domingo, 2 de março de 2014

ANALISEMOS

                                                      Emmanuel

Em te referindo aos afortunados, lembra-te de que o sofrimento dos ricos não se encontra no ouro que lhes abastece as arcas, mas sim no desvairado apego aos recursos amoedados com que muitos deles se encarceram na sombra.

Não olvides, ainda, o valor substancial que flui do dinheiro generosamente aplicado, na gota de leite à criancinha menosprezada, no remédio ao enfermo sem ninguém, no socorro aos irmãos infelizes que estagiam em padecimentos acerbos e no agasalho aos que tiritam de frio para que o companheiro do mundo, algo podendo dar, te encontre a frase estimulante e amiga a incentivar-lhe o passo nas boas obras.

Em te reportando à cultura intelectual, recorda que não é a instrução a infelicidade dos espíritos orgulhosos, mas, sim, a lamentável super-estimação de si mesmo que lhes sitia a existência na cegueira da vaidade.

Não te esqueças, ainda, dos bens infinitos que vertem, constantemente, das fontes da educação, no devotamento do professor que ilumina o santuário da escola; na ciência do médico que sana a enfermidade; no conhecimento do técnico que te assegura o trabalho; e na abnegação do escritor reto e nobre que te preserva a cabeça contra os detritos da ignorância, para que o companheiro do mundo, algo podendo ensinar, se veja amparado em tua palavra reedificante, fazendo-se valoroso operário na sementeira da luz.

Não condenes, a ninguém, explanando sobre o ministério do Cristo que a todos nos reuniu na mesma construção de solidariedade e de amor.

Isso, porque o progresso real não prescinde de todos os ingredientes valiosos à exaltação da vida, na qual é preciso elevar o coração à altura do cérebro e horizontalizar o cérebro no plano do coração, para que, pensando e sentindo, possamos aprender amando e amar aprendendo, com o justo equilíbrio a orientar-nos a senda para a Vida Maior.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

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