terça-feira, 30 de abril de 2013

MANSUETUDE E PRUDÊNCIA

Você tem se assustado com a violência na sociedade? Com essa violência cotidiana, quase que banalizada pelo suceder dos fatos?
Sem sombra de dúvidas, os dias que se sucedem são desafiadores para todos nós. Nunca conquistamos tanto em tecnologia e bem-estar, nunca o desenvolvimento científico e tecnológico foi tão longe, porém, em nossa intimidade ainda vige a violência.

Reclamamos que o mundo está tão violento, porém a violência muitas vezes ganha morada em nosso mundo íntimo.

Já reparou como somos violentos no trânsito? Basta alguém nos dar uma fechada, conduzir mais lentamente, cruzar nossa frente e violentamos o próximo com nosso verbo truculento, intempestivo, ameaçador.

Outras vezes, chegamos em casa com o peso do dia nos ombros, e aqueles que nos são mais caros ganham a violência de nossa indiferença ou da resposta seca e curta, sem envolvimento e interesse emocional nenhum.

Percebemos que a violência ganha morada em nossa intimidade quando alguém nos provoca ou toca em algum assunto que nos incomoda...

O oposto da violência é a mansuetude. A capacidade de ser manso. Não por acaso foi uma das recomendações de Jesus no Sermão da Montanha, nos lembrando que são bem-aventurados os mansos, pois herdarão a Terra.

Se hoje nos cansamos da violência, que seja iniciada em nós a proposta da mansuetude. Que comecemos por nós o exercício da troca da violência pela mansidão.

Para ser manso, é necessário aprender a agir, ao invés de reagir. É necessário mudar a moeda no trato social. Oferecer sempre a moeda da mansuetude, seja qual for a que nos oferecerem.

Quando nos ofertarem a violência, simplesmente não aceitemos, devolvendo paz, tranquilidade, mansuetude.

Parece difícil? É uma questão de exercício. Experimentemos só por hoje. Quando alguém nos oferecer a violência e devolvermos na mesma moeda, a violência será nossa, e permanecerá conosco. Como consequência, sofreremos os reflexos dela.

Ao contrário, quando agirem violentamente contra nós, proponhamos uma ação de mansuetude. Ao grito, devolvamos a voz tranquila, ao desaforo, ofereçamos o elogio, e à ameaça, ofereçamos o entendimento.

Para tanto, não se faz necessário nos colocarmos como vítima. Ao sermos mansos, não precisamos ser vítimas da violência, ou joguete das ações alheias.

Para evitar isso, Jesus nos recomenda usarmos da mansuetude das pombas, mas da prudência das serpentes.

Armemo-nos de prudência, percebamos onde caminhamos, conheçamos as pessoas com quem convivemos. Tudo isso é necessário.

Mas nada na vida justifica a necessidade de ser a violência a ferramenta de nosso trato social. Quando a paz e a mansuetude ganharem nosso mundo íntimo, certamente estará mais próximo o dia em que viveremos em um planeta de paz.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

PONTES, MUROS E CERCAS

Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado a lado. Mas tudo agora havia mudado. O que começou com um pequeno mal entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio.

Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta:
- Estou procurando trabalho, talvez você tenha algum serviço para mim. - disse o homem.
- Sim, disse o fazendeiro. - Claro! Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho, na realidade do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não posso mais suportá-lo. Vê aquela pilha de madeira ali no celeiro? Pois use para construir uma cerca bem alta!
- Acho que entendo a situação. - disse o homem.

- mostre-me onde estão a pá e os pregos!

O irmão mais velho entregou o material e foi para a cidade. O homem ficou ali cortando, medindo, trabalhando o dia inteiro. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez de cerca, uma ponte foi construída ali, ligando as duas margens do riacho.

Era um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou enfurecido e falou:
- Você foi atrevido construindo essa ponte depois de tudo que lhe contei.

Mas as surpresas não pararam por ali. Ao olhar novamente para a ponte viu o seu irmão se aproximando de braços abertos.

Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. O irmão mais novo disse:
- Você realmente foi muito amigo construindo esta ponte mesmo depois do que eu lhe disse.

De repente, num só impulso, o irmão mais velho correu na direção do outro e abraçaram-se, chorando no meio da ponte. O homem que fez o trabalho, partiu com sua caixa de ferramentas. 


- Espere, fique conosco! Tenho outros trabalhos para você.

E o homem respondeu:
- Eu adoraria, mas tenho outras pontes a construir...

Já pensou como as coisas seriam mais fáceis se parássemos de construir cercas e muros e passássemos a construir pontes com nossos familiares, amigos, colegas de trabalho e principalmente nossos inimigos... o que você está esperando? Que tal começar agora?!

As pontes são construídas para permitirem a passagem sobre o obstáculo a transpor, de pessoas, automóveis, comboios, canalizações ou condutos de água. Pontes são estratégicas para o homem, em qualquer época - para as suas travessias e conquistas, expansões urbanas e territoriais, na guerra ou na paz. É preciso erguer pontes. São necessárias pontes que reconstruam o viver juntos. Pontes para unir idéias diferentes e superar barreiras de línguas, de crenças, econômicas e culturais. Pontes que proporcionem luzes para a convivência humana de um jeito compreensivo, criativo e inteligente.


Desconhecemos autoria

domingo, 28 de abril de 2013

A LIÇÃO DO FOGO

Um membro, que regularmente freqüentava um determinado grupo de estudos, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.Após algumas semanas, o Mestre daquele grupo decidiu visitá-lo.
Era uma noite muito fria.
O Mestre encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor.
Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao Mestre, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
No silêncio sério que se formara, apenas contemplavam a dança das chamas em torno das rachas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o Mestre examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado.
Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez.
Em pouco tempo, o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos.
O Mestre, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o Mestre alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão.
Estou voltando ao convívio do grupo.


Muito obrigado!


"Aos membros de um grupo vale lembrar que eles fazem parte da chama e que longe do grupo eles perdem todo o brilho.
"

sábado, 27 de abril de 2013

A LIÇÃO DO MARMORE

No museu de fama internacional, o piso totalmente coberto por belíssimos azulejos de mármore recebia as visitas todas os dias, especialmente para admirarem uma estátua, toda em mármore, enorme, exibida no meio do salão de entrada.
Pessoas do mundo inteiro vinham admirá-la. Os mais entendidos se detinham a observar a perfeição dos seus traços. Os românticos falavam da suavidade das linhas, mas todos, sem exceção, elogiavam a sua beleza.
Certa noite, os pisos de mármore começaram a falar e reclamar com a estátua:
Estátua, isso não está certo. Absolutamente, não! As pessoas vêm, pisam e pisam em nós só para admirar você. Ninguém olha para nós e muito menos se dá conta de que também temos a nossa beleza. Isso não é justo.
Meu querido amigo, piso de mármore, você ainda se lembra de quando eu e você estávamos na mesma caverna? Perguntou a estátua.
Sim! É por isso que eu acho tudo muito injusto. Nós nascemos da mesma caverna e agora recebemos tratamento tão diferente. Não é justo! – Chorou, novamente, o piso.
A estátua continuou a explicar:
Então, você ainda se lembra do dia em que o artista tentou trabalhar em você, mas você resistiu bravamente às ferramentas?
Sim, claro que me lembro. Odiei aquele sujeito! Como pôde ele usar aquelas ferramentas em mim? Doeu demais!
Isso é certo! Ele não pôde trabalhar nada em você, porque você resistiu à sua ação.
Quando ele desistiu de você, veio para mim. Eu era um bloco de mármore sem forma.
Em vez de resistir como você, imediatamente soube que ele me tornaria algo diferente. Não resisti. Aguentei todas as ferramentas dolorosas que ele usou em mim.
O piso resmungou alguma coisa e a estátua concluiu:
Meu amigo, há um preço para tudo na vida. Nem sempre é fácil. Às vezes é muito difícil e doloroso.
Mas temos que aprender e suportar os sofrimentos, procurando crescer e aprender para nos transformar em algo mais belo.
* * *
Assim como o piso de mármore, somos nós, quase sempre. Resistimos e nos rebelamos contra tudo o que nos signifique disciplina, ordem, sacrifício.
Preferimos as coisas fáceis, que não requeiram esforço, nem perseverança.
Entretanto, para que burilemos o Espírito é imperioso que nos amoldemos ao martelo da dor, nos dobremos às leis da disciplina e obedeçamos à ordem.
O cinzel e todas as demais ferramentas do escultor são, na vida, os conselhos dos mais experientes, as exigências dos nossos pais, professores e chefias que, em verdade, somente desejam que nos tornemos criaturas melhores, produzindo o bem.
* * *
Pense nisso!
O fogo é altamente benéfico ao homem. Graças a ele, a alimentação e o abrigo lhe são garantidos.
Instrumentos de beleza nele se forjam. No entanto, se deixado à solta, consome o que existe em seu caminho, semeando destruição.
Assim o Espírito, para evoluir, necessita dos instrumentos da disciplina e da ordem, que lhe direcionam as energias no caminho estreito do dever, impulsionando-o ao aperfeiçoamento das linhas brutas da ignorância.

Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 25 de abril de 2013

PÁSSAROS CRESCIDOS

Um dia, nos escapam das mãos...
Volta pro ovo! - queremos dizer - como na canção.

Mas o ovo se faz pequeno para a vibração de um pássaro novo. O ninho já não basta como extensão de si mesmo; não mais reflete suas necessidades primárias.

O pássaro quer voar. O pássaro precisa voar.

Houve o tempo em que nos víamos agigantados nos olhos desses pequeninos seres voláteis, heróis domésticos que éramos, mas de tal forma reconhecidos que nos convencíamos de nossos dons extraordinários.

De fato, somos fabulosos na arte de gerar, nutrir, desenvolver, ensinar, conduzir, proteger e tudo mais que sabemos fazer sem que ninguém nos ensinasse, até vê-los como estão, crescidos e atrevidos.

Foram-se as penugens que alisamos, o bico esfomeado, o novelo de plumas que se escondia em nossas asas.

Tudo que vemos agora são penas arrepiadas e rebeldes, difíceis de alisar.

E o suave trinado que já se fez cheio de notas, agora vem nos ferir os ouvidos com a estridência de uma nota só.

O fato é que um dia eles crescem, abrem, sem avisar, as asas delicadas e no tempo de um espirro nos deparamos com a envergadura do filhote. O gesto se antecipa e anuncia a extensão do salto.

Volta pro ovo!! - queremos dizer - mas não nos ouvem, envolvidos que estão no intenso farfalhar das asas debutantes.

Então olhamos para nós, pássaros de penas ralas, e nos empenhamos em lembrar as palavras mágicas, na esperança de recuperar poderes há muito aposentados.

Desprovidos dos antigos recursos, nada nos resta fazer senão admirar o vôo desses calouros emplumados, pintainhos que fizemos crescer com nossos mimos, e a quem demos asas para que brincassem à nossa volta.

Mas eis que se definem no estilo e na performance: que lindos volteios, que rasantes, que belos planadores se revelam!

E como sobem com determinação, para depois mergulhar vertiginosamente no espaço e logo conter o ímpeto, com precisão, antes de tocar o chão num pouso de mestre.

Estão a nos estufar o orgulho.

De fato, não há como querer contê-los, aliás, já se foram, em revoada, silfos barulhentos que ensinamos a voar, para que um dia pulassem do ninho e, corajosamente, voassem.

*   *   *

Ah!... O amor por nossos filhos...

Aprendemos a amá-los de tal forma, que é totalmente compreensível a dificuldade que temos em deixá-los alçar vôo por conta própria.

Para mim ainda são crianças! - proclamam alguns pais, mirando com carinho seus rebentos gigantes.

Mas aí vêm os sábios, a vida e a natureza, e nos dizem que não somos seus donos, e que o amor maduro é aquele que sabe libertar.

E o coração de pai, de mãe, então, apertados, começam a aprender a libertar.

E nesse processo lento, natural, percebem que, se amam realmente, devem pensar no que seja melhor para o objeto de seu amor, e não mais para si.

Não há como fugir de tal realidade da existência, é certo...

E nesse caminho sem volta, vamos percebendo que a dor inicial da separação vai sendo substituída por uma felicidade sem igual.

A felicidade de se perceber, finalmente, que cumprimos nossa missão e que, ao libertar, estamos ganhando um amor para sempre.

Crônica Pássaros crescidos, de Rosana Justus Braga, publicada na revista Curitibano.

APELO DE UM AMIGO



Não se deprecie.

Não diga que você não merece a bênção de Deus.
Atendamos à realidade. Se a Divina Providência não confiasse em você, não teria você em mãos tarefas importantes quanto estas:
uma criatura querida a proteger; 
alguém a instruir; 
uma casa a sustentar;
um doente para assistir; 

uma profissão a exercer; 
esse ou aquele encargo, mesmo dos mais simples;
algum ensinamento a compor; 

essa ou aquela atividade de auxílio aos semelhantes;
algum trato de terra a cultivar;

determinada máquina para conduzir.

Se a Sabedoria da Vida nada esperasse de você não lhe teria doado tantos recursos, quais sejam:
a inteligência lúcida que auxilia a discernir o certo do errado;
a noção do bem e do mal;

as janelas dos cinco sentidos; 
a capacidade mental cujas manifestações você pode aprimorar ao infinito, empregando o esforço próprio;
a visão do corpo e da alma com que você realiza prodígios de observação e de análise;
a palavra, que você é capaz de educar, e com a qual você encontra as maiores possibilidades de renovar o próprio destino;
a audição com que recolhe mensagens de todos os setores da existência tão só pelo registro de sons diferentes;
as mãos que lhe complementam os braços, expressando-se por antenas hábeis de serviço;
as faculdades genésicas que, iluminadas pelo amor e dirigidas pelo senso de responsabilidade, lhe conferem poderes incomparáveis de criatividade nos domínios do corpo e do espírito;
os pés que transportam você, atendendo-lhe a vontade.


Se você detém maiores áreas de ação ou usufrui vantagens mais amplas, no que se reporta aos encargos e benefícios aqui relacionados, então você já obteve significativas promoções nos quadros da vida.
Quanto a imperfeições ou deficiências que ainda nos marquem, convém assinalar que estamos em evolução na Terra, sem sermos espíritos perfeitos.


Reflitamos nisso e aceitemo-nos como somos, procurando melhorar-nos e, ao melhorar-nos, estaremos construindo o caminho certo para a Espiritualidade Maior.



Autor: André Luiz   Psicografia: Chico Xavier

quarta-feira, 24 de abril de 2013

DEZ LEIS PARA SER FELIZ

Você pode ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não se esqueça de que sua vida é a maior empresa do mundo.
E você pode evitar que ela vá a falência.

Há muitas pessoas que precisam, admiram e torcem por você.


 


Gostaria que você sempre se lembrasse de que ser feliz não é ter um céu sem tempestade, caminhos sem acidentes, trabalhos sem fadigas, relacionamentos sem desilusões.

 


Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amor nos desencontros.

Ser feliz não é apenas valorizar o sorriso, mas refletir sobre a tristeza.
Não é apenas comemorar o sucesso, mas aprender
lições nos fracassos.

Não é apenas ter júbilo nos aplausos, mas encontrar alegria no anonimato.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.

Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.

É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.

Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Ser feliz é deixar viver a criança livre, alegre e simples
que mora dentro de cada um de nós.

É ter maturidade para falar "eu errei".
É ter ousadia para dizer "me perdoe".
É ter sensibilidade para expressar "eu preciso de você".
É ter capacidade de dizer "eu te amo".
É ter humildade da receptividade.

Desejo que a vida se torne um canteiro de oportunidades para você ser feliz...
E, quando você errar o caminho, recomece, pois assim você descobrirá que ser feliz não é ter uma vida perfeita, mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância.
Usar as perdas para refinar a paciência.
Usar as falhas para lapidar o prazer.
Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência.

Jamais desista de si mesmo.
Jamais desista das pessoas que você ama.
Jamais desista de ser feliz, pois a vida é um obstáculo imperdível, ainda que se apresentem dezenas de fatores a demonstrarem o contrário.


Augusto Cury

terça-feira, 23 de abril de 2013

MELHOR SOFRER NO BEM

“Porque melhor é que padeçais fazendo bem (se a vontade de Deus assim o quer), do que fazendo mal.” — Pedro. (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 17.)

Para amealhar recursos financeiros que será compelido a abandonar precipitadamente, o homem muitas vezes adquire deploráveis enfermidades, que lhe corroem os centros de força, trazendo a morte indesejável.

Comprando sensações efêmeras para o corpo de carne, comumente recebe perigosos males que o acompanham até aos últimos dias do veículo em que se movimenta na Terra.

Encolerizando-se por insignificantes lições do caminho, envenena órgãos vitais, criando fatais desequilíbrios à vida física.

Recheando o estômago, em certas ocasiões, estabelece a viciação de aparelhos importantes da instrumentalidade fisiológica, renunciando à perfeição do vaso carnal pelo simples prazer da gula.

Por que temer os percalços da senda clara do amor e da sabedoria, se o trilho escuro do ódio e da ignorância permanece repleto de forças vingadoras e perturbantes?

Como recear o cansaço e o esgotamento, as complicações e incompreensões, os conflitos e os desgostos decorrentes da abençoada luta pela suprema vitória do bem, se o combate pelo triunfo provisório do mal conduz os batalhadores a tributos aflitivos de sofrimento?

Gastemos nossas melhores possibilidades a serviço do Cristo, empenhando-lhe nossas vidas.

A arma criminosa que se quebra e a medida repugnante consumada provocam sempre maldição e sombra, mas para o servo dilacerado no dever e para a lâmpada que se apaga no serviço iluminativo reserva-se destino diferente.


Emannuel

segunda-feira, 22 de abril de 2013

AO AMANHECER

Dia novo, oportunidade renovada.
Cada amanhecer representa divina concessão que não podes nem deves desconsiderar.
Mantém, portanto, atitude positiva em relação aos acontecimentos que devem ser enfrentados; otimismo diante das ocorrências que surgirão; coragem no confronto das lutas naturais; recomeço de tarefa interrompida; ocasião de realizar o programa planejado.
Cada amanhecer é convite sereno à conquista de valores que parecem inalcançáveis.
À medida que o dia avança, aproveita os minutos, sem pressa nem postergação do dever.
*
Não te aflijas ante o volume de coisas e problemas que tens pela frente.
Dirige cada ação à sua finalidade específica.
Após concluir um serviço, inicia outro e, sem mágoa dos acontecimentos desagradáveis, volve à lição com disposição, avançando, passo a passo, até o momento de conclusão dos deveres planejados.
*
Não tragas do dia precedente o resumo das desditas e dos aborrecimentos.
Amanhecendo, começa o teu dia com alegria renovada e sem passado negativo, enriquecido pelas experiências que te constituirão recurso valioso para a vitória que buscas.

Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco.

domingo, 21 de abril de 2013

O CANSAÇO

Quando te sentires sitiado pelo desfalecimento de forças ou o cansaço te insinue em forma de desânimo, para um pouco e refaz-te. O cansaço é mau conselheiro. Ele produz irritação ou indiferença, tomando as energias e exaurindo-as.

Renova a paisagem mental, buscando motivação que te predisponha ao prosseguimento da tarefa. Por um momento, repousa, a fim de conseguires o vigor e o entusiasmo para a continuidade da ação.
Noutra circunstância, muda de atividade, evitando a monotonia que intoxica os centros da atenção e entorpece as forças. Não te concedas o luxo do repouso exagerado, evitando tombar na negligência do dever.

Com método e ritmo, conseguirás o equilíbrio psicológico de que necessitas, para não te renderes à exaustão. Jesus informou com muita propriedade, numa lição insuperável, que “o Pai até hoje trabalha e eu também trabalho”, sem cansaço nem enfado.

A mente renovada pela prece e o corpo estimulado pela consciência do dever não desfalecem sob os fardos, às vezes, quase inevitáveis do cansaço. Age sempre com alegria e produze sem a perturbação que o cansaço proporciona.


Joanna de Angelis - Divaldo Franco

sábado, 20 de abril de 2013

CONTEMPLAR O BELO

Contemplar o Belo 
"É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção..."

Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É dialogar com os amigos, elogiar as pessoas, amar os desafios da vida. É admirar as crianças, ouvir as histórias dos idosos. 
É descobrir as coisas lindas e ocultas que nos rodeiam. É admirar as nuvens, o canto dos pássaros, o baile das folhas sob a orquestra do vento. É perceber além das imagens e das palavras. Creio que menos de 10% das pessoas sabem contemplar o belo. Quem despreza essa lei tem uma alegria fugaz, uma emoção superficial.

Se sua história se transformou numa rotina repleta de tédio, se lhe faltam prazer, sabor e encanto pela vida, é porque você não tem gastado tempo contemplando o belo. Desperte! Se não usar essa ferramenta, você poderá ter sucesso profissional, financeiro e social, mas mendigará o pão da alegria. Será infeliz. O mestre da emoção, Jesus Cristo, parava a multidão que O seguia para fazer dos lírios um show aos seus olhos. Foi feliz na terra de infelizes, pois vivia a arte da contemplação do belo.

Se você contemplar o belo, você será uma pessoa bem-humorada. As pessoas terão prazer de ficar ao seu lado. Mas, se não contemplar, viverá debaixo da ditadura do mau humor e do negativismo. Nem você mesmo se suportará.
Diversas doenças auto-imunes, cardíacas, bem como alguns tipos de câncer, são desencadeadas pelos transtornos emocionais, em especial pelo mau humor. Uma pessoa otimista vive melhor e por mais tempo.
Contemple o belo para ser bem humorado. Ser negativista não resolve os problemas, mas pode abreviar seus dias...

Se você contemplar o belo, será sempre jovem, ainda que o tempo sulque seu rosto com rugas. Se não contemplar, você poderá fazer cirurgia plástica, peelings, mas envelhecerá no único lugar que é proibido envelhecer: no território da emoção. Reclamar é um dos sintomas da velhice emocional.
Muitos jovens são emocionalmente velhos. Eles reclamam do corpo, da roupa, da comida, de levantar pela manhã, de estudar, de que não há nada para fazer. São infelizes porque não sabem agradecer nem fazer muito do pouco. Abra os olhos!

Quem observa a lei de contemplar o belo tem elevada auto-estima, está sempre bem consigo mesmo. Mas eis que a psicologia constata algo trágico, a baixa auto-estima se tornou uma síndrome epidêmica. Observe o caso da guerra das mulheres com o espelho. Ao invés de contemplar seus aspectos positivos diante do espelho, elas são especialistas em enxergar seus defeitos.
Atendi muitas mulheres que se queixam com os maridos sobre as áreas do seu próprio corpo que detestam. A baixa auto-estima delas sufoca o amor deles. Porquê? Porque todas as reclamações delas registram-se na memória deles. E, como estudaremos, esse registro não pode mais ser apagado, só reescrito. Com o tempo, seus maridos começam a supervalorizar os defeitos reclamados por elas.
Isso sufoca o interesse e o amor.
As mulheres também se afligem diante das revistas que destacam o corpo e não a inteligência feminina. Ao invés de se sentirem belas, elas comparam seu corpo com o das modelos e se martirizam. Cuidado! Tudo o que você reclama se torna um veneno para sua auto-estima.

DICAS PARA CONTEMPLAR O BELO:
Todas as pessoas devem sentir-se bonitas. Não seja escravo do padrão de beleza da mídia. Diga diariamente: eu sou bonito(a)! Pois o feio e o belo são relativos. Beleza está nos olhos de quem contempla...
Contemplar o belo é colocar combustível na felicidade. Cuide de plantas, escreva poesias. Role no tapete com as crianças. Valorize as coisas que são aparentemente insignificantes. Escreva cartas para os amigos. Descubra os filhos. Explore o mundo dos seus pais. Fique dez minutos por dia em silêncio contemplativo. 

Falar da felicidade sem contemplar o belo é cair no vazio.

Augusto Cury

sexta-feira, 19 de abril de 2013

A MULHER PERFEITA

Conta-se que um mestre indiano chamado Nasrudin conversava com um amigo, que lhe fez a seguinte pergunta: E então, mestre, nunca pensaste em casamento?
Já pensei, respondeu Nasrudin. Em minha juventude, resolvi conhecer a mulher perfeita. Atravessei o deserto, cheguei a Damasco e conheci uma mulher espiritualizada e linda; mas ela não sabia nada das coisas do mundo.
Continuei a viagem e fui à cidade de Isfahan. Lá encontrei uma mulher que conhecia o reino da matéria e do espírito, mas não era bonita.
Então, resolvi ir até o Cairo, onde jantei na casa de uma moça bonita, religiosa e conhecedora da realidade material.
Intrigado, o amigo indagou:
E por que não casaste com ela?
Ah! Meu companheiro! suspirou Nasrudin. Infelizmente ela também procurava um homem perfeito.
O ensinamento do sábio indiano aplica-se perfeitamente aos dias de hoje.
É comum ouvirmos as exigências das pessoas, no que diz respeito à amizade, ao namoro e casamento.
Os jovens e as jovens trazem em suas mentes sonhadoras a idealização de como deverá ser aquele, ou aquela, que conquistará seu coração.
Ingenuamente, procuramos a perfeição no outro, já que não podemos encontrá-la em nós mesmos.
Não há mal, de forma alguma, em ser exigente na escolha de nossas amizades ou de um futuro esposo ou esposa. Isto é saudável, desde que não cheguemos ao exagero, é claro.
O problema está em sempre querer que o outro seja especial, que tenha diversas virtudes, esquecendo de que ele, ou ela, também tem suas exigências, suas idealizações.
Assim, poderíamos questionar: Será que eu tenho estas características, estas virtudes que procuro no outro? Será que ele não tem uma lista de exigências como a minha? Eu preencho os meus próprios requisitos?
Exemplificando: você sonha com alguém que seja companheiro, que seja sincero, e em quem possa confiar. Agora, você já parou para analisar se você está disposto a ser assim para com o outro? Se a virtude da sinceridade está em seu coração, ou se você é digno de inspirar confiança?
Vejamos como a racionalidade nos ajuda a entender melhor as coisas da vida. Ela nos ensina a perceber que antes de exigir qualquer virtude dos outros, é preciso verificar se nós a temos.
Assim, é importante o esforço para se melhorar, para agradar os outros, buscando a perfeição em nós primeiramente.
Ainda estamos longe da sublimidade, é certo, mas é preciso caminhar rumo a ela todos os dias.
* * *
É belo sonhar. É necessário almejar a felicidade. Mas, enquanto procuramos por ela apenas no quintal vizinho, continuaremos a viver decepções e frustrações em nossos dias.
Vamos habituar nossa mente a pensar em como poderemos fazer felizes aqueles que estão à nossa volta, ao invés de apenas exigir atitudes e sentimentos dos outros.
É belo sonhar. É necessário almejar a felicidade. Mas atentemos sempre para o fato de que, para eu ser feliz em meu lar, eu preciso levar a felicidade ao quintal de alguém.


Redação do Momento Espírita

quinta-feira, 18 de abril de 2013

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA

O grande pensador da antiguidade, Pitágoras, afirmava que a Terra era a morada da opinião. 
Poderíamos asseverar que, se em sua época havia esse reconhecimento, hoje não estamos distante dessa definição. Aproximando-nos dela cada vez mais, distanciamo-nos do processo mais importante e sugestivo que já surgiu entre nós, também trazido por um sábio, que pautava o desenvolvimento do conhecimento a partir do próprio homem. Esse sábio, Sócrates, humilde pela concepção de Jesus pois os verdadeiros  humildes não têm necessidade de agir como “fortes” já  que reconhecem em si mesmos uma parcela  de  divindade  através  do exercício das virtudes latentes, ensinava, ou melhor,  guiava os seus  seguidores  e  ouvintes através dos caminhos ásperos da opinião, até o reconhecimento de que  os  seres  humanos  muito sabiam dos outros, porém, pouco ou nada sabiam de si mesmos.
O conceito e a ironia socratianos, aplicados no desenvolvimento do verdadeiro e mais profundo de todos os conhecimentos, o saber de si, conduzia o pensamento e o raciocínio, de forma natural, a um outro momento: conheça-se  depois seja sincero com o que descobriu. A humanidade atual parece estar atravessando por esse processo; e é aí que surgem os desvios de rota. O ser humano habituou-se a reduzir a compreensão das coisas às percepções da própria mente, pois é difícil romper com as estruturas de referência e permitir que o Espírito efetue saltos qualitativos para outras dimensões de conhecimento, transcendendo aos limites impostos por vidas  de  pensamento estruturado.
Foi isso o que o prof. Rivail, futuro Allan Kardec, realizou. Ao ser informado dos fenômenos que ocorriam em todo o mundo, em particular na França, em Paris, mas conhecedor das leis do magnetismo e da inconsequente utilização de seus mecanismos nas mãos de ilusionistas para espetáculos de lazer, transcende a si próprio e às estruturas de saber lineares de sua época, dá um salto de qualidade e vai ao encontro da maior proposta que um ser humano poderia receber: a realização efetiva da própria missão, certamente aceita na vida espiritual, porém passível de alterações oriundas de seu próprio arbítrio, de trazer à consciência humana, de forma despojada de atavismos religiosos, a sua verdadeira e real natureza, a espiritual, com todos os seus desdobramentos. 
Isso implicaria em assumir um trabalho de peso, em que o discernimento, a impessoalidade e a renúncia estariam presentes a todo instante, exigindo de si doação plena, trabalho intenso, firmeza e coragem constantes.
A humildade do grande sábio, aquela que lhe revela que o conhecimento real é vastíssimo e que nunca abarca uma só existência, manifesta-se em Rivail e ele então conclui a fase do trabalho imenso que lhe competia, legando, aos que chamou de “espíritas” (palavra nova no vocabulário de então), uma herança grandiosa, verdadeira e que nunca poderia estar sujeita às opiniões transitórias, muito embora estivessem embasadas em níveis de intelectualidade possivelmente invejáveis, porém sempre circunscritas e condicionadas à evolução temporal de quem as elabora, e, portanto, restritivas, limitantes e limitadoras. Assim, o caminho já estava traçado. Liberto das arestas reducionistas, o processo socrático precursor consolida, assim, a rota firme e segura pela qual o ser humano poderia transitar sem receios.
O autoconhecimento, através da bússola espírita, revelaria ao ser humano que ele evolui em espiral ascendente, perpetuamente, e que, portanto, se bem compreendido, poderia livrá-lo do medo. Livre do medo, acabaria com o ódio. Livre do ódio, estaria livre da ganância, da inveja, da guerra, do ímpeto de matar, de destruir. Ele, o medo, necessário à conservação da vida, quando patológico medo do fracasso, da dor, da morte, da humilhação, da solidão, do desamor, de si mesmo, e, em última análise, medo do medo é insidioso, manipulado e manipulador, instrumento de forças negativas e destrutivas que se impõe ao que se acovarda diante do convite que o autoconhecimento lhe propõe.
Mensagem clara e enobrecedora, o Espiritismo postula a maiêutica socrática como método de autoconhecimento seguro ao alcance daquele que não teme conhecer-se para renovar-se, sair da caverna escura de seus erros de percepção de uma suposta realidade, a das aparências, para alcançar degraus mais altos, reabilitando-se junto às leis divinas conscienciais, sendo uno com o Pai tal como na promessa de Jesus. 
Joanna de Ângelis, em seu livro O Homem Integral (um dos livros da série psicológica, psicografado pelo querido irmão, o Professor Divaldo P. Franco) afirma que "o homem é um mamífero biossocial, construído para experiências e iniciativas constantes, renovadoras".  Portanto, pode-se afirmar que os indivíduos estão vivos para poderem interagir uns com os outros de forma positiva, isto é, de acordo com os ensinamentos de Jesus. 
Apesar disso, o homem, indivíduo social que é, geralmente toma decisões as quais não estão baseadas na moral Divina (L.  E., moral absoluta e imutável, a qual, muitas vezes, a moral dos homens na Terra não consegue vislumbrar). Em outras palavras, o homem, ao invés de agir em concordância com a Lei de Amor, passa, consciente, ou inconscientemente, a ser mais vulnerável, no qual as influências dos fatores externos (impostos pela  sociedade) dominam o seu comportamento. 
E, dessa forma, as experiências, que deveriam ser renovadoras, passam a gerar transtornos em todos os níveis de sua vida: pessoal, familiar e profissional.    Concluindo, somente quando o indivíduo passar a buscar ser o Homem no Mundo e deixar de ser o homem do mundo (vide item 10 do Capítulo XVII de O Evangelho Segundo o Espiritismo), ter-se-á uma sociedade melhor, porque cada indivíduo será melhor.  E independentemente dos valores da sociedade na qual se vive, vale lembrar: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém" (I Coríntios 6:12). 
Sônia Theodoro da Silva é tradutora e graduanda em Filosofia, residente em São Paulo,  colabora na FEESP, Casas André Luiz  e escreve  para revistas e jornais espíritas.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

CARACTERÍSTICAS DO HOMEM INTEGRAL

Quais são as características que definem o homem integral?

Poderíamos dizer que o homem integral é o indivíduo que desenvolveu ao máximo as suas três faculdades essenciais: a faculdade de pensar, a de sentir e a de querer, ou a razão, o sentimento e a vontade.

O pensar e o querer são as faculdades ativas do homem integral, o sentir é a faculdade passiva. Nesse sentido, podemos dizer que o pensar e o querer partem do homem, o sentir acontece nele.

Em geral, sempre se considerou a razão como o patrimônio maior, e talvez único, da inteligência.

Por isso, desenvolver a inteligência significava quase que exclusivamente o desenvolvimento da razão ou do pensar.

O homem inteligente é aquele que sabe pensar. É preciso ensinar a pensar, se diz freqüentemente. Fomos levados a acreditar que o papel mais importante do educador é ensinar a pensar.

Nos dias atuais, entretanto, a inteligência emocional também tem sido difundida. Muito se tem falado da relevância dos aspectos emocionais no desenvolvimento da inteligência.

O ensinar a sentir passou a fazer parte do vocabulário dos educadores, embora não com a mesma força do ensinar a pensar.

Pouco, no entanto, tem sido dito da inteligência volitiva, ou inteligência associada à vontade. O papel dessa inteligência na formação integral do homem precisa ser melhor explorado.

E a razão é simples. Nunca, como agora, os valores éticos e políticos se tornaram tão necessários.

A sociedade moderna, no plano nacional e mesmo internacional, reconhece a importância dos valores éticos na conquista de uma vida mais justa.

Aliás, direito e justiça resultam do uso adequado da vontade, ou do querer. Portanto, são frutos de uma inteligência volitiva bem desenvolvida.

Ousamos afirmar que a sociedade moderna padece as conseqüências de não ter dado a devida importância ao desenvolvimento da inteligência volitiva.

Educadores, em geral, preocupados com a construção de uma sociedade mais justa, deverão assumir, como compromisso inadiável, a tarefa de desenvolver a inteligência volitiva.

Uma educação para o desenvolvimento harmônico das inteligências racional, emocional e volitiva deve ser um dos mais importantes objetivos de uma instituição de ensino e de todo educador.

Os valores do sentimento e da moral sempre ficaram em segundo plano. Sempre foram considerados como pertencentes aos homens fracos e menos espertos.

E esse desprezo trouxe sérias conseqüências, pois muitas das conquistas da Ciência viraram instrumento de violência e submissão.

A violência e a guerra ganharam em requinte e sofisticação. O homem atual sabe muito, mas sofre e é infeliz.

Sem o sentimento e a vontade para conduzir adequadamente a razão, o homem moderno caminha como um viajante num deserto sem oásis.

Sabe para onde ir, mas não encontra a água para matar a sede. Sede de paz e de justiça. Sede de amor e de liberdade.

Para reverter esse estado de coisas, é fundamental voltar nossos olhos para o desenvolvimento das inteligências emocional e volitiva. Sem as conquistas do sentimento e da vontade o homem continuará sedento.

É comum encontrar pessoas que desenvolveram muito apenas o pensar e que, dominadas pelo orgulho, tornaram-se arrogantes e presunçosas.

Carecem da virtude mais importante na caracterização do homem sábio: a humildade. Sem a humildade perdem boas oportunidades de continuar aprendendo. Pensam que já sabem tudo.

Existem indivíduos muito inteligentes e com grande habilidade de decisão, mas vingativos e perversos, verdadeiros déspotas.

Por outro lado, encontramos indivíduos com bons sentimentos, mas que não conseguem tomar decisões corretas. São, com freqüência, iludidos, enganados pelos mais espertos.

O homem integral, portanto, é aquele que logrou o desenvolvimento harmônico do pensar, do sentir e do querer.

O indivíduo que é senhor do próprio pensamento, dos sentimentos e da vontade, pode ser considerado um homem virtuoso, um homem integral.

Pensemos nisso, e acionemos a vontade para conquistar essa meta. 



Redação do Momento Espírita, com base no texto Educação integral, de Cosme Bastos Massi.

terça-feira, 16 de abril de 2013

OUVIR E PRATICAR

Com efeito, aquele que ouve a Palavra e não a pratica, assemelha-se ao homem que, observando seu rosto no espelho, limita-se a observar e vai embora, esquecendo-se logo da sua aparência.

(Tiago 1, 23)



Entre os crentes, muitos reservam uma hora da semana para culto ao Senhor. Alguns ainda reservam resíduo de tempo de fastidioso dia para oratório ao Criador e aos seus emissários de luz. Contudo, mais raros são aqueles que se propõem a atitude reflexiva de auto-iluminação e reforma de sua conduta. Os evangelhos são permanentes convites de auto-reflexão sobre nossa natureza íntima, não apenas para a individuação junguiana, mas como caminho para o exercício da doutrina de Jesus. De forma contrária, do que valem as mais bem estruturadas doutrinas, sejam sociais, econômicas, políticas, religiosas ou quaisquer outras, ficam apenas no campo das ideias? Sem farta prática de aplicação? É morta em si mesmo, pois que ganham vida quando se agitam em nossas mãos e nossos pés.

A fé, quando dilatada como verdade em nossas consciências, não é apenas olhos que contemplam, são mãos que constroem e pés que caminham. A fé sem obras, analisada por Tiago, é a figueira sem frutos, seca por Jesus. (Mateus 21, 19)

As obras, propostas pelo missivista, dizem respeito à prática da benemerência, a caridade paulina (Coríntios 13), mas também à transformação moral quando nos convida a “visitar os órfãos e as viúvas em suas tribulações e guardar-se livre da corrupção do mundo”, sendo esta a “religião pura perante Deus”. (Tiago 1, 27)

Comer a quem tem fome, beber a quem tem sede, livrar-se da opinião de outrem através do valioso silêncio reflexivo – “esteja pronto para ouvir e lento para falar” (Tiago 1, 19) - a fim de encontrar em nossa consciência a própria Lei Divina, consoante com o Evangelho de Jesus.

Vivência religiosa é diferente de prática de ofício religioso, simples liturgia, letra sem espírito, ouvir sem viver. Vivência religiosa, independente de denominação de credo, é vida, é movimento ascensional para o Criador, é a prática do bem para outrem e para nós próprios, seguindo a lógica da sementeira para a colheita dos frutos da paz e da felicidade.


Paulo Henrique Sant’Ana da Costa

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A ÁGUIA E O PARDAL

O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia.

Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração.
Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como o fazer.
Sentia vontade em ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser.
Todavia, não cansava de segui-la por entre as árvores só para vislumbrar tamanha beleza…
Um dia estava a voar por entre a mata a observar o vôo de Yan, e de repente a águia sumiu da sua visão.
Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido.
Foi quando levou um enorme susto: deparou de uma forma muito repentina com a grande águia a sua frente.
Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro.
Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pode ver aquele pássaro imenso bem ao seu lado observando-o.
Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta.
A águia em sua quietude apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:
Por que estás a me vigiar, Andala?
Quero ser uma águia como tu, Yan.
Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco por não conseguir ultrapassar meus limites.
E como te sentes amigo sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?
Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho… - O pardal suspirou olhando para o chão… E disse: acordo muito cedo para vê-la voar e caçar.
És tão única, tão bela.
Passo o dia a observar-te. 
E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas… Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente…
Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente, e isto não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia.
Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos.
Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu.
Acredita! - E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro que a ouvia atentamente:
Andala, apenas mais uma coisa: Não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente por todos os dias.
O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos.
Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho.
Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido.
É para aqueles que acreditam serem livres, e quando trazes a liberdade em teucoração poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre!
Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade.
Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles.
Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha.

domingo, 14 de abril de 2013

FAZER O BEM, SEM VER A QUEM, É CARIDADE?

A boa técnica pedagógica de ensino aconselha que na execução de uma atividade, sobre quaisquer procedimentos humanos, o conhecimento da filosofia, da doutrina e da teoria a respeito, é imprescindível.

Essas condicionantes têm fundamento na prática da caridade, à luz dos ensinamentos do Cristo, que aconselha como ato caritativo ao máximo: “ fazer o bem sem ver a quem”. Será que nos dias atuais, frente à tantas iniqüidades sociais, esse postulado pedagógico caritativo pode e deve ser utilizado imperativamente?

O caso a seguir, deixa margem para discussão, reflexão e decisão pessoal.

Em alguns cruzamentos, notadamente nos semáforos das grandes e médias cidades, quando se “fecha o sinal”, verdadeiro batalhão de crianças aproxima-se dos condutores e passageiros pedindo dinheiro, correndo o risco de sofrerem danos físicos porque morais já estão sofrendo.

Quando uma delas recebe qualquer importância, há invariavelmente um adulto à sua espera para receber e dar destino ao quantitativo. Umas arriscam suas integridades físicas, em muitos casos ouvem desaforos pelos desrespeitos dos adultos; outras observam que as portas dos veículos são fechadas no seu rostinho cujos sintomas da meiguice estão desaparecendo, com se fossem assaltantes. Todos esses constrangimentos são de menos importâncias para os receptadores que, na maioria das ocasiões obrigam-as a procederem dessa maneira, sem perspectivas de vidas melhores. Continuam passando fome, sofrendo nudez e dormindo pelas caçadas frias.

Nesse caso concreto, sabendo que o donativo será desviado para finalidades pouco úteis às crianças, o doador está praticando caridade ou prolongando um grande mal?

Tem-se ouvido muitas opiniões e discussão a respeito. Uns dizem que seguem os ensinamentos do Cristo: – “fazer o bem sem ver a quem”, mesmo nas condições supracitadas, ainda que os pedintes não vão usufruir da oferta.

Há quem advogue ao contrário, sob alegação de que se o numerário fosse revertido, em parte ou totalmente para pelo menos saciar a fome de quem recebeu, seria correto. Mas, sabendo-se de que será entregue, para não dizer tomado pelo adulto, desviando–o para outras finalidades, por vezes agressivas e repudiadas pela sociedade, como por exemplo: para comprar drogas nocivas à saúde, essas atitudes, segundo os que assim pensam, não tem nada de caridosas. Serviria apenas para aumentar o número de crianças indefesas sendo usadas como instrumento de perversão. Amanhã não se sabe o que poderão estar fazendo.

Frente a esses procedimentos antagônicos, porém reais, fazer o bem, sem ver a quem, é caridade?

(Cel Lobo)
Pedro de Almeida Lobo 

sábado, 13 de abril de 2013

HOJE ME DEI UM TEMPO

Hoje "me dei um tempo" para pensar na vida.

Na minha vida !!!
Decidi então que: A partir do próximo amanhecer, vou mudar alguns detalhes para ser a cada novo dia, um pouquinho mais feliz.
Para começar, não vou mais olhar para trás. O que passou é passado, se errei, agora não vou conseguir corrigir.
Então, para que remoer o que passou?
Refletir sobre aqueles erros sim e então fazer deles um aprendizado para o "meu hoje"....
Nem todas as pessoas que amo, retribuem meus carinhos como "eu" gostaria....E daí?
A partir do próximo amanhecer vou continuar a amá-las, mas não vou tentar mudá-las.
Pode ser até que ficassem como eu gostaria que fossem e deixassem de ser as pessoas que eu amo.
Isso eu não quero.
Mudo eu...
Mudo meu modo de vê-los.
Respeito seu modo de ser.
Mas não pense que vou desistir de meus sonhos !!!!
Imagine !!!
A partir do próximo amanhecer, vou lutar com mais garra para que eles aconteçam.
Mas vai ser diferente.
Não vou mais responsabilizar a ninguém a minha felicidade.
Eu vou ser feliz !!!
Não vou parar a minha vida porque o que desejo não acontece, porque uma mensagem não chega, porque não ouço o que gostaria de ouvir.
Vou fazer o meu momento...
Vou ser feliz agora...
Terei outros dias pela frente !!!
Nunca mais darei muita importância aos problemas que não tenho conseguido resolver.

A partir do próximo amanhecer, vou agradecer a DEUS, todos os dias por me dar forças para viver, apesar dos meus problemas.
Chega de sofrer pelo que não consigo ter, pelo que não ouço ou não leio.
Pelo tempo que não tenho e até de sofrer por antecipação, pensando sempre, apenas no pior.
A partir do próximo amanhecer só vou pensar no que tenho de bom.
Meus amigos, nunca mais precisarão me dar o ombro para chorar.
Vou aproveitar a presença deles para sorrir, cantar, para dividir felicidade.
A partir do próximo amanhecer vou ser eu mesmo.

Nunca mais vou tentar ser modelo de perfeição.
Nunca mais vou sorrir sem vontade ou falar palavras amorosas por que acho que sei o que os outros querem ouvir.
A partir do próximo amanhecer vou viver minha vida. 

SEM MEDO DE SER FELIZ.
Vou continuar esperando.
Não, não vou esquecer ninguém.
Mas...
A partir do próximo amanhecer, quando a gente se encontrar, com certeza, vou te dar "aquele" abraço bem apertado, e com muita sinceridade dizer... 


GOSTO MUITO DE VOCÊ E TENHO MUITO AMOR PARA LHE DAR.


Autoria de Rosalva Rela

sexta-feira, 12 de abril de 2013

UM NOVO ALVORECER

Hei, você!

Por que esse olhar triste?

Por que esse desânimo e essa falta de coragem?

Sim, essa falta de coragem de enfrentar os problemas que se acumulam, sem solução?

Acaso você se julga incapaz?

Talvez especialmente hoje você tenha a sensação de que não há mais saída...

Que suas forças e seu talento para criar soluções tenham se esgotado.

Ou talvez a vida para você tenha perdido completamente o sentido, e o seu barco esteja à deriva..., seguindo conforme o vento.

Se você está se sentindo assim, vamos lhe fazer um convite.

Um convite para que você faça uma pequena viagem para dentro de si e procure, mas procure com muita vontade mesmo, e irá encontrar algo que lhe faça bem.

Ouça o coração de sua mãe, batendo em ritmo calmo enquanto lhe segura nos braços e canta suave canção de ninar... o regaço materno lhe traz segurança.

Sinta o calor e o conforto do seu berço... do seu lar...a paz do silêncio.

Lembre-se do apoio que o alfabeto lhe trouxe... da luz do conhecimento, da alegria do trabalho.

Observe quantas experiências estão arquivadas em sua intimidade...

Entregue-se ao aconchego das afeições repartidas, dos abraços de ternura, do apoio de um sábio conselho...

Pense que no mesmo mundo em que você vive, respiraram os heróis de seu ideal, os santos de sua fé, os apóstolos de sua inspiração e as inteligências que lhe traçaram roteiros...

Considere que o Criador não lhe ofereceu o mundo como exílio ou prisão, mas como nobre escola e abrigo bendito, qual divino jardim a pleno céu, banhado de sol durante o dia e enfeitado de estrelas, durante a noite...

Hei, você!

Não deixe que as lágrimas lhe impeçam de ver a grandeza e a beleza de tudo que existe no mundo que o criador lhe oferece.

Se hoje existe algum problema que lhe traz inquietação e dor, lembre-se que outro dia não tardará a surgir, trazendo um novo alvorecer...

E se sentir que está difícil sem ajuda, não se acanhe, refugie-se em um lugar tranqüilo e busque o apoio da oração.

Eleve o pensamento a Deus
e deixe seu coração falar ao criador:

Senhor, no recolhimento de minha alma sofrida, venho lhe pedir um pouco de paz, de força e coragem...

Desejo ver o mundo com olhos de amor, confiança e ternura.

Quero ter esperança... Ser feliz como criança, olhar o mundo com fé.

Quero enxergar nas pessoas a luz que cada uma traz em si, como herança sua.

Desejo acreditar que o mundo tem jeito e que problemas só existem para me ensinar a resolvê-los...

Quero ser alegre, leve e confiante...

Sentir a sua presença em cada filho seu e revelar em mim a sua grandeza divina.

Quero ser hoje melhor do que fui ontem, e amanhã melhor do que hoje...

Senhor, eu desejo um mundo melhor e quero que essa melhoria comece por mim...

Sei que uma onda escura se abateu sobre nosso planeta, e quero me transformar numa estrela para diminuir essa escuridão.

Para isso, senhor, preciso da sua ajuda a fim de vencer a incerteza, a falta de fé, a covardia moral...

Se meus passos vacilarem, senhor, desejo o seu amparo e a sua segurança para que eu possa seguir em frente, com confiança e a certeza da sua presença constante.

Hei, você!

Aproveite as horas que ainda restam deste dia, e prepare-se para um novo alvorecer... que não tardará a chegar. 



Texto da Equipe de Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

20 EXERCÍCIOS PARA A REFORMA ÍNTIMA



01 - Executar alegremente as próprias obrigações.
02 - Silenciar diante da ofensa.
03 - Esquecer o favor prestado.
04 - Exonerar os amigos de qualquer gentileza para conosco.
05 - Emudecer a nossa agressividade.
06 - Não condenar as opiniões que divergem da nossa
07 - Abolir qualquer pergunta maliciosa ou desnecessária.
08 - Repetir informações e ensinamentos sem qualquer azedume.
09 - Treinar a paciência constante.
10 - Ouvir fraternalmente as mágoas dos companheiros sem biografar nossas dores.
11 - Buscar sem afetação o meio de ser mais útil.
12 - Desculpar sem desculpar-se.
13 - Não dizer mal de ninguém.
14 - Buscar a melhor parte das pessoas que nos comungam a experiência.
15 - Alegrar-se com a alegria dos outros.
16 - Não aborrecer quem trabalha.
17 - Ajudar espontaneamente.
18 - Respeitar o serviço alheio.
19 - Reduzir os problemas particulares.
20 - Servir de boa mente quando a enfermidade nos fira.


O aprendiz da experiência terrena que quiser e puder aplicar-se, pelo menos, a alguns dos vinte exercícios aqui propostos, certamente receberá do Divino Mestre, em plena escola da vida, as mais distintas notas no curso da Caridade.



Pelo Espírito Scheilla – Do livro: Ideal Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 10 de abril de 2013

UM MOMENTO DE SOLIDÃO

...Quero um pedacinho de tempo para poder descansar esse peso do mundo que estou sentindo em meus ombros ...

Um tempo onde não me perguntem nada, nem me peçam nada, apenas me permitam o direito, de dar vazão ao pranto que venho engolindo com o café-da-manhã de todos os dias , enquanto visto a máscara de "olhem como sou valente e forte" ...

Quero ser a criança que pode chorar livremente
sob o beneplácito da manhã até que me ponham no colo, restabelecendo assim, o equilíbrio que necessito para dormir em paz.

Quero ser criança novamente e me esconder no vão da escada para que todos me procurem e se preocupem comigo, (ainda que ao me encontrarem, me ponham de castigo pela traquinagem) .

Quero ser adolescente despertando para o primeiro amor ...
Quero ser a pessoa que teme o amanhã, que se angustia com aquilo que não ousou...
e se amedronta com o que há ainda por realizar ...

Quero me aventurar na busca dos sonhos, sem ter que vê-los pintados com as cores do desânimo, ou coloridos com as cores do impossível...
e quero poder brincar com meus sonhos como se fossem massinha de modelar ilusões ...
lambuzar neles meus dedos, até decidir quando precisam se desfazer ...

Quero ter companheirismo também nas horas em que tudo parece ter se perdido, e encontrar apenas um ombro onde possa repousar meu cansaço, um ombro que seja tão somente silencioso e impregnado de compreensão...

Quero deixar que me invada toda a dor do mundo neste instante, porque ela é minha, é real e é unica, e que como tal seja aceita e compreendida ...
mesmo que eu não a aceite e não saiba lidar com ela...

E quero poder dizer isso desse jeito:
- ESTÁ DOENDO, SIM !...
sem assustar ninguém, causando uma revolução tão grande que meu mundo pareça ainda mais desabitado.

Daqui a pouco tudo vai parecer diferente e novo, eu sei.
Vou secar os olhos e vou à luta outra vez e da dor hei de ressurgir mais forte... 
Porque sou noventa e nove porcento formação de matéria que dificilmente se desintegra .

Então, por favor ...

Por um momento apenas ...
neste meu pequeno momento mais que humano, neste meu miserável um por cento de fragilidade, me deixem ser igual a todo mundo e simplesmente chorar.

Autor Desconhecido