quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

CASAMENTO ESPÍRITA

1 - Por que não há casamento religioso no Espiritismo?
Como ensina Jesus, toda adoração, no propósito de uma comunhão com Deus, deve ser um ato do coração, sem envolvimento com cerimônias e rituais.

2 - Mas não é razoável que alguém diga algumas palavras e faça a evocação das bênçãos divinas para os nubentes?
Sem dúvida. É muito importante, mas deve ser exercitado pelos próprios noivos.

3 - Qual o inconveniente de um oficiante?
Transferindo para alguém essa evocação, os noivos passam à condição de meros espectadores de uma função de que lhes compete desempenhar. Por outro lado o oficiante, à custa de repetir sua participação, acaba decorando belos discursos e lindas orações que pronuncia mecanicamente, sem nenhum envolvimento com o que diz. Falta à cerimônia, então, o essencial — sentimento, sem o que não há ligação entre a Terra e o Céu.

4 - O que deve ser feito no propósito dessa comunhão?
Que na intimidade, apenas com os familiares mais chegados, os noivos proponham-se a dizer, cada um por si, algo relacionado com o casamento
— de seus propósitos, das contribuições que pretendem efetuar, em moedas de compreensão, respeito, amizade, em favor da vida em comum, com a evocação das bênçãos de Deus.

5 - Os próprios noivos seriam os oficiantes?
Não diria oficiantes, já que não há nenhum formalismo, nenhuma cerimônia. Apenas um ato de adoração, de elevação do sentimento, a busca das bênçãos divinas em legítimo ato do coração.

6 - Você não acha que a maioria das pessoas que se casam não estão preparadas para esse tipo de evocação?
Preparo para dizer algumas palavras? Preparo para pedir as bênçãos de Deus? O que pode existir é alguma timidez, algum constrangimento. Justamente por isso deve-se fazê-lo na intimidade, sem badalações, sem muita gente. Em última instância, que os noivos o façam a sos.

7 -  Esse ato de adoração exercitado pelos noivos seria uma garantia de um casamento feliz?
Seria a garantia de um bom começo, em perfeita comunhão com a Espiritualidade Maior.

8 -  O que mais seria preciso?

Sustentar essa comunhão com o empenho sempre renovado da oração, da sinceridade de propósitos, da fidelidade, da confiança mútua, na consolidação do casamento ideal — uma união de almas, que se afinizam nos mesmos propósitos de uma vivência legitimamente cristã.

Do livro "NÃO PISE NA BOLA", de Richard Simonetti.

Nenhum comentário: