quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ALÉM DA TERRA

                                                       Emmanuel

Depois da morte do corpo:

A frase amiga que houvermos proferido no estímulo ao bem será um trecho harmonioso do cântico de nossa felicidade.

A opinião caridosa que formulamos, acerca dos outros, converter-se-á em recurso de benignidade da justiça divina, no exame dos nossos erros.

O pensamento de fraternidade e compreensão, com que nos recordamos do próximo, transformar-se-á em fator de equilíbrio.

O gesto de auxílio aos irmãos do nosso caminho oferecer-nos-á sublime colheita de alegria.

Mas, igualmente, além túmulo:

As maledicências, a que nos entreguemos, será espinheiro a provocar-nos dilacerações e feridas;

A nossa indiferença para as amarguras do próximo aparecerá por geleira, dificultando-nos os passos;

A nossa preguiça surgirá como sendo um gerador de penúria espiritual;

A nossa crueldade exibir-nos-á,na tela da consciência, a constante repetição dos quadros infelizes de nossos delitos, compelindo-nos à aflitiva demora em escuras paisagens purgatoriais.

A morte é o retrato da vida.

A verdade revelará na chapada memória as imagens que estiveres criando, sustentando e movimentando, no campo da existência.

Se desejas ventura e tranqüilidade, além das fronteiras de cinza, semeia, enquanto é tempo, a luz e a sabedoria que pretendes recolher, nas sendas da ascensão maior.

Hoje - plantação, segundo nossa vontade.

Amanhã - seara, conforme a lei.

Se agora cultivamos a sombra, decerto encontraremos, depois, a resposta das trevas.

Se, porém, semeamos o amor e a simpatia, onde encontramos, indiscutivelmente, mais tarde, penetraremos, ditosos, nos domínios da luz.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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