou os Espíritos Superiores quanto às provas coletivas, no item intitulado Flagelos Destruidores, conforme vemos em "O Livro dos Espíritos", nas questões 737 a 741, que recomendamos ao atencioso leitor.
Nos últimos tempos a Espiritualidade Amiga tem-se pronunciado a respeito das provações coletivas, conforme comentaremos a seguir.
Exatamente no dia 17 de dezembro de 1961, em Niterói (RJ), ocorre espantosa tragédia num circo apinhado de crianças e adultos que procuravam passar uma tarde alegre, envolvidos pela magia dos palhaços, trapezistas, malabaristas e domadores com os animais. Subitamente irrompe um incêndio que atinge proporções devastadoras em poucos minutos, ferindo e matando centenas de pessoas, queimadas, asfixiadas pela fumaça ou pisoteadas pela multidão em desespero.
Essa dramática ocorrência, que comoveu o povo brasileiro, motivou a Espiritualidade Maior a trazer minucioso esclarecimento, conforme narrativa do Espírito Humberto de Campos, inserida no livro "Cartas e Crônicas" (ed. FEB), cap. 6.
Narra o querido cronista espiritual que no ano de 177, em Lião, no sopé de uma encosta mais tarde conhecida como colina de Fourvière, improvisara-se grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. Por isto a matança destes era constante e terrível. Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.
Inventavam-se novos suplícios. Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.
Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador. As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.
Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. Foi quando uma voz lembrou: -"Cristãos às feras!" Todos aplaudiram a idéia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. Todos gargalhavam imaginando a cena. O plano foi posto em ação. E no dia seguinte, conforme narra Humberto de Campos, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.
Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia do circo, em Niterói.
Uma outra tragédia também mereceu dos Benfeitores Espirituais vários esclarecimentos.
Por ocasião do incêndio do Edifício Joelma, em São Paulo, ocorrido no dia lº de fevereiro de 1974, o médium Francisco Cândido Xavier, em seu lar, em Uberaba (MG), ouvindo a notícia pelo rádio, reuniu-se em prece com quatro amigos, solicitando auxílio dos Benfeitores Espirituais para as vitimas .
Atendendo ao apelo apresenta-se o Mentor Espiritual Emmanuel e escreve, através do médium, comovedora prece inserida no livro "Diálogo dos Vivos".*
Dias depois, em reunião pública, na qual estavam presentes alguns familiares de vítimas do incêndio do Joelma, os poetas Cyro Costa e Cornélio Pires (Espíritos) manifestaram-se pela psicografia, ditando ao médium sonetos referentes à tragédia.
O soneto de Cyro Costa traz uma dedicatória e o transcrevemos, tal como está, no citado livro "Diálogo dos Vivos" (cap. 26, pág. 150):

Luz nas chamas

Cyro Costa
(Homenagem aos companheiros desencarnados no incêndio ocorrido na capital de São Paulo a 1º de fevereiro de 1974, em resgate dos derradeiros resquícios de culpa que ainda traziam na própria alma, remanescentes de compromissos adquiridos em guerra das Cruzadas.)
Fogo!... Amplia-se a voz no assombro em que se espalha.
Gritos, alterações... O tumulto domina.
No templo do progresso, em garbos de oficina,
O coração se agita, a vida se estraçalha.

Tanto fogo a luzir é mística fornalha
E a presença da dor reflete a lei divina.
Onde a fé se mantém, a prece descortina
O passado remoto em longínqua batalha...

Varrem com fogo e pranto as sombras de outras eras
Combatentes da Cruz em provações austeras,
Conquanto heróis do mundo, honrando os tempos idos.

Na Terra o sofrimento, a angústia, a cinza, a escória...
Mas ouvem-se no Além os hinos de vitória
Das Milícias do Céu saudando os redimidos.

Tecendo comentários sobre o soneto de Cyro Costa, Herculano Pires (no livro retrocitado),
pondera que somente a reencarnação pode explicar a ocorrência trágica. Segundo o poeta as dívidas remontavam ao tempo das Cruzadas. Estas foram realizadas entre os séculos XI e XIII e eram guerras extremamente cruéis com a agravante de terem sido praticadas em nome da fé cristã. Os historiadores relatam atos terríveis, crimes hediondos, chacinas vitimando adultos e crianças. Os débitos contraídos foram de tal gravidade que os resgates ocorreram a longo prazo. Tal como o do circo em Niterói. O que denota a Bondade Divina que permite ao infrator o parcelamento da dívida, pois não haveria condição de quitá-la de uma só vez.
Vejamos agora o outro soneto (cap. 27, pág. 155):

Incêndio em São Paulo

CORNÉLIO PIRES
Céu de São Paulo... O dia recomeça...
O povo bom na rua lida e passa...
Nisso, aparece um rolo de fumaça
E o fogo para cima se arremessa.

A morte inesperada age possessa,
E enquanto ruge, espanca ou despedaça,
A Terra unida ao Céu a que se enlaça
É salvação e amor, servindo à pressa...

A cidade magoada e enternecida
É socorro chorando a despedida,
Trazendo o coração triste e deserto...

Mas vejo, em prece, além do povo aflito,
Braços de amor que chegam do Infinito
E caminhos de luz no céu aberto...

A idéia de que um ente querido tenha cometido crimes tão bárbaros às vezes não é bem aceita e muitos se revoltam diante dessas explicações, mas, conhecendo-se um pouco mais acerca do estágio evolutivo da Humanidade terrestre e do quanto é passageira e impermanente a vida humana, a compreensão se amplia e aceitam-se de forma mais resignada os desígnios do Criador. Por outro lado, que outra explicação atenderia melhor às nossas angustiosas indagações?
Estas orientações do Plano Maior sobre as provações coletivas expressam, é óbvio, o que ocorre igualmente no carma individual. Todavia, é compreensível que muitos indaguem como seria feita a aproximação dessas pessoas envolvidas em delitos no passado. A literatura espírita, especialmente a mediúnica, tem trazido apreciáveis esclarecimentos sobre essa irresistível aproximação que une os seres afins, quando envolvidos em comprometimentos graves. A culpa, insculpida na consciência, promove a necessidade da reparação.
O Codificador leciona de forma admirável a respeito das expiações, em "O Céu e o Inferno" (Ed. FEB), cap. 7 - As penas futuras segundo o Espiritismo. Esclarece que "o Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem".
Assim - expressa Kardec -, as condições para apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: arrependimento, expiação e reparação.
"O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa.
Este o notável Código penal da vida futura, que tem 33 itens e que apresenta no último o seguinte resumo, em três princípios:
"lº O sofrimento é inerente à imperfeição.
2º Toda imperfeição, assim como toda falta dela promanada, traz consigo o próprio castigo nas conseqüências naturais e inevitáveis: assim, a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo.
3º Podendo todo homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode igualmente anular os males consecutivos e assegurar a felicidade futura.

A cada um segundo as suas obras, no Céu como na Terra: - tal é a lei da Justiça Divina."
___________
* XAVIER, Francisco Cândido e PIRES, J. Herculano. Espíritos Diversos, cap. 25, p. 145, 1ª ed. da GEEM, São Bernardo do Campo (SP) - 1974. (Transcrita na página seguinte.)
REFORMADOR - FEVEREIRO de 1997

domingo, 27 de janeiro de 2013

VALORIZAÇÃO PERNICIOSA



               Infelizmente temos visto, especialmente pelos meios virtuais, uma supervalorização de aspectos perfeitamente dispensáveis da divulgação espírita. São ataques e críticas a médiuns e pessoas, a instituições, a ideias e uma atenção muito especial para aspectos sombrios e negativos de nossa condição humana, com toda a gama de imperfeição que carregamos, desfocando o objetivo principal do Espiritismo: exatamente nossa melhora moral.
               Fico perguntando por que dar tanto valor a quem está equivocado – aprendamos a respeitar os estágios e degraus de cada um no entendimento da proposta espírita – e tenta a todo custo denegrir médiuns e ideias, esquecendo que nosso compromisso principal é destacar os caminhos do progresso e da evolução.
               Claro que ninguém está pregando aqui a omissão ou a indiferença aos descaminhos que se multiplicam diariamente por ausência de conhecimento doutrinário, com práticas distorcidas e distantes do Espiritismo. É preciso, lógico, esclarecer as coisas. Só que o que está ocorrendo é que na ânsia de esclarecer estamos virando combatentes uns dos outros, esquecendo o objetivo primordial da presença do Espiritismo no planeta, que é exatamente, repetimos, nossa evolução moral.
               Com a energia despendida em combater, perdemos o foco, e nos perdemos na prática salutar de atividades que motivem a criatura humana a despertar das carências próprias que todos carregamos. Saturados da prepotência e da vaidade – erro singular – de nos considerarmos dominadores e sábios nesse ou naquele setor da vasta e inesgotável literatura espírita, iludimo-nos com suposta sabedoria que denigre e ataca companheiros que, certos ou errados, não nos cabe julgar. Afinal o tempo colocará cada um de nós no seu devido lugar.
               Já se sabe que cada um responderá pelo que faz. Não temos que ficar respondendo pelos outros ou tentando diminuir esforços alheios. Os degraus de amadurecimento são muito variados em tamanho, espessura, dimensão e tempo de permanência em cada um deles. Devemos, isso sim, aprender com a experiência alheia, ao invés dos exaustivos combates. Estamos transformando o movimento espírita numa guerra sem fundamentos.
               Nosso compromisso é com o Espiritismo e não com ideias que não lhe dizem respeito. Se outros adotam tais posturas, o problema não é nosso, é deles, que aprenderão com as próprias experiências. Nosso dever é respeitar o Espiritismo por meio do movimento que o representa e mais, particularmente, com as instituições em que participamos.
               Por outro lado, para mudar esse estado lamentável de ocorrências, não nos omitamos. Coloquemos nosso esforço no movimento espírita com palestras esclarecedoras e principalmente libertadoras, ao invés de criarmos condicionamentos perfeitamente dispensáveis.
               Muitas inserções na prática espírita são incoerentes com o conteúdo doutrinário do Espiritismo, por ausência de reflexão sadia. Daí a necessidade de valorizar os clássicos da literatura espírita, estes sim capazes do esclarecimento que norteia. Uns surgem com a descabida teoria do Kardec ultrapassado, outros querem inserir práticas estranhas, outros sofrem de inveja e ciúme com o destaque alheio, outros ficam a atacar médiuns e pessoas. Para quê? A que isso levará?  
               Isso tudo é muito pernicioso pois rouba o tempo que deveria ser dedicado ao esclarecimento saudável e ao socorro à imensa gama de necessidades humanas. Desviar tais esforços pode ser classificado de crime lesa-humanidade pois que ele representa autêntica falta de caridade. Pernicioso porque semeia inverdades, cultiva vaidades, faz escolas despreparadas e vaidosas, combatentes por orgulho, e impede ou adia a instalação do reino de paz e amor desejada pelo Mestre da humanidade. Nosso dever é com o bem!
               Por oportuno à abordagem, selecionei algumas frases de Emmanuel, retiradas de seu fabuloso Vinha de luz, edição FEB:
a)      “(...) Quem ama, compreende; e quem compreende, trabalha pelo mundo melhor.” (último parágrafo do capítulo 5);
b)      “(...) Não roubes o pão da vida; procura multiplicá-lo.” (idem, capítulo 6);
c)      “(...) a marca do Cristo é, fundamentalmente, aquela do sacrifício de si mesmo para o bem de todos.” (idem, capítulo 8);
E, finalmente, para concluir: “(...) Todos podem transmitir recados espirituais, doutrinar irmãos e investigar a fenomenologia, mas para imantar corações em Jesus Cristo é indispensável sejamos fiéis servidores do bem, trazendo o cérebro repleto de inspiração superior e o coração inflamado na fé viva. (...)”.
Tratemos, pois, de colocar à disposição do público o manjar agradável e salutar dos clássicos do Espiritismo, do conhecimento genuíno apresentado pela Codificação, ao invés de fomentarmos o veneno da discórdia e da vaidade, infrutíferas por si mesmas.
Afinal o que desejamos? A prisão das imperfeições morais, a ilusão das conquistas subjetivas ou a liberdade do conhecimento que esclarece?  É para pensar...


Orson Peter Carrara (Matão/SP)

sábado, 26 de janeiro de 2013

SÚPLICAS INDEVIDAS


Temos observado, de forma regular, o comportamento de pessoas, quando necessitam pedir ajuda e, por vezes, temos nos surpreendido com algumas reações.

Assim foi há alguns dias, quando uma adolescente, na saída do colégio, contou as moedas que portava e constatou que não eram suficientes para o que desejava.

Virou-se, de maneira brusca, e pediu a um rapaz que transitava pela rua para que lhe completasse a quantia.

Fosse porque ele não entendesse a questão ou porque a rudeza do gesto o surpreendesse, o jovem desviou-se da garota e seguiu o seu caminho.

Ela o seguiu, zangada, puxou-o pelo braço e passou a lhe dirigir palavras agressivas, recheadas de rancor e desrespeito:

Você é surdo? Não entende o meu drama? Se estou pedindo é porque preciso e você tem que me dar.

Ante a cena inusitada, passamos a refletir se não temos nos portado de forma semelhante, quando nos dirigimos a Deus.

Alguns, ao dirigirmos as nossas súplicas ao Pai, o fazemos com certa arrogância, exigindo que Ele nos ouça e nos atenda, esquecidos de que Seu amor a todos envolve e que cada qual recebe o de que tem necessidade.

Outros, optamos por tentativas de negociação com o Criador, como se Ele dependesse de nós e não nós da Sua proteção e misericórdia.

Dessa forma, pedimos o de que carecemos, seja saúde, emprego, afeto, afirmando que, se formos atendidos, abandonaremos os vícios de que somos portadores.

Novamente não nos damos conta de que libertarmo-nos das paixões inferiores é benefício próprio.

Ou então dizemos que, atendidos, haveremos de prestar socorro aos mais pobres e doentes, olvidando que fazer o bem beneficia a quem o pratica.

E atender o irmão em necessidade é dever que nos compete.

Assim agimos, desconsiderando as lições do Mestre Nazareno que estabeleceu: tudo que pedirdes ao Pai, em Meu nome, Ele vos dará.

Ora, para pedir em nome do Cristo, necessário se faz proceder como se Ele suplicasse. E não se pode conceber Jesus a exigir do Pai, ou impor condições.

Pelo contrário, no episódio do Horto das Oliveiras, Ele deixa claro que o Pai O atenda, se for da Divina vontade e encerra com a frase:

Cumpra-se em tudo a Tua vontade e não a Minha.


Aprendamos com quem Se evidenciou como o Caminho da Verdade e da Vida. Com o Divino Pastor que Se apresentou como manso e humilde de coração.

Dirijamo-nos ao Pai com a humildade do Espírito que se reconhece devedor e carente de aprendizado. De quem padece dores e almeja o alívio, mesmo que se faça por período breve.

Finalmente, como quem guarda a certeza de que o Pai, amoroso e bom, a todos os filhos dispensa os tesouros das Suas bênçãos.
 
* * *
 
Orando, chega-se ao Senhor, que nos deu, na prece, um meio seguro de comunicação com Sua infinita bondade.

Após as tarefas exaustivas junto ao povo, era hábito do Senhor Jesus orar em profundo silêncio, buscando a companhia do Pai.

A prece pode ser comparada a um interfone por meio do qual o homem fala com a Divindade e por cujos fios recebe as respostas.



Redação do Momento Espírita, com frases finais baseadas no verbete Oração, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

AMOR SEM GRILHÕES




Em seu livro O profeta, Kalil Gibran fala do matrimônio com grande sabedoria.
Vamos comentar algumas frases a fim de retirar delas ensinamentos úteis.
Referindo-se ao casal, diz Gibran: Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão.
Desconhecendo ou ignorando esta importante orientação, muitos casais transformam o amor em verdadeiras cadeias para ambas as partes.
E, como um dos esposos, ou os dois, têm seus sonhos desfeitos, logo começam a imaginar que a alma gêmea está se constituindo em algema e desejam ardentemente libertar-se.
E o que geralmente fazem é buscar outra pessoa que possa atender suas carências.
Esquecem-se dos primeiros momentos do namoro, em que tudo era felicidade, e buscam outras experiências.
Alguns se atiram aos primeiros braços que encontram à disposição, para logo mais, sentirem novamente o sabor amargo da decepção.
Tentam outra e outra mais, e nunca acham alguém que consolide seus anseios de felicidade. Conseguem somente infelicitar e infelicitar-se, na busca de algo que não encontram.

O amor deve ser espontâneo. Não pode ser motivo de brigas e exigências descabidas.
O amor compreende. Não deve se constituir em grilhões que prendem e infelicitam.
Por vezes, em nome do amor, nós queremos que nosso companheiro ou companheira faça somente o que desejamos.
Só corta o cabelo quando permitimos. Só pode usar as roupas que aprovamos. Só sai se for em nossa companhia e não pode violar as regras estabelecidas pelo nosso egoísmo, para evitar brigas.
Isso não é amor, é prisão.
Amar sem escravizar, eis o grande desafio.
E o profeta aconselha:
Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Isto significa dizer que devemos compartilhar, ser gentil, dar do nosso pedaço, mas sem exigir nada em troca.
É comum depois da gentileza vir a cobrança. Fazemos um favor e esperamos logo alguma recompensa. Pretendemos tirar alguma vantagem.
Dividir o pão, sim, mas não comer do mesmo pedaço. Isso quer dizer deixar ao outro o direito que lhe cabe do pedaço.
Se a pessoa com quem nos casamos não é bem o que esperávamos, lembremo-nos de que, se a escolha foi feita pelo coração, sem outro interesse qualquer, é com essa pessoa que precisamos conviver para aparar arestas.
Lembremo-nos de que na Terra não há ninguém perfeito, e que nossa busca por esse alguém será em vão.
E se houvesse alguém perfeito, esse alguém estaria buscando alguém também perfeito que, certamente, não seríamos nós.
E Gibran continua: Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho.
É importante compartilhar, mas saber respeitar a individualidade um do outro, sem invadir a intimidade da pessoa amada.
Há pessoas que, se pudessem, controlariam até mesmo o pensamento do seu par, a ponto de torná-lo a sua própria sombra.
Isso não é amor, é extremado desejo de posse.
Mais uma vez Kalil Gibran aconselha: Vivei juntos, mas não vos aconchegueis em demasia, pois as colunas do templo erguem-se separadamente, e o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.
Grande ensinamento podemos retirar daí, pois a comparação é perfeita.
Viver juntos, mas cada um respeitar o espaço do outro.
O lar é um templo que deve ser sustentado por duas colunas: cada uma na sua posição para que realmente haja apoio.
Se as colunas se aconchegam em demasia, o templo pode desabar. Por isso o profeta recomenda: Vivei juntos mas não vos aconchegueis em demasia.
O amor tem por objetivo a união e não a fusão dos seres. Não se pode querer viver a vida do outro, controlar os gostos e até mesmo os desgostos da pessoa com quem nos casamos.
É preciso que cada um cresça e permita o crescimento do outro, sem fazer sombra um para o outro.
Se os casais observassem esses pequenos mas eficientes conselhos, certamente teriam uma convivência mais harmônica e mais agradável.
O verdadeiro amor é aquele que compreende, perdoa, renuncia.
Em nome do amor devemos estender a mão para oferecer apoio e não para acorrentar.
Quem ama propicia segurança, confiança e afeto.
Lembre-se de que a pessoa com quem você convive não lhe pertence. É uma alma em busca do próprio aperfeiçoamento, tanto quanto você.
Lembre-se também que beijos e abraços só têm valor se não forem cobrados.
E, por fim, guarde a recomendação:

Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão.

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