quarta-feira, 21 de setembro de 2016

AS CRIANÇAS
(texto do Momento Espírita impresso do site: momento.com.br)
Elas se apresentam em tamanho, pesos e cores sortidas. Podem trazer a cor negra, branca, amarela.
Têm dedinhos delicados e a inocência de quem ainda não se inteirou, nesta vida, de como realmente é o mundo.
Elas se encontram por toda parte: em cima dos móveis, embaixo das mesas, dentro de caixas, no quintal. Penduramse
em
árvores, correm, saltam.
São a verdade de cara suja, a sabedoria de cabelos despenteados e a esperança de calças caindo.
Têm uma disposição inigualável. Parece que nunca se cansam. Sua curiosidade é tanta que jamais conseguimos
responder a todas as suas perguntas.
Conseguem ter a imaginação de um Júlio Verne, a timidez da violeta, a audácia da mola, o entusiasmo do buscapé
e suas
mãozinhas são mais rápidas, quase sempre, do que os olhos de quem está a cuidar delas.
Adoram doces, o Natal, o dia do aniversário. Curtem as reuniões com os amigos e quando estão brincando, esquecem de
comer, beber. Não têm tempo para outra coisa que não seja aproveitar a presença dos amiguinhos.
Admiram os reis e os livros de figuras coloridas. Gostam do ar livre, da água, dos animais grandes, dos automóveis e dos
aviões. Adoram os feriados e os finais de semana porque eles permitem que os seus amores estejam muito mais tempo com elas.
Levantam cedo. Quase despertam o sol e estão sempre dispostas a aprender coisas novas. Entre seus brinquedos, é
possível encontrar um barbante, alguns botões, caixinhas e latinhas. Até uma fruta verde mordida.
E é claro, entre tantas raridades, um objeto diferente, que elas encontraram em algum lugar e depositaram no baú do seu
tesouro.
São criaturas mágicas. Qualquer um pode fechar a porta do seu quarto de ferramentas, para que elas não entrem. Mas não
se consegue fechar a porta do coração. Elas sempre descobrem um jeito de entrar e se acomodar.
Podemos colocálas
para fora do nosso escritório, porque temos um trabalho importante para concluir. Mas é impossível
retirálas
do nosso pensamento.
Podemos retornar para casa cansados, desanimados por tudo que fizemos e pelas tantas coisas que não deram certo.
Podemos adentrar o lar com o pensamento no projeto que precisamos concluir com rapidez e cuja solução está bastante
difícil.
Mas, bastará que elas venham ao nosso encontro, gritando: Papai! Mamãe! e pulem em nosso pescoço para que o cansaço
desapareça e renovemos a nossa disposição íntima.
Essas criaturinhas se chamam crianças e Deus as colocou ao nosso lado para nos dizer, todos os dias, que o mundo tem
jeito, que o amor existe e que o homem, em sua essência, é bom.
* * *
Frequentemente, os Espíritos renascem no mesmo meio em que já viveram, estabelecendo de novo relações com as
mesmas pessoas.
É assim que encontramos Espíritos amigos entre os filhos que nos chegam. Suas presenças, em nossas vidas, se
constituem em verdadeiro bálsamo.
Eles retornam para nos brindarem com o seu amor, outra vez, para nos presentearem com a sua presença física.
Por isso mesmo, não desprezemos os gestos de carinho, as palavras doces desses que a Divindade colocou em nossas
vidas e que nos chamam de papai e mamãe.
Redação do Momento Espírita, com base no texto
O que é um menino?, datado de 30.09.1998, cedido
pelo ouvinte Juir Pedro Pizzatto, de Curitiba, Pr.
Em 08.03.2010.

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

ANÚNCIOS DE PRIMAVERA
(texto do Momento Espírita impresso do site: momento.com.br)
Quando florescem os ipês em minha cidade, sei que a geada não tornará a se manifestar nesta estação invernosa.
Os ipês floridos, derramando seu amarelo na grama verde, em fantasias nacionais, são anúncios da primavera, que se
prepara para reinar, por noventa dias.
São como batedores que vêm à frente, verificando as veredas e embelezando as estradas, as ruas, as avenidas e as praças.
Recordamos que, há cerca de dois mil anos, um homem se ergueu na Palestina, andando pelos caminhos, alertando as
populações.
Semelhante aos ipês, Ele anunciava a nova estação que estava prestes a encher de flores de esperança o mundo. O Seu era
o anúncio da primavera da renovação.
Preparai os caminhos do Senhor...
Depois de mim, virá aquele do qual não sou digno de desatar as sandálias.
Eu sou a voz que clama no deserto... no deserto dos corações humanos.
E o Batista trazia as sementes fartas de profecias anunciadas há séculos.
O Rei se encontrava entre os homens. E escolheu o palco da natureza para entoar sua canção de amor. Compôs poemas e
somente os corações de boa vontade registraram Seus versos, na intimidade do próprio ser.
Mas os versos ficaram ecoando, levados pelos ventos, repetidos pelas montanhas, acolhidos entre as paredes generosas
dos que aderiam ao convite. Convite do amor. Convite para amar.
Era o auge da primavera. O Governador planetário viera para estar com os Seus.
Estou entre vós como quem serve. Eu sou o bom pastor.
Nenhuma das ovelhas que o pai me confiou se perderá. O pastor dá a sua pela vida das suas ovelhas.
Crede em Deus. Crede também em mim.
Versos recitados na montanha, no vale, nas estradas. E dedilhados no alaúde do lago de Genesaré.
Primavera celestial. Jamais igualada.
* * *
Nos dias que vivemos, novos anúncios se fazem. A era da regeneração se aproxima e a pouco e pouco se instala.
Os arautos se multiplicam. A genialidade retorna ao palco do mundo e as crianças declamam, versejam, compõem sinfonias
e executam peças magistrais, em evocações da Sublimidade Celeste.
Gênios avançam estudos nas ciências, sonhando com viagens interplanetárias, em mensagem de vera fraternidade.
E outros se debruçam sobre lâminas, livros, em laboratórios, academias, institutos, em investigações que objetivam a cura de
males que afligem seus irmãos, o diminuir das dores.
Outros mais empreendem campanhas em prol dos que nada ou quase nada têm. As suas preocupações não são os
folguedos da infância, mas sim o bemestar
de outras tantas crianças, amigos próximos ou desconhecidos distantes.
Primícias de primavera. Primavera nos corações. Primavera de um mundo novo, regenerado. Um mundo em que o homem
abandonará as armas que aniquilam e abraçará a lira, a ciência, a arte, o amor.
Um mundo que já se faz presente. Como os ipês que bordam arabescos pelo chão, que enchem os olhos e afirmam: A
primavera se aproxima!
Pensemos nisso e deixemonos
penetrar pelo hálito primaveril do mundo novo.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 28, ed. FEP.
Em 9.9.2015.