1 - Por que não há casamento
religioso no Espiritismo?
Como ensina
Jesus, toda adoração, no propósito de uma comunhão com Deus, deve ser um ato do
coração, sem envolvimento com cerimônias e rituais.
2 - Mas não é razoável que alguém
diga algumas palavras e faça a evocação das bênçãos divinas para os nubentes?
Sem dúvida. É
muito importante, mas deve ser exercitado pelos próprios noivos.
3 - Qual o inconveniente de um
oficiante?
Transferindo para
alguém essa evocação, os noivos passam à condição de meros espectadores de uma
função de que lhes compete desempenhar. Por outro lado o oficiante, à custa de
repetir sua participação, acaba decorando belos discursos e lindas orações que
pronuncia mecanicamente, sem nenhum envolvimento com o que diz. Falta à
cerimônia, então, o essencial — sentimento, sem o que não há ligação entre a
Terra e o Céu.
4 - O que deve
ser feito no propósito dessa comunhão?
Que na
intimidade, apenas com os familiares mais chegados, os noivos proponham-se a
dizer, cada um por si, algo relacionado com o casamento
— de seus propósitos, das contribuições que
pretendem efetuar, em moedas de compreensão, respeito, amizade, em favor da
vida em comum, com a evocação das bênçãos de Deus.
5 - Os
próprios noivos seriam os oficiantes?
Não diria
oficiantes, já que não há nenhum formalismo, nenhuma cerimônia. Apenas um ato
de adoração, de elevação do sentimento, a busca das bênçãos divinas em legítimo
ato do coração.
6 - Você não
acha que a maioria das pessoas que se casam não estão preparadas para esse tipo
de evocação?
Preparo para
dizer algumas palavras? Preparo para pedir as bênçãos de Deus? O que pode
existir é alguma timidez, algum constrangimento. Justamente por isso deve-se
fazê-lo na intimidade, sem badalações, sem muita gente. Em última instância,
que os noivos o façam a sos.
7 - Esse ato
de adoração exercitado pelos noivos seria uma garantia de um casamento feliz?
Seria a
garantia de um bom começo, em perfeita comunhão com a Espiritualidade Maior.
8 - O que
mais seria preciso?
Sustentar
essa comunhão com o empenho sempre renovado da oração, da sinceridade de
propósitos, da fidelidade, da confiança mútua, na consolidação do casamento
ideal — uma união de almas, que se afinizam nos mesmos propósitos de uma
vivência legitimamente cristã.
Do livro "NÃO PISE NA BOLA", de Richard Simonetti.
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