quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

EM TODOS OS CAMINHOS


Emmanuel/Chico Xavier

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

COMPAIXÃO SOLIDÁRIA



Sala do terceiro ano do ensino fundamental. Antigo primário.
Um garoto de nove anos está sentado na sua carteira. De repente, uma poça se faz entre seus pés. Ele sente as calças molhadas.
Como foi acontecer isso? - ele se pergunta, aterrorizado. Pensa que seu coração vai parar de bater a qualquer minuto.
Nunca aquilo lhe havia acontecido antes. Sabe que, quando os meninos descobrirem, não o deixarão mais em paz.
E quando as meninas descobrirem, então! Será o fim do mundo.
Nunca mais elas falarão com ele.
Ele abaixa a cabeça e ora: Querido Deus, isto é uma emergência! Eu necessito de ajuda agora! Mais cinco minutos e serei um menino morto.
Levanta os olhos. A professora vem em sua direção.
Fui descoberto! - é o que ele pensa. E se encolhe.
Nesse exato momento, enquanto a professora anda até ele, uma coleguinha, a Susie, carrega um aquário cheio de água.
Susie tropeça na frente da professora e, inexplicavelmente, despeja toda a água no colo do menino.
Ele se assusta, se ergue e fica olhando para si mesmo. Encharcado. Literalmente encharcado da cintura para baixo.
Por dentro, ele diz: Obrigado, Senhor! Obrigado, Senhor!
De repente, em vez de ser objeto de ridículo, o menino é alvo de compaixão.
A professora desce apressadamente com ele e lhe consegue um shorts de ginástica para vestir, enquanto as suas calças secam.
Todas as demais crianças limpam a sua carteira, o chão.
A própria Susie tenta ajudar, mas é rechaçada.
Você já fez demais, sua desastrada! - dizem os colegas.
Finalmente, no fim do dia, enquanto estão esperando o ônibus, o menino caminha até Susie e lhe sussura:
Você fez aquilo de propósito, não foi?
Ela se vira para ele e sussurra: Eu também molhei minha calça uma vez.
Pode parecer uma simples história de crianças. Mas nos remete a reflexões.
Quantas vezes, em nossas vidas, já padecemos humilhação? Quantas vezes já nos encontramos em situações vexatórias?
E o que sentimos, o que passamos, serviu-nos para quê?
Recordamos dessas experiências desagradáveis, sofridas, quando vemos outras criaturas em situações semelhantes?
A experiência das dores deve nos servir para que possamos avaliar o que outros sentem. E auxiliá-los.
Isso se chama empatia.
Estabelecer ações, acionar providências para auxiliar o outro se chama compaixão. Solidariedade. Amor ao próximo.
O nome pouco importa. Importa a virtude que se estará ensaiando.
E o mundo melhor que se estará construindo. Pense nisso.

Todos possuímos males que nos maceram interiormente.
O que não nos impede de contribuir para o bem de outros.
Assim, distendamos o lenço do conforto, enxugando lágrimas.
Ofertemos a moeda da esperança ao desafortunado.
Ofereçamos o ombro amigo, o regaço acolhedor, a mão fraterna.
Para isso, não apontemos dificuldades, nem pensemos demasiadamente em nós próprios.
Saiamos ao encontro do outro. Socorramos.
Descubramos a felicidade de exercitar compaixão, solidariedade. Amor ao próximo.

Redação do Momento Espírita, com base em história de autor desconhecido.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

FELICIDADE



Passamos a vida em busca da felicidade. Procurando o tesouro escondido. Corremos de um lado para o outro esperando descobrir a chave da felicidade.
Esperamos que tudo que nos preocupa se resolva num passe de mágica. E achamos que a vida seria tão diferente, se pelo menos fôssemos felizes.
E, assim, uns fogem de casa para ser feliz. Outros fogem para casa em busca da felicidade. Uns se casam pensando em ser feliz. Outros se divorciam para ser feliz.
Uns desejam viver sozinhos para ser felizes. Outros desejam possuir uma grande família a fim de ser feliz.
Uns fazem viagens caríssimas buscando ser feliz. Analisam roteiros, escolhem os melhores hotéis, os pontos turísticos mais invejados para visitar. Outros trabalham além do normal buscando a felicidade. Fazem horas extras, inventam treinamentos e mais treinamentos para encher sempre mais os seus dias com compromissos profissionais.
Uns desejam ser profissionais liberais para comandar a sua própria vida e poder ser feliz. Outros desejam ser empregados para ter a certeza do salário no final do mês e, assim, poder ser feliz.
Outros, ainda, desejam trabalhar por comissão, assegurando que o seu esforço se transforme em melhor remuneração e assim ser feliz.
É uma busca infinita. Anos desperdiçados. Nunca a lua está ao alcance da mão. Nunca o fruto está maduro. Nunca o carinho recebido é suficiente.
Sombras, lágrimas. Nunca estamos satisfeitos.
Mas, há uma forma melhor de viver! A partir do momento em que decidimos ser feliz, nossa busca da felicidade chegou ao fim.
É que percebemos que a felicidade não está na riqueza material, na casa nova, no carro novo, naquela carreira, naquela pessoa.
E jamais está à venda. Quando não conseguimos achar satisfação dentro de nós mesmos, é inútil procurar em outra parte.
Sempre que dependemos de fatores externos para ter alegria, estamos fadados à decepção. A felicidade não se encontra nas coisas exteriores.
A felicidade consiste na satisfação com o que temos e com o que não temos. Poucas coisas são necessárias para fazer o homem sábio feliz, ao mesmo tempo em que nenhuma fortuna satisfaz a um inconformado.
As necessidades de cada um de nós são poucas. Enquanto nós tivermos algo a fazer, alguém para amar, alguma coisa para esperar seremos felizes.
Tenhamos certeza: a única fonte de felicidade está dentro de nós, e deve ser repartida.
Repartir nossas alegrias é como espalhar perfumes sobre os outros: sempre algumas gotas acabam caindo sobre nós mesmos.

Na incerteza do amanhã aproveite hoje para ser feliz.
Se chover, seja feliz com a chuva que molha os campos, varre as ruas e limpa a atmosfera.
Se fizer sol, aproveite o calor. Se houver flores em seu jardim, aproveite o perfume. Se tudo estiver seco, aproveite para colocar as mãos na terra, plantar sementes e aguardar a floração.
Se tiver amigos, aproveite para bater um papo, troque idéias e seja feliz com a felicidade deles.
Se não tiver amigos, aproveite para conquistar ao menos um.
Aproveite o dia de hoje para ser feliz.

Mensagem Espírita

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PAZ EM CASA

Compras na terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a paz.
Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranqüilidade de espírito.
Eis porque nos recomenda Jesus venhamos a dizer, antes de tudo, ao entramos numa casa:
"paz seja nesta casa".

A lição exprime vigoroso apelo à tolerância e ao entendimento.
No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência, a fim de que não penetres o clima dos teus, à feição de inimigo familiar.
Se alguém está fora do caminho desejável ou se te desgostam arranjos caseiros, mobiliza a bondade e a cooperação para que o mal se reduza.
Se problemas te preocupam ou apontamentos te humilham, cala os próprios aborrecimentos, limitando as inquietações.
Recebe a refeição por bênção divina.
Usa portas e janelas, sem estrondos brutais.
Não movas objetos, de arranco.
Foge à gritaria inconveniente.
Atende ao culto da gentileza.
Há quem diga que o lar é ponto do desabafo, o lugar em que a pessoa se desoprime.

Reconhecemos que sim; entretanto, isso não é razão para que ele se torne em praça onde a criatura se animalize.
Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se pacifique.
Todos anelamos a paz do mundo; no entanto, é imperioso não esquecer que a paz do mundo parte de nós.

Chico Xavier - Emmanuel

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Nossos sonhos

O que fazemos quando dormimos? 
Pergunta muito comum, e para a qual muitos de nós não temos resposta.

Há tantas teorias a respeito do sono e dos sonhos que até confundem as criaturas.

Perguntado aos Benfeitores Espirituais, em O Livro dos Espíritos, sobre o assunto, estes responderam que o "Sonho é a lembrança do que o Espírito viu durante o sono."

O sono liberta, parcialmente, a alma do corpo permitindo-lhe entrar em relação com o Mundo dos Espíritos.

Através dos sonhos, poderemos visitar entes queridos já desencarnados, ir a países distantes, entrar em contato com pessoas vivas.

A alma, independente durante o sono, procura sempre seus interesses. Busca as orgias junto aos espíritos inferiores ou vai em busca de luz e esclarecimento em companhia de espíritos elevados.

Mesmo quando dorme, a alma mantém seu livre-arbítrio, sua livre vontade.

Mas, por que nem sempre nos lembramos dos sonhos?  Será porque não sonhamos?

Sendo o corpo físico constituído de matéria pesada e grosseira, dificilmente conserva as impressões que o Espírito recebeu, porque a este não chegaram por intermédio dos órgãos corporais.

Em outras palavras, as vibrações do Espírito parcialmente liberto pelo sono são distintas das vibrações do Espírito revestido do corpo físico.

Isso explica porque, muitas vezes, o sonho é lúcido, repleto de cores, sons, imagens, e quando acordamos perdemos totalmente a lembrança. Ficamos apenas com as sensações no fundo da alma.

O cérebro, que é o instrumento pelo qual a mente se expressa em nível físico, é ainda muito grosseiro para registrar as impressões sutis que a mente liberta é capaz de registrar. É como se o cérebro não conseguisse decodificar as informações que lhe chegam durante o desprendimento pelo sono.

Por esse motivo é que alguns sonhos nos parecem truncados, sem nexo, ou com grandes lacunas.

É por isso também, que misturamos coisas e fatos do dia-a-dia com outras que não dizem respeito ao nosso mundo físico.

Pessoas há, que sonham com determinada situação e essa situação se concretiza no decorrer dos dias. São os chamados sonhos premonitórios. O Espírito antevê, durante o sonho, o que irá ocorrer no dia seguinte, nos próximos dias, ou em futuro distante.

Como disse um Santo, nós morremos todas as noites através do sono.

Quando, pelo processo de desencarnação, se romperem em definitivo os laços que unem o corpo à alma, esta estará liberta.

É no sonho que muitos gênios vão buscar inspiração para suas invenções. Isso explica porque é que uma idéia, não raro, surge em diversos pontos do Planeta.

Também durante o sono, homens perversos entram em contato com Espíritos que ainda se comprazem no mal, e buscam idéias para seus crimes.

Dessa forma, antes de nos entregarmos ao sono, é conveniente que façamos uma prece, rogando a Deus Sua proteção para que possamos ter sonhos instrutivos e saudáveis, bem como a companhia de bons espíritos.


Momento de Reflexão

sábado, 23 de fevereiro de 2013

EXERCÍCIO DE COMPAIXÃO

Exercício de Compaixão


Se fosses o pedinte agoniado que estende a mão à bondade pública...
Se fosses a mãezinha infeliz, atormentada pelo choro dos filhinhos que desfalecem de fome...
Se fosses a criança que vagueia desprotegida à margem do lar...
Se fosses o pai de família, atribulado, ante a doença e a penúria que lhe devastam a casa...
Se fosses o enfermo desamparado, suplicando remédio...
Se fosses a criatura caída em desvalimento, implorando compreensão...
Se fosses o obsidiado, carregando inomináveis suplícios interiores, para desvencilhar-se das trevas...
Se fosses o velhinho atirado às incertezas da rua...
Se fosses o necessitado que te roga socorro, decerto perceberias com mais segurança a função da fraternidade para sustento da vida.
Se estivéssemos no lado da dificuldade maior que a nossa, compreenderíamos, de imediato, o imperativo da caridade incessante e do auxílio mútuo.
Reflitamos nisso.
E nós, que nos afeiçoamos a estudos diversos, com vistas à edificação da felicidade e ao aperfeiçoamento do mundo, façamos, quanto possível, semelhante exercício de compaixão.

Emmanuel/Chico Xavier

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

O OUTRO LADO DA VIDA

O Outro Lado da Vida 

Um discípulo procurou seu mestre e perguntou:
- Mestre, como posso saber se existe mesmo vida após a morte?
O Mestre olhou para ele e respondeu:
- Encontre-me novamente após o sol se pôr.
O discípulo, meio contrariado, esperou algumas horas, ansioso pela resposta.
Logo que o sol se pôs, o discípulo voltou à presença do mestre. Assim que o discípulo apareceu, o mestre afirmou:
- Você percebeu o que houve? O sol morreu…
O discípulo ficou sem entender nada. Julgou que se tratava de uma brincadeira do mestre.
- Como assim mestre? Perguntou o discípulo. O sol não morreu, ele apenas se pôs no horizonte.
O mestre disse:
- Exatamente. O mesmo ocorre com todos nós após a morte. Se confiássemos apenas em nossa visão física, nos pareceria que o sol deixou de existir atrás da montanha. Mas no instante em que ele “morreu” no horizonte para nós, ele nasceu do outro lado do mundo, e se tornou visível para outras pessoas. O mesmo princípio rege a nossa alma. Após a morte do corpo, ela parece desaparecer aos nossos olhos, mas nasce no plano espiritual. A chama do espírito não se apaga, ela apenas passa a brilhar no outro lado da vida.
(Hugo Lapa)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

NOVOS TEMPOS


"A Terra tem sido o planeta dos poderosos e belicosos, ao longo dos tempos. Acredita que um dia será patrimônio dos mansos?(Mt. 5:5)"

Aprendemos como Imortais que, quando o mal chegar a cifras excessivas é que o homem sentirá a necessidade do bem e das reformulações morais no mundo. Esse tempo já se está implantando. O mal que se acompanha pelo noticiário das mídias penetra os lares, as oficinas e os templos. O sucesso dos violentos, dos beligerantes e egoístas vai chegando ao seu termo. Já sentimos falta dos brandos, dos mansos, dos que param a fim de ouvir os seus irmãos, dos que trazem a ponderação perante as crises. Mais dia, menos dia, estes assumirão, de fato, as rédeas morais do mundo.

Tenho certeza de que a promessa de Jesus se cumprirá totalmente e os mansos herdarão a Terra, serão os condutores das massas, tocados pelo amor e cônscios das altas responsabilidades que lhes dizem respeito. Em verdade, o mundo de violência elege os seus líderes, que se destacam pelas expressões da astúcia, da agressividade, dos sentimentos servis, para que enfrentem os semelhantes moralmente, gerando as dificuldades que ainda vivemos. No entanto, estamos todos fadados à glória estelar, e a mansuetude, filha dileta do amor, será a mais eficaz diretriz para conduzir os desesperados e aflitos, que se modificarão ao seu suave toque de misericórdia e ternura.
 
(Do livro: Os evangelhos e o Espiritismo. Divaldo Franco e Raul Teixeira. Perg.: 50)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

AMOR A DEUS

Você ama a Deus?
Ou será que você tem medo de Deus?
Ainda nos dias de hoje se ouve a expressão: Cuidado, Deus castiga.
Ou então: Ele é um homem temente a Deus. Temente quer dizer que teme, que tem medo.
As frases são muito infelizes.
E não verdadeiras. 
Por que temer a Deus?
Se ficarmos com o conceito de Moisés, o grande legislador do povo hebreu, com certeza teremos medo da Divindade.
Porque, ao apresentar a ideia de Deus aos homens daquela época, mais ou menos quatro mil anos atrás, Moisés O apresentou como ciumento, vingativo.
Um Deus injusto, pois punia um povo inteiro pela falta do seu chefe.
Era o Deus dos exércitos que presidia aos combates contra o Deus dos outros povos.
Um Deus que recompensava e punia só pelos bens da Terra. Que fazia se acreditasse que havia felicidade na escravidão dos outros povos.
Mas, depois de Moisés veio Jesus. E uma das partes mais importantes da revelação do Cristo é o ponto de vista pelo qual Ele nos apresentou Deus.
O Pai que ama aos Seus filhos. Soberanamente justo e bom. Cheio de mansidão e de misericórdia.
Pai que perdoa as faltas dos Seus filhos e dá a cada um segundo as suas obras. O Pai de todas as criaturas, que estende a Sua proteção por sobre todos os Seus filhos.
Deus que diz aos homens: A verdadeira pátria não é deste mundo.
Deus de misericórdia que diz: Perdoai as ofensas se desejais ser perdoados, fazei o bem em troca do mal. Não façais o que não quereis que vos façam.
Deus grande que vê o menor pensamento de Seus filhos e que não dá importância à forma com que esses filhos O honram.
Não é um Deus para temer. É um Deus para amar.
Tudo na Criação revela o amor de Deus por Seus filhos. O Universo é um poema de beleza e perfeição.
A Terra preparada até os mínimos detalhes para que o homem nela possa viver e progredir.
As sementes que reproduzem segundo sua espécie e saciam a fome.
Os rios, lagos e vertentes que propiciam o líquido precioso.
As estações com suas características. As variedades infinitas de plantas, de animais.
Deus que cria Espíritos simples e ignorantes e os coloca nas Suas moradas, os mundos, para progredirem, conquistarem sabedoria até a perfeição.
Deus que ama.
Deus quer o seu progresso. Deus quer o seu bem-estar, que seja fruto de uma vida saudável, que resulta de um aprimoramento moral.
Deus quer a sua paz legítima, depois de acalmados os anseios do seu coração e regularizados os débitos da sua consciência.
Deus quer o seu amor, superadas as instabilidades da sua emoção.
Deus quer o melhor para você.
Se você ainda não descobriu como, guarde a certeza de que Ele concede todos os dias os meios para conseguir tudo isto, em definitivo. Sem chance de perder.

Redação do Momento Espírita

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

FLEXIBILIDADE



Todo comportamento extremista responde por danos imprevisíveis e de lamentáveis consequências, por se sustentar na intolerância e no desrespeito à inteligência e ao discernimento dos demais.
A consciência equilibrada busca sempre o comportamento mais saudável, expressando-se de maneira gentil, mesmo nas circunstâncias mais severas e afligentes.
A flexibilidade é medida de cometimento edificante pela faculdade de compreender a postura do outro, aquele que nem sempre sabe expressar-se ou agir como seria de desejar, mas, nada obstante, pensa e tem ideias credoras de respeito e de consideração, que devem ser levadas a sério.
Quando se assume uma atitude de dureza, destrói-se a futura floração do bem, porque nenhuma ideia é irretocável de tal maneira que não mereça reparo ou complementação, e diversas mentes elaborando programas são mais eficazes do que apenas uma.
Ademais, essa imposição representa alta presunção decorrente da vaidade de se deter o conhecimento total ou mesmo a verdade plena.
Quando se age dessa maneira, gera-se temor e animosidade por se bloquear as possibilidades dos demais, igualmente portadores da faculdade de pensar, de discernir.
Uma atitude flexível contribui para o somatório das realizações dignificantes que são confiadas a todos.
Não obstante reconhecer o equívoco da mulher surpreendida em adultério, o Mestre foi-lhe flexível, dando-lhe nova oportunidade, embora não concordando com a sua conduta desrespeitosa aos estatutos morais e legais.
Entre dois ladrões no momento extremo, solicitado por um deles, que se arrependera de existência de erros, concedeu-lhe a bênção da esperança de que também alcançaria o paraíso.
Obras expressivas e honoráveis de serviço social e de edificações do bem no mundo soçobram e desaparecem em ruínas, quando alguns dos seus membros apresentam-se detentores de inflexibilidade em suas proposituras e comportamentos diários.
A harmonia do conjunto exige que todos contribuam com a sua parte em favor do equilíbrio geral, mesmo que ceda agora, a fim de regularizar no futuro.
Se alguém discorda e mantém-se inflexível na sua óptica ocorre o desastre no grupo, que se divide, dando lugar a ressentimentos e queixas, amarguras e dissabores.
Assevera milenária sabedoria oriental que a floresta exuberante cresce em silêncio e discrição, mas quando tomba alguma árvore é com estrondo que o faz, como a significar que o bem, o lado edificante de tudo, acontece com equilíbrio, enquanto a queda, a destruição, sempre se dá de maneira ruidosa e chocante.
Todo grupamento humano necessita do contributo valioso da tolerância, da paciência, da compreensão.
A prepotência é geradora de desmandos e tormentos incalculáveis, que poderiam ser evitados com um pouco de fraternidade.
Sê flexível, mesmo que penses diferente, que tenhas ideias próprias, felizes, facultando aos outros também serem ouvidos e seguidos.

No vendaval, a árvore que não deseja ser arrancada verga-se, para depois retornar a postura. Se pretender manter-se ereta, sofrerá a violência que a derrubará na sucessão das horas.
O bambu é um dos mais belos exemplos de flexibilidade, pois que se recurva, submete-se com facilidade às imposições que lhe são dirigidas, sem arrebentar-se, mantendo-se vigoroso.
Consciente das responsabilidades que te dizem respeito, não te imponhas pela rigidez. Os teus valores morais serão a tua identificação e o cartão de crédito da tua existência.
Estás convidado a servir, não a estabelecer diretrizes estritas para os outros, especialmente se te encontras servindo na Seara de Jesus, que sempre te proporciona chances novas, mesmo quando malbarataste aquelas que te foram anteriormente concedidas.
Fácil é ser inflexível para com o próximo e difícil é submeter-se a situação equivalente, quando se altera a circunstância e mudam-se os padrões apresentados.
Dialogando, ouvindo e abrindo-se novos conceitos e proposituras, adquire-se a faculdade da gentileza, indispensável ao êxito de todo e qualquer empreendimento humano.
No dia a dia da existência sempre ocorrem fenômenos inesperados, que alteram a programação mais bem estabelecida, exigindo mudanças de rumo, formulações novas e necessárias.
O imprevisto é uma forma de intervenção das leis soberanas, ensejando diferente opção para o comportamento saudável.
Não sejas, desse modo, aquele que cria embaraços, embora as abençoadas intenções de que te encontras revestido.
Todos são úteis numa equipe e importantes no conjunto de qualquer realização.
Sê, portanto, dócil e acessível, porque sempre há alguém mais adiante, portador de aspereza que, com certeza, suplantará a tua.
Nunca sentirás prejuízo por ceder em favor do bem comum.

 
Edição nº 80 de 16/02/2013.