quinta-feira, 28 de março de 2013

PRESSENTIMENTO


522. O pressentimento é sempre um aviso do Espírito protetor?

“É o conselho íntimo e oculto de um Espírito que Vos quer bem. Também está na intuição da escolha que se haja feito. É a voz do instinto. Antes de reencarnar, tem o Espírito conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que se submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foro íntimo, uma espécie de impressão de tais provas e esta impressão, que é a voz do instinto, fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna pressentimento.”
 O Livro dos Espíritos

Ninguém avança pela estrada do progresso espiritual sem o auxílio da Divindade, por intermédio dos nobres Espíritos que se transformaram em Guias da Humanidade.

São eles que executam a programação estabelecida, emulando aqueles que se encontram incursos no processo de crescimento a alcançarem a meta para a qual se reencarnaram.

Operosos servidores do Bem, estão sempre próximos de todos aqueles que lhes rogam auxílio ou que, através da oração e dos pensamentos elevados, sintonizam com as suas presenças, experimentando o doce enlevo (encanto, êxtase) que deles dimana e a condução psíquica que transmitem com carinho e paciência.

Conhecedores de algumas ocorrências que estão delineadas nas existências dos seus pupilos e dos desafios que os mesmos devem vivenciar, inspiram-nos ou guiam-nos pela senda mais apropriada para o sucesso, ou advertem-nos dos perigos iminentes que os espreitam, de forma que possam alterar o passo e alcançar os objetivos salutares.

Através dessa inspiração e presença psíquica é que ocorre o denominado pressentimento, que é uma eficaz maneira para a criatura parar e reflexionar em torno do que deve realizar e de como conduzir-se, a fim de não soçobrar (perturbar-se; perder-se) no empreendimento iluminativo, contornando as dificuldades e avançando sem receio pela trilha do progresso.

Caso, no entanto, seja reprochável a conduta do indivíduo ou se faça caracterizada pela rebeldia sistemática, pelos conflitos nos quais se compraz, os pressentimentos se apresentam com manifestação maléfica, propostos pelos acompanhamentos espirituais que se lhe tornam constantes, em razão do tipo de opção mental e comportamental a que se entrega.

Os Espíritos que o assessoram atormentam-no com idéias falsas umas e mirabolantes outras, a fim de mais o iludirem e fixarem-no nas suas redes mentais perversas de difícil libertação.

Comensais (pessoas que comem habitualmente juntos) dos seus propósitos íntimos enfermiços, são hábeis na técnica de transmitir idéias deprimentes e portadoras de conteúdos perturbadores, que o atormentam e mais pioram o seu humor e estado emocional

Algumas vezes, quando assistido pelas Entidades veneráveis, pela falta de hábito de assimilar-lhes as idéias, recusa-as, retornando às mesmas paisagens mentais deletérias em que se homizia. Os pressentimentos, desse modo, merecem análise clara e tranqüila, a fim de que se possa avaliar o de que se constituem e qual a mensagem de advertência e socorro de que se fazem portadores.

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Alguns desses pressentimentos, que são efeitos de ações já realizadas, informam sobre necessidades que deverão ser experimentadas e compromissos que foram firmados antes do renascimento, que se encontram adormecidos e agora ressurgem com o propósito de alertamento, porque, de alguma forma, encontram-se estabelecidos para novamente acontecerem, auxiliando o equivocado na própria reeducação.

São, portanto, do próprio Espírito reencarnado, algumas idéias que volvem à tela mental como intuição de advertência, proporcionando recordação espontânea do passado que se torna bênção enriquecedora.

Ainda ocorre que, em face da condição espiritual do ser humano, o seu psiquismo pode adentrar-se pelo futuro e captar ocorrências que se estão aproximando no tempo e logo se manifestarão como realidade.

Esses registros são permitidos porque têm por finalidade contribuir em favor da melhor compreensão humana em torno do que se convencionou denominar fatalidade ou desdita, felicidade ou sucesso adrede estabelecidos...

Sendo uma existência planetária conseqüência natural da que lhe é anterior, e muitas vezes de outras mais recuadas, os eventos da vida se encontram mais ou menos delineados conforme as estruturas sobre as quais se apóiam, facilitando-lhes a captação antecipada por se encontrarem na pauta do processo da evolução.

Os pressentimentos constituem fenômenos psíquicos, parapsíquicos ou mediúnicos, que contribuem de forma útil para a existência feliz.

Quando negativos ou ameaçadores, devem predispor à oração e ao envolvimento nos pensamentos superiores, a fim de que as conquistas atuais constituam crédito moral mediante o qual podem ser modificados os planos existenciais.

As Soberanas Leis não executam corretivos punitivos em relação às criaturas, mas se expressam com finalidade educativa ou reeducativa, convidando à reflexão e ao aprendizado em torno dos deveres para com a Vida, e que não podem ser ignorados ou tomados com leviandade.

Desse modo, a toda ação positiva corresponde uma mudança na contabilidade espiritual que diz respeito às atitudes e realizações prejudiciais, perturbadoras, que necessitam ser reparadas.

O amor é possuidor do élan poderoso que anula o mal e, qual a luz, esbate toda a sombra ameaçadora.

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Mantendo-se o ser em comunhão com as Fontes Excelsas, delas recebe por pressentimentos notícias das ocorrências que terão lugar no amanhã, preparando-se para melhor enfrentá-las e bem conduzi-las.

Quando se trata de desafios pelo sofrimento, mais fáceis esses se apresentam, em razão da disposição de superá-los, prosseguindo no rumo da felicidade.

Quando se expressam beneficiosos, favorecem melhor capacidade para a sua instalação no mundo íntimo, retirando-se os resultados superiores da futura ocorrência.

Apurando-se a capacidade e a autopenetração interior e de sintonia com os Espíritos Guias, mui facilmente os pressentimentos podem ser registrados e direcionados de forma saudável e proveitosa.





(ÂNGELIS, Joanna de (Espírito). Lições Para a Felicidade. [psicografado por] Divaldo Pereira Franco. 2ª ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada, 2003. Capítulo 13)

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