Quando encarnamos trazemos uma
tendência que, por afinidade, nos levará ao encontro de pessoas cujos
valores se assemelham com os da gente. É o tal “os afins se atraem”.
Dizem que o homem nasceu para uma determinada mulher, isso, porém,
poderá ser um pouco precipitado, uma vez que para cada tipo existirão
centenas de almas afins e não necessariamente aquela única. A
aproximação fará com que as pessoas se conheçam num determinado grau
vibratório. No início se respeitam como se usassem máscaras, que o
passar dos tempos, pela freqüente convivência vão dando lugar a uma
confiança e intimidade maior, logo, aquele par já não é mais o mesmo que
se conheceu há tempos atrás. Às vezes o relacionamento melhora muito,
mas é comum, também, em certos casos, que ele se deteriore e o casal passa a se estranhar amargamente.
Se a ligação do casal está na esfera de reabilitação em conjunto, ai se
deve iniciar o treinamento da renúncia. Essa renúncia se encontra em
todos os níveis até com os filhos, uma vez que também chegará a hora da
separação por casamento ou mesmo separação para os estudos em cidade
longe do domicílio dos pais. Nessa ocasião, também, a renúncia é
providencial. Jesus renunciou muito, principalmente quando não quis
assumir o poder político temporal quando da sua entrada triunfal em
Jerusalém. Jesus, em outras oportunidades, vivenciou a renúncia, quando
deixou o aconchego do seu lar para pregar o Evangelho. Ele renunciava
todas as vezes que podia vencer, e, cedia a vez para que o próximo
crescesse. Embora a renúncia seja uma arte, ela é acessível a qualquer
pessoa bem intencionada.
Ser gentil, dar preferência a
alguém no transporte coletivo são renuncias que experimentamos. Alguns
acham impossível renunciar, mas se fizerem um balanço de suas próprias
vidas verão que no reduto dos seus lares, por diversas vezes, já fizeram
esse treinamento. É quando deixam os filhos ganharem numa partida de
cartas de baralho, ou mesmo, quando facilitam, para que o filho marque
um gol quando o pai é o goleiro. O pai, na ânsia de ver seu filho feliz,
facilita para que ele ganhe. Isso é um tipo de renúncia. É só pegar
esses simples exemplos e exercitá-los fora de casa.
O ciúme, a inveja, a usura, o
egoísmo, são os maiores entraves para a renúncia. Vamos perseguir a
reforma intima para que esses defeitos se neutralizem dentro da gente.
Com isso estaremos dando passos largos para nossa própria liberdade.
Renúncia é a maior arma que o ser humano possui nas mãos. Exercitá-la é
no mínimo ser inteligente.
“A competição é uma conduta que só há
perdedores”.
Wilson Focassio
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