segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O MÉDIUM E O EXERCÍCIO DA FÉ




Extraído do Blog História & Espiritismo de Luciano Dudu
Amigo Leitor, depois de muito refletir sobre algumas questões referente à nossa rotina diária no campo terreno, e analisando também as tarefas dos medianeiros nas Casas Espíritas, detectamos algumas situações conflitantes que faz parte da maioria de nós encarnados.
Daí eu pergunto, será que nós estamos conseguindo lidar com nossos problemas existências sem esmorecer?
Será que estamos conseguindo realizar nossa auto ilunimação da forma proposta por Jesus?
De que forma, nós na condição de seres em aprendizado da senda do Cristo, estamos lidando com as nossas vitórias ou fracassos das provas existenciais?
Será que a maioria de nós estamos conseguindo, nesta existência, acertar mais e errar menos?
Encontraremos nas obras codificadas por Allan Kardec as respostas para todas as indagações acima.

Recordando de uma passagem dita por Jesus há mais de dois mil anos atrás, retratado pelo evangelista Mateus, em seu evangelho no capitulo XVII, vv. 14 a 20. “Pois em verdade vos digo, se tivésseis a fé do tamanho de um grão de mostarda, diríeis a esta montanha: Transporta-te daí para ali e ela se transportaria, e nada vos seria impossível – Jesus.
Para nosso melhor entendimento desta passagem, postaremos logo abaixo a “Instrução dos Espíritos”, em o Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo XIX, que vem nos falar sobre a Fé Humana e na Fé Divina.
Analisando os dias atuais, percebemos claramente que grande parte das criaturas reencarnadas, tem um contato direto ou indireto, com notícias ou situações vivenciadas, de violências, criminalidade, maldades, e injustiça.
Dependendo do grau de evolução do encarnado, tais situações podem levar a criatura a desencadear diversos desajustes, seja no âmbito físico ou espiritual.
Isso se dá, pela facilidade de sintonizar com esse emaranhado de fluídos mal sãos, vícios e paixões, fazendo com que abaixe seu padrão vibratório, e conseqüentemente a falta de vigilância da criatura, pode causar enfermidades físicas e espirituais.
Eu os convido a refletirmos sobre, de que forma conseguiremos administrar todas essas questões negativas citadas acima, os conflitos e embates do cotidiano?
E tratando da questão de educação mediúnica, assunto que está sempre em pauta em meu blog, refletiremos em qual seria a forma mais eficaz para nos vigiarmos e conseguirmos desenvolver a mediunidade com serenidade e equilíbrio?
Citaremos nesse material, apenas um dos itens que consideramos determinante para o sucesso de nossa empreitada terrena e o burilamento de nossas faculdades mediúnicas.
Falaremos da Fé, que nos dá força para viver, que nos dá bom ânimo para continuarmos nos embates do dia-a-dia, e que nos norteia e encoraja para desenvolvermos nossas faculdades mediúnicas, a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Trouxemos esse assunto para estudo por consideramos que ela, a Fé, é força motora que nos rege, para conseguirmos passar sem esmorecer por todos os fatos citados acima.
Seja a Fé humana ou Divina.
Destarte é a Fé que nos “alimenta”, e que nos dá coragem para conseguirmos atingir ideais nobres.
Veremos logo abaixo que a fé é um sentimento inato a todos os seres humanos, mas em graus diferentes, dependendo do estágio de consciência moral e espiritual de cada um. E também da forma que lida com a vontade de realizar atos e ações. Para que todo esse processo de realização ocorra é necessário à priori que o homem tenha fé em si próprio, e conseqüentemente na divindade.
Tomamos a liberdade para transcrever um trecho de um artigo escrito por Ana Cristina Campos, publicado na Revista do Espiritismo de nº 40, julho/ setembro de 1998 onde ela diz:

“Todos temos que acreditar nas nossas próprias forças para vencer as dificuldades, para mover as montanhas da indiferença, da angustia, da má vontade, da rotina, das paixões inferiores. A fé traz-nos paciência, calma e o discernimento necessário para enfrentar o futuro, por mais incerto que se apresente. Esta é a fé humana de que precisa toda criatura humana. Se a esta juntarmos a fé divina, que é a alavanca do progresso da humanidade, chegaremos à fé que realiza milagres.”
A fé humana e divina. Se todas as pessoas tivessem consciência da força que trazem em si mesmas e se estivessem dispostas a colocar a sua vontade ao serviço dessa força, seriam capazes de operar prodígios que mais não são que o desenvolvimento harmônico e equilibrado das faculdades humanas.
“Qualquer ser humano que esteja disposto a agir, trabalhando com vontade séria para o bem dos outros, será sempre secundado e ajudado pelos bons espíritos que se preocupam com o destino da humanidade”
Extraído do artigo de Ana Cristina Campos


Vamos refletir sobre que vem a ser a Fé.
Segundo o dicionário Priberam da Língua Portuguesa a palavra FÉ significa
fé (latim fides, -ei)
s. f.
1. Adesão absoluta do espírito a aquilo que se considera verdadeiro.
2. Fidelidade. 4. Prova. 5. Crença.
s. m.
6. Décima sétima letra do alfabeto hebraico. 7. Relig. Uma das virtudes teologais.
à fé: por certo, certamente. fazer fé: constituir prova merecer crédito
Encontraremos no livro Estudos Espíritas, psicografado pelo médium Divaldo P. Franco, pelo Espírito Joana de Angelis, o item 14 com o título de Fé, destacamos alguns pontos que achamos importantes.
Conceito de Fé:

" No sentindo comum a crença em algo constitui a fé. Normalmente inata, manifesta-se pelo seu caráter natural em aceitar as coisas e realidades conforme apresentam, sem mais amplas indagações. É inata em todos os homens, constituindo particularmente e especial manifestação do Ser. Ninguém esta isento de sua realidade, porquanto é parte integrante de cada vida.
(...)Realiza-se, porém, a fé, na sua plenitude, quando é conseqüência da razão(...)
... Quando honestamente elaborada é calma e fecunda, propiciando equilíbrio físico e psíquico que sustenta a vida humana.
... Psicologicamente exterioriza-se pela busca de fatos, mediante os processos de intuição e da dedução, através do consentimento do intelecto em decorrência de um testemunho.
(...) Todavia a fé que não produz é semelhante à lâmpada aparatosa que não esparze claridade: é inútil. Assim considerando, assevera Tiago que a fé sem obras é inoperante.

A Fé e o Espiritismo:
Sendo a Doutrina Espírita a religião que estua no fato comprovado da imortalidade, faculta a fé os óleos mantenedores de sua flama, através da consistência dos seus postulados, decorrentes da observação, da confirmação, incontestável e dos conceitos relevantes que lhe constituem a linha ético filosófica de afirmação.
(...) Constitui força motriz para a caridade- a virtude por excelência-, em cujo labor o espírito se engrandece e alcança a plenitude.
Não foi por outra razão que Allan Kardec, o escolhido para embaixador do Espírito da Verdade, conceituou:
“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da Humanidade."
Joana de Angelis
Encontraremos no livro ABC da mediunidade, psicografado pelo médium Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Odillon Fernandes em outubro de 1994, o item 14 com o título de Fé.
Odillon Fernandes assevera que:
" A fé do medianeiro não deve reduzir-se à crença na imortalidade.
Que ele se prepare para os testemunhos a que inevitavelmente será chamado.
A fé que não age é simples questão de palavras, pois aquele que realmente crê di-lo através de suas atitudes.
A Fé que transporta montanhas é aquela que é capaz de transformar-se em alavanca.
No princípio, é natural que o médium vacile, no entanto não se esqueça de que acima de sua convicção no fenômeno deve estar a sua convicção no bem.
O médium que dúvida de seus propósitos na mediunidade é pior do que aquele que descrê de suas faculdades sensitivas.
Se a convicção sincera induz à ação, a ação sincera produz a convicção.
O médium que não creia em si, não permaneça na expectativa de que os outros creiam.
Não raro, faz parte do quadro provacional do médium ser instrumento de convicção para os que o rodeiam, permanecendo ele mesmo à mercê da dúvida que alimenta a respeito dos próprios recursos medianímicos.
Segundo Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, a fé não é sempre uma condição de rigor para quem deseje ocupar-se da mediunidade.
“Enquanto permaneça na expectativa de seu aprimoramento mediúnico, que o médium trabalhe, confiando nos espíritos que nele confiam".
Odillon Fernandes.

A FÉ HUMANA E A DIVINA

Um Espírito Protetor. (Paris,1863).

E. S. E
12. No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade. Até ao presente, a fé não foi compreendida senão pelo lado religioso, porque o Cristo a revelou como poderosa alavanca e porque o têm considerado apenas como chefe de uma religião. Entretanto, o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação. Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhe o exemplo?
Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?
A fé é humana ou divina, conforme o homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas, ou das suas aspirações celestiais e futuras.
O homem de gênio, que se lança à realização de algum grande empreendimento, triunfa se tem fé, porque sente em si que pode e há de chegar ao fim colimado, certeza que lhe faculta imensa força. O homem de bem que, crente em seu futuro celeste, deseja encher de belas e nobres ações a sua existência, haure na sua fé, na certeza da felicidade que o espera, a força necessária, e ainda aí se operam milagres de caridade, de devotamento e de abnegação. Enfim, com a fé, não há maus pendores que se não chegue a vencer.
O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação. É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.
Repito: a fé é humana e divina. Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas.
– Um Espírito Protetor. (Paris, 1863.)

Fonte: Kardec, Allan; 1804-1869
- O Evangelho Segundo o Espiritismo; Cap IXI, A Fé que transporta Montanhas, pag 248, item 12; Allan Kardec: tradução J. Herculano Pires 62ª edição; São Paulo- Lake, 2006
- Estudos espíritas, Fé, pág. 113, item 14, Joana de Angelis- Divaldo P. Franco, 6ª ed; Brasília DF- FEB 1982;
- ABC da Mediunidade - pág. 35, item 14, Odilon Fernandes- Carlos A. Baccelli; 1ª ed; Casa editora espírita "Pierre- Paul Didier Uberaba MG 1994.
-Revista do Espiritismo de nº 40, julho/setembro de 1998 - parte do artigo de Ana Cristina Vargas

Nenhum comentário: