Você tem se assustado com a violência na sociedade? Com essa violência cotidiana, quase que banalizada pelo suceder dos fatos?
Sem
sombra de dúvidas, os dias que se sucedem são desafiadores para todos
nós. Nunca conquistamos tanto em tecnologia e bem-estar, nunca o
desenvolvimento científico e tecnológico foi tão longe, porém, em nossa
intimidade ainda vige a violência.
Reclamamos que o mundo está tão violento, porém a violência muitas vezes ganha morada em nosso mundo íntimo.
Já
reparou como somos violentos no trânsito? Basta alguém nos dar uma
fechada, conduzir mais lentamente, cruzar nossa frente e violentamos o
próximo com nosso verbo truculento, intempestivo, ameaçador.
Outras
vezes, chegamos em casa com o peso do dia nos ombros, e aqueles que nos
são mais caros ganham a violência de nossa indiferença ou da resposta
seca e curta, sem envolvimento e interesse emocional nenhum.
Percebemos
que a violência ganha morada em nossa intimidade quando alguém nos
provoca ou toca em algum assunto que nos incomoda...
O oposto
da violência é a mansuetude. A capacidade de ser manso. Não por acaso
foi uma das recomendações de Jesus no Sermão da Montanha, nos lembrando
que são bem-aventurados os mansos, pois herdarão a Terra.
Se hoje
nos cansamos da violência, que seja iniciada em nós a proposta da
mansuetude. Que comecemos por nós o exercício da troca da violência pela
mansidão.
Para ser
manso, é necessário aprender a agir, ao invés de reagir. É necessário
mudar a moeda no trato social. Oferecer sempre a moeda da mansuetude,
seja qual for a que nos oferecerem.
Quando nos ofertarem a violência, simplesmente não aceitemos, devolvendo paz, tranquilidade, mansuetude.
Parece
difícil? É uma questão de exercício. Experimentemos só por hoje. Quando
alguém nos oferecer a violência e devolvermos na mesma moeda, a
violência será nossa, e permanecerá conosco. Como consequência,
sofreremos os reflexos dela.
Ao
contrário, quando agirem violentamente contra nós, proponhamos uma ação
de mansuetude. Ao grito, devolvamos a voz tranquila, ao desaforo,
ofereçamos o elogio, e à ameaça, ofereçamos o entendimento.
Para
tanto, não se faz necessário nos colocarmos como vítima. Ao sermos
mansos, não precisamos ser vítimas da violência, ou joguete das ações
alheias.
Para evitar isso, Jesus nos recomenda usarmos da mansuetude das pombas, mas da prudência das serpentes.
Armemo-nos de prudência, percebamos onde caminhamos, conheçamos as pessoas com quem convivemos. Tudo isso é necessário.
Mas nada
na vida justifica a necessidade de ser a violência a ferramenta de
nosso trato social. Quando a paz e a mansuetude ganharem nosso mundo
íntimo, certamente estará mais próximo o dia em que viveremos em um
planeta de paz.
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