quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

A ARTE DE RENUNCIAR

Quando encarnamos trazemos uma tendência que, por afinidade, nos levará ao encontro de pessoas cujos valores se assemelham com os da gente. É o tal “os afins se atraem”. Dizem que o homem nasceu para uma determinada mulher, isso, porém, poderá ser um pouco precipitado, uma vez que para cada tipo existirão centenas de almas afins e não necessariamente aquela única. A aproximação fará com que as pessoas se conheçam num determinado grau vibratório. No início se respeitam como se usassem máscaras, que o passar dos tempos, pela freqüente convivência vão dando lugar a uma confiança e intimidade maior, logo, aquele par já não é mais o mesmo que se conheceu há tempos atrás. Às vezes o relacionamento melhora muito, mas é comum, também, em certos casos, que ele se deteriore e o casal passa a se estranhar amargamente. Se a ligação do casal está na esfera de reabilitação em conjunto, ai se deve iniciar o treinamento da renúncia. Essa renúncia se encontra em todos os níveis até com os filhos, uma vez que também chegará a hora da separação por casamento ou mesmo separação para os estudos em cidade longe do domicílio dos pais. Nessa ocasião, também, a renúncia é providencial. Jesus renunciou muito, principalmente quando não quis assumir o poder político temporal quando da sua entrada triunfal em Jerusalém. Jesus, em outras oportunidades, vivenciou a renúncia, quando deixou o aconchego do seu lar para pregar o Evangelho. Ele renunciava todas as vezes que podia vencer, e, cedia a vez para que o próximo crescesse. Embora a renúncia seja uma arte, ela é acessível a qualquer pessoa bem intencionada.
Ser gentil, dar preferência a alguém no transporte coletivo são renuncias que experimentamos. Alguns acham impossível renunciar, mas se fizerem um balanço de suas próprias vidas verão que no reduto dos seus lares, por diversas vezes, já fizeram esse treinamento. É quando deixam os filhos ganharem numa partida de cartas de baralho, ou mesmo, quando facilitam, para que o filho marque um gol quando o pai é o goleiro. O pai, na ânsia de ver seu filho feliz, facilita para que ele ganhe. Isso é um tipo de renúncia.   É só pegar esses simples exemplos e exercitá-los fora de casa.
O ciúme, a inveja, a usura, o egoísmo, são os maiores entraves para a renúncia. Vamos perseguir a reforma intima para que esses defeitos se neutralizem dentro da gente. Com isso estaremos dando passos largos para nossa própria liberdade. Renúncia é a maior arma que o ser humano possui nas mãos. Exercitá-la é no mínimo ser inteligente. 
“A competição é uma conduta que só há perdedores”.


Wilson Focassio

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