segunda-feira, 31 de março de 2014

JESUS E A HUMANIDADE

Jesus-Homem é a lição de vida que haurimos no Evangelho como convite ao homem que se deve deificar. Não havendo criado qualquer doutrina ou sistema, Jesus tornou a Sua vida o modelo para que o homem se pudesse humanizar, adquirindo a expressão superior.

No Seu tempo, e ainda agora, o homem tem sido símbolo de violência, prepotência e presunção, dominador exterior, estorcegando-se, porém, na sua fragilidade, nos seus conflitos e perecibilidade.

Após os Seus exemplos surgiu um diferente homem: humilde, simples, submisso e forte na sua perenidade espiritual. Enquanto os grandes pensadores de todos os tempos estabeleceram métodos e sistemas de doutrinas, Ele sustentou, no amor, os pilotis da ética humanizada para a felicidade.

Não se utilizou de sofismas, nem de silogismos, jamais aplicando comportamentos excêntricos ou fórmulas complexas que exigissem altos níveis de inteligência ou de astúcia. Tudo aquilo a que se referiu é conhecido, embora as roupagens novas que o revestem.

Utilizou-se de um insignificante grão de mostarda, para lecionar sobre a fé; recorreu a redes de pesca e a peixes, para deixar imperecíveis exemplos de trabalho; a semente caindo em diferentes tipos de solos, para demonstrar a diversidade de sentimentos humanos ante o pólen de luz da Sua palavra.

O "Sermão da montanha" inverteu o convencional e aceito sem discussão, exaltando a vítima inocente ao invés do triunfador arbitrário; o esfaimado de justiça, de amor e de verdade, em desconsideração pelo farto e ocioso, dilapidador dos dons da vida.

Jesus é a personagem histórica mais identificada com o homem e com a humanidade. Todo o Seu ministério é feito de humanização, erguendo o ser do instinto para a razão e daí para a angelitude. Igualmente, é o Homem que mais se identifica com Deus.

Nunca se Lhe refere como se estivesse distante, ou fosse desconhecido, ou temível.

Apresenta-O em forma de Amor, amável e conhecido, próximo das necessidades humanas, compassivo e amigo. Reformula o conceito mosaico e atualiza-o em termos de conquista possível, aproximando os homens dEle pela razão simples de Ele estar sempre próximo dos indivíduos que se recusam a doar-se-Lhe em amor.

Referindo-se ao "reino", não o adorna de quimeras nem o torna pavoroso; antes, desperta nos corações o anelo de consegui-lo na realidade da transcendência de que se reveste. Nega o mundo, sem o maldizer, abençoando-o nas maravilhosas paisagens nas quais atende a dor, e deixa-se mergulhar em meditações profundas sob o faiscar das estrelas luminosas do Infinito. Jesus, na humanidade, significa a luz que a aquece e a clareia. Se te deixaste fossilizar por doutrinas ortodoxas que pretendem nEle ter o seu fundador, renasce e busca-O, na multidão ou no silêncio da reflexão, fazendo uma nova leitura das Suas palavras, despidas das interpretações forjadas.

Se te decepcionaste com aqueles que se dizem seguidores dEle, mas não Lhe vivem os exemplos, olvida-os, seguindo-O na simplicidade dos convites que Ele te endereça até agora e estão no conteúdo das Suas mensagens, ainda avivas quão ignoradas. Se não Lhe sentiste o calor, rompe o frio da tua indiferença e faze-te um pouco imparcial, sem reações adrede estabelecidas, facultando-Lhe penetrar-te o coração e a mente.

Na tua condição humana necessitas dEle, a fim de cresceres, saindo dos seus limites para o infinito do Seu amor. Jesus veio ao homem para humanizá-lo, sem dúvida.

Cabe-te, agora, esquecer por momentos das tuas pequenezas e recebê-Lo, assim cristificando-te, no logro da tua realização plena e total.



Texto extraidodo livro "Jesus e Atualidade". Pelo Espírito Joanna de Ângelis/
Divaldo Pereira Franco.

domingo, 30 de março de 2014

O ESPÍRITA NA MULTIDÃO

O espírita cristão, porque busca realmente compreender Jesus e raciocinar no Evangelho, é alguém sob regime de fiscalização permanente. Daí procedem as múltiplas contradições nas críticas que recebe.

Habitualmente, se é generoso, a multidão em torno dirá dele: “é perdulário”. Se economiza: “é avarento”. Se mantém a disciplina: “é ditador.” Se não observa condições e horário: “é irresponsável”. Se diligencia renovar as normas conhecidas: “é revolucionário”. Se conserva os padrões de hábito: “é inerte”. Se usa franqueza: “é descaridoso”. Se contemporiza: “é hipócrita”. Se brinca: “é irreverente”. Se chora: “é obsesso”. Se comunicativo: “é estouvado”. Se discreto: “é orgulhoso”. Se estuda intensivamente: “é afetado”. Se estuda menos: “é ignorante”. Se colabora com afinco na assistência social: “é santarrão”. Se coopera menos na beneficência de ordem material: “é preguiçoso”. Se revela ardente fervor nas convicções: “é fanático”. Se analisa, como é necessário, as instruções em andamento: “é um cético”. Se trabalha com grande número de pessoas: “é demagogo”. Se trabalha em ambiente restrito: “é insociável”.

Efetivamente, a multidão é nossa família e nada justificaria qualquer propósito de nos distanciarmos dela, a pretexto de superioridade individual. Somos claramente chamados a servi-la. Com ela e por ela, é que também nos despojaremos das imperfeições que nos marcam a vida. Ainda assim, conquanto amando-a e abençoando-a, não nos seria lícito esquecer que ela própria, um dia preferiu Barrabás a Jesus, em lamentável engano. Atentos a isso, onde estiveres e como estiveres, coloca-te acima das opiniões humanas, e serve a Jesus servindo à multidão, ofertando à seara do bem o que fores e o que tiveres de melhor.



Extraido do livro "Paz e Renovação", de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

sábado, 29 de março de 2014

TENHO MEDO

"E, tendo medo, escondi na terra o teu talento..." (Mateus, 25:25)

Na parábola dos talentos, o servo negligente atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.

Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.

Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.

Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, alegando o medo da ação.

Medo de trabalhar.

Medo de servir.

Medo de fazer amigos.

Medo de desapontar.

Medo de sofrer.

Medo da incompreensão.

Medo da alegria.

Medo da dor.

E alcançam o fim do corpo, como sensitivas humanas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.

Na vida, agarram-se ao medo da morte.

Na morte, confessam o medo da vida.

E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em campeões da inutilidade e da preguiça.

Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem,
porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.



Texto extraido do livro "Fonte Viva" pelo Espírito Emmanuel/
Francisco Cândido Xavier. FEB. Capítulo 132.

sexta-feira, 28 de março de 2014

OBREIRO SEM FÉ



"....e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras." (Tiago, 2:18)





Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé, espalhando inquietação e desânimo.

Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando:

- "Para quê? O mundo não presta."

Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário de obrigações edificantes, alegando: .Não nasci para o servilismo desonroso.

Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando:

- "Tudo isto é mentira e complicação."

Se convidado a posição de evidência, repete o velho estribilho:

- "Não mereço! Sou indigno!..."

Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta:

- "Quem me ofende assim.?"

E transita de situação em situação, entre a lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.

Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço por que se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente, sem jamais aprender a lição.

Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço.

O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus. Em vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento.

Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.


Extraido do livro "Fonte Viva", pelo Espírito Emmanuel/
 Francisco Cândido Xavier. FEB. Capítulo 26.

quinta-feira, 27 de março de 2014

HÁBITOS INFELIZES

Usar pornografia ou palavrões, ainda que estejam supostamente na moda.

Pespegar tapinhas ou cotucões a quem se dirija a palavra.

Comentar desfavoravelmente a situação de qualquer pessoa.


Estender boatos e entretecer conversações negativas.

Falar aos gritos.

Rir descontroladamente.

Aplicar franqueza impiedosa a pretexto de honorificar a verdade.

Escavar o passado alheio, prejudicando ou ferindo os outros.

Comparar comunidades e pessoas, espalhando pessimismo e desprestígio.

Fugir da limpeza.

Queixar-se, por sistema, a propósito de tudo e de todos.

Ignorar conveniências e direitos alheios.

Fixar intencionalmente defeitos e cicatrizes do próximo.

Irritar-se por bagatelas.

Indagar de situações e ligações, cujo sentido não possamos penetrar.

Desrespeitar as pessoas com perguntas desnecessárias.

Contar piadas suscetíveis de machucar os sentimentos de quem ouve.

Zombar dos circunstantes ou chicotear os ausentes.

Analisar os problemas sexuais seja de quem seja.

Deitar conhecimentos fora de lugar e condição, pelo prazer de exibir cultura e competência.

Desprestigiar compromissos e horários.

Viver sem método.

Agitar-se a todo instante, comprometendo o serviço alheio e dificultando a execução dos deveres próprios.

Contar vantagens, sob a desculpa de ser melhor que os demais.

Gastar mais do que se dispõe.

Aguardar honrarias e privilégios.

Não querer sofrer.

Exigir o bem sem trabalho.

Não saber agüentar injúrias ou críticas.

Não procurar dominar-se, explodindo nos menores contratempos.

Desacreditar serviços e instituições.

Fugir de estudar.

Deixar sempre para amanhã a obrigação que se pode cumprir hoje.

Dramatizar doenças e dissabores.

Discutir sem racionar.

Desprezar adversários e endeusar amigos.

Reclamar dos outros aquilo que nós próprios ainda não conseguimos fazer.

Pedir apoio sem dar cooperação.

Condenar os que não possam pensar por nossa cabeça.

Aceitar deveres e largá-los sem consideração nos ombros alheios.




Texto extraido do livro "Sinal Verde", pelo Espírito André Luiz/ Francisco Cândido Xavier. Editora CEC.

quarta-feira, 26 de março de 2014

ABORTO

Conseqüência natural do instinto de conservação da vida é a procriação, traduzindo a sabedoria divina, no que tange à perpetuação das espécies.

Mesmo nos animais inferiores a maternidade se expressa como um dos mais vigorosos mecanismos da vida, trabalhando para a manutenção da prole.

Ressalvadas raras exceções, o animal dócil, quando reproduz, modifica-se, liberando a ferocidade que jaz latente, quando as suas crias se encontram ameaçadas.

O egoísmo humano, porém, condescendendo com os preconceitos infelizes, sempre que em desagrado, ergue a clava maldita e arroga-se o direito de destruir a vida.

Por mais se busquem argumentos, em vãs tentativas para justificar-se o aborto, todos eles não escondem os estados mórbidos da personalidade humana, a revolta, a vingança, o campo aberto para as licenças morais, sem qualquer compromisso ou responsabilidade.

O absurdo e a loucura chegam, neste momento, a clamorosas decisões de interromper a vida do feto, somente porque os pais preferem que o filho seja portador de outra e não da sexualidade que exames sofisticados conseguem identificar em breve período de gestação, entre os povos supercivilizados do planeta...

Não há qualquer dúvida, quanto aos "direitos da mulher sobre o seu corpo", mas, não quanto à vida que vige na intimidade da sua estrutura orgânica.

Afinal, o corpo a ninguém pertence, ou melhor nada pertence a quem quer que seja, senão à Vida.

Os movimentos em favor da liberação do aborto, sob a alegação de que o mesmo é feito clandestinamente, resultam em legalizar-se um crime para que outro equivalente não tenha curso.

Diz-se que, na clandestinidade, o óbito das gestantes que tombam, por imprudência, em mãos incapazes e criminosas, é muito grande, e quando tal não ocorre, as conseqüências da técnica são dolorosas, gerando seqüelas, ou dando origem a processos de enfermidades de longo curso.

A providência seria, portanto, a do esclarecimento, da orientação e não do infanticídio covarde, interrompendo a vida em começo de alguém que não foi consultado quanto à gravidade do tentame e ao seu destino.

Ocorre, porém, na maioria dos casos de aborto, que a expulsão do corpo em formação, de forma nenhuma interrompe as ligações Espírito-a-Espírito, entre a futura mãe e o porvindouro filho.

Sem entender a ocorrência, ou percebendo-a, em desespero, o ser espiritual agarra-se às matrizes orgânicas e, à força da persistência psíquica, sob frustração do insucesso termina por lesar a aparelhagem genital da mulher, dando gênese a doenças de etiologia mui complicada, favorecendo os múltiplos processos cancerígenos.

Outrossim, em estado de desespero, por sentir-se impedido de completar o ciclo da vida, o Espírito estabelece processos de obsessão que se complicam, culminando por alienar-se a mulher de consciência culpada, formando quadros depressivos e outros, em que a loucura e o suicídio tornam-se portas de libertação mentirosa.

Ninguém tem o direito de interromper uma vida humana em formação.

Diante da terapia para salvar a vida da mãe, é aceitável a interrupção do processo da vida fetal, em se considerando a possibilidade de nova gestação ou o dever para com a vida já estabelecida, face à dúvida ante a vida em formação...

Quando qualquer crime seja tornado um comportamento legal, jamais se enquadrará nos processos morais das Leis Soberanas que sustentam o Universo em nome de Deus.

Diante do aborto em delineamento, procura pensar em termos de amor e o amor te dirá qual a melhor atitude a tomar em relação ao filhinho em formação, conforme os teus genitores fizeram contigo, permitindo-te renascer.



Texto extraido do livro "Alerta", pelo Espírito Joanna de Ângelis/
 Divaldo Pereira FRANCO, Ed.LEAL.

terça-feira, 25 de março de 2014

ANTE O DIVÓRCIO

Toda perturbação no lar, frustando-lhe a viagem no tempo, tem causa específica. Qual acontece ao comboio, quando estaca indebitamente ou descarrila, é imperioso angariar a proteção devida para que o carro doméstico prossiga adiante.

No transporte caseiro, aparentemente ancorado na estação do cotidiano (e dizemos aparentemente, porque a máquina familiar está em movimento e transformação incessantes), quase todos os acidentes se verificam pela evidência de falhas diminutas que, em se repetindo indefinidamente, estabelecem, por fim, o desastre espetacular.

Essas falhas, no entanto, nascem do comportamento dos mais interessados na sustentação do veículo ou, propriamente, do marido e da mulher, chamados pela ação da vida a regenerar o passado ou a construir o futuro pelas possibilidades da reencarnação no presente, falhas essas que se manifestam de pequeno desequilíbrio, até que se desencadeie o desequilíbrio maior.

Nesse sentido, vemos cônjuges que transfiguram conforto em pletora de luxo e dinheiro, desfazendo o matrimônio em facilidades loucas, como se afoga uma planta por excesso de adubo, e observamos aqueles outros que o sufocam por abuso de sovinice; notamos os que arrasam a união conjugal em festas sociais permanentes e assinalamos os que a destroem por demasia de solidão; encontramos os campeões da teimosia que acabam com a paz em família, manejando atitudes do contra sistemático, diante de tudo e de todos, e identificamos os que a exterminam pelo silêncio culposo, à frente do mal; surpreendemos os fanáticos da limpeza, principalmente muitas de nossas irmãs, as mulheres, quando se fazem mártires de vassoura e enceradeira, dispostas a arruinar o acordo geral em razão de leve cisco nos móveis, e somos defrontados pelos que primam no vício de enlamear a casa, desprezando a higiene.

Equilíbrio e respeito mútuo são as bases do trabalho de quantos se propõem garantir a felicidade conjugal, de vez que, repitamos, o lar é semelhante ao comboio em que filhos, parentes, tutores e afeiçoados são passageiros.

Alguém perguntará como situaremos o divórcio nestas comparações. Divorciar, a nosso ver, é deixar a locomotiva e seus anexos. Quem responde pela iniciativa da separação decerto que larga todo esse instrumental de serviço à própria sorte e cada consciência é responsável por si. Não ignoramos que o trem caseiro corre nos trilhos da existência terrestre, com autorização e administração das Leis Orgânicas da Providência Divina e, sendo assim, o divórcio, expressando desistência ou abandono de compromisso, é decisão lastimável, conquanto às vezes necessária, com raízes na responsabilidade do esposo ou da esposa que, a rigor, no caso, exercem as funções de chefe e maquinista.



Texto retirado do livro "Encontro Marcado", pelo Espírito Emmanuel pelas mãos de Chico Xavier.

segunda-feira, 24 de março de 2014

ANGÚSTIA E PAZ

Previne-te contra a angústia.

Esta tristeza molesta, insidiosa, contínua, arrasta-te a estado perturbador.

Essa insatisfação injustificável, perseverante, penosa, conduz-te a desequilíbrio imprevisível.

Aquela mágoa que conservas, vitalizada pela revolta sem lógica, impele-te a desajuste insano.

Isso que te assoma em forma de melancolia, que aceitas, empurra-te a abismo sem fundo.

Isso que aflora com freqüência, instalando nas tuas paisagens mentais de pressão constante, representa o surgimento de problema grave.

Aquilo que remóis, propiciando-te dor e mal-estar, impele-te a estados infelizes, que te atormentam.

A angústia possui gêneses. Várias.

Procede de erros que se encontram fixados no ser desde a reencarnação anterior, como matriz que aceita motivos verdadeiros ou não, para dominar quem deveria envidar esforços por aplainar e vencer as imposições negativas e as compulsões torpes.

Realmente, não há motivos que justifiquem os estados de angústia.

A angústia entorpece os centros mentais do discernimento e desarticula os mecanismos nervosos, transformando-se em fator positivo de alienações.

Afeta o psiquismo, o corpo e a vida, enfermando o espírito.

Rechaça a angústia, pondo sol nas tuas sombras-problemas.

Não passes recibo aos áulicos da melancolia e dispersa com a prece as mancomunações que produzem angústia.

Fomenta a paz, que é antídoto da angústia.

Exercita a mente nos pensamentos otimistas e cultiva a esperança.

Trabalha com desinteresse, fazendo pelo próximo o que dizes dele não receber.

A paz é fruto que surge em momento próprio, após a germinação e desenvolvimento do bem no coração.

Jamais duvides do amor de Deus.

Fixado no propósito de crescimento espiritual, transfere para depois o que não logres agora, agindo com segurança.

Toda angústia dilui-se na água corrente da paz.



FRANCO, Divaldo Pereira. Alerta. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

domingo, 23 de março de 2014

A FÉ PRECISA DE OBRAS

Tudo o que é criado existe antes em pensamento. Um edifício, um bolo, o computador, você. Tudo. O pensamento contém o Poder Criador de Deus. E o Poder Criador é exercido através da palavra. A palavra tem poder. Você alguma vez disse algo que magoou outra pessoa. Disse, não disse? Claro que sim, todo mundo já fez isso. Você se arrependeu depois. Se pudesse, apagava as palavras que disse. Mas as palavras não se apagam. As palavras criam.
Para crer não é necessário embasamento científico, não é importante que se investigue o mecanismo que põe em funcionamento o Poder Criador. É só crer… Parece fácil, né? Só que para crer é preciso que haja a adesão total da mente. Normalmente temos os pensamentos tão dispersos, a mente ocupada com tantas coisas ao mesmo tempo, que chegamos a duvidar do seu poder. Por que nos momentos de grande aflição e dificuldade as preces são mais fervorosas e surtem efeitos visíveis? Porque, por alguns instantes, conseguimos usar a mente de maneira integral. Por nosso estado de emoção conseguimos nos concentrar no objetivo.
O Mestre não disse que a fé remove montanhas? Será que ele estava de sacanagem? Claro que não, né? Essa fé que ele ensinou é a crença que não aceita dúvidas, que não aceita discussões internas, que acredita firmemente que é assim e pronto! Essa fé pressupõe o conhecimento do efeito, sem querer saber a causa. Não interessa a causa. O que importa é o efeito.
As pessoas conhecidas como “pessoas de sucesso” têm fé. Não me refiro a religião, mas à fé, pura e simples. Acreditam firmemente em si mesmas, controlam o processo criativo de pensamento, palavra e ação. Elas têm um mérito especial por isso? Talvez. Porque, como você está lembrado, a fé sem obras é fé morta. De que adianta exercer o domínio sobre os mecanismos da fé se suas obras não trazem proveito a ninguém?
Por isso somos constantemente impelidos a praticar o que sabemos, a praticar o que aprendemos. Qual o valor do conhecimento intelectual se aquilo que se sabe não é praticado? De que adianta decorar lindas passagens da literatura espírita se esse conhecimento não se transforma em sabedoria, se esse conhecimento não beneficia ninguém?
Não é pela crença em Deus que evoluímos. Não é pela religião que evoluímos. Não é pelo conhecimento, por si só, que evoluímos. A única maneira de evoluirmos é através de nossas obras. O único modo de consolidarmos a nossa reforma íntima é colocando em prática, nos nossos atos cotidianos, aquilo que aprendemos, aquilo em que acreditamos. O único caminho para o nosso progresso espiritual é o caminho da solidariedade para com aqueles que nos acompanham.
A caminhada é individual, cada um deve andar com suas próprias pernas, mas não seguimos sozinhos. Arrastamos e somos arrastados por companheiros de jornada. Exercite a sua fé. Ela existe. Pode estar em desuso, mas existe dentro de você. O Poder Criador também precisa ser exercitado para se desenvolver. Com tudo é assim. Com o aprendizado intelectual, com os músculos do corpo, tudo requer exercício e prática.
E não se esqueça de que a fé precisa de obras. Precisamos praticar o que vamos aprendendo. Eu estou tentando. E você?

Grupo EU SOU ESPÍRITA

sábado, 22 de março de 2014

DESERTO FLORIDO

O deserto do Atacama, no Chile, é o mais árido e alto do mundo. É também o lugar na Terra que passou mais tempo sem chuvas, sendo registrados quatrocentos anos sem uma gota d´água do céu.

Atualmente, ele pode ficar anos e mais anos sem qualquer precipitação atmosférica, porém, de tempos em tempos, um fenômeno muito interessante acontece.
O milagre da floração do deserto é possível de se ver muito raramente, pois depende necessariamente da chuva caída nos meses do verão.
Suficientes quantidades de água permitem que as sementes, que estavam adormecidas no seco deserto, possam despertar para voltar à vida e florescer por um curto espaço de tempo, na primavera.
São mais de duzentos tipos de flores. Cores mil. Um desabrochar belíssimo e inesperado em meio a terras tão áridas.
Quando o deserto revive e floresce surge uma panorâmica maravilhosa. É a oportunidade de desfrutar a singeleza das flores que cobrem as planícies e gloriosamente contrastam com as montanhas que as rodeiam.
Só é possível desfrutar deste milagre do deserto em alguns anos e por pouco tempo, desde fins de agosto até o meio de outubro.
As sementes, que ficam adormecidas por muitos anos, estão especialmente adaptadas para essas condições extremas, e assim podem voltar à vida pelas chuvas que as acordam, convertendo o deserto numa pintura multicor.
Os chilenos conhecem esse fenômeno como deserto florido.

O ser humano também é capaz de florescer, mesmo após anos de estiagem íntima.
As sementes do potencial evolutivo jazem dormentes, mas vivas, no âmago da alma.
Almas secas, almas aparentemente sem esperança de flor, virão a desabrochar um dia, quando a chuva do entendimento, a chuva da renovação, as fizer despertar.
Não há caso perdido para o Criador.
Mesmo os Espíritos mais relutantes, que na agonia e tristeza profundas, ousam fazer frente ao bem, negando o Criador e o amor; mesmo esses, irão germinar.
Chegará o tempo em que perceberão que o mal, a revolta, a vingança não lhes traz felicidade alguma.
Chegará o tempo em que, regados pelas chuvas contínuas do amor dos que estão ao seu lado, render-se-ão ao bem renovador.
Cada um tem seu tempo. Cada um desperta quando está preparado para despertar.
Porém, recordemos que as sementes ocultas estão lá, aguardando ansiosamente o momento de sair da terra árida, aguardando o instante de respirar o ar puro de uma nova vida.
Todos temos jeito. Todos somos deuses potenciais.
Deus nos fez todos assim, sem exceção.
Quem escolhe o momento de desabrochar somos nós.
Chegará o tempo em que veremos o deserto do planeta Terra, ainda tão sofrido, tão seco, florescente por completo.
Seremos nós, Espíritos bons, que modificaremos a paisagem deste planeta, passando a chamá-lo de terra florida.

Desconhecemos autoria

sexta-feira, 21 de março de 2014

ANJO GUARDIÃO

Pelos caminhos da vida, um amigo invisível nos acompanha: nosso anjo guardião.

Designado por Deus para acompanhar nossos passos na longa jornada pela Terra, esse Espírito nos aconselha, auxilia e pacifica nos momentos de crise.

Também em nossas vitórias, quando sorrimos felizes, ao nosso lado está o divino emissário, em silenciosa prece de gratidão a Deus.

Devemos pensar nele como um irmão mais velho, um companheiro que nos dedica a amizade mais pura e desinteressada.

Estar em contato com esse bom companheiro é essencial. E podemos fazê-lo pela prece, em momentos de meditação.

Para escutá-lo, é preciso silenciar a mente, acalmar o tumulto interior. Afinal, quem consegue ouvir algo quando tudo em volta é ruído?

Assim, com a mente calma, ouviremos a voz do anjo amigo. Não será uma voz física, mas a voz interna, que ressoa apenas na alma.

Os conselhos desse amigo celeste se farão ouvir pela intuição. É que Deus não quer que o anjo guardião faça o nosso trabalho maior, que é nos tornarmos pessoas melhores.

A nossa tarefa de auto-aprimoramento é individual, intransferível. A figura do anjo guardião é um recurso que Deus utiliza para nos dar apoio. Mas a tarefa é nossa.

E isso acontece para que cada um de nós tenha o mérito pelas boas obras e atitudes que pratica. É o nosso livre arbítrio, nossa liberdade de escolher o bem, o belo e o amor.

Deus deseja a nossa felicidade. Ele nos dotou de força de vontade, inteligência e sensibilidade para que todos nós possamos progredir intelectual e moralmente.

Se outra pessoa tomasse decisões por nós, qual seria o nosso mérito? Dessa forma, também não aprenderíamos as lições que a vida oferece.

O fogo da experiência nos engrandece: traz maturidade, compreensão, paciência.

Na imensa escola que é o Mundo, somos estudantes que têm deveres a cumprir, conteúdos a aprender.

Nesta escola, há outros mais adiantados, que ajudam os que estão iniciando. Esses são os anjos guardiães ou Espíritos protetores.

Eles não nos substituem, nem tomam as rédeas de nossa vida. Eles sugerem, aconselham, consolam.

E como fazem isso? Quando falamos com eles? Fazem isso por sugestão mental e pela intuição. Também nos aconselham quando estamos dormindo.

Sim, nessa hora em que estamos libertos do corpo, entramos em contato com o mundo espiritual. E nele vive nosso anjo guardião.

Por isso os Espíritos protetores são sempre mais adiantados. É que precisamos de sua sabedoria para nos orientar.

São sábios, pois somente um sábio poderia respeitar o livre arbítrio quando seu protegido faz enormes tolices e sofre por causa delas.

É esse Espírito protetor que nos ouve nas horas calmas, quando aparentemente falamos para as paredes; quando lamentamos as oportunidades perdidas; quando admitimos a nossa imperfeição.

Há coisas que falamos apenas para nós mesmos. Mas Deus as ouve. E determina ao Espírito amigo que também as escute.

Nessas horas, quando a solidão nos alcança, a tristeza desaba sobre nossas cabeças e o desânimo se faz presente, o anjo de guarda nos abraça.

Enlaça a nossa alma cansada, embala o nosso sono. Suas lágrimas regam nossa estrada, seus sorrisos iluminam nossos dias. Porque a missão dessa alma generosa é seguir conosco e nos amar.

Redação do Momento Espírita.

quinta-feira, 20 de março de 2014

BORBOLETE-SE

"As borboletas são flores que se desprenderam da terra... 

E que as flores são borboletas que a terra apreendeu..."



Seja como for, se as flores marcam a primavera, as borboletas são seu símbolo maior.
São quatro fases da mesma vida: ovo, lagarta, crisálida e borboleta.
Enquanto ovo, é princípio vivo, puro.
Representa a potencialidade do ser, guardada dentro de um invólucro de heranças parentais.
É fundamental para desenvolver a solidez das bases estruturais do indivíduo.
Mas num determinado momento, torna-se necessário romper com essa capa de proteção, para caminhar sobre as próprias pernas.
A lagarta tem o aprendizado da terra, do rastejar, das coisas que se processam lentamente.
Simboliza os cuidados com o mundo físico,
com os aspectos materiais que compõem a existência cotidiana.
Pode ser o lado pesado da vida.
A crisálida é o encapsular para gestar.
É como se retornasse ao estágio do ovo, mas só que por escolha pessoal.
É criar um casulo para si mesmo, como forma de conectar-se com seus sentimentos, sua interioridade e seus próprios desejos.
E, finalmente, as asas libertam a borboleta!
Mas, para se chegar à borboleta, é preciso superar o conforto e a comodidade do "já conhecido"...
É preciso deixar morrer o velho e partir ao encontro das possibilidades em aberto, sem certezas, sem garantias.
A borboleta é a lição viva de que tudo é passageiro.
Assim também somos nós...
Uns vivem para sempre no ovo...
Outros jamais passam de lagarta...
E tem gente que vive gestando um sonho, um ideal, mas sem nada realizar...
Ainda existem aqueles que, com esforço, se libertam, ganham asas e voam leves!
Pousam aqui e ali, no colorido das flores, e só de existir fazem a vida mais bela!
Identifique em que fase você está e observe como fazer para processar a sua metamorfose.
Viver é cumprir fase por fase.
Desapegar-se do antigo e entregar-se ao novo até ser capaz de voar.
Desperte e tente uma nova forma!
Deixe acontecer em você esse misterioso processo de se abrir para florescer!
Deixe aparecer suas asas, suas melhores cores, seu vôo!"

Texto de Ana Ester Nogueira

quarta-feira, 19 de março de 2014

TRABALHA E CONFIA

                                                      Emmanuel

Muitas vezes, cansas-te das atividades que a vida te pede; no entanto, é forçoso pensar nos benefícios e vantagens que o trabalho te propicia.

Efetivamente, são muitas as dificuldades morais que as tarefas do cotidiano amontoam no coração. Basta, no entanto, reflitas no socorro e no auxílio que elas te trazem para que lhes reconheças a oportunidade e a grandeza.

Em muitas circunstâncias, o trabalho te impõe fadiga e desgaste, mas, através dele próprio, é que surpreendes os recursos indispensáveis ao próprio refazimento, a fim de que te promovas a encargos de nível mais alto.

Em muitos lances da estrada, provocará problemas difíceis de resolver, contudo, pela solução desses mesmos problemas, é que adquirirás experiência suscetível de libertar-te da ignorância.

Por vezes, suscitará o aparecimento de adversários gratuitos; todavia, é justamente nele que conquistas as preciosas afeições que te prestigiem e amparam a existência.

Em vários episódios do cotidiano, te traz ao caminho a presença daqueles que te causam prejuízos transitórios por não te conseguirem auxiliar ou compreender, mas exatamente com ele é que possuis o apoio necessário, em favor daqueles a quem mais amas.

Detém-te a observar as trilhas da existência e perceberás que foi no trabalho que obtiveste o aprendizado que te ilumina, o conhecimento que te enriquece, o auxílio que te resguarda, o apreço que te cerca, o amigo que te abençoa e as melhores motivações para a aquisição de segurança e competência.

Trabalha e confia sempre, oferecendo à vida o melhor de ti mesmo e o melhor da vida te virá ao encontro.

Compreendemos a pausa de repouso para o refazimento preciso, a fim de prosseguirmos trabalhando; entretanto, é imperioso reconhecer que a inércia em si é ferrugem no arado e golpe na produção.

Não recuses e nem percas o privilégio de trabalhar, servindo ao bem, porque, ainda mesmo nas circunstâncias mais constrangedoras, o trabalho se te converterá numa bênção e, ainda que te custe lágrimas, essas mesmas lágrimas, se perseverares nele, se te transformarão no caminho em alavancas de apoio e balizas de luz.



Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 18 de março de 2014

TRANSAÇÃO INDÉBITA

                                                       Emmanuel

No capítulo da censura, comumente chega em nossa vida um momento de perplexidade, à frente do qual muitos companheiros se mostram ameaçados pelo desânimo. Não se trata da ocasião em que somos induzidos a reprovar os outros e nem mesmo daquela em que somos repreendidos, em razão de nossas quedas.

Reportamo-nos à hora em que nos vemos acusados por faltas que não perpetramos e por intenções que não nos afloram à mente.

Desejamos falar das circunstâncias em que somos julgados por falsas aparências, dando lugar a comentários depreciativos em torno de nós mesmos.

Teremos agido no bem de todos e em seguida, analisados sob prisma diferente, qual se estivéssemos diligenciando gratificar o próprio egoísmo; de outras vezes, assumimos posição de auxílio ao próximo, empenhando nossas melhores energias, de modo a que se faça harmonia e eficiência na máquina de ação de que somos peça viva e tivemos nossas palavras ou providências sob interpretação infeliz, atraindo-nos a crítica desapiedada, até mesmo daqueles amigos a quem oferecemos o coração.

Atingindo esse ponto nevrálgico no caminho, não te permitas o mentiroso descanso no esmorecimento.

Se trazes a consciência tranqüila entre os limites naturais de tuas obrigações ante as obrigações alheias, ora pelos que te censuram ou injuriam e prossegue centralizando a atenção no desempenho dos encargos que o Senhor te confiou, de vez que o tempo é o juiz silencioso de cada um de nós.

Ouve a todos, trabalhando e trabalhando.

Responde a tudo, servindo e servindo.

Nos dias nublados, quando as sombras se amontoem ao redor de teus passos, converte toda tendência à lamentação em mais trabalho e transfigura as muitas palavras de auto-justificação que desejarias dizer em mais serviço, conversando com os outros através do idioma inarticulado do dever retamente cumprido, porquanto, se em verdade não temos o coração claramente aberto à observação dos que nos cercam no mundo, a todo instante, a justiça nos segue, e, em toda parte, Deus nos vê.


Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 17 de março de 2014

SOMAR E DIMINUIR

                                                       Emmanuel

Somar e diminuir - duas contas fatais na senda de todas as criaturas.

Observa: quando a claridade solar se reconstitui nesse ou naquele hemisfério, cada manhã, rearticulam-se as oportunidades de estudar e aprender, fazer e realizar, renovar e melhorar, para cada espírito no educandário da Terra.

A vida é a grande escola suscitando operações múltiplas nesse sentido, visando a atingir as equações de progresso e burilamento que nos digam respeito.

Prestigiando-nos votos e esperanças, a Divina Providência nos confia tarefas determinadas, em nosso próprio benefício, e se não as cumprimos ou se as cumprimos imperfeitamente, eis-nos compelidos a suportar os empeços alusivos à repetência ou chamados a subtrair os possíveis erros de nossos acertos prováveis.

Entre o impositivo de Omar os bens que tenhamos talvez efetuado a se nos incorporarem por luz e mérito, no patrimônio pessoal, e o imperativo de extinguir os males que, porventura, tenhamos perpetrado, a se nos expressarem por dívida e reparação na ficha cármica, transcorre a nossa existência física na Terra, a fim de que se nos consolide, de etapa em etapa, a gradativa liberação da inferioridade que nos seja própria.

De coração voltado para semelhante realidade, não despendas a riqueza das horas com desespero e azedume, desalento ou lamentação.

De tudo o que fizermos, em prejuízo dos outros, seremos chamados ao reajuste indispensável no tempo e nas circunstâncias que se nos façam precisas.

"Amai-vos e instruí-vos!" - conclama a Divina revelação.

Recordemos: Deus dá o tempo por território de possibilidades em proporções iguais para todos.

Somar os bens para multiplicar a felicidade geral, tanto quanto diminuir os males, a fim de que as bênçãos da vida sejam divididas, em favor de todos, é responsabilidade que compete a cada um.



Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

domingo, 16 de março de 2014

SE TIVERMOS FÉ

                                                    EMMANUEL

Todos nós encontramos, de quando em vez, na jornada evolutiva, calamidades e contratempos que nos afetam a vida.

Conflitos do sentimento recrudesceram, agravando-nos aflições...

Enfermidades sugiram, suscitando obstáculos...

Desarmonias repontaram na equipe doméstica...

Empreendimentos promissores entraram em fracasso...

Prejuízos nos golpearam, de chofre...

Desapareceram amigos...

Nossas palavras terão tido interpretação infeliz, granjeando-nos adversários gratuitos...

Discórdias conturbaram-nos a marcha...

Falharam esperanças...

Provações chegaram em penca...

Desastres sobrevieram, transformando-nos o caminho...

Injúrias e pedradas caíra, sobre nós...

Incompreensões feriram-nos o espírito...

Ampliaram-se inquietações...

Entretanto, atravessarás, incólume, sombras e lágrimas, tribulações e empeços diversos, se tiveres a coragem de conservar a fé, reconhecendo, em todas as circunstâncias, que nada somos, nada podemos, nada realizamos, nada temos e nada sofremos, sem a devida permissão das Leis de Deus.




Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

sábado, 15 de março de 2014

NA SENDA DE TODOS

                                                       Emmanuel

"Pois ao que tem se lhe dará e terá em abundância; mas, ao que não tem, até o que tem lhe será tirado". Jesus. (Mateus, 13:12).

Quanto mais tiveres:

passes sem utilidades;

títulos sem aplicação;

conhecimentos sem trabalho;

poder sem benevolência;

objetos sem uso;

e relações sem proveito;

menos livre te reconhecerás para ser feliz.

Decerto que independência não quer dizer impassibilidade, à frente da vida; é razoável possuas reservas amoedadas, mas é importante se mantenham colocadas a serviço do amparo e do progresso comunitários; que te exornes com lauréis terrenos, entretanto, mobilizando-os em auxílio dos semelhantes; que entesoures cultura, todavia, utilizando-lhe as possibilidades em benefício do próximo; que disponhas de autoridade, contudo, manejando-a na administração da bondade e da justiça; que conserves pertences diversos para conforto e apresentação individuais, doando, porém, supérfluo, no socorro aos que sofrem na retaguarda; que contes com legiões de amigos, mas, buscando motivá-las para as obras da beneficência e da educação.

Quanto mais retivermos do que somos e temos, em louvor do próprio egoísmo, eis-nos mais escravos da sombra em que se expressa o domínio do "eu"; estejamos, porém, convencidos de que, quanto mais dermos do que somos e temos, em apoio dos outros, mais livres nos tornaremos para assimilar e esparzir a luz que nos anuncia o Reino de Deus.


Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

sexta-feira, 14 de março de 2014

MOTIVOS PARA DESCULPAR

                                                       Emmanuel

"Eu vos digo, porém, amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem".

Jesus. (Mateus, 5:44)
.


Em muitas ocasiões, quem imaginas te haja ferido, não tem disso a mínima idéia, de vez que terá agido sob a ação compulsiva de obsessão ou enfermidade.

Se recebeste comprovadamente uma ofensa de alguém, esse alguém terá dilapidado a tranqüilidade própria, passando a carregar arrependimento e remorso, em posição de sofrimento que desconheces.

Perante os ofensores, dispões da oportunidade revelar compreensão e proveito, em matéria de aperfeiçoamento espiritual.

Aquele, a quem desculpas hoje uma falta cometida contra ti, será talvez, amanhã, o teu melhor defensor, se caíres em falta contra os outros.

Diante da desilusão recolhida do comportamento de alguém, coloca-te no lugar desse alguém, observando se conseguirias agir de outra forma, nas mesmas circunstâncias.

Capacitemo-nos de que condenar o companheiro que erra é agravar a infelicidade de quem já se vê suficientemente infeliz.

Revide de qualquer procedência, mesmo quando se enquiste unicamente na mágoa individual imanifesta, não resolve problema algum.

Quem fere o próximo efetivamente não sabe o que faz, porquanto ignora as responsabilidades que assume na lei de causa e efeito.

Ressentimento não adianta, de vez que todos somos espíritos eternos destinados a confraternizar-nos todos, algum dia, à frente da Bondade de Deus.

Desculpar ofensas e esquecê-las é livrar-se de perturbação e doença, permanecendo acima de qualquer sombra que se nos enderece na vida, razão por que, em nosso próprio benefício, advertiu-nos Jesus de que se deve perdoar qualquer falta, não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 13 de março de 2014

DOADORES DE PAZ

                                                       Emmanuel

"
Não penseis que vim trazer paz à Terra; não vim trazer paz, mas espada".    Jesus.(Mateus, 10:34.)

Os obreiros da paz são sempre esteios benditos, na formação da felicidade humana.

Os que falam na concórdia . . .

Os que escrevem, concitando a serenidade. . .

Os que pregam a necessidade de entendimento . . .


Os que exortam à harmonia . . .

Os que trabalham pelo equilíbrio . . .

Os verdadeiros pacificadores, no entanto, compreendem que a paz se levanta por dentro da luta e, por isso mesmo, não ignoram que ela é construída - laboriosamente construída - por aqueles que se dedicam à edificação do Reino do Amor, entre as criaturas, tais quais sejam:
-os que carregam os fardos dos companheiros, diminuindo-lhes as preocupações;
-os que agüentam, sozinhos, pesados sacrifícios para que os entes queridos não se curvem, sob o peso da angústia;
-os que procuram esquecer-se para que outros se façam favorecidos ou destacados;
-os que abraçam responsabilidades e compromissos de que já se sentem dispensados, para que haja mais amplas facilidades no caminho dos semelhantes.

Em certa ocasião, disse-nos Jesus: - «Eu não vim trazer paz à Terra e sim a divisão»; entretanto, em outro lance dos seus ensinamentos, afirmou-nos, convincente: - A minha paz vos dou, mas não vo-la dou como o mundo a dá».

O Divino Mestre deu-nos claramente a perceber que, para sermos construtores da paz, é preciso saber doar-lhe o bálsamo vivificante, em favor dos outros, conservando, bastas vezes, o fogo da luta pelo próprio burilamento, no fechado recinto do coração.


Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 12 de março de 2014

DIANTE DA TERRA

                                                       Emmanuel

Teríamos sido, porventura, situados na gleba do mundo para fugir de colaborar no progresso do mundo, quando o mundo nos provê com todas as possibilidades necessárias ao progresso de nós mesmos?

Muitos companheiros se marginalizam em descanso indébito, junto à seara, alegando que não suportam os chamados problemas intermináveis do mundo; desejariam a estabilidade e a harmonia por fora, a fim de se mostrarem satisfeitos na Terra, quando a harmonia e a estabilidade devem morar por dentro de nós, de modo a que nossos encargos, à frente do próximo, se façam corretamente cumpridos.

O mundo, em todo tempo, é uma casa em reforma, com a lei da mudança a lhe presidir todos os movimentos, através de metamorfoses e dificuldades educativas.

O progresso é um caminho que avança. Daí, o imperativo de contarmos com oposições e obstáculos toda vez que nos engajamos na edificação da felicidade geral.

Omissão, no entanto, é parada significando recuo.

Entendamo-nos na posição de obreiros, sob a pressão de crises renovadoras.

Todos faceamos permanentemente renovação, a cada passo da vida.

Nem tudo o que tínhamos ontem por certo, nos quadros exteriores da experiência, continua como sendo certo nas horas de hoje.

Os ideais e os objetivos prosseguem os mesmos, a nos definirem aspiração e trabalho, entretanto, modificaram-se instrumentos e condições, estruturas e circunstâncias.

A Terra, porém, nos pede cooperação no levantamento do bem de todos e a ordem não é deserção e, sim, adaptação.

Em suma, estamos chamados à vivência no mundo, a fim de compreender e melhorar a vida em nós e em torno de nós, servindo ao mundo, sem deixarmos de ser nós mesmos e buscando a frente, mas sem perder o passo de nossos contemporâneos, para que não venhamos a correr o risco de seguir para a frente demais.


Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

terça-feira, 11 de março de 2014

CONTINUIDADE

                                                       Emmanuel

Compreendemos o desencanto e a inquietação que, por vezes, te assediam nos conflitos constantes que te impelem a desistir das tarefas edificantes.

É qual se tivesses de recomeçar, todos os dias, imensa luta contigo mesmo para não desanimar.

À frente e à retaguarda, à esquerda e à direita, repontam desafios marcados a fogo de aflição.

Amigos que desertam, apoios que se afastam, críticas que sobram, obstáculos que se ampliam.

E, no centro da agitada esgrima em que te vês na obrigação de manejar as armas do próprio discernimento para que os adversários externos não te destruam as forças, encontras aqueles inimigos outros, talvez ainda mais perigosos - aqueles que se te ocultam no espírito, quais sejam o medo de aceitar-se com as imperfeições que ainda te assinalam a vida, o desalento perante as dificuldades que se desdobram, a noção das próprias deficiências ou o temor do fracasso.

Nessa arena vives e dela não te retirarás, enquanto não obtiveres o triunfo, não sobre os outros, mas sobre ti mesmo.

E, nesse triunfo sobre nós mesmos, a fim de que sejamos, um dia, o que sonhamos e devemos ser, segundo os padrões mais altos de nosso ideal, é preciso melhorar e aperfeiçoar, sem esmorecer.

Superar as circunstâncias adversas e valer-se cada um de nós das oportunidades de ação que se nos faculte para que novas concessões de trabalho nos favoreçam, é simples dever.

Sobretudo, não parar no caminho da realização espiritual, mantendo-nos no esforço nobilitante de agir e servir, estudar e edificar, elevar e aprimorar sempre, de vez que todo aquele que estaciona, embora sob a alegação de ilusória humildade, a breve tempo, reconhece que a vitória do bem contra o mal e da luz contra a sombra pertence àqueles que acreditaram na força do bem e no poder da luz, acima das fraquezas e imperfeições deles próprios, seguindo para a frente.


Livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

segunda-feira, 10 de março de 2014

AUXÍLIO NO AUXÍLIO

                                                       Emmanuel

"Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar-nos uns aos outros". - João - I João, 4:11.

Há quem pergunte como auxiliar aos outros sem possuir recursos materiais.E, dentre as muitas formas de amparar sem apoio amoedado, falar para o bem é uma delas.

Recorda o tesouro das boas palavras que transportas contigo.

Basta ligar os dispositivos da memória e o verbo edificante se te derramará da boca, à feição de uma torrente de luz.

Ajuda aos que ajudam, em benefício do próximo, criando o clima do otimismo e da esperança indispensável à sustentação da alegria e da paz.

Não pronuncies a frase de pessimismo ou desencanto, reprovação ou amargura.

A dificuldade estará presente, mas se forjamos a confiança na força espiritual que nos é característica, de modo a transpô-la ou desfazê-la, conseguiremos liquidá-la muito mais facilmente, de vez que estaremos mobilizando o poder da cooperação.

A enfermidade estará golpeando fundo no irmão que a suporta, no entanto, se exteriorizamos, em favor dele, um pensamento de reequilíbrio ou de fé, será essa a medida providencial que o habilite, por fim, a iniciar a marcha mental para a justa restauração.

Não desencorajes, seja a quem seja.

Feridas reviradas agravam o sofrimento.

Erros comentados estendem a sombra.

Cada consciência é um mundo por si, com obstáculos e problemas próprios.

Cada qual de nós - os espíritos em evolução na Terra - temos qualidades nobres que acumulamos e imperfeições de que nos devemos desvencilhar.

Lembremo-nos do auxílio que podemos aditar ao auxílio daqueles que se consagram a auxiliar para o bem dos semelhantes.

Se nos propomos a colaborar, na edificação do Reino de Deus, comecemos pela caridade silenciosa de não complicar e nem desanimar a ninguém.


Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

domingo, 9 de março de 2014

AUXÍLIO MAIS ALTO

                                                       Emmanuel

"... E orai uns pelos outros..." - Tiago, 5:16.

Através dos episódios do cotidiano, achamo-nos freqüentemente diante de pessoa a quem desejamos ardentemente auxiliar, desconhecendo, porém, como agir.

Por vezes, semelhante criatura não precisa tanto de apoio material para a obtenção disso ou aquilo. Reconhecer-se-á, no entanto, sob a carga de tribulações e obstáculos de ordem tão íntima que a nossa ingerência no assunto resultaria contraproducente ou inoportuna.

Em várias situações, a pessoa a quem nos propomos prestar assistência individual se vê debaixo de grandes conflitos do sentimento que não nos será lícito abordar sem feri-la; permanece em crise nas relações afetivas com criaturas outras cujas intenções não conseguiremos avaliar; caminha carregando lutas familiares de natureza complexa, sem que lhe possamos ofertar mínimo concurso pelo respeito que lhe devemos; experimenta o abandono de seres amados aos quais se afeiçoa, sem forças para romper os nexos de passadas reencarnações; sofre acusações e críticas, recusando delicadamente a participação alheia nas inquietações que atravessa; suporta amargos desenganos, aspirando a esconder as próprias lágrimas; agüenta provas constrangedoras que não quer comentar; ou haverá perdido algum ente inolvidável que a morte arrebatou e cuja importância só essa mesma pessoa terá recursos para considerar no imo da própria vida.

Saberemos tudo isso, mas é preciso observar o apreço que os companheiros de trabalho ou de ideal nos merecem, abstendo-nos de opinar sem mais profundo conhecimento de causa nos problemas que lhes digam respeito e para os quais não nos pedem a intervenção.

Por isso mesmo, o auxílio mais alto que se pode estender à criatura em dificuldade será sempre acatá-la como seja e como esteja; compreender que ela se encontra sob a proteção de Deus tanto quanto nós; que Deus saberá guiá-la com sabedoria e bondade; e que, de nossa parte, em qualquer fase da existência, podemos e devemos prestar-lhe o apoio do silêncio com o donativo da oração.


Livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

sábado, 8 de março de 2014

AUXILIA AGORA

                                                        Emmanuel
Não te esqueças do tempo e auxilia agora.
Lembremo-nos de quantos carregam para o túmulo a dor da frustração, diante do bem que não conseguiram realizar.
Vemo-los todos os dias, além do sepulcro, à maneira de loucos, suplicando debalde o retrocesso das horas...
Aflitos e desvairados, em muitas ocasiões, recolhem dos próprios lares a herança do egoísmo e das trevas a se lhe derramarem no próprio seio, em forma de maldição no verbo dos filhos insatisfeitos ou dos parentes ingratos que lhes criticam as atitudes.
Contemplam, ensandecidos de angustia, as propriedades que se lhes afiguram domínio próprio e exclusivo, rolando nas mãos alheias, muita vez pervertidas em suas mais nobres finalidades.
Buscam inutilmente o livro de cheques ou o cofre amoedado de que não mais se utilizarão, vomitando pragas e injurias.
E, comumente, apenas recebem espanto e azedume dos laços afetivos a que desejariam confiar as próprias mágoas, através dos petitórios inquietantes de socorro e de paz.
Pensa nas multidões de companheiros nossos que lamentam na sombra os delitos da própria omissão no bem e não olvides semear o amor e a luz, enquanto a bênção do corpo físico te outorga a oportunidade de fazer e o direito de dar.
Não acumules talentos desnecessários, embora seja nosso dever caminhar com a previdência, em todos os passos do roteiro que a Sabedoria Divina nos assinala.
Quanto se te faça possível, distribui com os outros as vantagens da própria senda, espalhando pão e consolo, agasalho e alegria, reconforto e esperança, pois em verdade, diante da vida imperecível em que todos os patrimônios pertencem a Deus, somente possuímos aquilo que damos, de vez que o reconhecimento e a simpatia são valores que traças e vermes jamais consomem.
Auxilia e ampara sempre aos semelhantes, porque amanhã chegará inevitavelmente o teu dia de tudo restituir a quem tudo te deu.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

O PAPEL DA MULHER









                                                                                                                                                Sendo a mulher mais finamente desenhada que o homem, indica naturalmente uma alma mais delicada; assim é que, nos meios semelhantes, em todos os mundos, a mãe será sempre mais bonita que o pai; porque é ela que a criança vê primeiro; é para a figura angélica de uma jovem que a criança volve seus olhos sem cessar; é para a mãe que a criança seca seu pranto, apóia seus olhares, ainda fracos e incertos. A criança tem, pois, uma intuição natural do belo.

A mulher, sobretudo, sabe-se fazer notar pela delicadeza de seus pensamentos, a graça de seus gestos, a pureza de suas palavras; tudo o que vem dela deve-se harmonizar com a sua pessoa, que Deus criou bela.

Seus longos cabelos, que ondeiam sobre seu pescoço, são a imagem da doçura, e da facilidade com a qual sua cabeça se dobra sem romper sob as provas. Refletem a luz dos sóis, como a alma da mulher deve refletir a mais pura luz de Deus. Jovens, deixai vossos cabelos flutuarem; Deus os criou para isso: parecereis, ao mesmo tempo, mais naturais e mais ornadas.

A mulher deve ser simples em seu vestuário; ela saiu bastante bela da mão do Criador para não ter necessidade de adornos. Que o branco e o azul se casem sobre os vossos ombros. Deixai também flutuar vossos vestidos; que vossos vestidos sejam vistos estendendo-se atrás de vós, em um longo traço de gaze, como uma leve nuvem indicando que ainda há pouco estivestes aí. Mas que farão o enfeite, o vestuário, a beleza, os cabelos ondulantes ou flutuantes, amarrados ou apertados, se o sorriso tão doce das mães e das amantes não brilharem sobre os vossos lábios! Se os vossos olhos não semeiam a bondade, a caridade, a esperança nas lágrimas de alegria que deixam correr, nos relâmpagos que jorram desse braseiro de amor desconhecido!

Mulheres, não temais arrebatar os homens pela vossa beleza, pela vossa graça, pela vossa superioridade; mas que os homens saibam que, para serem dignos de vós, é preciso que sejam tão grandes quantos sois belas, tão sábios quanto sois boas, tão instruídos quanto sois ingênuas e simples. E preciso que ele saibam que devem merecer-vos, que sois o preço da virtude e da honra; não dessa honra que se cobre de um capacete, e de um escudo, e brilha nas lutas e nos torneios, o pé sobre a fronte de um inimigo caído; não, mas a honra segundo Deus.

Homens, sede úteis, e quando os pobres bendizerem vosso nome, as mulheres serão vossas iguais; formareis então um todo; sereis a cabeça e as mulheres serão o coração; sereis o pensamento benfazejo, e as mulheres serão as mãos liberais. Uni-vos, pois, não só pelo amor, mas ainda pelo bem que podereis fazer a dois. Que esses bons pensamentos e essas boas ações, realizadas por dois corações amantes, sejam os anéis dessa cadeia de ouro e de diamante que se chama o casamento e, então, quando os anéis forem bastante numerosos, Deus vos chamará para junto dele, e continuareis a ajuntar, ainda, as argolas precedentes, mas na Terra as argolas eram de um metal pesado e frio, no céu serão de luz e de fogo.


Revista Espírita, dezembro de 1858

sexta-feira, 7 de março de 2014

AOS QUASE SUICIDAS

                                                      Emmanuel

Sim. É a dor fulminativa, a dor largamente suportada, aquela que se te acumulou no coração, qual represa de fogo e fel, e aquela outra que sempre temeste e que chegou, por fim, à maneira de tempestade, arrasando-te as forças. São elas, essas agonias indizíveis, para as quais os dicionários humanos não te fornecem palavras adequadas à necessária definição, que, muitas vezes, te fazem desejar a morte, antes do momento em que a morte aparece a cada criatura terrestre, à feição de anjo libertador.

Ainda assim, compreendendo-te os ápices de angústia, em nome de todos aqueles que te amam, aquém das fronteiras de cinza, dos quais te despediste na grande separação, rogamos-te paciência e coragem.

Ergue-te, acima dos escombros das próprias ilusões, e contempla os caminhos novos que a Infinita Bondade de Deus te reserva.

Se amarguras te azedaram os sonhos, espera pelo tempo cujos filtros não funcionam debalde; se desenganos te buscaram, observa que ensinamentos te trazem; se dificuldades repontaram da estrada, estuda com elas qual a melhor solução aos teus problemas de paz e segurança; se provações surgiram, atribulando-te as horas, enumera as lições de que se façam portadoras, em teu benefício; se prejuízos te dilapidaram a existência, recorda que o trabalho nunca nos cerra as portas; e se alguém te deixou a alma vazia de afeição, pensa no amor infinito que sustenta o Universo, na certeza de que outras almas te virão ao encontro, abençoando-te o dom de amar e de servir.

Nunca esmoreças, ante as dificuldades que te surjam no caminho para a vanguarda.

Quando estiveres a ponto de ceder à pior rendição de todas aquelas de recusar o dom da vida - detém-te a refletir em Deus que te criou para a Sabedoria e para o Amor. E Ele, cujo poder arranca a erva da semente sepultada no chão para o esplendor solar, te arrebatará igualmente a qualquer tribulação, a fim de que sobre paires, além de todos os fracassos e de todas as crises, de modo a que brilhes e avances para frente, aprendendo e trabalhando, servindo e amando, em plenitude de vida imperecível.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 6 de março de 2014

ANTÔNIMOS CRISTÃOS

                                                       Emmanuel

Na linguagem da ação cristã, existe uma tabela de antônimos para atitudes que não nos convém esquecer, a fim de que nos fixemos no dever a cumprir.

Da extensa lista, reportamo-nos a alguns dos mais importantes, como sejam:

. intransigência - tolerância;

. aspereza - brandura;

. irritação - serenidade;

. crítica - benevolência;

. condenação - bênção;

. injúria - olvido;

. ofensa - desculpa;

. ataque - perdão;

. censura - auxílio;

. incompreensão - entendimento;

. ignorância - instrução;

. tédio - trabalho;

. fracasso - recomeço;

. precipitação - calma;

. balbúrdia - silêncio;

. dificuldade - esforço;

. desalento - esperança;

. rixa - apaziguamento;

. ódio - amor.

Disse-nos Jesus que, em sendo batidos numa parte do rosto, devemos oferecer ao adversário a outra parte.

Norma idêntica é chamada a reger-nos o campo das atitudes.

Sempre que desafiados a observar a face de sombra dessa ou daquela questão, no trato da vida, saibamos apresentar, em opostos de luz, também a outra.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

quarta-feira, 5 de março de 2014

ANTE NOSSOS ADVERSÁRIOS

                                                      Emmanuel

Interpretemos nossos adversários por irmãos, quando não nos seja possível recebê-los por instrutores.

Quando o Senhor nos aconselhou a paz com os inimigos do nosso modo de ser, recomendou-nos certamente o olvido de todo mal.

Às vezes, fustigando aqueles que nos ofendem, a pretexto de servirmos à verdade, quase sempre faltamos ao próprio dever nos setores da cortesia e da educação.

Nem todos podem enxergar a vida por nossos olhos ou aceitar o mapa da jornada terrestre, através da cartilha dos nossos pontos de vista.

E, não raro, em zurzindo os outros com o látego da crítica ou intoxicando-se com o vinagre do azedume, procedemos à maneira do lavrador que enlouquecesse, de improviso, espalhando cáusticos destruidores sobre a plantação nascente, necessitada de auxílio pela fragilidade natural.

Claro que o amor fraterno encontra múltiplos modos para fazer-se sentir no reajuste das situações difíceis da vida e é justamente para a verdadeira solidariedade que nos cabe apelar em qualquer circunstância difícil.

Se incentivamos o incêndio, atirando-lhe combustível, e se maltratamos as feridas alheias, alargando-lhes as bordas, a golpes de força, também não entraremos em harmonia com os nossos adversários por intermédio da violência.

Usemos o amor que o Mestre nos legou, se desejamos a paz na Vida Maior.

Compreendamos aqueles que nos ofendem.

Oremos pelos que nos perseguem ou caluniam.

Suportemos quantos nos perturbem.

Sejamos o apoio dos companheiros mais fracos.

E o Divino Senhor da Vinha do Mundo, que nos aconselhou o livre crescimento do joio e do trigo, no campo da Terra, em momento oportuno, se fará revelar, amparando-nos e selecionando-nos os caminhos para as tarefas que nos façam mais justas.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.